Por Altamiro Borges
No livro obrigatório “Os padrões de manipulação na grande imprensa”, o jornalista Perseu Abramo ensina que a mídia oculta ou realça determinados assuntos de acordo com os seus interesses econômicos e políticos. A mentira descarada não convence. Daí o uso de técnicas refinadas e sutis para manipular a sociedade. Para o mestre do jornalismo, não existe neutralidade da mídia.
Nas manifestações ocorridas ontem (7) em vários cantos do país isto fica patente. As emissoras de rádio e TV, os jornalões e os sítios dos impérios midiáticos deram grande destaque às chamadas “marchas contra a corrupção”. Muitos dos que participaram destes atos até podiam ter boas intenções. Já o realce da mídia demotucana não foi ingênuo. Visou desgastar o atual governo.
A técnica da ocultação
Prova inconteste desta manipulação é que a mesma mídia que deu capa ou longos comentários nas telinhas às “marchas contra a corrupção”, mesmo as mais chinfrins, nada ou pouco falou sobre os atos de protesto do 17º Grito dos Excluídos, organizado pelas pastorais sociais da Igreja e os movimentos populares. Neste caso, por motivos óbvios, a mídia adotou a técnica da ocultação.
Segundo balanço parcial dos organizadores, o Grito dos Excluídos reuniu quase 80 mil pessoas em 25 estados da federação. Com o lema “Pela vida, grita a terra”, os manifestantes exigiram reforma agrária e urbana, mudanças na política econômica, defesa do meio ambiente, entre outras reivindicações. Eles criticaram a concentração de terra, renda e riqueza no Brasil.
A voz dos despossuídos
O maior protesto do Grito dos Excluídos ocorreu em Aparecida do Norte, interior paulista, com cerca de 50 mil pessoas. Em Belo Horizonte, ele reuniu 1,2 mil participantes; em Manaus, mais de 5 mil. Segundo Luis Bassegio, da coordenação do movimento, “o Grito se tornou um espaço de manifestação do povo que não tinha onde levantar a sua voz contra a injustiças sociais”.
A cada ano, o Grito de Excluídos se consolida como um momento importante de mobilização, conscientização e organização dos despossuídos. Hoje, inclusive, ele já tem dimensão continental, com protestos em vários países da América Latina. Apesar da sua relevância, a mídia hegemônica adota a técnica da ocultação. Perseu Abramo denunciou há tempos esse padrão de manipulação:
“Recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses político-partidários, os órgãos de comunicação aprisionam os seus leitores nesse círculo de ferro da realidade irreal, e sobre ele exercem todo o seu poder. O Jornal Nacional faz plim-plim e milhões de brasileiros salivam no ato. A Folha de S.Paulo, o Estado de S.Paulo, o Jornal do Brasil, a Veja dizem alguma coisa e centenas de milhares de brasileiros abanam o rabo em sinal de assentimento e obediência”.
No livro obrigatório “Os padrões de manipulação na grande imprensa”, o jornalista Perseu Abramo ensina que a mídia oculta ou realça determinados assuntos de acordo com os seus interesses econômicos e políticos. A mentira descarada não convence. Daí o uso de técnicas refinadas e sutis para manipular a sociedade. Para o mestre do jornalismo, não existe neutralidade da mídia.
Nas manifestações ocorridas ontem (7) em vários cantos do país isto fica patente. As emissoras de rádio e TV, os jornalões e os sítios dos impérios midiáticos deram grande destaque às chamadas “marchas contra a corrupção”. Muitos dos que participaram destes atos até podiam ter boas intenções. Já o realce da mídia demotucana não foi ingênuo. Visou desgastar o atual governo.
A técnica da ocultação
Prova inconteste desta manipulação é que a mesma mídia que deu capa ou longos comentários nas telinhas às “marchas contra a corrupção”, mesmo as mais chinfrins, nada ou pouco falou sobre os atos de protesto do 17º Grito dos Excluídos, organizado pelas pastorais sociais da Igreja e os movimentos populares. Neste caso, por motivos óbvios, a mídia adotou a técnica da ocultação.
Segundo balanço parcial dos organizadores, o Grito dos Excluídos reuniu quase 80 mil pessoas em 25 estados da federação. Com o lema “Pela vida, grita a terra”, os manifestantes exigiram reforma agrária e urbana, mudanças na política econômica, defesa do meio ambiente, entre outras reivindicações. Eles criticaram a concentração de terra, renda e riqueza no Brasil.
