Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
O governador Geraldo Alckmin declarou que os estudantes que a Polícia Militar prendeu após retirar da Reitoria da USP estariam precisando de aulas de democracia. Em vez de entrar nos méritos da presença ou não da polícia na Cidade Universitária, aqui será analisada essa declaração do governador de São Paulo.
Para tanto, comecemos pela ótica da autoridade constituída. Não se pode negar que a organização social e política do Brasil obriga à aceitação de regras que podem ser resumidas a uma, básica, de que o poder que emana das urnas tem que ser aceito por todos, mesmo pelos que discordam da decisão eleitoral da maioria.
Provavelmente, Alckmin se referiu ao poder legítimo e constitucional que tem de nomear o reitor da universidade pública e à sua prerrogativa de que esse reitor seja alinhado à visão de quem o nomeou. E de que tome medida completamente dentro de sua alçada como a de pôr a polícia na USP.
As ponderações podem até ser conduzidas no âmbito de tais cânones democráticos, mas as nuanças políticas, ideológicas, sociais e culturais não podem ser desprezadas.
O aprendizado de democracia também falhou com Alckmin. Sua decisão monocrática afetou não só aos alunos, mas a todos os que transitam pela USP, sejam do corpo discente, sejam do corpo docente, sejam funcionários. Todos têm direito de opinar. Trata-se de uma questão de Segurança Pública, não de Educação.
Ganhar uma eleição não dispensa o eleito de ouvir a sociedade. Vejam essa questão da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os votos que Dilma ou Lula receberam não os dispensaram de discutir a execução da obra, sobretudo com os que serão imediatamente afetados. Por isso, incontáveis debates foram travados.
Pergunta: quantos fóruns de discussão o reitor indicado por Alckmin promoveu antes de tomar uma decisão como aquela?
E a imprensa? Será que os meios de comunicação deram igualdade de condições a todas a visões? Segundo a ombudsman do jornal Folha de São Paulo, não deram. Ela afirmou, no último domingo, que a imprensa sufocou aqueles que discordavam de sua opinião e deu espaço desmedido ao lado que concorda consigo.
Pelo visto, faltam conhecimentos de democracia não só aos alunos da USP, mas também ao governador do Estado, ao reitor que ele indicou e à imprensa, cuja missão institucional é informar seu público e não convencê-lo de suas teses. Não será fácil, pois, ensinar democracia a tanta gente. Faltarão professores.
O governador Geraldo Alckmin declarou que os estudantes que a Polícia Militar prendeu após retirar da Reitoria da USP estariam precisando de aulas de democracia. Em vez de entrar nos méritos da presença ou não da polícia na Cidade Universitária, aqui será analisada essa declaração do governador de São Paulo.
Para tanto, comecemos pela ótica da autoridade constituída. Não se pode negar que a organização social e política do Brasil obriga à aceitação de regras que podem ser resumidas a uma, básica, de que o poder que emana das urnas tem que ser aceito por todos, mesmo pelos que discordam da decisão eleitoral da maioria.
Provavelmente, Alckmin se referiu ao poder legítimo e constitucional que tem de nomear o reitor da universidade pública e à sua prerrogativa de que esse reitor seja alinhado à visão de quem o nomeou. E de que tome medida completamente dentro de sua alçada como a de pôr a polícia na USP.
As ponderações podem até ser conduzidas no âmbito de tais cânones democráticos, mas as nuanças políticas, ideológicas, sociais e culturais não podem ser desprezadas.
O aprendizado de democracia também falhou com Alckmin. Sua decisão monocrática afetou não só aos alunos, mas a todos os que transitam pela USP, sejam do corpo discente, sejam do corpo docente, sejam funcionários. Todos têm direito de opinar. Trata-se de uma questão de Segurança Pública, não de Educação.
Ganhar uma eleição não dispensa o eleito de ouvir a sociedade. Vejam essa questão da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os votos que Dilma ou Lula receberam não os dispensaram de discutir a execução da obra, sobretudo com os que serão imediatamente afetados. Por isso, incontáveis debates foram travados.
Pergunta: quantos fóruns de discussão o reitor indicado por Alckmin promoveu antes de tomar uma decisão como aquela?
E a imprensa? Será que os meios de comunicação deram igualdade de condições a todas a visões? Segundo a ombudsman do jornal Folha de São Paulo, não deram. Ela afirmou, no último domingo, que a imprensa sufocou aqueles que discordavam de sua opinião e deu espaço desmedido ao lado que concorda consigo.
Pelo visto, faltam conhecimentos de democracia não só aos alunos da USP, mas também ao governador do Estado, ao reitor que ele indicou e à imprensa, cuja missão institucional é informar seu público e não convencê-lo de suas teses. Não será fácil, pois, ensinar democracia a tanta gente. Faltarão professores.
O (des)governador geraldinho alckimin, está, ele sim, precisando de aulas de democracia. Durante o ato na USP, ele disse que a "lei é para todos". Exatamente, (des)governador. O senhor precisa cumprir a lei do piso nacional salarial dos professores de SP, no que se refere 'a jornada de trabalho. Aplicação já da jornada do piso.
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