domingo, 18 de dezembro de 2011

Merval Pereira é uma ficção da Globo

Por Altamiro Borges

Merval Pereira, o novo imortal (ou será imoral?) da Academia Brasileira de Letras, demorou a escrever sobre o livro “A privataria tucana”. Quando resolveu fazê-lo, o serviçal da Rede Globo esbanjou ressentimento e ingratidão. Na sua posse na ABL, ele mesmo havia elogiado o jornalista Amaury Ribeiro, jactando-se de tê-lo “dirigido” numa reportagem em 1999 que ganhou o Prêmio Esso.

Hoje, no artigo “A ficção do Amaury”, no jornal O Globo, ele utiliza os mesmos argumentos dos privatas tucanos para desqualificar o premiado “amigo” de redação. Afirma que Amaury Ribeiro “foi indiciado pela PF por quatro crimes”, apoiou Dilma e que “o livro faz parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem”.

Bajulador pegajoso dos tucanos

A maior parte do texto, que parece ter sido obrado junto com algum grão-tucano, tenta justificar as privatizações efetuadas no reinado de FHC. Neste caso, Merval Pereira é coerente. Ele sempre foi um entusiasta neoliberal da privataria e um bajulador pegajoso do ex-presidente. Nunca escondeu o seu ódio preconceituoso a Lula, o que lhe rendeu um “livro” e uma cadeira na decrépita ABL.

Além de elogiar as criminosas privatizações, o maior assalto ao patrimônio público da história do Brasil, Merval também se esforça para inocentar os chefões do PSDB, principalmente Serra, das várias denúncias – todas fartamente documentadas no livro – de corrupção, lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, quebras de sigilos financeiros, arapongagens e outros crimes. Os tucanos são santos!

A inveja é uma merda

Talvez por dor de cotovelo, o tedioso comentarista da TV Globo afirma que o livro “é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas”. A inveja realmente é uma merda!

Neste trecho, Merval destila seu ódio também contra a blogosfera e defende seus patrões, os barões da mídia. Para ele, a chamada “grande imprensa” acertou ao não dar destaque para o livro de Amaury Ribeiro. “Por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados por verba oficial e fazem propaganda política, ela demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro”. Haja cinismo!

No que se refere às verbas oficiais, talvez sem os bilionários recursos em publicidade, que o governo Dilma insiste em despejar nas contas da Rede Globo, ele perderia o seu empreguinho. Já no tocante à “propaganda política”, ele e outros “calunistas” deveriam fazer parte da folha de pagamento dos tucanos e rentistas – talvez num paraíso fiscal. Merval não passa de uma ficção da Rede Globo!

11 comentários:

  1. A grande mídia ainda pisa em ovos (e desliza na lama) ao tentar tratar do Privataria Tucana. Cadê a entrevista com o Amaury, pelo PIG? Cadê um cotejo detalhado, aprofundado, inclusive com outros escândalos? Cadê jornalismo? É simplesmente patético!

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  2. Caro Miro,

    Se for realizada auditagem séria sobre quem sustenta quem, veremos que a blogosfera não recebe nem 0.00001% de verbas públicas, ainda que por meio indiretos.

    Já a mídia ordinária(lato sensu, entenda-se)vive de pires na mão, e seu apetite parece não ter fim.

    E só em um governo de esquerda para alimentar esse "monstro", e nada lhe exigir em troca, ou seja, a adulação e subserviência.

    Quer dizer: usamos dinheiro público e concessões públicas para ouvirmos falar mal de um governo, cujas políticas a esmagadora maioria da população apóia.

    Vocês imaginam cenário parecido na octaéride fernandista ou no mandarinato serrista em SP?


    O que merval, o imoral, não sabe é que a plataforma dos blogs não necessita cooptação, até porque, cada órgão, cada governante, cada empresa estatal ou ente de poder, pode e deve criar sua própria ferramenta de comunicação.

