Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
Saiu na Folha, seção “Ilustrada”, pág. E8:
“JN perde um de cada quatro espectadores”
“O ‘Jornal Nacional’ (Globo) fechou 2010 com a pior audiência de sua história.”
“Encerrou 2010 com média de 29,8 pontos e 49,3% de share, uma queda de 24% (ênfase minha) de audiência em relação a 2000: perdendo um de cada quatro espectadores”.
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Como se sabe, o ano de 2010 teve Copa – exclusividade do “Cala a Boca, Galvão”, que tem o poder de derrubar e escalar o técnico da seleção.
E teve eleição – onde a Globo não exerce mais o monopólio.
Copa e eleição são puxadores de audiência.
Não adiantou nada.
O carisma e a isenção do Casal 45 (especialmente quando entrevistam candidatos trabalhistas) não conseguiram salvar a pátria.
Muito contribuiu para o naufrágio a iluminada gestão do Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo.
Kamel levou para o jn um padrão de isenção, objetividade, qualidade e inovação que seria inevitavelmente recompensado.
Sobretudo o aspecto da inovação.
Kamel consegue a proeza de fazer o mesmo jornal nacional que o Armando Nogueira fazia nos anos 60, com uma diferença: Armando não tinha computador.
(Outra diferença: o jn do Armando tinha humor, um sorriso nos lábios, especialmente nas reportagens que antecediam o “boa noite” do Cid Moreira. Hoje, o jn tem o senso de humor do Cerra. Uma questão de contágio.)
Numa empresa privada, a queda de 24% – um em cada quatro clientes – significaria demissão.
Mas, como já disse esse ordinário blogueiro, a Globo não é uma empresa propriamente capitalista: é uma prisão de segurança máxima.
Você tem todo o conforto, televisão no quarto, geladeira, passeio no sol, visita íntima, comida de primeira, todas as regalias: só não pode sair de lá.
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