Reproduzo animadora notícia de Rogério Tomaz Jr., publicada no blog Conexão Brasília-Maranhão:
A 3 de setembro de 1939, a Inglaterra e a França declaravam guerra à Alemanha de Hitler.
No 3 de setembro de 2010, uma pequena iniciativa reforça a guerra contra o oligopólio da mídia no Maranhão.
Nesta data circulou o número zero, ainda experimental, do boletim Ê-Maranhão, ação surgida no contexto do Grande Encontro de Blogueiros e Twitteiros Progressistas do Maranhão, realizado na capital São Luís no dia 2 de setembro.
O Ê-Maranhão é uma ação do projeto “Nós de Rede”, apresentado no encontro pelo professor Francisco Gonçalves, chefe do Departamento de Comunicação da UFMA.
O boletim eletrônico Ê-Maranhão divulgará posts dos blogs integrantes do projeto para milhares de e-mails no estado e no Brasil.
A meta mais imediata é distribuir o Ê-Maranhão para 30 mil endereços eletrônicos. Apenas a título de comparação, a circulação somada de todos os jornais de São Luís — que já chegou a ter 11 diários (a maioria nanicos) em circulação, na década passada — não chega a esse número, segundo o jornalista Franklin Douglas, do blog Ecos das Lutas.
Encontro plural
Mais de cem pessoas, entre blogueir@s, twitteir@s, jornalistas, radialistas, publicitári@s, estudantes, militantes políticos e candidatos na atual eleição. Todas as candidaturas ao governo do estado foram convidadas a participar do Encontro e falar sobre suas propostas para a Internet e a comunicação em geral. Apenas a candidata Roseana Sarney não compareceu, embora um de seus marketeiros estivesse presente.
Jackson Lago (PDT), Flávio Dino (PCdoB), Josivaldo Correa (PCB), Marcos Silva (PSTU) e Saulo Arcangeli (PSol), candidatos ao governo, passaram pelo Encontro e deixaram seu recado, além de alguns candidatos ao Senado: Roberto Rocha (PSDB), José Reinaldo Tavares (PSB), também blogueiro, e Luís Carlos Noleto (PSTU).
Entre os participantes, estiveram também jornalistas e blogueir@s do portal iMirante, da família Sarney, do jornal O Imparcial e do Jornal Pequeno. No âmbito nacional, participaram apoiadores das campanhas de várias candidaturas presidenciáveis: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Plínio de Arruda Sampaio (PSol) e Zé Maria (PSTU).
A rede de bloogueiros e twitteiros progressistas do Maranhão definiu como princípios a serem respeitados pelos seus participantes:
- a defesa e a promoção dos direitos humanos;
- a democratização da comunicação e
- a mudança social, econômica e política do Maranhão.
O Ê-Maranhão é a primeira iniciativa de uma rede que tem tudo para se constituir um contraponto ao oligopólio da comunicação reinante no Maranhão, dominado por grupos conservadores, inclusive os que fazem oposição à família Sarney.
O potencial da rede é enorme, mas de nada valerá se ele não for concretizado, como bem observou o professor Chico Gonçalves, um dos principais entusiastas do projeto “Nós de Rede”.
Outras iniciativas estão por vir, inclusive várias oriundas do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em São Paulo(SP), no final de agosto.
Longa vida e muita disposição à rede e aos blogs e twitteir@s que dela participam!
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
Mídia quer Dilma como rainha da Inglaterra
Reproduzo artigo de Luiz Carlos Azenha, publicado no blog Viomundo:
Estou escrevendo este texto para os novos leitores do blog, que são muitos.
Se vocês não perceberam ainda, temos argumentado faz tempo que alguns grupos de mídia brasileiros estão engajados até a medula na campanha eleitoral de José Serra, do consórcio PSDB/DEM.
Eles não declaram voto em seus editoriais — como faz a CartaCapital e é comum nos Estados Unidos e na Europa.
Ao contrário, eles editorializam o noticiário.
Escolhem manchetes, ângulos e pautas que favorecem a candidatura de José Serra ou que prejudicam — ou pelo menos pretendem prejudicar — a candidatura de Dilma Rousseff. Propagam crises federais — a do saneamento básico, por exemplo — sem tratar das crises estaduais (no caso de São Paulo, o trânsito, os rios poluídos, as enchentes, o metrô lotado, a falta de trens de subúrbio, as deficiências na saúde e na educação).
Os recursos humanos e materiais destes grandes grupos de mídia –Organizações Globo, Folha de S. Paulo, Editora Abril e O Estado de S. Paulo — são concentrados na pauta que interessa a um candidato, em detrimento dos demais.
No sábado a revista Veja publicou uma denúncia contra o governo, o PT e a candidata Dilma Rousseff que foi direto para a propaganda eleitoral de José Serra na TV.
Uma reportagem que tinha como espinha dorsal um contrato não reconhecido — e, portanto, desmentido — pela empresa que teria pago propina. Está aqui.
Na segunda-feira, os três principais jornais do Brasil trouxeram o assunto nas manchetes acima da dobra, aquelas que ficam o dia todo expostas nas bancas de jornal de todo o Brasil.
"Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo", disse O Globo.
"Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo", disse o Estado de S. Paulo.
"Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador", disse a Folha.
A isso os jornalistas chamam “dar pernas a um assunto”. Independentemente de algo de ilegal ter sido feito ou não, o efeito de manchetes múltiplas é o de suscitar dúvidas nos eleitores em um período pré-eleitoral. As manchetes também servem para aparecer na propaganda eleitoral do candidato José Serra. A gente fica sem saber quem alimenta quem.
Foi a campanha de José Serra que distribuiu dossiês de seus investigadores aos jornais? Quem faz a coordenação entre a campanha de José Serra, se essa coordenação de fato existe, e os quatro grupos de mídia acima citados? Por que a “coincidência” das denúncias contra Dilma acontecerem na véspera da eleição? Não há denúncia alguma a ser feita contra José Serra, ou será que nesse caso esses grupos de mídia estão omitindo informações para não influenciar o eleitorado?
Em minha modesta opinião, a essa altura já não se trata apenas de:
1. Forçar um segundo turno; 2. Salvar candidatos da coligação PSDB/DEM nos estados; 3. Tirar antecipadamente a legitimidade de um governo eleito.
Eu diria que o consórcio midiático acima citado trabalha, ao mesmo tempo, para pautar Dilma Rousseff e formar o ministério.
As pautas econômicas dos grandes jornais estão repletas de balões de ensaio sobre medidas econômicas conservadoras que seriam tomadas pela candidata que ainda nem se elegeu!
Tenho comigo que o objetivo da mídia, agora, é fazer uma espécie de primeiro-ministro, “eleito” por ela, para colocar no coração do governo de Dilma Rousseff.
Ela ficaria com o papel de rainha da Inglaterra.
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Estou escrevendo este texto para os novos leitores do blog, que são muitos.
Se vocês não perceberam ainda, temos argumentado faz tempo que alguns grupos de mídia brasileiros estão engajados até a medula na campanha eleitoral de José Serra, do consórcio PSDB/DEM.
Eles não declaram voto em seus editoriais — como faz a CartaCapital e é comum nos Estados Unidos e na Europa.
Ao contrário, eles editorializam o noticiário.
Escolhem manchetes, ângulos e pautas que favorecem a candidatura de José Serra ou que prejudicam — ou pelo menos pretendem prejudicar — a candidatura de Dilma Rousseff. Propagam crises federais — a do saneamento básico, por exemplo — sem tratar das crises estaduais (no caso de São Paulo, o trânsito, os rios poluídos, as enchentes, o metrô lotado, a falta de trens de subúrbio, as deficiências na saúde e na educação).
Os recursos humanos e materiais destes grandes grupos de mídia –Organizações Globo, Folha de S. Paulo, Editora Abril e O Estado de S. Paulo — são concentrados na pauta que interessa a um candidato, em detrimento dos demais.
No sábado a revista Veja publicou uma denúncia contra o governo, o PT e a candidata Dilma Rousseff que foi direto para a propaganda eleitoral de José Serra na TV.
Uma reportagem que tinha como espinha dorsal um contrato não reconhecido — e, portanto, desmentido — pela empresa que teria pago propina. Está aqui.
Na segunda-feira, os três principais jornais do Brasil trouxeram o assunto nas manchetes acima da dobra, aquelas que ficam o dia todo expostas nas bancas de jornal de todo o Brasil.
"Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo", disse O Globo.
"Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo", disse o Estado de S. Paulo.
"Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador", disse a Folha.
A isso os jornalistas chamam “dar pernas a um assunto”. Independentemente de algo de ilegal ter sido feito ou não, o efeito de manchetes múltiplas é o de suscitar dúvidas nos eleitores em um período pré-eleitoral. As manchetes também servem para aparecer na propaganda eleitoral do candidato José Serra. A gente fica sem saber quem alimenta quem.
Foi a campanha de José Serra que distribuiu dossiês de seus investigadores aos jornais? Quem faz a coordenação entre a campanha de José Serra, se essa coordenação de fato existe, e os quatro grupos de mídia acima citados? Por que a “coincidência” das denúncias contra Dilma acontecerem na véspera da eleição? Não há denúncia alguma a ser feita contra José Serra, ou será que nesse caso esses grupos de mídia estão omitindo informações para não influenciar o eleitorado?
Em minha modesta opinião, a essa altura já não se trata apenas de:
1. Forçar um segundo turno; 2. Salvar candidatos da coligação PSDB/DEM nos estados; 3. Tirar antecipadamente a legitimidade de um governo eleito.
