Reproduzo reportagem de Tom Perry, da Reuters, publicada no blog Viomundo:
A alegria se transformou em desespero e raiva na praça Tahrir, no centro do Cairo, quando o presidente do país, Hosni Mubarak, acabou na quinta-feira com a esperança de centenas de milhares de manifestantes que exigem sua renúncia após 30 anos no poder.
A multidão acampada na praça dançava, cantava, gritava frases e exibia um mar de bandeiras egípcias, nas cores vermelho, branco e preto, na expectativa de que o tão esperado discurso iria satisfazer o desejo do povo de ver o líder renunciar ao cargo.
“Ele sai nesta noite, nesta noite ele sai”, cantavam alguns na medida em que as notícias sugeriam que Mubarak realmente renunciaria.
Foram muitos os boatos. Alguns diziam que ele iria à Alemanha, enquanto outros estavam confiantes de que o presidente viajaria para os Emirados Árabes Unidos.
Os organizadores do protesto pintavam os rostos daqueles que aderiam ao movimento com as cores nacionais do país. Num certo momento, a praça Tahrir pareceu sediar uma festa de carnaval ao invés de um protesto.
Como de costume, egípcios de todos os estilos de vida e convicções políticas estavam unidos, de islâmicos a esquerdistas seculares, liberais e famílias inteiras.
Uma garota, sentada sobre os ombros de seu pai, tinha a palavra “saia” pintada em sua testa, repetindo a principal exigência de uma multidão que tomou conta da praça Tahrir ao longo da semana.
Momentos antes de Mubarak começar a falar, os manifestantes diziam que estavam prestes a testemunhar a história. “Senta, senta, senta”, gritavam alguns.
Milhares responderam, sentando no chão da praça, numa cena que refletia o espírito de cooperação no acampamento de protesto.
Na grande tela à frente, a aparição do presidente de 82 anos fez com que todos pedissem o fim de qualquer burburinho. Novamente, a multidão cooperou. Um manto de silêncio caiu sobre a praça Tahrir.
Sapatos
Sob um céu claro e uma meia-lua, os soldados em cima de tanques e veículos blindados prestavam mais atenção ao discurso do que qualquer outra pessoa. Alguns fumavam cigarros quando o presidente começou a falar.
Em menos de um minuto, a alegria da multidão deu lugar à aflição. Um homem abaixou a cabeça na medida em que ficava claro que Mubarak não pretendia renunciar.
Alguns tiraram os sapatos, acenando com a sola em mãos. Outros exibiram sua desaprovação com os dedos ou fizeram sinais negativos para Mubarak. Alguns choraram.
Na metade do discurso, a paciência dos manifestantes pareceu se esgotar. Eles se levantaram e gritaram: “Saia, saia, saia.”
“Ele não quer entender. O povo não o quer no poder”, disse Hesham al-Bulak, de 23 anos. “Ele está se mantendo no poder de uma forma que é totalmente bizarra.”
Alguns manifestantes abandonaram o local logo em seguida, enquanto outros ficaram onde estavam, gritando frases de protesto. Falando aos que deixavam a praça, um organizador, com os olhos cheios de lágrimas, gritou: “Não desanimem, não desanimem.”
“Não há desânimo”, respondeu um manifestante. “Não há desespero e não há rendição.”
A alegria se transformou em desespero e raiva na praça Tahrir, no centro do Cairo, quando o presidente do país, Hosni Mubarak, acabou na quinta-feira com a esperança de centenas de milhares de manifestantes que exigem sua renúncia após 30 anos no poder.
A multidão acampada na praça dançava, cantava, gritava frases e exibia um mar de bandeiras egípcias, nas cores vermelho, branco e preto, na expectativa de que o tão esperado discurso iria satisfazer o desejo do povo de ver o líder renunciar ao cargo.
“Ele sai nesta noite, nesta noite ele sai”, cantavam alguns na medida em que as notícias sugeriam que Mubarak realmente renunciaria.
Foram muitos os boatos. Alguns diziam que ele iria à Alemanha, enquanto outros estavam confiantes de que o presidente viajaria para os Emirados Árabes Unidos.
Os organizadores do protesto pintavam os rostos daqueles que aderiam ao movimento com as cores nacionais do país. Num certo momento, a praça Tahrir pareceu sediar uma festa de carnaval ao invés de um protesto.
Como de costume, egípcios de todos os estilos de vida e convicções políticas estavam unidos, de islâmicos a esquerdistas seculares, liberais e famílias inteiras.
Uma garota, sentada sobre os ombros de seu pai, tinha a palavra “saia” pintada em sua testa, repetindo a principal exigência de uma multidão que tomou conta da praça Tahrir ao longo da semana.
Momentos antes de Mubarak começar a falar, os manifestantes diziam que estavam prestes a testemunhar a história. “Senta, senta, senta”, gritavam alguns.
Milhares responderam, sentando no chão da praça, numa cena que refletia o espírito de cooperação no acampamento de protesto.
Na grande tela à frente, a aparição do presidente de 82 anos fez com que todos pedissem o fim de qualquer burburinho. Novamente, a multidão cooperou. Um manto de silêncio caiu sobre a praça Tahrir.
Sapatos
Sob um céu claro e uma meia-lua, os soldados em cima de tanques e veículos blindados prestavam mais atenção ao discurso do que qualquer outra pessoa. Alguns fumavam cigarros quando o presidente começou a falar.
Em menos de um minuto, a alegria da multidão deu lugar à aflição. Um homem abaixou a cabeça na medida em que ficava claro que Mubarak não pretendia renunciar.
Alguns tiraram os sapatos, acenando com a sola em mãos. Outros exibiram sua desaprovação com os dedos ou fizeram sinais negativos para Mubarak. Alguns choraram.
Na metade do discurso, a paciência dos manifestantes pareceu se esgotar. Eles se levantaram e gritaram: “Saia, saia, saia.”
“Ele não quer entender. O povo não o quer no poder”, disse Hesham al-Bulak, de 23 anos. “Ele está se mantendo no poder de uma forma que é totalmente bizarra.”
Alguns manifestantes abandonaram o local logo em seguida, enquanto outros ficaram onde estavam, gritando frases de protesto. Falando aos que deixavam a praça, um organizador, com os olhos cheios de lágrimas, gritou: “Não desanimem, não desanimem.”
“Não há desânimo”, respondeu um manifestante. “Não há desespero e não há rendição.”
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