    Outro erro comum, e aí estão incluídos alguns ditos "progressistas", é resumir a comunicação social a jornalismo.

    Não é: Há na militância dos blogs, nas suas escolhas variadas por essa ou aquela orientação política muito mais diversidade e contraditório que na chamada "imprensa livre", que a bem da verdade, condiciona redações aos departamentos financeiros, com raríssimas, honrosas e conhecidas exceções.

    Um abraço.

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  3. Miro,
    Aproveito a oportunidade para agradecer sua análise e cumprimentá-lo pela qualidade de sua excelente contribuição na formação de uma nova opinião e consciência política no Brasil.

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  4. Nem a extinção do trema ele considera, quiçá a dos tucanos...

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  5. "...por que precisava analisar com tranqüilidade o livro"

    Quando houve o caso "dos livro" do MEC, que supostamente continha erros de concordância, passaram por cima de todos os linguistas no melhor exemplo do "não li e não gostei". Agora, precisam analisar com tranquilidade....

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  6. Só rindo do cinismo do Merval!
    Credibilidade... o policial João das couves teve por parte da Veja e da grande (?) da imprensa ao julgar e condenar ao seu bel prazer os desafetos, na ânsia do derruba ministro e atinja dilma.
    A velha mídia "precisava analisar com tranquilidade o livro" Ô Fala Sério, Merval!
    Em tempo: já mostraram para ele os erros crassos de português que ele cometeu em sua "grande obra literária"(??) - coletânea de artigos defenestrando o Lula, exibindo sua raiva contra o ex presidente?

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  7. Ewerardo Tabatinga, Belo Horizonte.18 de dezembro de 2011 às 20:24

    A bem da verdade, desde muito tempo, seleciono a minha leitura e, por isso, não leio o que escrevem certas pessoas, nem o que publicam certos jornais e revistas. Então, nem conheço esse tal jornalista. Só sei, através de seus críticos, de que é um serviçal da mídia engajada, de que lado ele está e o que defende. E isso não me interessa, ou seja, não perco meu precioso tempo com ele.
    Como cidadão, republicano, sou contra os neoliberais de plantão, que atacam, saqueiam e tentam destruir o Estado Democrático de Direito.

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  8. Merdal é assim, um bosta!

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  9. Miro alguém já fez a piada, mas eu não encontrei na internet:

    "A Soma e o Resto" depois d' "A Privataria Tucana".

    Go Oliveria

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  10. Por falar em "ficção", está engraçado ver o blogueiro da veja (mais conhecido como "Rei do Esgoto") tentando caracterizar o livro de Amaury como uma peça literária sem rigor jornalístico. O Rei foi lembrado de que em 2002 a sua veja denunciava Ricardo Sérgio e José Serra pelos mesmos escândalos agora comprovados em farta documentação.
    Deve ser difícil trabalhar com uma coleira apertada no pescoço..

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  11. Calma, não se desesperem, pois o próprio autor do texto (o "imortal") desconstrói os argumentos ao longo da escrita. Vamos lá:

    "[..]as denúncias dos que participaram das falcatruas, sejam elas quais forem, têm a credibilidade do relato por dentro do crime.[..]"

    Deixa ver se ficou claro: quem participa de falcatrua é bandido (segundo o texto);
    Bandido, por participar do crime, tem credibilidade (segundo o texto).

    Isso desconstrói a argumentação posterior:

    "[..]Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes [..] e evidentemente tem pouca credibilidade na origem.".

    De acordo com a lógica do texto, bandido tem credibilidade; o Amaury, por ter sido indiciado, (segundo a lógica do texto) deve ser bandido; logo, o Amaury (segundo a lógica do texto) deveria ter credibilidade.

    Resumindo: ele (o "imortal") supõe que o Amaury tem credibilidade, mas ao mesmo tempo deixa claro que o Amaury não tem credibilidade. Uma baita contradição que não faz sentido nenhum ...

    "J"enial quem escreveu esse texto, não acham? kkkkkkkkkk

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