Eu diria que o consórcio midiático acima citado trabalha, ao mesmo tempo, para pautar Dilma Rousseff e formar o ministério.
As pautas econômicas dos grandes jornais estão repletas de balões de ensaio sobre medidas econômicas conservadoras que seriam tomadas pela candidata que ainda nem se elegeu!
Tenho comigo que o objetivo da mídia, agora, é fazer uma espécie de primeiro-ministro, “eleito” por ela, para colocar no coração do governo de Dilma Rousseff.
Ela ficaria com o papel de rainha da Inglaterra.
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Os escândalos políticos midiáticos
Reproduzo excelente artigo de Venício Lima, publicado no Observatório da Imprensa:
Tão logo as pesquisas revelaram que uma das candidatas à presidência da República havia atingido índices de intenção de voto difíceis de serem revertidos, e que os resultados indicavam a possibilidade de decisão ainda no primeiro turno, a grande mídia e seus "formadores de opinião" reagiram prontamente. Insistiram eles que fatos novos poderiam ocorrer e que ainda era muito cedo para cantar vitória.
Um exemplo: sob o título "Festa na véspera", a principal colunista de economia do jornal O Globo escreveu em sua coluna "Panorama Econômico" do dia 31 de agosto:
"Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? (...) Fala-se do futuro como inexorável. O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante".
Simultaneamente, a poucas semanas do primeiro turno das eleições, os jornalões, a principal revista semanal e a principal rede de televisão abriram fartos espaços para a divulgação de "escândalos" com a óbvia intenção de atingir a reputação pública da candidata favorita.
O primeiro diz respeito a vazamento de informações sigilosas da Receita Federal ocorridos em setembro de 2009 [antes, portanto, da escolha oficial dos candidatos e do início da campanha eleitoral]. O "escândalo" foi imediatamente comparado com o caso Watergate, que levou à renúncia o presidente dos EUA Richard Nixon, em 1974, e também à prisão de integrantes do PT em hotel de São Paulo, em 2006. A narrativa midiática logo passou a referir-se a ele como "Aloprados II" e/ou "Receitagate".
O segundo, que surge tão logo o primeiro parece não ter atingido os objetivos esperados, faz um incrível malabarismo ao tentar incriminar a candidata favorita através de ações de lobby e tráfico de influência atribuídos ao filho de sua ex-auxiliar. Um exemplo: a manchete de primeira página da Folha de S.Paulo de domingo (12/9): "Filho do braço direito de Dilma atua como lobista".
O que estaria acontecendo na grande mídia brasileira?
Controle e dinâmica
Em abril de 2006, no correr da "crise do mensalão", escrevi neste Observatório [ver "Escândalos midiáticos no tempo e no espaço"] sobre o conceito de "escândalo político midiático" (EPM) desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, John B. Thompson, em seu aclamado "O escândalo político - Poder e visibilidade na era da mídia" (Vozes, 1ª edição, 2002).
O momento é oportuno para retomar os ensinamentos de Thompson.
Os EPM surgem historicamente no contexto do chamado jornalismo investigativo, combinado com o crescimento da mídia de massa e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação. E, sobretudo, no quadro das profundas transformações que ocorreram na natureza do processo político, ainda dependente, em grande parte, da mídia tradicional. Envolve indivíduos ou ações situados dentro de um campo ligado à aquisição e ao exercício do poder político através do uso, dentre outros, do poder simbólico. Fundamentalmente, o exercício do poder político depende do uso do poder simbólico para cultivar e sustentar a crença na legitimidade.
O poder simbólico, por sua vez, refere-se à capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e crenças de outros e também de criar acontecimentos, através da produção e transmissão de formas simbólicas. Para exercer esse poder, é necessário a utilização de vários tipos de recursos, mas, basicamente, usar a grande mídia, que produz e transmite capital simbólico - vale dizer, controla a visibilidade pública. A reputação, por exemplo, é um aspecto do capital simbólico, atributo de um indivíduo ou de uma instituição. O que está em jogo, portanto, num EPM é o capital simbólico do político, sobretudo sua reputação.
Como a grande mídia se tornou a principal arena em que as relações do campo político são criadas, sustentadas e, ocasionalmente, destruídas, a apresentação e repercussão dos EPM não são características secundárias ou acidentais. Ao contrário, são partes constitutivas dos próprios EPM.
Escândalo político midiático, portanto, é o evento que implica a revelação, através da mídia, de atividades previamente ocultadas e moralmente desonrosas, desencadeando uma seqüência de ocorrências posteriores. O controle e a dinâmica de todo o processo deslocam-se dos atores inicialmente envolvidos para os jornalistas e para a mídia.
Jogo de poder
Na verdade, a grande mídia ainda detém um enorme poder de legitimar a esfera propriamente política através do tipo de visibilidade pública que a ela oferece. Os atores da esfera política dependem de visibilidade na esfera midiática para se elegerem e/ou se manterem no poder. Através desse poder, próprio da esfera midiática, a grande mídia tenta submeter e controlar o processo político, em particular os processos eleitorais. É aí que surgem os EPM.
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia - declaradamente oposicionista pela voz da presidente da ANJ - estaria a exercer na construção de EPM a poucas semanas das eleições?
Será que o Brasil de 2010 é o mesmo de 2006, quando tentativa semelhante levou as eleições presidenciais para o segundo turno?
O que está realmente em jogo é o poder da mídia tradicional - e, por óbvio, dos grupos dominantes do setor - em tempos de profundas transformações nas comunicações. Em tempos de internet.
Quem viver verá.
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Tão logo as pesquisas revelaram que uma das candidatas à presidência da República havia atingido índices de intenção de voto difíceis de serem revertidos, e que os resultados indicavam a possibilidade de decisão ainda no primeiro turno, a grande mídia e seus "formadores de opinião" reagiram prontamente. Insistiram eles que fatos novos poderiam ocorrer e que ainda era muito cedo para cantar vitória.
Um exemplo: sob o título "Festa na véspera", a principal colunista de economia do jornal O Globo escreveu em sua coluna "Panorama Econômico" do dia 31 de agosto:
"Então é isso? Uma eleição cuja campanha começou antes da hora acabou antes que os votos sejam depositados na urna? (...) Fala-se do futuro como inexorável. O quadro está amplamente favorável a Dilma Rousseff, mas é preciso ter respeito pelo processo eleitoral. Se pesquisa fosse voto, era bem mais simples e barato escolher o governante".
Simultaneamente, a poucas semanas do primeiro turno das eleições, os jornalões, a principal revista semanal e a principal rede de televisão abriram fartos espaços para a divulgação de "escândalos" com a óbvia intenção de atingir a reputação pública da candidata favorita.
O primeiro diz respeito a vazamento de informações sigilosas da Receita Federal ocorridos em setembro de 2009 [antes, portanto, da escolha oficial dos candidatos e do início da campanha eleitoral]. O "escândalo" foi imediatamente comparado com o caso Watergate, que levou à renúncia o presidente dos EUA Richard Nixon, em 1974, e também à prisão de integrantes do PT em hotel de São Paulo, em 2006. A narrativa midiática logo passou a referir-se a ele como "Aloprados II" e/ou "Receitagate".
O segundo, que surge tão logo o primeiro parece não ter atingido os objetivos esperados, faz um incrível malabarismo ao tentar incriminar a candidata favorita através de ações de lobby e tráfico de influência atribuídos ao filho de sua ex-auxiliar. Um exemplo: a manchete de primeira página da Folha de S.Paulo de domingo (12/9): "Filho do braço direito de Dilma atua como lobista".
O que estaria acontecendo na grande mídia brasileira?
Controle e dinâmica
Em abril de 2006, no correr da "crise do mensalão", escrevi neste Observatório [ver "Escândalos midiáticos no tempo e no espaço"] sobre o conceito de "escândalo político midiático" (EPM) desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, John B. Thompson, em seu aclamado "O escândalo político - Poder e visibilidade na era da mídia" (Vozes, 1ª edição, 2002).
O momento é oportuno para retomar os ensinamentos de Thompson.
Os EPM surgem historicamente no contexto do chamado jornalismo investigativo, combinado com o crescimento da mídia de massa e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação. E, sobretudo, no quadro das profundas transformações que ocorreram na natureza do processo político, ainda dependente, em grande parte, da mídia tradicional. Envolve indivíduos ou ações situados dentro de um campo ligado à aquisição e ao exercício do poder político através do uso, dentre outros, do poder simbólico. Fundamentalmente, o exercício do poder político depende do uso do poder simbólico para cultivar e sustentar a crença na legitimidade.
O poder simbólico, por sua vez, refere-se à capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar as ações e crenças de outros e também de criar acontecimentos, através da produção e transmissão de formas simbólicas. Para exercer esse poder, é necessário a utilização de vários tipos de recursos, mas, basicamente, usar a grande mídia, que produz e transmite capital simbólico - vale dizer, controla a visibilidade pública. A reputação, por exemplo, é um aspecto do capital simbólico, atributo de um indivíduo ou de uma instituição. O que está em jogo, portanto, num EPM é o capital simbólico do político, sobretudo sua reputação.
Como a grande mídia se tornou a principal arena em que as relações do campo político são criadas, sustentadas e, ocasionalmente, destruídas, a apresentação e repercussão dos EPM não são características secundárias ou acidentais. Ao contrário, são partes constitutivas dos próprios EPM.
Escândalo político midiático, portanto, é o evento que implica a revelação, através da mídia, de atividades previamente ocultadas e moralmente desonrosas, desencadeando uma seqüência de ocorrências posteriores. O controle e a dinâmica de todo o processo deslocam-se dos atores inicialmente envolvidos para os jornalistas e para a mídia.