A voz dos despossuídos
O maior protesto do Grito dos Excluídos ocorreu em Aparecida do Norte, interior paulista, com cerca de 50 mil pessoas. Em Belo Horizonte, ele reuniu 1,2 mil participantes; em Manaus, mais de 5 mil. Segundo Luis Bassegio, da coordenação do movimento, “o Grito se tornou um espaço de manifestação do povo que não tinha onde levantar a sua voz contra a injustiças sociais”.
A cada ano, o Grito de Excluídos se consolida como um momento importante de mobilização, conscientização e organização dos despossuídos. Hoje, inclusive, ele já tem dimensão continental, com protestos em vários países da América Latina. Apesar da sua relevância, a mídia hegemônica adota a técnica da ocultação. Perseu Abramo denunciou há tempos esse padrão de manipulação:
“Recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses político-partidários, os órgãos de comunicação aprisionam os seus leitores nesse círculo de ferro da realidade irreal, e sobre ele exercem todo o seu poder. O Jornal Nacional faz plim-plim e milhões de brasileiros salivam no ato. A Folha de S.Paulo, o Estado de S.Paulo, o Jornal do Brasil, a Veja dizem alguma coisa e centenas de milhares de brasileiros abanam o rabo em sinal de assentimento e obediência”.
RACISMO: “Não vamos dar senha porque vocês são pretas do cabelo duro”, diz promotor da Ed. Abril na Bienal
ResponderExcluirEstudantes de Niterói denunciam racismo na Bienal do Livro
Alunos da Escola Estadual Guilherme Briggs, em Santa Rosa, Zona Sul de Niterói, sentiram na pele, na tarde da última segunda-feira, a dor do preconceito racial, que supostamente para muitos não ocorreria mais em nosso país, muito menos nas dependências de uma feira literária, onde nossa cultura é expressada das mais variadas formas, nas páginas publicadas por inúmeras editoras. Preconceito e injúria racial são crimes passíveis de prisão, no artigo 9º da Lei 7716/89.
De acordo com a diretora da escola, Alcinéia de Souza, o fato entristeceu e chocou os alunos da unidade, uma das mais conhecidas do município, foi registrado ontem da Delegacia Legal de Icaraí (77ª DP), e formalmente encaminhado à Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
De acordo com a diretora do estabelecimento de ensino, na tarde de segunda-feira ela levou um grupo de 45 alunos que cursam o Ensino Médio da escola até a Bienal do Livro 2011, que se realiza no pavilhão do Riocentro, na Zona Oeste do Rio. No local, entusiasmados os alunos, com idades entre 15 e 17 anos, se espalharam para apreciar os vários estandes. Segundo os alunos e a diretora, num deles da Editora Abril ocorria uma promoção, onde eram distribuídos uma espécie de senha para que os jovens prestigiassem a tarde de autógrafos do ator e apresentador Rodrigo Faro. Entusiasmadas, duas alunas do colégio, de 16 e 17 anos, se dirigiram até um dos promotores, inicialmente identificado apenas como “Pedro” ou “Roger” – no intuito de conseguir uma das senhas. Do promotor as alunas ouviram (incrédulas) insultos do tipo: “Não vamos dar a senha porque vocês são pretas do cabelo duro”, e também “não gosto de mulheres negras, por isso não darei senhas para vocês”. Segundo uma das alunas, indignada com a ofensa ainda tentou argumentar com o promotor – “isso é um tipo de bullying, e pode te trazer problemas”. Com resposta o promotor rebateu, afirmando que isso não daria problema nenhum para ele”.
Como o grupo estava espalhado pelo pavilhão de exposições, a diretora da escola afirmou que só tomou conhecimento do fato quando os alunos já estavam deixando o evento. Revoltada, Alcinéia retornou ao estende da Editora Abril, à procura do responsável pela representação da empresa, que de acordo com ela pediu-lhe desculpas (omitindo a identificação do promotor) e alegando que tomaria providências. “Sentindo-se humilhada, uma das alunas disse que sequer conseguiu dormir de segunda para terça-feira”, explicou Alcinéia, que no início da tarde de ontem, acompanhada dos alunos, pais, e de um advogado (que também é professor da unidade), José Carlos de Araújo, registrou queixa de crime de Injúria e Preconceito Racial na 77ª DP. A distrital encaminhou o procedimento para a Delegacia Legal do Recreio dos Bandeirantes (42ª DP).
“Ensinamos os princípios da cidadania para os alunos, explicando inclusive que independe de quem sejam, e agora ele passam por uma experiência terrível dessas ? Os alunos da escola estão chocados com o que aconteceu. Fiz questão de comparecer junto com os pais desses estudantes na DP para relatar esse triste fato. Esses estudantes são como filhos pra mim”, disse Alcinéia. “Em pleno século XXI isso ainda acontece em nosso país. Esse fato não se esgota na esfera criminal. Não desejamos isso para nosso país”, disse José Carlos de Araujo, que junto com a diretora, os alunos, e com a cópia do registro levou também ontem o fato ao conhecimento da Secretaria Estadual de Assistência Social de Direitos Humanos para que providências sejam tomadas.
