Foto: Arquivo Telesur |
O barulho de panelas, modo de protestar característico no Chile utilizado com frequência durante a ditadura, e de um buzinaço, invadiu as ruas das principais cidades chilenas na noite desta terça-feira (22/08), marcando o começo de uma greve geral de 48 horas. Além da paralisação das atividades laborais, as organizações que convocam a atividade pedem para a população "interromper o consumo por dois dias".
Com pedidos que vão desde uma reforma constitucional até a redução de impostos para os combustíveis, a mobilização tem tudo para virar um protesto generalizado contra Sebastián Piñera, o primeiro presidente de direita desde redemocratização do Chile em 1990.
A paralisação foi convocada pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT), a maior central sindical do país, que reúne quase 10% da força de trabalho. A manifestação tem o apoio de estudantes e professores, que há três meses protestam por uma educação pública gratuita e de maior qualidade.
Arturo Martínez, presidente da CUT, afirmou que mais de 80 organizações sociais aderiram. Professores, estudantes, trabalhadores de transporte público, taxistas, funcionários públicos, defensores de direitos humanos, indígenas, sindicalistas e ambientalistas são alguns dos grupos que manifestaram apoio à atividade.
“Será uma grande paralisação nacional social de todos chilenos e chilenas, onde se expressarão demandas de todos os setores sociais para que se respeitem os direitos sociais e cidadãos e se reitere a necessidade de ter no país um novo modelo econômico, uma nova Constituição Política e um novo Código do Trabalho”, destacou.
A paralisação nacional não recebe apoio apenas de organizações chilenas. A Coordenadorade Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), formada por sindicatos da Argentina,Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, divulgou um comunicado em que manifesta apoio e solidariedade à luta chilena.
"Não existirão condições para o desenvolvimento equitativo de nossos povos enquanto não se assegurem medidas de redistribuição da riqueza; a proteção, a garantia e o reconhecimento dos direitos fundamentais do trabalho: salário digno, negociação coletiva, liberdade sindical, direito à greve, garantias contra a demissão injustificada; o acesso à saúde e a uma educação pública de qualidadee à participação dos/as trabalhadores/as e da cidadania na discussão dos assuntos estratégicos para os/as chilenos/as", apresentou.
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