Jogo de poder
Na verdade, a grande mídia ainda detém um enorme poder de legitimar a esfera propriamente política através do tipo de visibilidade pública que a ela oferece. Os atores da esfera política dependem de visibilidade na esfera midiática para se elegerem e/ou se manterem no poder. Através desse poder, próprio da esfera midiática, a grande mídia tenta submeter e controlar o processo político, em particular os processos eleitorais. É aí que surgem os EPM.
Não seria exatamente a tentativa de controlar a esfera propriamente política o último recurso que a grande mídia - declaradamente oposicionista pela voz da presidente da ANJ - estaria a exercer na construção de EPM a poucas semanas das eleições?
Será que o Brasil de 2010 é o mesmo de 2006, quando tentativa semelhante levou as eleições presidenciais para o segundo turno?
O que está realmente em jogo é o poder da mídia tradicional - e, por óbvio, dos grupos dominantes do setor - em tempos de profundas transformações nas comunicações. Em tempos de internet.
Quem viver verá.
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Informar certo, reagir na hora
Reproduzo artigo de João Franzin, publicado no sítio da Agência Sindical:
Os boatos que corriam, sexta, sobre os ataques da imprensa na reta final da campanha eleitoral se confirmaram. O objetivo dessa ação articulada – observe que o “Estadão” repercutiu em manchete domingo a matéria que saiu na “Veja” – é criar um clima de histeria que: 1) Não deixe Serra levar uma surra nas urnas; 2) Leve o pleito para o segundo turno – e aí passe a imperar o vale-tudo; 3) Impeça o avanço eleitoral de candidatos a governos e ao Senado mais à esquerda; 4) Faça o denuncismo ter peso eleitoral.
Como outras denúncias virão – já que se trata de uma campanha articulada – vale adotar cautelas e providências, seguindo a velha fórmula de desmanchar/desorganizar com uma das mãos e construir/organizar com a outra mão.
Sendo assim, proponho a blogs, sites, veículos sindicais e outros não-alinhados ao denuncismo:
1. Sempre divulgar e repercutir as boas/ótimas notícias da economia, relacionando ganhos concretos para a nação: crescimento do PIB; 14 milhões de empregos gerados; ascensão social de milhões de brasileiros; aumento no salário mínimo – e mais uma tonelada de boas notícias, ações governamentais e conquistas sindicais;
2. Relembrar e difundir as mazelas dos anos FHC e governos tucanos: desemprego em massa; achatamento do salário mínimo; privatizações criminosas; subserviência à política dos Estados Unidos; afundamento da plataforma da Petrobrás; compra do segundo mandato de FHC; pedágios abusivos – e mais uma tonelada e meia de problemas e ações governamentais contra os interesses do povo;
3. Criar o plantão 24 horas dos blogs, sem parar, até a apuração, dia 3. Ou seja, contra a ação de tropas regulares, respostas guerrilheiras, que desorganizem o campo adversário e orientem ações no nosso campo;
4. Divulgar, nos materiais sindicais, nos veículos não-conservadores e nos próprios blogs dos nossos candidatos os endereços desses blogs do nosso lado;
5. No campo sindical – uma vez massificadas as informações sobre os ganhos concretos e os riscos representados pela direita – promover atos unitários com as entidades e os trabalhadores;
6. No campo estritamente eleitoral, massificar as campanhas dos nossos aliados; aumentar a presença física das campanhas; distribuir o máximo de material à população e aos eleitores, ocupando o mais possível o espaço no terreno da batalha.
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Os boatos que corriam, sexta, sobre os ataques da imprensa na reta final da campanha eleitoral se confirmaram. O objetivo dessa ação articulada – observe que o “Estadão” repercutiu em manchete domingo a matéria que saiu na “Veja” – é criar um clima de histeria que: 1) Não deixe Serra levar uma surra nas urnas; 2) Leve o pleito para o segundo turno – e aí passe a imperar o vale-tudo; 3) Impeça o avanço eleitoral de candidatos a governos e ao Senado mais à esquerda; 4) Faça o denuncismo ter peso eleitoral.
Como outras denúncias virão – já que se trata de uma campanha articulada – vale adotar cautelas e providências, seguindo a velha fórmula de desmanchar/desorganizar com uma das mãos e construir/organizar com a outra mão.
Sendo assim, proponho a blogs, sites, veículos sindicais e outros não-alinhados ao denuncismo:
1. Sempre divulgar e repercutir as boas/ótimas notícias da economia, relacionando ganhos concretos para a nação: crescimento do PIB; 14 milhões de empregos gerados; ascensão social de milhões de brasileiros; aumento no salário mínimo – e mais uma tonelada de boas notícias, ações governamentais e conquistas sindicais;
2. Relembrar e difundir as mazelas dos anos FHC e governos tucanos: desemprego em massa; achatamento do salário mínimo; privatizações criminosas; subserviência à política dos Estados Unidos; afundamento da plataforma da Petrobrás; compra do segundo mandato de FHC; pedágios abusivos – e mais uma tonelada e meia de problemas e ações governamentais contra os interesses do povo;
3. Criar o plantão 24 horas dos blogs, sem parar, até a apuração, dia 3. Ou seja, contra a ação de tropas regulares, respostas guerrilheiras, que desorganizem o campo adversário e orientem ações no nosso campo;
4. Divulgar, nos materiais sindicais, nos veículos não-conservadores e nos próprios blogs dos nossos candidatos os endereços desses blogs do nosso lado;
5. No campo sindical – uma vez massificadas as informações sobre os ganhos concretos e os riscos representados pela direita – promover atos unitários com as entidades e os trabalhadores;
6. No campo estritamente eleitoral, massificar as campanhas dos nossos aliados; aumentar a presença física das campanhas; distribuir o máximo de material à população e aos eleitores, ocupando o mais possível o espaço no terreno da batalha.
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Mídia tenta estancar a sangria
Por Altamiro Borges
Um fantasma ronda e desespera a mídia demotucana. Ela teme que uma forte “onda vermelha”, impulsionada pelo crescimento de Dilma Rousseff, afunde vários outros candidatos neoliberais aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara Federal. Somada à vitória para a presidência, este resultado alteraria a correlação de forças na política brasileira, o que pavimentaria propostas mais ousadas de mudanças no país. Daí o seu esforço recente para estancar a sangria!
Objetivos da baixaria midiática
Toda a gritaria sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos ou outros factóides teria dois objetivos básicos. O primeiro é tentar levar José Serra para o segundo turno, mesmo que seja com a ajuda da candidata verde Marina da Silva. O segundo, como subproduto, é evitar que o definhamento da candidatura demotucana contamine as disputas estaduais. Os sinais, neste sentido, são nítidos e indicam que a baixaria vai crescer nestas três últimas semanas de campanha eleitoral.
As pesquisas apontam que vários expoentes da direita nativa estão no cadafalso. Marco Maciel, César Maia, Arthur Virgílio Neto, Agripino Maia, entre outros demotucanos, caminham para a derrota na briga pelo Senado. Em São Paulo, os dois candidatos do bloco governista estão na dianteira; o mesmo ocorre no Paraná, Distrito Federal e em outros importantes estados. Já na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam forte retração da bancada dos demos. Os tucanos também estão na berlinda. Direitistas convictos estão desesperados!
“Fim do DEM é um dado da realidade”
Diante desta tendência, os porta-vozes da mídia já soaram o sinal de alerta. Renata Lo Prete, da FSP (Folha Serra Presidente), escreveu neste final de semana: “Em privado, o fim do DEM é tratado como um dado de realidade pelos principais líderes do partido. A diferença se dá entre os que apostam em algum tipo de fusão agregadora de oposicionistas e aqueles que planejam pular do barco sozinhos, de preferência rumo a siglas lulistas. A segunda opção é majoritária”.
Ilimar Franco, do jornal O Globo, também já captou a possível reviravolta no quadro político. “Baseado nas pesquisas que faz em todos os estados do país, o Ibope concluiu sua projeção para o novo Senado. O PMDB, que preside a Casa, terá a maior bancada, com 17 a 19 senadores. O PT passará a ser a segunda bancada, com 13 a 16 senadores. Os partidos de oposição ficarão menores. O PSDB terá de nove a 12 cadeiras, e o DEM ficará com sete ou oito”.
O medo da "onda vermelha"
Preocupada, Cristiana Lôbo, uma das colunistas prediletas da família Marinho, já advertiu para o risco. No artigo “Subindo o tom”, ela informa que “o PSDB pretende subir o tom nas críticas à candidata petista Dilma Rousseff nesta reta final da campanha para marcar diferenças entre sua proposta e a da adversária e, assim, tentar recuperar o eleitorado que José Serra vem perdendo desde que começou a propaganda na televisão. Ainda que não haja tempo para reverter o quadro sucessório bastante favorável à Dilma, os tucanos consideram importante marcar diferenças”.
Conforme argumenta, “O maior temor do PSDB a esta altura da campanha é que o favoritismo de Dilma Rousseff provoque a chamada ‘onda vermelha’ que afete até os candidatos tucanos favoritos nas disputas aos governos estaduais – como Geraldo Alckmin, em São Paulo; Beto Richa, no Paraná e Antonio Anastasia, em Minas Gerais”. Estes e outros alertas indicam que toda a gritaria da mídia sobre os “novos escândalos” visa estancar a sangria da direita nativa. A bola da vez parece ser a da batalha para os governos estaduais, Senado e Câmara Federal.
