quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Produtos transgênicos agonizam na Europa

Por Altamiro Borges

Informe divulgado nesta semana pela organização “Amigos de La Tierra” (http://www.tierra.org) revela que o cultivo de produtos transgênicos continua caindo na Europa, ao mesmo tempo em que cresce o número de países da região que proíbe a sua produção e consumo. O documento “Quem se beneficia dos transgênicos” demonstra que apenas em 0,06% dos campos europeus são usados para sua produção, um declínio de 23% desde 2008.

Em sete países da União Européia, o cultivo de milho transgênico da Monsanto é proibido devido às evidências cada vez maiores de seus impactos ambientais e socioeconômicos, bem como às incertezas sobre seus efeitos na saúde. Já a produção da batata transgênica da Basf é proibida em três países por precauções sanitárias e outros cinco estados membros já fizeram queixas à Comissão Européia. A rejeição da opinião pública cresceu em 61% na fase recente.

Rejeição em escala global

David Sánchez, responsável pela seção de agricultura e alimentação dos “Amigos de La Tierra”, garante: “Os cultivos de transgênicos não têm mais futuro na Europa em função da forte oposição social, devido aos impactos ambientais, sociais e econômicos e aos riscos causados à saúde”. Em escala global, o informe da organização demonstra que a rejeição também tem crescido nos países da América Latina.

“O governo brasileiro lançou um programa de soja livre de transgênicos para facilitar o acesso às sementes não-modificadas geneticamente aos agricultores; na Argentina, novas evidências científicas demonstram os graves impactos causados à saúde pelo herbicida glifosato, o que levou à proibição da fumigação perto dos núcleos populacionais; e no Uruguai são cada vez maiores as administrações locais que se declaram livres de transgênicos”.

Novos riscos à sociedade

A coordenadora de soberania alimentar da entidade, Kirtana Chandrasekaran, explica que “os agricultores e a sociedade latino-americanas sofrem as conseqüências dos 10 anos de cultivos transgênicos, com graves implicações sanitárias e custos crescentes. Os mitos sustentados pela indústria dos transgênicos estão sendo derrubados e os estragos causados na região mostram que esta tecnologia não serve. Esta é uma chamada mundial para a agricultura acordar e ser mais ambiental e socialmente responsável”.

O informe, porém, alerta para novos perigos. Segundo descreve, uma nova geração de transgênicos, com base em perigosos pesticidas, como o Dicamba e o 2-4 D, está para ser liberada nos EUA. Também com apoio ostensivo do governo ianque, as multinacionais do setor buscam agora mercados da África para compensar os prejuízos na Europa e na América Latina.

A Fundação Gates, do multimilionário Bill Gates, já investe bilhões de dólares em projetos agrícolas no continente africano. Ele já comprou ações da Monsanto e, sob o falso argumento do combate à fome, tem ampliado seus lucros na região, explorando os pequenos agricultores.

3 comentários:

  1. Correio do Povo:

    Jornal > Rural
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    ANO 116 Nº 146 - PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 23 DE FEVEREIRO DE 2011
    Plantio de transgênico é ainda maior

    O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (ISAAA) anunciou ontem revisão no plantio de lavouras transgênicas no Brasil. Segundo o levantamento, o plantio deve atingir 26 milhões de hectares em 2010/11, valor 2,3% superior ao divulgado em janeiro (25,4 milhões de ha). Com a revisão, verifica-se aumento de 21,5% em relação a 2009/10, número que consolida o Brasil como o segundo país que mais planta sementes geneticamente modificadas. Os Estados Unidos permanecem no topo da lista, com 66,8 milhões de hectares. "Concluído o período de plantio, percebemos que a adoção em 2010 foi ainda maior do que o previsto inicialmente. Além disso, 2010 foi também bastante produtivo", avaliou Anderson Galvão, sócio-diretor da consultoria Céleres.

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  2. No Brasil está acontecendo verdadeiros absurdos com os trans na prateleira do supermercado, você está comprando sem se dá conta do que leva para casa.
    Poucos sabem diferenciar o não trans do trans atravez do simbolo na embalagem,que nuca foi divulgado na grande impresa.
    Pior ainda os outros produtos que são feitos com esses oleos trans e na embalagem não tem sequer um aleta.

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  3. O Governador Roberto Requiao tentou fazer do Parana territorio livre de transgenicos, no que foi execrado pelo agro business, pela midia local e ate por certa "esquerda" alojada no Governo Federal. Como se v^e, mais uma vez Requiao tem razao.

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