domingo, 25 de março de 2012

As ligações de Demóstenes com Mendes

Por Altamiro Borges

A Folha deste domingo (25) informa que o demo Demóstenes Torres, mais sujo do que pau de galinheiro após as revelações sobre o seu vínculo com o mafioso Carlinhos Cachoeira, emprega como assessora uma enteada do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia bombástica reforça a suspeita de que ambos sempre se articularam nas suas conspirações golpistas.
“Posto de confiança e livre nomeação”

Segundo reportagem de Leandro Colon e Fernando Mello, “sob o risco de virar alvo do STF, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) emprega em seu gabinete uma enteada de Gilmar Mendes, um dos 11 ministros da corte. Ketlin Feitosa Ramos, que é tratada na família como filha do ministro, ocupa o cargo de assessora parlamentar de Demóstenes, posto de confiança e livre nomeação”.

A Folha relata que Demóstenes vive uma “crise política por ter seu nome envolvido na Operação Monte Carlo, que desmontou no mês passado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de jogos caça-níquel. Acusado de ser o chefe do esquema, o empresário (sic) Carlinhos Cachoeira é amigo de Demóstenes e teve 300 telefonemas com ele gravados pela polícia”.

Presentinhos ou comissão no crime?

O próprio líder do DEM já confessou que “recebeu de Cachoeira um telefone antigrampo, um fogão e uma geladeira de presentes de casamento. Investigação mostrou que o senador também pediu ao empresário R$ 3 mil para pagar despesas de táxi-aéreo”. A Folha evita repercutir uma denúncia bem mais grave, feita pelo jornalista Leandro Fortes da revista CartaCapital:

“Três relatórios assinados pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos, então chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (DRCOR), da Superintendência da PF em Goiânia, revelam que Demóstenes tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino, calculada em, aproximadamente, 170 milhões de reais nos últimos seis anos”.

O suspeito grampo telefônico

A revelação da Folha sobre o emprego da enteada de Gilmar Mendes coloca sob suspeita a análise das denúncias contra o senador Demóstenes Torres. Se o procurador-geral Roberto Gurgel decidir apurar o caso, o que tem evitado há três anos, ele será enviado para julgamento dos 11 ministros do STF. Como fica a situação de Gilmar Mendes? Ele terá isenção para julgar o seu amigo?

Além disso, a denúncia reabre antiga ferida. Em agosto de 2008, a mídia fez alarde sobre um suposto grampo telefônico realizado pela Agência Brasileira de Inteligência de uma conversa entre Demóstenes e Gilmar Mendes. Chegou-se a falar até em criação de CPI. O senador nunca apresentou o áudio da escuta. Agora, ressurge a dúvida: o grampo existiu de fato ou foi armação da dupla?

Na época, empenhada na oposição ao ex-presidente Lula, a Folha fez estardalhaço sobre o caso. Agora, Elio Gaspari, colunista do jornal, insinua que pode ter havido uma “coincidência”. “Demóstenes Torres denunciou espetacularmente que alguém gravara uma conversa sua com o presidente do Supremo, Gilmar Mendes... O grampo da PF [sobre as relações com mafioso Cachoeira] está num relatório oficial, o da conversa com Gilmar Mendes jamais apareceu”.

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2 comentários:

  1. Blog do nassif

    Não haverá mais como impedir a abertura das comportas: a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, sobre as atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, chegou até a revista Veja.

    As gravações efetuadas mostram sinais incontestes de associação criminosa da revista com o bicheiro. São mais de 200 telefonemas trocados entre ele e o diretor da sucursal de Brasilia Policarpo Jr.

    Cada publicação costuma ter alguns repórteres incumbidos do trabalho sujo. Policarpo é mais que isso.

    epois da associação com Cachoeira, tornou-se diretor da sucursal da revista e, mais recentemente, passou a integrar a cúpula da publicação, indicado pelo diretor Eurípedes Alcântara. Foi um dos participantes da entrevista feita com a presidente Dilma Rousseff.
    Nos telefonemas, Policarpo informa Cachoeira sobre as matérias publicadas, trocam informações, recebe elogios.

    Há indícios de que Cachoeira foi sócio da revista na maioria dos escândalos dos últimos anos.

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  2. Não posso dizer o que penso.

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