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Um fantasma ronda e desespera a mídia demotucana. Ela teme que uma forte “onda vermelha”, impulsionada pelo crescimento de Dilma Rousseff, afunde vários outros candidatos neoliberais aos governos estaduais, ao Senado e à Câmara Federal. Somada à vitória para a presidência, este resultado alteraria a correlação de forças na política brasileira, o que pavimentaria propostas mais ousadas de mudanças no país. Daí o seu esforço recente para estancar a sangria!
Objetivos da baixaria midiática
Toda a gritaria sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos ou outros factóides teria dois objetivos básicos. O primeiro é tentar levar José Serra para o segundo turno, mesmo que seja com a ajuda da candidata verde Marina da Silva. O segundo, como subproduto, é evitar que o definhamento da candidatura demotucana contamine as disputas estaduais. Os sinais, neste sentido, são nítidos e indicam que a baixaria vai crescer nestas três últimas semanas de campanha eleitoral.
As pesquisas apontam que vários expoentes da direita nativa estão no cadafalso. Marco Maciel, César Maia, Arthur Virgílio Neto, Agripino Maia, entre outros demotucanos, caminham para a derrota na briga pelo Senado. Em São Paulo, os dois candidatos do bloco governista estão na dianteira; o mesmo ocorre no Paraná, Distrito Federal e em outros importantes estados. Já na disputa para a Câmara Federal, pesquisas indicam forte retração da bancada dos demos. Os tucanos também estão na berlinda. Direitistas convictos estão desesperados!
“Fim do DEM é um dado da realidade”
Diante desta tendência, os porta-vozes da mídia já soaram o sinal de alerta. Renata Lo Prete, da FSP (Folha Serra Presidente), escreveu neste final de semana: “Em privado, o fim do DEM é tratado como um dado de realidade pelos principais líderes do partido. A diferença se dá entre os que apostam em algum tipo de fusão agregadora de oposicionistas e aqueles que planejam pular do barco sozinhos, de preferência rumo a siglas lulistas. A segunda opção é majoritária”.
Ilimar Franco, do jornal O Globo, também já captou a possível reviravolta no quadro político. “Baseado nas pesquisas que faz em todos os estados do país, o Ibope concluiu sua projeção para o novo Senado. O PMDB, que preside a Casa, terá a maior bancada, com 17 a 19 senadores. O PT passará a ser a segunda bancada, com 13 a 16 senadores. Os partidos de oposição ficarão menores. O PSDB terá de nove a 12 cadeiras, e o DEM ficará com sete ou oito”.
O medo da "onda vermelha"
Preocupada, Cristiana Lôbo, uma das colunistas prediletas da família Marinho, já advertiu para o risco. No artigo “Subindo o tom”, ela informa que “o PSDB pretende subir o tom nas críticas à candidata petista Dilma Rousseff nesta reta final da campanha para marcar diferenças entre sua proposta e a da adversária e, assim, tentar recuperar o eleitorado que José Serra vem perdendo desde que começou a propaganda na televisão. Ainda que não haja tempo para reverter o quadro sucessório bastante favorável à Dilma, os tucanos consideram importante marcar diferenças”.
Conforme argumenta, “O maior temor do PSDB a esta altura da campanha é que o favoritismo de Dilma Rousseff provoque a chamada ‘onda vermelha’ que afete até os candidatos tucanos favoritos nas disputas aos governos estaduais – como Geraldo Alckmin, em São Paulo; Beto Richa, no Paraná e Antonio Anastasia, em Minas Gerais”. Estes e outros alertas indicam que toda a gritaria da mídia sobre os “novos escândalos” visa estancar a sangria da direita nativa. A bola da vez parece ser a da batalha para os governos estaduais, Senado e Câmara Federal.
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Serra, cadê os blogs sujos?
Reproduzo artigo de Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço:
Pena não termos um “Sindicato dos Blogs”, porque José Serra merecia que entrássemos hoje mesmo na Justiça contra ele. É que, usando a técnica de não citar os nomes e acusando genericamente, fica difícil fazer isso individualmente. Porque o que ele diz são palavras caluniosas, para variar.
Hoje, durante palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, Serra disse que “blogs sujos” ligados à candidata petista veicularam informações obtidas com as quebras de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB – entre elas o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge, segundo a Folha Online.
“Esses blogs mantidos pelo governo ou pelo PT apresentavam já dados de Imposto de Renda de algumas das pessoas que depois se descobriu que tinham tido seus sigilos violados. Se essas pessoas fazem isso hoje em uma campanha, imaginem o que fariam detendo o poder federal em mãos?”
Estranha-me que nenhum advogado e nenhum jornalista tenha pedido a Serra para nominar qual ou quais os “blogs sujos” divulgaram informação coberta por sigilo fiscal e que informações foram essas.
E de que se vale Serra para promover a ligação entre Dilma e os “blogs sujos” aos quais não nomina?
Diz a Folha: Serra disse que os blogs citam o nome de Dilma e são ligados à candidata uma vez que ela não desautorizou a vinculação das páginas ao seu nome. “A pessoa é corresponsável porque não desautoriza. E ao não desautorizar há caráter de representatividade no blog.”
Muito interessante a teoria de Serra. neste caso, então, ele é corresponsável pelas ações do tal de Magnus Carlos durante os meses a fio em que este usou o domínio www.joseserra.com.br. Este espertalhão, que se apresentava pedindo dinheiro para uma campanha antidrogas, publicava anúncios – isso mesmo, anúncios pagos – contra Lula e Dilma na internet. Eu denunciei isso aqui no Tijolaço em outubro de 2009 e , como só em fevereiro ou março Serra procurou, por razões eleitorais, recuperar o domínio com seu nome, tem-se, pela teoria tucana, sua corresponsabilidade em tudo que se fez ali.
A técnica da calúnia é assim: não se diz quem, quando, o que alguém fez. Insinua-se, afirma-se genericamente, e diz-se que alguém é culpado até que se prove inocente.
É por isso que caluniar é próprio dos canalhas.
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Pena não termos um “Sindicato dos Blogs”, porque José Serra merecia que entrássemos hoje mesmo na Justiça contra ele. É que, usando a técnica de não citar os nomes e acusando genericamente, fica difícil fazer isso individualmente. Porque o que ele diz são palavras caluniosas, para variar.
Hoje, durante palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, Serra disse que “blogs sujos” ligados à candidata petista veicularam informações obtidas com as quebras de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB – entre elas o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge, segundo a Folha Online.
“Esses blogs mantidos pelo governo ou pelo PT apresentavam já dados de Imposto de Renda de algumas das pessoas que depois se descobriu que tinham tido seus sigilos violados. Se essas pessoas fazem isso hoje em uma campanha, imaginem o que fariam detendo o poder federal em mãos?”
Estranha-me que nenhum advogado e nenhum jornalista tenha pedido a Serra para nominar qual ou quais os “blogs sujos” divulgaram informação coberta por sigilo fiscal e que informações foram essas.
E de que se vale Serra para promover a ligação entre Dilma e os “blogs sujos” aos quais não nomina?
Diz a Folha: Serra disse que os blogs citam o nome de Dilma e são ligados à candidata uma vez que ela não desautorizou a vinculação das páginas ao seu nome. “A pessoa é corresponsável porque não desautoriza. E ao não desautorizar há caráter de representatividade no blog.”
Muito interessante a teoria de Serra. neste caso, então, ele é corresponsável pelas ações do tal de Magnus Carlos durante os meses a fio em que este usou o domínio www.joseserra.com.br. Este espertalhão, que se apresentava pedindo dinheiro para uma campanha antidrogas, publicava anúncios – isso mesmo, anúncios pagos – contra Lula e Dilma na internet. Eu denunciei isso aqui no Tijolaço em outubro de 2009 e , como só em fevereiro ou março Serra procurou, por razões eleitorais, recuperar o domínio com seu nome, tem-se, pela teoria tucana, sua corresponsabilidade em tudo que se fez ali.
A técnica da calúnia é assim: não se diz quem, quando, o que alguém fez. Insinua-se, afirma-se genericamente, e diz-se que alguém é culpado até que se prove inocente.
É por isso que caluniar é próprio dos canalhas.
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A pancadaria na mídia vai piorar, sim!
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Serra já tentou ser bonzinho. Já tentou ser Zé. Tentou virar Lacerda, batendo à porta dos quartéis. Agora, virou o inquisidor-mor do Brasil (ou “caluniador”, como Dilma pregou na testa do tucano): nada disso deu resultado.
Serra encolhe, já beira os 20% dos votos na pesquisa Vox/Band/IG. Ele, a essa altura, virou uma espécie de Tiririca: pior do que está não fica.
O problema é que isso não tem graça nenhuma. Quanto mais despenca, mais Serra se afunda no gueto: vira um candidato acuado, ressentido, que mexe com os piores sentimentos do conservadorismo no Brasil. Quem fica ao lado dele é só a turma que quer conter o “comunismo”, que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”, que insiste em chamar Lula de ”analfabeto”, “nordestino ignorante”, ”apedeuta”.
Passada a eleição, o tucano provavelmente vai ser lançado ao ostracismo. Mas o discurso do ressentimento – que ele encampou – seguirá vivo. Especialmente na velha imprensa. O festival de escândalos fabricados às vésperas da eleição mostra qual o clima que se pode esperar durante um provável governo Dilma. A guerra vai seguir. Engana-se quem pensa que o céu ficará desanuviado. Não. Derrotada e minoritária, a mídia velha vai ficar ainda mais aguerrida. Testará a capacidade de resistência de Dilma.
