sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Jornalistas do RJ e os tiros no Globocop

Reproduzo matéria publicada no sítio do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro:

Em ofício encaminhado nesta quinta-feira (27) à advogada dos Sindicatos dos Proprietários das Empresas de Radiodifusão e das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas, Magda Hurza, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio pede agendamento urgente de reunião para discutir segurança em cobertura em áreas de risco, conforme estabelece a cláusula 45 do Acordo Coletivo de Trabalho.

“Nesta segunda-feira, dia 24, um helicóptero da TV Globo foi atingido por três tiros durante cobertura de uma operação policial no Morro da Mineira, no Catumbi”, lembra o ofício, para destacar: “Em outras ocasiões, emissoras já colocaram repórteres dentro de caveirões para acompanhar confrontos entre policiais e traficantes.”

“Definitivamente”, assegura texto do ofício, “os jornalistas não podem ficar dependendo somente da sorte no exercício de sua profissão em áreas de conflito, extremamente perigosas. As emissoras de televisão, sem exceção, devem se conscientizar de que, muito acima das brigas de concorrentes por índices de audiência, está a obrigação de garantir a segurança efetiva dos seus jornalistas, adotando medidas de prevenção em vez de ações reparadoras.”

O ofício:

Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2011

À Dra. Magda Hurza

Advogada do Sindicato dos Proprietários das Empresas de Radiodifusão no Estado do Rio de Janeiro e do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro

Ilma. Sra.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro vem requerer o agendamento urgente de reunião para discutir segurança em coberturas de áreas de risco, conforme estabelecido na cláusula nº 45 (Comissão de Segurança) do Acordo Coletivo, celebrado em 2010 com os representantes de todas as emissoras de televisão para discutir soluções imediatas para adoção de políticas administrativas eficientes que garantam a segurança plena dos seus empregados.

Nesta segunda-feira, dia 24, um helicóptero da TV Globo foi atingido por três tiros durante cobertura de uma operação policial no Morro da Mineira, no Catumbi. Como afirmamos em nota distribuída em boletim à categoria e noticiada na página do Sindicato na internet, os ocupantes da aeronave só tiveram a sorte como única aliada para se livrarem de uma tragédia. Em outras ocasiões, emissoras já colocaram repórteres dentro de caveirões para acompanhar confrontos entre policiais e traficantes.

Definitivamente, os jornalistas não podem ficar dependendo somente da sorte no exercício de sua profissão em áreas de conflito, extremamente perigosas. As emissoras de televisão, sem exceção, devem se conscientizar de que, muito acima das brigas de concorrentes por índices de audiência, está a obrigação de garantir a segurança efetiva dos seus jornalistas, adotando medidas de prevenção em vez de ações reparadoras. Somente assim, as empresas poderão atingir o objetivo de prestar serviço à sociedade na divulgação de informações de maneira responsável.

Em razão da relutância dos sindicatos patronais em agendar o debate, aguardaremos resposta sobre a reunião até a próxima terça-feira, dia 1º de fevereiro. Não havendo retorno sobre assunto tão urgente e de extrema relevância para a categoria, sentimo-nos no dever de encaminhar pedido judicial para o cumprimento de cláusula de Convenção Coletiva.

Atenciosamente,

Suzana Blass - Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.

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