Representantes da Editora Abril não retornaram as ligações da redação.
Texto: Augusto Aguiar
Foto: Bárbara Grebe
Do jornal A Tribuna
No Quem tem medo da democracia?
http://contextolivre.blogspot.com/
Se o PSDB estivesse no poder, seria o PT o partido que tentaria tirar proveito desse movimento social.
ResponderExcluirEm relação a "mídia seletiva", toda mídia que conheço é seletiva, e não tomei conhecimento de qualquer que não fosse. Dada essa limitação é que precisamos democratizar o uso de todas as mídias. Agora, se os que de fato querem democratizar, vierem com papo de "punir" mal uso do jornalismo, ou controlar em qualquer tipo de aspecto o uso da "ética" na informação divulgada, será como dar um tiro no pé, nessa busca pela democratização dos meios de comunicação.
Na verdade, essa é a arma que vocês mesmos dão aos que não querem de forma alguma democratizar o uso das mídias no Brasil. É quase um suicídio.
Mesmo as "marchas contra a corrupção" não noticiaram direito. Aqui na de São Paulo por exemplo, mostraram bem pouco da marcha que teve as 9hrs. Da marcha que teve as 14hrs só vi 10 segundos so SPTV, essa por sinal tava muito maior e com mensagens muito mais fortes, mas a presença em peso do grupo "anonymous" parece assustar a mídia né.
ResponderExcluirPrezado camarada Miro
ResponderExcluirMeu nome é Cléber Sérgio. Creio que posso chamá-lo de camarada pois além de eu ser filiado ao PCdoB, sou blogueiro e mantenho há mais de 2 anos o blog Observadores Sociais (http://www.observadoressociais.blogspot.com/). Meu blog está referenciado no Portal Vermelho e no Barão de Itararé. Tive o prazer de conhecê-lo no 2° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em junho último. O intuito de eu entrar no seu blog e postar este comentário é pedir sua ajuda para publicar no seu blog dois artigos que versam sobre o Grito dos Excluidos em Ribeirão das Neves/MG. Faço parte de uma rede que congrega vários movimentos sociais na cidade cujo nome é Rede 'Nós Amamos Neves'. Tais movimentos reivindicam a melhoria na qualidade no transporte coletivo na cidade, o fim da corrupção na política local (algo endêmico no município)o pagamento do piso nacinal salarial para os educadores municipais etc. Dentre as várias bandeiras empunhadas pela Rede, a mais crucial por que lutamos é a não implantação de mais um complexo prisional na cidade, que já concentra o maior percentual de detentos de Minas Gerais. O presídio, cujas obras vão de vento em popa, será o primeiro em Minas a ser feito no regime de PPP (Parceria Público-Privado)e sua implantação vai impactar de modo muito negativo a vida dos munícipes nevenses. Pois bem, todas essas causas foram levadas para o Grito dos Excluídos em forma de faixas, cartezes, palavres de ordem, cânticos, etc, no último dia 7. Contudo, nosso Grito foi abafado pela truculência das autoridades locais, Prefeito e Polícia Militar, a ponto de um manifestante, um dos líderes do movimento, ter sido preso só porque portava uma faixa com os seguintes dizeres: "Grito dos Excluídos e das Excluídas – Pela Vida, por direitos ! Por isso Gritamos! Fora Cadeias, Chega de Corrupção! Xô Transimão! Rede Amamos Neves". Ficamos acampados em frente à delegacia até que nosso companheiro fosse libertado. Não precisa publicar este comentário. Só o fiz para pedir que você dê publicidade ao processo veiculando em seu blog um dos dois artigos que falam sobre o Grito dos Excluídos na cidade. Os links são os seguintes: (http://www.ribeiraodasneves.net/index.php?section=1&content=1746) e (http://observadoressociais.blogspot.com/2011/09/se-nao-nos-deixarem-sonhar-nao-dormirao.html). Acrescento que nossa briga aqui em Ribeirão das Neves é de Davi contra Golias, por isso precisamos romper os limites municipais e estaduais para que o Brasil saiba o que está acontecendo em nossa cidade.
Agradeço muitíssimo se nos ajudar publicando os artigos supracitados. Caso precise de maiores esclarecimentos, meu e-mail é cleberemiriam@gmail.com
Saudações socialistas.
Cléber Sérgio de Seixas