Lula não comprou essa briga de frente. Confiou em sua capacidade de ser o comunicador maior do governo, comendo pelas beiradas a velha mídia. Dilma não tem (ainda) a capacidade de mobilização de Lula. Como Dilma vai enfrentar a “Veja”, “O Globo”, a “Folha”, o “Estadão”?
Os três últimos são da velha escola golpista. A primeira é da nova escola fascista.
A provável presidenta Dilma travará essa batalha sozinha, no peito e na maciota, como fez Lula? Não. Essa precisa ser uma batalha da sociedade.
Há quem defenda a necessidade de uma articulação de partidos, sindicatos, movimentos sindicais, blogueiros e jornalistas progressistas, para dizer à turma (sedenta de sangue) que está do outro lado: se tentarem avançar o sinal, haverá reação.
Agora, na reta final da eleição, ou nos próximos meses, no início de um provável governo Dilma, a sociedade brasileira terá que dar conta dessa questão. A democracia brasileira precisa enfrentar e enterrar os velhos barões da mídia. Eles levarão uma surra nas urnas, abraçados ao candidato tucano. Mas - ao contrário de Serra - ainda não viraram Tiririca: são capazes de coisas muito piores do que promover crises e inventar escândalos. Já provaram isso no passado, como escrevi aqui.
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Serra já tentou ser bonzinho. Já tentou ser Zé. Tentou virar Lacerda, batendo à porta dos quartéis. Agora, virou o inquisidor-mor do Brasil (ou “caluniador”, como Dilma pregou na testa do tucano): nada disso deu resultado.
Serra encolhe, já beira os 20% dos votos na pesquisa Vox/Band/IG. Ele, a essa altura, virou uma espécie de Tiririca: pior do que está não fica.
O problema é que isso não tem graça nenhuma. Quanto mais despenca, mais Serra se afunda no gueto: vira um candidato acuado, ressentido, que mexe com os piores sentimentos do conservadorismo no Brasil. Quem fica ao lado dele é só a turma que quer conter o “comunismo”, que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”, que insiste em chamar Lula de ”analfabeto”, “nordestino ignorante”, ”apedeuta”.
Passada a eleição, o tucano provavelmente vai ser lançado ao ostracismo. Mas o discurso do ressentimento – que ele encampou – seguirá vivo. Especialmente na velha imprensa. O festival de escândalos fabricados às vésperas da eleição mostra qual o clima que se pode esperar durante um provável governo Dilma. A guerra vai seguir. Engana-se quem pensa que o céu ficará desanuviado. Não. Derrotada e minoritária, a mídia velha vai ficar ainda mais aguerrida. Testará a capacidade de resistência de Dilma.
Lula não comprou essa briga de frente. Confiou em sua capacidade de ser o comunicador maior do governo, comendo pelas beiradas a velha mídia. Dilma não tem (ainda) a capacidade de mobilização de Lula. Como Dilma vai enfrentar a “Veja”, “O Globo”, a “Folha”, o “Estadão”?
Os três últimos são da velha escola golpista. A primeira é da nova escola fascista.
A provável presidenta Dilma travará essa batalha sozinha, no peito e na maciota, como fez Lula? Não. Essa precisa ser uma batalha da sociedade.
Há quem defenda a necessidade de uma articulação de partidos, sindicatos, movimentos sindicais, blogueiros e jornalistas progressistas, para dizer à turma (sedenta de sangue) que está do outro lado: se tentarem avançar o sinal, haverá reação.
Agora, na reta final da eleição, ou nos próximos meses, no início de um provável governo Dilma, a sociedade brasileira terá que dar conta dessa questão. A democracia brasileira precisa enfrentar e enterrar os velhos barões da mídia. Eles levarão uma surra nas urnas, abraçados ao candidato tucano. Mas - ao contrário de Serra - ainda não viraram Tiririca: são capazes de coisas muito piores do que promover crises e inventar escândalos. Já provaram isso no passado, como escrevi aqui.
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Quando a ascensão social causa medo
Reproduzo artigo de Luiz Carlos Azenha, publicado no blog Viomundo:
Há, por toda parte, da direita à esquerda, uma certa perplexidade. Intelectuais à esquerda e à direita se debruçam sobre a campanha eleitoral com uma ponta de saudosismo em relação ao passado e desprezo pela aparente despolitização do eleitorado. O domínio do marketing, a presença do Tiririca e a influência de Lula são apontados como sinais de que a democracia brasileira está às vésperas de um naufrágio.
Em um caderno especial, “Desafios do Novo Presidente”, o Estadão exibe sua saudade de um tempo em que ainda era possível controlar o protagonismo das multidões para negociar, por cima, uma “solução política”. Foi assim no movimento das Diretas Já! , em que o vozerio das ruas foi instrumentalizado para buscar uma democracia “de bastidores”. “Democracia à brasileira”, anuncia o Estadão, obviamente sem notar a ironia contida na escolha da foto. Se tivesse escolhido uma imagem da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1980, não seria, naturalmente, o Estadão, embora a greve tenha sido o golpe que de fato chacoalhou o regime militar.
Na Folha, um colunista identificou no Tiririca o símbolo de tudo o que há de errado com a política brasileira. Ele se esqueceu que a despolitização é herança da cidadania negada e está explícita não só nos candidatos bizarros, mas também em partidos que não resistem a prévias internas para a escolha do candidato a presidente. O dedaço, como se sabe, é um mal apenas quando praticado pelo atual presidente da República, nunca quando se dá em um apartamento de Higienópolis. Politização exige engajamento. A amnésia do colunista se estende à campanha movida contra as tênues tentativas do governo Lula de promover a cidadania política, através das conferências nacionais e do Plano Nacional de Direitos Humanos, campanha da qual fez parte… a Folha.
O Globo de domingo gastou uma página inteira de papel e tinta para falar em Vazio de ideias, por que a apatia e a ausência de reflexão tomaram conta da campanha eleitoral. Na página, o poeta Claufe Rodrigues prega “mudar radicalmente o sistema de representação”. Será que ele sonha com o voto censitário? O jornalista Eugenio Bucci trata como “discurso autoritário” a propaganda eleitoral de Dilma Rousseff que dá ênfase à ascensão social (‘”pusemos” não sei quantos brasileiros na classe média’). O sociólogo Bernardo Sorj fala em “massa apática”, sustentada pela “classe média pagadora, que se preocupa com problemas como liberdade de expressão, transparência do Estado e corrupção”.
Curiosamente, as pílulas de O Globo revelam mais sobre os entrevistados do que sobre a população brasileira, os eleitores brasileiros e a conjuntura política e econômica do Brasil. Revelam desconhecimento, preguiça intelectual e a falta de reflexão que eles, os entrevistados, preferem atribuir — como sempre — “aos outros”.
Infelizmente, pouca gente tem se dedicado até agora a estudar a erupção política de milhões de brasileiros como resultado da ascensão social que eles viveram nos últimos anos. O fenômeno, em números, foi retratado mais recentemente no estudo A Nova Classe Média: o Lado Brilhante dos Pobres, da Fundação Getúlio Vargas. Do ponto de vista da ciência política, foi estudado por André Singer, em Raízes sociais e ideológicas do Lulismo.
Além da ignorância, no entanto, torcer o nariz para a atual campanha eleitoral também serve a um objetivo político: desqualificar antecipadamente os eleitos. Para além do golpismo, no entanto, está a perplexidade de classe — e aqui localizamos a esquina onde se encontram direitistas e esquerdistas (alguns, pelo menos). O Brasil é um país de extrema concentração de poder, de riqueza e de saber. E o fenômeno que vai influenciar as eleições brasileiras a longo prazo representa uma ameaça a essa sociedade, em que as “ideias” políticas, de comportamento e de consumo “vertem” dos ungidos em direção às massas.
Assistimos, em câmera lenta, a uma revolução nos papéis sociais, que vai se acelerar quando a ascensão econômica se combinar com a interiorização do conhecimento, o acesso à universidade e as tecnologias de informação.
Perplexos, os que se acreditam mantenedores de nossa ordem hierarquizada confundem sua irrelevância com a decadência definitiva da democracia brasileira. É um jeito elegante de dizer que eles sentem desprezo pelos pobres.
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Há, por toda parte, da direita à esquerda, uma certa perplexidade. Intelectuais à esquerda e à direita se debruçam sobre a campanha eleitoral com uma ponta de saudosismo em relação ao passado e desprezo pela aparente despolitização do eleitorado. O domínio do marketing, a presença do Tiririca e a influência de Lula são apontados como sinais de que a democracia brasileira está às vésperas de um naufrágio.
Em um caderno especial, “Desafios do Novo Presidente”, o Estadão exibe sua saudade de um tempo em que ainda era possível controlar o protagonismo das multidões para negociar, por cima, uma “solução política”. Foi assim no movimento das Diretas Já! , em que o vozerio das ruas foi instrumentalizado para buscar uma democracia “de bastidores”. “Democracia à brasileira”, anuncia o Estadão, obviamente sem notar a ironia contida na escolha da foto. Se tivesse escolhido uma imagem da greve dos metalúrgicos do ABC, em 1980, não seria, naturalmente, o Estadão, embora a greve tenha sido o golpe que de fato chacoalhou o regime militar.
