Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.
Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.
Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.
Objetiva, é bom frisar, porque, embora se trate de uma biografia autorizada – Amaral trabalhou na campanha da Dilma -, a narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.
Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.
É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.
Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.
Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG, com a Folha e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.
O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).
E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno.
A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.
Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.
Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG afora – e destruiu a candidatura de Roseana.
Sempre com a ajuda da Polícia Federal.
(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado, acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)
Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.
Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.
Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.
Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG, com a ajuda da Policia Federal.
Uma dupla do barulho!
A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.
Que quase – quase, frise-se, deu certo.
Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete do presidente Fernando Henrique.
Uma mania, digamos assim.
No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.
Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.
Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog publicou repetidas vezes
Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.
Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.
Jenial!
O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.
A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.
Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.
Muito menos o jornal nacional.
E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.
Esses bastam.
O resto vem no bolo.
Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.
Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.
E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.
Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.
Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.
E a filha ia se safar, numa boa.
Aí, a casa caiu.
Ele soube do livro do Amaury.
Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.
O Privataria Tucana já começava a ser impressa.
E o Cerra deixou de ser intocável.
A mágica foi descoberta.
E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.
Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.
Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.
Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.
Objetiva, é bom frisar, porque, embora se trate de uma biografia autorizada – Amaral trabalhou na campanha da Dilma -, a narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.
Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.
É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.
Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.
Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG, com a Folha e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.
O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).
E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno.
A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.
Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.
Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG afora – e destruiu a candidatura de Roseana.
Sempre com a ajuda da Polícia Federal.
(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado, acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)
Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.
Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.
Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.
Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG, com a ajuda da Policia Federal.
Uma dupla do barulho!
A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.
Que quase – quase, frise-se, deu certo.
Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete do presidente Fernando Henrique.
Uma mania, digamos assim.
No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.
Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.
Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog publicou repetidas vezes
Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.
Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.
Jenial!
O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.
A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.
Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.
Muito menos o jornal nacional.
E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.
Esses bastam.
O resto vem no bolo.
Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.
Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.
E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.
Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.
Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.
E a filha ia se safar, numa boa.
Aí, a casa caiu.
Ele soube do livro do Amaury.
Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.
O Privataria Tucana já começava a ser impressa.
E o Cerra deixou de ser intocável.
A mágica foi descoberta.
E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.
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