quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tucanos de MG espionam grevistas

Por Altamiro Borges

Aécio Neves está em plena campanha para a eleição presidencial de 2014. José Serra, o defenestrado, que o diga! Mas é bom ficar esperto. Entre os dois tucanos, não se sabe qual é o mais reacionário. Que o digam os professores de Minas Gerais. Em greve há 92 dias, eles sofrem as piores barbaridades do governador Antonio Anastasia, filhote de Aécio.

A intransigência é a marca do governo de Minas Gerais. Além de bloquear qualquer negociação, Anastasia acionou a polícia para espionar os líderes grevistas. Nesta quinta-feira, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sind-UTE) denunciaram à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa que estão sendo monitorados por policiais militares à paisana.

“Tentativa de intimidação”

Segundo Beatriz Alvarenga, coordenadora da entidade, a espionagem policial é uma "tentativa de intimidação dos grevistas”. O caso é gravíssimo e revela o caráter autoritário dos tucanos mineiros. Tanto que o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), solicitou proteção para os dirigentes do Sind-UTE, temendo qualquer ato de violência.

Esta solicitação ganhou força depois que deputados descobriram que os carros usados no monitoramento da greve são oficiais. As placas aparecem como de consulta restrita. O deputado Rogério Correia, também do PT, conseguiu filmar um dos arapongas nas proximidades da sede do sindicato. Ele fugiu no seu carro Fiat Siena quando foi abordado.

PSDB não cumpre a lei

A repressão tucana à greve dos professores da rede estadual é totalmente descabida. A categoria reivindica o piso salarial nacional, que foi fixado em lei em R$ 1.187 para 40 horas semanais. Após mais de três de paralisação, o governador Anastasia ofereceu na semana passada um mísero salário de R$ 712. Os professores rejeitaram a proposta e decidiram manter a greve.

Em nota pública, o Sind-UTE criticou o governo tucano, “que não cumpre a lei federal e acaba com a carreira dos profissionais em educação”.

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