Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:
Com o capitalismo global à beira do colapso, as expectativas de superação da crise se voltam, mais uma vez, para os países “emergentes” da Ásia, em especial para a China. Esperava-se, até recentemente, a repetição do fenômeno ocorrido em 2008/2009, quando o leste asiático (com exceção do Japão) manteve um ritmo acelerado de crescimento enquanto a Europa e os EUA afundavam na recessão. O vigor asiático compensou, em parte, o declínio das economias centrais e até impulsionou a modesta recuperação dos últimos dois anos. Mas agora as previsões para o leste da Ásia apontam para baixo, acompanhando o cenário sombrio do resto do planeta.
Em uma perspectiva global, a grande diferença entre o período crítico anterior e a tempestade atual é a mudança na conduta dos países mais desenvolvidos. Eles passaram do estímulo à atividade econômica, com injeções trilionárias de dinheiro para salvar as indústrias e os bancos, para uma política de austeridade em que a palavra de ordem é o corte de gastos públicos, mesmo com o risco de agravar a recessão. Endividadas, as potências capitalistas tradicionais se veem na situação de um mágico que já não tem mais coelhos para tirar da cartola, na feliz comparação do economista Nouriel Roubini.
Esse novo quadro complica a vida dos países asiáticos, que dependem fortemente das exportações para o chamado Ocidente. De acordo com um cálculo da organização internacional South Centre, o comércio exterior respondeu por 57% do crescimento econômico do leste da Ásia nos últimos três anos. Agora esses países amargam o declínio de suas exportações, o que está provocando uma queda abrupta em todos os indicadores econômicos. A China, que projetava um crescimento de 9% em 2011, dificilmente ultrapassará os 5%. E isso afetará todos os vizinhos, que fornecem grande parte dos componentes utilizados pela indústria exportadora chinesa.
A saída para a China é ampliar o mercado interno, o que tornaria o país menos vulnerável ao tsunami global. Mas, para isso, seria necessário aumentar o salário dos trabalhadores e diminuir o lucro das empresas privadas – muitas delas, estrangeiras – que prosperam justamente com base no baixo custo da mão-de-obra chinesa. Esse é um impasse que só a luta de classes pode resolver.
Com o capitalismo global à beira do colapso, as expectativas de superação da crise se voltam, mais uma vez, para os países “emergentes” da Ásia, em especial para a China. Esperava-se, até recentemente, a repetição do fenômeno ocorrido em 2008/2009, quando o leste asiático (com exceção do Japão) manteve um ritmo acelerado de crescimento enquanto a Europa e os EUA afundavam na recessão. O vigor asiático compensou, em parte, o declínio das economias centrais e até impulsionou a modesta recuperação dos últimos dois anos. Mas agora as previsões para o leste da Ásia apontam para baixo, acompanhando o cenário sombrio do resto do planeta.
Em uma perspectiva global, a grande diferença entre o período crítico anterior e a tempestade atual é a mudança na conduta dos países mais desenvolvidos. Eles passaram do estímulo à atividade econômica, com injeções trilionárias de dinheiro para salvar as indústrias e os bancos, para uma política de austeridade em que a palavra de ordem é o corte de gastos públicos, mesmo com o risco de agravar a recessão. Endividadas, as potências capitalistas tradicionais se veem na situação de um mágico que já não tem mais coelhos para tirar da cartola, na feliz comparação do economista Nouriel Roubini.
Esse novo quadro complica a vida dos países asiáticos, que dependem fortemente das exportações para o chamado Ocidente. De acordo com um cálculo da organização internacional South Centre, o comércio exterior respondeu por 57% do crescimento econômico do leste da Ásia nos últimos três anos. Agora esses países amargam o declínio de suas exportações, o que está provocando uma queda abrupta em todos os indicadores econômicos. A China, que projetava um crescimento de 9% em 2011, dificilmente ultrapassará os 5%. E isso afetará todos os vizinhos, que fornecem grande parte dos componentes utilizados pela indústria exportadora chinesa.
A saída para a China é ampliar o mercado interno, o que tornaria o país menos vulnerável ao tsunami global. Mas, para isso, seria necessário aumentar o salário dos trabalhadores e diminuir o lucro das empresas privadas – muitas delas, estrangeiras – que prosperam justamente com base no baixo custo da mão-de-obra chinesa. Esse é um impasse que só a luta de classes pode resolver.
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