Por Altamiro Borges
No próximo domingo, 20, ocorre a eleição que definirá o próximo premiê da conflagrada Espanha. Todas as pesquisas apontam a vitória do ultraconservador Mariano Rajoy, do Partido Popular. Na média, ele surge com 46% das intenções de voto, contra 29% que dizem votar no “socialista” Alfredo Pérez Rubalcaba, candidato do decepcionante atual primeiro-ministro, José Luis Zapatero.
Esse provável resultado não se deve ao mérito de Rajoy ou do PP. O candidato, que já disputou e perdeu duas eleições, não tem carisma. É um tecnocrata insosso, cria do fascista José Maria Aznar. Já seu partido expressa as idéias mais retrógradas da Espanha e prega medidas econômicas de cunho fortemente neoliberais, tão desgastadas pela atual crise que varre o velho continente.
Zapatero paga pela submissão
É o próprio colapso econômico do país que explica o sucesso de Rajoy. A Espanha vive uma das piores crises da sua história, sendo um dos elos fracos da devastada Europa. O desemprego bate recorde e vitima 22,6% da força de trabalho, superando os 40% entre os jovens. O cenário é de quebradeira na indústria e na agricultura, de retração no consumo e de aumento da miséria.
Diante da crise, provocada pelas mega-corporações, o governo social-democrata de Zapatero se submeteu às ordens da ditadura do capital financeiro. Nos últimos dois anos, ele impôs várias medidas impopulares, com cortes de salários, demissão de servidores públicos e privatização de estatais. Zapatero é visto como culpado pela crise e o direitista aparece com o slogan de “mudança”.
Um grave retrocesso
Como afirma o cientista político Antonio Elorza, “se não fosse o afundamento de Zapatero, Rajoy nunca seria premiê. Ele é um homem medíocre, pouco imaginativo. Mas joga com o fato de ser a mudança”. Já o economista Alberto Urrutia avalia que, “para a classe empresarial, ele é a única saída para a Espanha não ter que pedir ajuda à União Européia”.
Na área econômica, Mariano Rajoy propõe radicalizar a “austeridade fiscal” e promover um nova rodada de privatizações. Já no campo político, o retrocesso é evidente. O ultraconservador já anunciou que pretende rever as políticas de igualdade implantadas por José Luis Zapatero, como a lei que permite o casamento gay e a que flexibiliza a proibição do aborto.
Ausência de alternativas
A situação do povo espanhol é contraditória e dramática. A chamada “revolução dos indignados”, iniciada em 15 de maio com a ocupação da Praça Portal do Sol, em Madri, continua mobilizando milhares de pessoas e revela o grau de revolta do povo contra a regressão imposta no país. Essa onda de protesto, porém, não conseguiu ainda forjar alternativas.
Muitos dos seus participantes, inclusive, pregam a negação da política e dos partidos e defendem o voto nulo nas eleições deste domingo. O risco é a Espanha ser comandada novamente pelo direitista PP, exatamente quando se aprofunda a crise. Poderia haver uma combinação de caos econômico e governo ainda mais autoritário, ditatorial.
No próximo domingo, 20, ocorre a eleição que definirá o próximo premiê da conflagrada Espanha. Todas as pesquisas apontam a vitória do ultraconservador Mariano Rajoy, do Partido Popular. Na média, ele surge com 46% das intenções de voto, contra 29% que dizem votar no “socialista” Alfredo Pérez Rubalcaba, candidato do decepcionante atual primeiro-ministro, José Luis Zapatero.
Esse provável resultado não se deve ao mérito de Rajoy ou do PP. O candidato, que já disputou e perdeu duas eleições, não tem carisma. É um tecnocrata insosso, cria do fascista José Maria Aznar. Já seu partido expressa as idéias mais retrógradas da Espanha e prega medidas econômicas de cunho fortemente neoliberais, tão desgastadas pela atual crise que varre o velho continente.
Zapatero paga pela submissão
É o próprio colapso econômico do país que explica o sucesso de Rajoy. A Espanha vive uma das piores crises da sua história, sendo um dos elos fracos da devastada Europa. O desemprego bate recorde e vitima 22,6% da força de trabalho, superando os 40% entre os jovens. O cenário é de quebradeira na indústria e na agricultura, de retração no consumo e de aumento da miséria.
Diante da crise, provocada pelas mega-corporações, o governo social-democrata de Zapatero se submeteu às ordens da ditadura do capital financeiro. Nos últimos dois anos, ele impôs várias medidas impopulares, com cortes de salários, demissão de servidores públicos e privatização de estatais. Zapatero é visto como culpado pela crise e o direitista aparece com o slogan de “mudança”.
Um grave retrocesso
Como afirma o cientista político Antonio Elorza, “se não fosse o afundamento de Zapatero, Rajoy nunca seria premiê. Ele é um homem medíocre, pouco imaginativo. Mas joga com o fato de ser a mudança”. Já o economista Alberto Urrutia avalia que, “para a classe empresarial, ele é a única saída para a Espanha não ter que pedir ajuda à União Européia”.
Na área econômica, Mariano Rajoy propõe radicalizar a “austeridade fiscal” e promover um nova rodada de privatizações. Já no campo político, o retrocesso é evidente. O ultraconservador já anunciou que pretende rever as políticas de igualdade implantadas por José Luis Zapatero, como a lei que permite o casamento gay e a que flexibiliza a proibição do aborto.
Ausência de alternativas
A situação do povo espanhol é contraditória e dramática. A chamada “revolução dos indignados”, iniciada em 15 de maio com a ocupação da Praça Portal do Sol, em Madri, continua mobilizando milhares de pessoas e revela o grau de revolta do povo contra a regressão imposta no país. Essa onda de protesto, porém, não conseguiu ainda forjar alternativas.
Muitos dos seus participantes, inclusive, pregam a negação da política e dos partidos e defendem o voto nulo nas eleições deste domingo. O risco é a Espanha ser comandada novamente pelo direitista PP, exatamente quando se aprofunda a crise. Poderia haver uma combinação de caos econômico e governo ainda mais autoritário, ditatorial.
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