Na Folha, um colunista identificou no Tiririca o símbolo de tudo o que há de errado com a política brasileira. Ele se esqueceu que a despolitização é herança da cidadania negada e está explícita não só nos candidatos bizarros, mas também em partidos que não resistem a prévias internas para a escolha do candidato a presidente. O dedaço, como se sabe, é um mal apenas quando praticado pelo atual presidente da República, nunca quando se dá em um apartamento de Higienópolis. Politização exige engajamento. A amnésia do colunista se estende à campanha movida contra as tênues tentativas do governo Lula de promover a cidadania política, através das conferências nacionais e do Plano Nacional de Direitos Humanos, campanha da qual fez parte… a Folha.
O Globo de domingo gastou uma página inteira de papel e tinta para falar em Vazio de ideias, por que a apatia e a ausência de reflexão tomaram conta da campanha eleitoral. Na página, o poeta Claufe Rodrigues prega “mudar radicalmente o sistema de representação”. Será que ele sonha com o voto censitário? O jornalista Eugenio Bucci trata como “discurso autoritário” a propaganda eleitoral de Dilma Rousseff que dá ênfase à ascensão social (‘”pusemos” não sei quantos brasileiros na classe média’). O sociólogo Bernardo Sorj fala em “massa apática”, sustentada pela “classe média pagadora, que se preocupa com problemas como liberdade de expressão, transparência do Estado e corrupção”.
Curiosamente, as pílulas de O Globo revelam mais sobre os entrevistados do que sobre a população brasileira, os eleitores brasileiros e a conjuntura política e econômica do Brasil. Revelam desconhecimento, preguiça intelectual e a falta de reflexão que eles, os entrevistados, preferem atribuir — como sempre — “aos outros”.
Infelizmente, pouca gente tem se dedicado até agora a estudar a erupção política de milhões de brasileiros como resultado da ascensão social que eles viveram nos últimos anos. O fenômeno, em números, foi retratado mais recentemente no estudo A Nova Classe Média: o Lado Brilhante dos Pobres, da Fundação Getúlio Vargas. Do ponto de vista da ciência política, foi estudado por André Singer, em Raízes sociais e ideológicas do Lulismo.
Além da ignorância, no entanto, torcer o nariz para a atual campanha eleitoral também serve a um objetivo político: desqualificar antecipadamente os eleitos. Para além do golpismo, no entanto, está a perplexidade de classe — e aqui localizamos a esquina onde se encontram direitistas e esquerdistas (alguns, pelo menos). O Brasil é um país de extrema concentração de poder, de riqueza e de saber. E o fenômeno que vai influenciar as eleições brasileiras a longo prazo representa uma ameaça a essa sociedade, em que as “ideias” políticas, de comportamento e de consumo “vertem” dos ungidos em direção às massas.
Assistimos, em câmera lenta, a uma revolução nos papéis sociais, que vai se acelerar quando a ascensão econômica se combinar com a interiorização do conhecimento, o acesso à universidade e as tecnologias de informação.
Perplexos, os que se acreditam mantenedores de nossa ordem hierarquizada confundem sua irrelevância com a decadência definitiva da democracia brasileira. É um jeito elegante de dizer que eles sentem desprezo pelos pobres.
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Seis notas oficiais desmentem a Veja
Reproduzo artigo de Claudio Gonzalez, publicado no sítio Vermelho:
Mais uma nota desmentindo cabalmente a matéria caluniosa da revista Veja sobre o suposto tráfico de influência na Casa Civil foi emitida na tarde de hoje, segunda-feira (13), desta vez pelos Correios. Com essa, já somam seis as notas oficiais que resgatam a verdade dos fatos e desmontam, uma a uma, as ilações levantadas pela revista da editora Abril.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) afirmou em nota oficial que suas ações estão de acordo com a legislação vigente e que os contratos em vigor com a empresa de transporte aéreo de carga MTA (Master Top Airlines Ltda) “resultam de processos licitatórios regulares e transparentes que estão disponíveis para consulta na página dos Correios na internet”.
A empresa afirma ainda que os Correios têm contratos com mais seis empresas para o transporte aéreo de carga e que “todos passaram pelos mesmos crivos das leis 8.666/93 e 10.520/02”.
“A ECT reafirma sua determinação de manter a excelência dos serviços prestados, a transparência da sua gestão, o profissionalismo de sua diretoria e dos seus mais de 109 mil empregados, e que, a despeito de tentativas de desqualificá-la, continua merecendo o reconhecimento da população como uma das instituições mais confiáveis do Brasil”, diz a nota.
As informações foram dadas em resposta à reportagem da revista Veja que apontava Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, como mediador em contratos com a estatal. Para intermediar a operação, teria sido cobrada uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA.
ANAC também repudia informações falsas
Outra instituição pública que emitiu nota desmentindo a revista foi a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela disponibilizou cópias do processo que renovou a concessão da empresa MTA. De acordo com a assessoria de imprensa da agência, os documentos presentes no processo comprovam que não houve irregularidade na renovação da permissão da empresa.
Em nota divulgada no domingo (12), a Anac afirmou que a decisão favorável à MTA em 18 de dezembro aconteceu porque a empresa apresentou a certidão que faltava para comprovar que sua situação previdenciária estava regular. A revista havia insinuado que a decisão deu-se por pressão de lobistas.
Principal fonte desmentiu a revista
Ainda no sábado (11), logo que a revista chegou às bancas, o empresário Fábio Baracat, principal “fonte” da reportagem, divulgou uma nota desmentindo a Veja. Segundo ele, a revista mentiu aos leitores.
Na versão fantasiosa da Veja, Baracat, suposto dono da empresa Via Net e sócio da MTA, queria ampliar a participação de suas companhias nos Correios e, para isso, ele teria pago a suposta propina de aproximadamente 6% sobre um contrato de R$ 84 milhões.
O empresário diz na nota que foi surpreendido com a matéria: “Primeiramente, gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Via Net, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor”.
Ele também negou “qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela”.
Disse ainda que ao procurá-lo, a revista só perguntou sobre a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios. E concluiu dizendo que se sentia como “mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos”.
Em resposta, a revista divulgou outra nota em que tenta se defender, dizendo que a reportagem “não foi construída com base em declarações, mas em intensa apuração jornalística e sobre documentação, parte da qual ainda não foi publicada”. Mas parece que a "documentação" carece de credibilidade.
Empresa citada desconfia que Veja falsificou documentos
A empresa Via Net, citada na reportagem da Veja como pagadora da suposta propina para viabilizar contrato com o Correio, também divulgou nota, com a qual nega a existência do contrato reproduzido pela revista.
Segundo a Via Net, são completamente falsas as informações da revista sobre a relação de Fabio Baracat com a empresa. “Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados”.
A Via Net Express diz na nota que não reconhece o contrato apresentado na reportagem, “não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma”. Afirma também que não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de transpostre aéreo nas aeronaves do Correio. Ou seja, não sobra quase nada de verdade na falsa reportagem da revista.
Dinate do festival de calúnias levantadas pela revista, a Via Net Express diz na nota que “buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabíveis”.
Erenice processa revista e quer direito de resposta
Quem também já formalizou a disposição de levar a Veja às barras dos tribunais é a ministra Erenice Guerra, principal vítima das falsas denúncias levantadas pela revista.
Em nota, Erenice afirmou nesta segunda-feira que contratou um escritório de advocacia para processar a revista Veja por causa das calúnias levantadas pela publicação - todas já contestadas por meio de uma outra nota à imprensa, no sábado.
Assinada pela Casa Civil, a primeira nota afirma que a reportagem é caluniosa e visa apenas “atingir a honra, bem como envolver familiares” da ministra.
Segundo Erenice, quando foi procurada pelo repórter autor das aleivosias, ela e seus familiares forneceram todas as respostas cabíveis a cada uma das interrogações feitas pela revista. “De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos”, denuncia Erenice.
“Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista Veja, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por danos morais quanto para que me garanta o direito de resposta”, diz a nota.
No texto, ela lamenta “que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos”.
Lula: Erenice continua no cargo
A nota de Erenice Guerra e os esclarecimentos que a ministra já prestou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram a confiança de Lula na ministra e o presidente já avisou que, se depender da vontade dele, Erenice fica no cargo. Os dois se encontraram domingo à noite no Palácio da Alvorada – residência do presidente.
A própria ministra tomou a iniciativa de solicitar a abertura de procedimento na Comissão de Ética Pública da Presidência para que o episódio seja apurado. Ela reafirmou que abre mão de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
No início da tarde, a comissão, que fiscaliza a conduta de servidores na administração pública federal, confirmou a abertura de um procedimento preliminar a pedido da ministra. O relator é o advogado Fábio Coutinho. Ele tem um prazo de 10 dias para analisar o caso e, se necessário, solicitar documentos e ouvir pessoas envolvidas, incluindo Erenice. O prazo pode ser prorrogado, mas Coutinho disse pretender finalizar o relatório antes das eleições, em 3 de outubro.
Nassif revela como jornalista da Veja montou a falsa reportagem
O jornalista Luis Nassif, que conhece a Veja por dentro e é autor de vários textos denunciando o “jornalismo de esgoto” que a revista pratica, publicou em seu blog um “roteiro” com o caminho percorrido pelo jornalista Diego Escosteguy --autor da matéria da Veja-- que mostra como foi possível dar "ares de verdade" a uma falsa reportagem.
Segundo Nassif, Veja publicou a própria prova do crime de calúnia. “O jogo da manipulação consiste em pegar um conjunto de informações soltas, depois compor um roteiro à vontade do freguês, uma peça de ficção mas que contenha alguns ingredientes reais”, conta Nassif, e detalha:
Como fez o Diego?
