Por Altamiro Borges
De olho nas eleições de 2014, o presidenciável tucano Aécio Neves resolveu investir pesado na atração de dirigentes sindicais. No último sábado (20), ele foi a principal estrela no ato de filiação de 93 sindicalistas ao PSDB de Minas Gerais– eram esperadas mais de 150 adesões. A festança foi um show de cinismo e demagogia, com discursos em defesa dos direitos trabalhistas e da “autonomia sindical”.
Segundo a Folha, vários oradores criticaram o “governo petista” pela “tentativa de aparelhamento do sindicalismo”. Ao saudar os novos tucanos, o senador afirmou que “a filiação é uma demonstração de que, por mais que o governo federal tenha tentado, ele não conseguiu cooptar todo o movimento sindical”. Em coro, os recém-cooptados gritaram “Aécio presidente”, registrou o iG.
Independência de quem?
O PSDB, um partido distante do “povão” – como confessou o próprio FHC –, tem feito esforços para seduzir dirigentes sindicais. A iniciativa mineira faz parte de um projeto nacional para aproximar a sigla do sindicalismo. “Vamos acabar com a imagem negativa de que o PSDB é de viés elitista”, explica Rogério Fernandes, presidente da Força Sindical em Minas Gerais, que trocou o PDT pelo PSDB.
Neste esforço estão envolvidos vários “sindicalistas independentes”. Entre eles, Melquíades Araújo, veterano dirigente da área da construção civil e vice-presidente nacional da Força Sindical, que já disputou várias eleições pelo PSDB; e Davi Zaia, dirigente do PPS – partido-satélite dos tucanos – e secretário de Emprego e Renda do governador Geraldo Alckmin. Haja independência!
Aparelhamento do sindicalismo
No ato deste sábado, Sérgio Guerra, presidente do PSDB, garantiu que “em menos de dois meses vamos criar novas secretarias e renovar as existentes numa modelagem que vai considerar todas as forças sociais e a necessidade, que Aécio Neves e Fernando Henrique defendem, de ser um partido ligado à sociedade, que não seja apenas um partido parlamentar, mas um partido plural”.
Tirando as bravatas de palanque, o objetivo dos tucanos é bem outro. Como aponta Alan Rodrigues, da IstoÉ, “o que está em jogo é a disputa por voz e voto de um exército que representa quase 60 milhões de trabalhadores, seis mil sindicatos e um orçamento de mais de R$ 80 milhões. Nas eleições de 2010, esse poderio sindical conseguiu eleger 61 representantes para o Congresso Nacional, alavancar a campanha de Dilma Rousseff e ainda contribuiu para levar às cordas o candidato do PSDB, José Serra”.
Inimigos dos trabalhadores
Os novos sindicalistas tucanos, porém, terão muitas dificuldades para explicar a sua opção nas bases. Afinal, o PSDB sempre foi um inimigo declarado dos trabalhadores. Durante o governo FHC, o desemprego bateu recorde, os salários sofreram brutal arrocho e houve o desmonte das leis trabalhistas. O fator previdenciário foi criação do ex-presidente. Já nos governos estaduais tucanos, o sindicalismo é tratado com intransigência e arrogância – os professores mineiros que o digam!
Na recente votação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os deputados tucanos votaram contra o fim das demissões imotivadas. O PSDB também se pronunciou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial, e contra outros direitos trabalhistas. Como se observa, é difícil ser sindicalista tucano.
De olho nas eleições de 2014, o presidenciável tucano Aécio Neves resolveu investir pesado na atração de dirigentes sindicais. No último sábado (20), ele foi a principal estrela no ato de filiação de 93 sindicalistas ao PSDB de Minas Gerais– eram esperadas mais de 150 adesões. A festança foi um show de cinismo e demagogia, com discursos em defesa dos direitos trabalhistas e da “autonomia sindical”.