1. Levantou um contrato da Via Net Express com a Capital (do filho da Erenice) em que se fala em taxa de sucesso de 6%.
2. Diz que, pela Via Net, quem assina é o seu dono Fábio Baracat. Na verdade, Baracat nada tem a ver com a empresa, a não ser oferecer serviços eventuais.
3. Levanta matérias recentes da imprensa, sobre as ligações da MTA com a ANAC e os Correios.
4. Ponto: tem os contratos da MTA junto aos Correios e a comissão de 6%. Cruza uma com outra e tem-se o valor da propina.
5. Para fechar o elo, diz que Erenice “indicou” o tal coronel Quá-Quá para a ANAC. A prova: a assinatura dela na indicação. Não informa que todas as indicações para cargos públicos passam pela Casa Civil.
6. A partir dessa soma admirável, a revista faz toda sorte de elucubrações. Fala em financiamento do esquema, em reuniões fechadas, sem celular nem caneta e o escambau.
Nassif mostra ainda que a Veja aponta como “suspeito” um trecho do contrato que é texto padrão de qualquer contrato de consultoria. “Deveria fazer parte da formação dos chamados repórteres invesgativos conhecimento básico sobre contratos”, ironiza Nassif.
“A revista precisava mostrar a “prova” do pagamento de 6% de propina. Mas esse percentual não vinha separado: estava em um parágrafo inteiro que não podia ser suprimido. Precisou, então, publicar o parágrafo inteiro para expor o número mágico dos 6%. Publicando, matou ela própria sua matéria.
E aí fica-se sabendo que a taxa de sucesso nada tinha a ver com a ANAC, com contratos com os Correios, com renovação de concessão. Mas apenas no caso de obter financiamentos – que, pelas declarações do Baracat, nunca foram obtidos.
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Mais uma nota desmentindo cabalmente a matéria caluniosa da revista Veja sobre o suposto tráfico de influência na Casa Civil foi emitida na tarde de hoje, segunda-feira (13), desta vez pelos Correios. Com essa, já somam seis as notas oficiais que resgatam a verdade dos fatos e desmontam, uma a uma, as ilações levantadas pela revista da editora Abril.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) afirmou em nota oficial que suas ações estão de acordo com a legislação vigente e que os contratos em vigor com a empresa de transporte aéreo de carga MTA (Master Top Airlines Ltda) “resultam de processos licitatórios regulares e transparentes que estão disponíveis para consulta na página dos Correios na internet”.
A empresa afirma ainda que os Correios têm contratos com mais seis empresas para o transporte aéreo de carga e que “todos passaram pelos mesmos crivos das leis 8.666/93 e 10.520/02”.
“A ECT reafirma sua determinação de manter a excelência dos serviços prestados, a transparência da sua gestão, o profissionalismo de sua diretoria e dos seus mais de 109 mil empregados, e que, a despeito de tentativas de desqualificá-la, continua merecendo o reconhecimento da população como uma das instituições mais confiáveis do Brasil”, diz a nota.
As informações foram dadas em resposta à reportagem da revista Veja que apontava Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, como mediador em contratos com a estatal. Para intermediar a operação, teria sido cobrada uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA.
ANAC também repudia informações falsas
Outra instituição pública que emitiu nota desmentindo a revista foi a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ela disponibilizou cópias do processo que renovou a concessão da empresa MTA. De acordo com a assessoria de imprensa da agência, os documentos presentes no processo comprovam que não houve irregularidade na renovação da permissão da empresa.
Em nota divulgada no domingo (12), a Anac afirmou que a decisão favorável à MTA em 18 de dezembro aconteceu porque a empresa apresentou a certidão que faltava para comprovar que sua situação previdenciária estava regular. A revista havia insinuado que a decisão deu-se por pressão de lobistas.
Principal fonte desmentiu a revista
Ainda no sábado (11), logo que a revista chegou às bancas, o empresário Fábio Baracat, principal “fonte” da reportagem, divulgou uma nota desmentindo a Veja. Segundo ele, a revista mentiu aos leitores.
Na versão fantasiosa da Veja, Baracat, suposto dono da empresa Via Net e sócio da MTA, queria ampliar a participação de suas companhias nos Correios e, para isso, ele teria pago a suposta propina de aproximadamente 6% sobre um contrato de R$ 84 milhões.
O empresário diz na nota que foi surpreendido com a matéria: “Primeiramente, gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Via Net, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor”.
Ele também negou “qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela”.
Disse ainda que ao procurá-lo, a revista só perguntou sobre a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios. E concluiu dizendo que se sentia como “mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos”.
Em resposta, a revista divulgou outra nota em que tenta se defender, dizendo que a reportagem “não foi construída com base em declarações, mas em intensa apuração jornalística e sobre documentação, parte da qual ainda não foi publicada”. Mas parece que a "documentação" carece de credibilidade.
Empresa citada desconfia que Veja falsificou documentos
A empresa Via Net, citada na reportagem da Veja como pagadora da suposta propina para viabilizar contrato com o Correio, também divulgou nota, com a qual nega a existência do contrato reproduzido pela revista.
Segundo a Via Net, são completamente falsas as informações da revista sobre a relação de Fabio Baracat com a empresa. “Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados”.
A Via Net Express diz na nota que não reconhece o contrato apresentado na reportagem, “não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma”. Afirma também que não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de transpostre aéreo nas aeronaves do Correio. Ou seja, não sobra quase nada de verdade na falsa reportagem da revista.
Dinate do festival de calúnias levantadas pela revista, a Via Net Express diz na nota que “buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabíveis”.
Erenice processa revista e quer direito de resposta
Quem também já formalizou a disposição de levar a Veja às barras dos tribunais é a ministra Erenice Guerra, principal vítima das falsas denúncias levantadas pela revista.
Em nota, Erenice afirmou nesta segunda-feira que contratou um escritório de advocacia para processar a revista Veja por causa das calúnias levantadas pela publicação - todas já contestadas por meio de uma outra nota à imprensa, no sábado.
Assinada pela Casa Civil, a primeira nota afirma que a reportagem é caluniosa e visa apenas “atingir a honra, bem como envolver familiares” da ministra.
Segundo Erenice, quando foi procurada pelo repórter autor das aleivosias, ela e seus familiares forneceram todas as respostas cabíveis a cada uma das interrogações feitas pela revista. “De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos”, denuncia Erenice.
“Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista Veja, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por danos morais quanto para que me garanta o direito de resposta”, diz a nota.
No texto, ela lamenta “que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos”.
Lula: Erenice continua no cargo
A nota de Erenice Guerra e os esclarecimentos que a ministra já prestou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram a confiança de Lula na ministra e o presidente já avisou que, se depender da vontade dele, Erenice fica no cargo. Os dois se encontraram domingo à noite no Palácio da Alvorada – residência do presidente.
A própria ministra tomou a iniciativa de solicitar a abertura de procedimento na Comissão de Ética Pública da Presidência para que o episódio seja apurado. Ela reafirmou que abre mão de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
No início da tarde, a comissão, que fiscaliza a conduta de servidores na administração pública federal, confirmou a abertura de um procedimento preliminar a pedido da ministra. O relator é o advogado Fábio Coutinho. Ele tem um prazo de 10 dias para analisar o caso e, se necessário, solicitar documentos e ouvir pessoas envolvidas, incluindo Erenice. O prazo pode ser prorrogado, mas Coutinho disse pretender finalizar o relatório antes das eleições, em 3 de outubro.
Nassif revela como jornalista da Veja montou a falsa reportagem
O jornalista Luis Nassif, que conhece a Veja por dentro e é autor de vários textos denunciando o “jornalismo de esgoto” que a revista pratica, publicou em seu blog um “roteiro” com o caminho percorrido pelo jornalista Diego Escosteguy --autor da matéria da Veja-- que mostra como foi possível dar "ares de verdade" a uma falsa reportagem.
Segundo Nassif, Veja publicou a própria prova do crime de calúnia. “O jogo da manipulação consiste em pegar um conjunto de informações soltas, depois compor um roteiro à vontade do freguês, uma peça de ficção mas que contenha alguns ingredientes reais”, conta Nassif, e detalha:
Como fez o Diego?
1. Levantou um contrato da Via Net Express com a Capital (do filho da Erenice) em que se fala em taxa de sucesso de 6%.
2. Diz que, pela Via Net, quem assina é o seu dono Fábio Baracat. Na verdade, Baracat nada tem a ver com a empresa, a não ser oferecer serviços eventuais.
3. Levanta matérias recentes da imprensa, sobre as ligações da MTA com a ANAC e os Correios.
4. Ponto: tem os contratos da MTA junto aos Correios e a comissão de 6%. Cruza uma com outra e tem-se o valor da propina.
5. Para fechar o elo, diz que Erenice “indicou” o tal coronel Quá-Quá para a ANAC. A prova: a assinatura dela na indicação. Não informa que todas as indicações para cargos públicos passam pela Casa Civil.
6. A partir dessa soma admirável, a revista faz toda sorte de elucubrações. Fala em financiamento do esquema, em reuniões fechadas, sem celular nem caneta e o escambau.
Nassif mostra ainda que a Veja aponta como “suspeito” um trecho do contrato que é texto padrão de qualquer contrato de consultoria. “Deveria fazer parte da formação dos chamados repórteres invesgativos conhecimento básico sobre contratos”, ironiza Nassif.
“A revista precisava mostrar a “prova” do pagamento de 6% de propina. Mas esse percentual não vinha separado: estava em um parágrafo inteiro que não podia ser suprimido. Precisou, então, publicar o parágrafo inteiro para expor o número mágico dos 6%. Publicando, matou ela própria sua matéria.