Segundo a Folha, vários oradores criticaram o “governo petista” pela “tentativa de aparelhamento do sindicalismo”. Ao saudar os novos tucanos, o senador afirmou que “a filiação é uma demonstração de que, por mais que o governo federal tenha tentado, ele não conseguiu cooptar todo o movimento sindical”. Em coro, os recém-cooptados gritaram “Aécio presidente”, registrou o iG.
Independência de quem?
O PSDB, um partido distante do “povão” – como confessou o próprio FHC –, tem feito esforços para seduzir dirigentes sindicais. A iniciativa mineira faz parte de um projeto nacional para aproximar a sigla do sindicalismo. “Vamos acabar com a imagem negativa de que o PSDB é de viés elitista”, explica Rogério Fernandes, presidente da Força Sindical em Minas Gerais, que trocou o PDT pelo PSDB.
Neste esforço estão envolvidos vários “sindicalistas independentes”. Entre eles, Melquíades Araújo, veterano dirigente da área da construção civil e vice-presidente nacional da Força Sindical, que já disputou várias eleições pelo PSDB; e Davi Zaia, dirigente do PPS – partido-satélite dos tucanos – e secretário de Emprego e Renda do governador Geraldo Alckmin. Haja independência!
Aparelhamento do sindicalismo
No ato deste sábado, Sérgio Guerra, presidente do PSDB, garantiu que “em menos de dois meses vamos criar novas secretarias e renovar as existentes numa modelagem que vai considerar todas as forças sociais e a necessidade, que Aécio Neves e Fernando Henrique defendem, de ser um partido ligado à sociedade, que não seja apenas um partido parlamentar, mas um partido plural”.
Tirando as bravatas de palanque, o objetivo dos tucanos é bem outro. Como aponta Alan Rodrigues, da IstoÉ, “o que está em jogo é a disputa por voz e voto de um exército que representa quase 60 milhões de trabalhadores, seis mil sindicatos e um orçamento de mais de R$ 80 milhões. Nas eleições de 2010, esse poderio sindical conseguiu eleger 61 representantes para o Congresso Nacional, alavancar a campanha de Dilma Rousseff e ainda contribuiu para levar às cordas o candidato do PSDB, José Serra”.
Inimigos dos trabalhadores
Os novos sindicalistas tucanos, porém, terão muitas dificuldades para explicar a sua opção nas bases. Afinal, o PSDB sempre foi um inimigo declarado dos trabalhadores. Durante o governo FHC, o desemprego bateu recorde, os salários sofreram brutal arrocho e houve o desmonte das leis trabalhistas. O fator previdenciário foi criação do ex-presidente. Já nos governos estaduais tucanos, o sindicalismo é tratado com intransigência e arrogância – os professores mineiros que o digam!
Na recente votação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os deputados tucanos votaram contra o fim das demissões imotivadas. O PSDB também se pronunciou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial, e contra outros direitos trabalhistas. Como se observa, é difícil ser sindicalista tucano.
Sindicalista devia ser proibido de se filiar a partido político. Como os militares da ativa. Pois há um conflito de interesses: se por acaso o sindicalista tiver cargo (eletivo ou não) vinculado ao partido e este fizer um governo contrário aos interesses da classe trabalhadora, surge um conflito de interesses. Mas, como a legislação ainda permite que sindicalistas entrem na vida partidária, eles continuam entrando. Geralmente fazem pelo lado do "contra" o Governo. Se filiavam ao PT (e outros partidos historicamente vinculados à esquerda, como o PDT) antes da Era Lula-Dilma, e agora fazem uma das piores opções possíveis: o PSDB.
ResponderExcluirPor trás dessa adesão, existem convênios com o governo mineiro da ordem de R$2,5 milhões. É preciso esclarecer essa negociata.
ResponderExcluirCertamente os sindicalistas tucanos defendem o trabalho escravo. Professor em Minas Gerais ganha R$ 369,00.
ResponderExcluir