E aí fica-se sabendo que a taxa de sucesso nada tinha a ver com a ANAC, com contratos com os Correios, com renovação de concessão. Mas apenas no caso de obter financiamentos – que, pelas declarações do Baracat, nunca foram obtidos.
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Sucesso de Dilma deixa mídia em desespero
Reproduzo artigo de Mário Augusto Jakobskind, publicado no sítio Direto da Redação:
Não adianta teatralizar a campanha eleitoral, nem ficar na base do samba de uma nota só, como acontece com José Serra e seus correligionários na questão da violação dos segredos das declarações do Imposto de Renda.
O tema está sendo investigado e valeria uma pergunta óbvia: a quem interessa o carnaval midiático? A quem está absolutamente na frente das pesquisas ou a quem toda semana vê reduzido os seus índices percentuais? Respostas devem ser enviadas às redações de O Globo e TV Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Veja, entre outras.
Outro fato que está saindo pela culatra para o conservadorismo é a citação a todo momento, negativa, claro, do ex-ministro José Dirceu. Resultado concreto: Zeca Dirceu, filho do “vilão”, está sendo apontado pelos institutos de pesquisa com um dos candidatos a deputado federal dos mais votados do país, algo praticamente inédito em termos de estado do Paraná, onde ele concorre.
Garotinho, ex-governador do estado do Rio, que todo mundo sabe que não é nenhum santo, também foi apontado entre os possíveis candidatos a deputado mais votado do país. Foi linchado por O Globo, com matérias no mínimo discutíveis já que praticamente não foi dado espaço proporcional às acusações.
Antes que algum leitor açodado diga que o autor deste comentário está apoiando este ou aquele candidato, não se pode deixar de constatar fatos concretos. A equipe de Serra no fundo alavancou Zeca Dirceu, enquanto as Organizações Globo mais uma vez demonstram que não estão com a bola toda. Ao longo da história, conspirou contra a ordem constitucional, como em 1964. Hoje não tem respaldo porque os tempos não são mais os da Guerra Fria. E essa constatação independe da confirmação se Garotinho poderá ou não ser candidato.
Quanto às eleições majoritárias, jornais e revistas do Rio e São Paulo, visivelmente orquestrados com a oposição, não dão folga a Dilma Rousseff, mas, como foi dito na semana passada, a cobertura tendenciosa não está surtindo efeito. O dia 3 de outubro está batendo às portas — vamos aguardar o resultado das urnas, que está sendo acompanhado com o máximo interesse em toda a América Latina
Enquanto isso, a Procuradoria da República da Colômbia mandou prender o jornalista William Parra acusando-o de vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc. Parra, de nacionalidade colombiana, está exilado na Venezuela. O jornalista foi chefe da assessoria de imprensa do ex-presidente Ernesto Samper entre 1994 e 1998 e atualmente exercia a função de correspondente da Telesur, o canal de televisão de integração latino-americana.
A acusação do procurador geral da Colômbia Guillermo Mendoza diz que o nome de Parra foi encontrado no computador de Raul Reyes, dirigente das Farc assassinado no Equador pelo governo colombiano. O jornalista nega veementemente a acusação.
Esta informação praticamente não é divulgada pela mídia e não é a primeira vez que isso acontece. Outro jornalista da Telesur, Freddy Munhoz, foi detido em Bogotá em 2006 com as mesmas acusações que estão sendo imputadas a Parra. E sabem o que aconteceu depois de passado o estardalhaço? Munhoz depois teve de ser liberado por total falta de provas.
É o caso de perguntar: onde estão as entidades que se dizem defensoras da liberdade de imprensa na América Latina como, por exemplo, a Sociedade Interamericana de Imprensa? Neste exato momento a SIP está com antenas voltadas para a Argentina, acusando a presidenta Cristina Kirchner de restringir a liberdade de imprensa, quando o certo seria a SIP tirar a máscara e mencionar a liberdade de empresa.
Cristina Kirchner é mesmo a bola da vez do conservadorismo, que chegou a estampar que Nestor Kirchner deu um soco na cara da mulher. A “informação”, sempre entre aspas, se complementava dizendo que ela chegou a cair no chão. Isso aconteceu no ano passado, mas só agora foi divulgado em um livro. Justamente no momento em que os argentinos estão acompanhando a mexida na área midiática feita pelo governo, isso depois de uma ampla discussão pelos mais amplos setores da sociedade.
Em tempo: o jornal Folha de S.Paulo, cujo grupo cedia carros para a repressão no período ditatorial que viveu o Brasil, mandou um enviado especial para Porto Alegre. Objetivo: ouvir a opinião de um agente da ditadura sobre Dilma Roussef.
Nem é necessário transcrever o que disse de negativo. Só este fato serve para ilustrar o desespero que tomou conta das hostes do conservadorismo quanto à provável derrota do discípulo de FHC, José Serra em 3 de outubro próximo. Como se trata de um jornal que considerou o regime anterior como ”ditabranda”, tudo é possível, inclusive a matéria na edição deste domingo.
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Não adianta teatralizar a campanha eleitoral, nem ficar na base do samba de uma nota só, como acontece com José Serra e seus correligionários na questão da violação dos segredos das declarações do Imposto de Renda.
O tema está sendo investigado e valeria uma pergunta óbvia: a quem interessa o carnaval midiático? A quem está absolutamente na frente das pesquisas ou a quem toda semana vê reduzido os seus índices percentuais? Respostas devem ser enviadas às redações de O Globo e TV Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Veja, entre outras.
Outro fato que está saindo pela culatra para o conservadorismo é a citação a todo momento, negativa, claro, do ex-ministro José Dirceu. Resultado concreto: Zeca Dirceu, filho do “vilão”, está sendo apontado pelos institutos de pesquisa com um dos candidatos a deputado federal dos mais votados do país, algo praticamente inédito em termos de estado do Paraná, onde ele concorre.
Garotinho, ex-governador do estado do Rio, que todo mundo sabe que não é nenhum santo, também foi apontado entre os possíveis candidatos a deputado mais votado do país. Foi linchado por O Globo, com matérias no mínimo discutíveis já que praticamente não foi dado espaço proporcional às acusações.
Antes que algum leitor açodado diga que o autor deste comentário está apoiando este ou aquele candidato, não se pode deixar de constatar fatos concretos. A equipe de Serra no fundo alavancou Zeca Dirceu, enquanto as Organizações Globo mais uma vez demonstram que não estão com a bola toda. Ao longo da história, conspirou contra a ordem constitucional, como em 1964. Hoje não tem respaldo porque os tempos não são mais os da Guerra Fria. E essa constatação independe da confirmação se Garotinho poderá ou não ser candidato.
Quanto às eleições majoritárias, jornais e revistas do Rio e São Paulo, visivelmente orquestrados com a oposição, não dão folga a Dilma Rousseff, mas, como foi dito na semana passada, a cobertura tendenciosa não está surtindo efeito. O dia 3 de outubro está batendo às portas — vamos aguardar o resultado das urnas, que está sendo acompanhado com o máximo interesse em toda a América Latina
Enquanto isso, a Procuradoria da República da Colômbia mandou prender o jornalista William Parra acusando-o de vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc. Parra, de nacionalidade colombiana, está exilado na Venezuela. O jornalista foi chefe da assessoria de imprensa do ex-presidente Ernesto Samper entre 1994 e 1998 e atualmente exercia a função de correspondente da Telesur, o canal de televisão de integração latino-americana.
A acusação do procurador geral da Colômbia Guillermo Mendoza diz que o nome de Parra foi encontrado no computador de Raul Reyes, dirigente das Farc assassinado no Equador pelo governo colombiano. O jornalista nega veementemente a acusação.
Esta informação praticamente não é divulgada pela mídia e não é a primeira vez que isso acontece. Outro jornalista da Telesur, Freddy Munhoz, foi detido em Bogotá em 2006 com as mesmas acusações que estão sendo imputadas a Parra. E sabem o que aconteceu depois de passado o estardalhaço? Munhoz depois teve de ser liberado por total falta de provas.
É o caso de perguntar: onde estão as entidades que se dizem defensoras da liberdade de imprensa na América Latina como, por exemplo, a Sociedade Interamericana de Imprensa? Neste exato momento a SIP está com antenas voltadas para a Argentina, acusando a presidenta Cristina Kirchner de restringir a liberdade de imprensa, quando o certo seria a SIP tirar a máscara e mencionar a liberdade de empresa.
Cristina Kirchner é mesmo a bola da vez do conservadorismo, que chegou a estampar que Nestor Kirchner deu um soco na cara da mulher. A “informação”, sempre entre aspas, se complementava dizendo que ela chegou a cair no chão. Isso aconteceu no ano passado, mas só agora foi divulgado em um livro. Justamente no momento em que os argentinos estão acompanhando a mexida na área midiática feita pelo governo, isso depois de uma ampla discussão pelos mais amplos setores da sociedade.
Em tempo: o jornal Folha de S.Paulo, cujo grupo cedia carros para a repressão no período ditatorial que viveu o Brasil, mandou um enviado especial para Porto Alegre. Objetivo: ouvir a opinião de um agente da ditadura sobre Dilma Roussef.
Nem é necessário transcrever o que disse de negativo. Só este fato serve para ilustrar o desespero que tomou conta das hostes do conservadorismo quanto à provável derrota do discípulo de FHC, José Serra em 3 de outubro próximo. Como se trata de um jornal que considerou o regime anterior como ”ditabranda”, tudo é possível, inclusive a matéria na edição deste domingo.
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