Por Altamiro Borges
Neste domingo (25), o PSDB realiza as prévias para definir seu candidato às eleições para a prefeitura da capital paulista. Como já desabafaram alguns filiados tucanos, a iniciativa virou uma “palhaçada”. Dos quatro pré-candidatos, dois se retiraram da disputa, cumprindo o papel de “flanelinhas”, e outros dois foram humilhados por José Serra, que não topou sequer participar de debates.
Disque-carona e churrasco
Preocupados com o fiasco das prévias, lideranças tucanas oferecem carona e churrasco para os filiados, segundo revelou a Folha numa pequena nota. “Apoiador declarado do ex-governador José Serra, Evandro Losacco, ex-presidente do diretório de Cursino (zona sul) distribuiu cartas chamando filiados. Ele encerra o texto divulgando um telefone, caso o militante ‘precise de carona’”.
Já o diretório de Vila Jacuí (zona leste) organizou um churrasco, “sem custos para o caixa oficial do partido”, garante a Folha. “A criação desse tipo de atrativo é estimulada pelas campanhas dos pré-candidatos. Como o voto não é obrigatório, fazer com que os apoiadores saiam de casa para ir às urnas é considerado um fator decisivo para o resultado da disputa interna”.
Desencantos e disputas internas
Todo este esforço para mobilizar os filiados, num partido que sempre foi comandado por caciques e não tem tradição de eleições internas, não garante dias de sono tranquilo para o notívago José Serra. É quase certo que ele vencerá a prévia, apesar dos esperneios de José Aníbal e Ricardo Trípoli. Ele conta com o apoio da máquina partidária e possui maior visibilidade no interior do PSDB.
Mas nada garante que sua candidatura será um passeio. Serra sabe que seu índice de rejeição é elevado. O episódio do abandono da prefeitura em 2006, apesar do compromisso por escrito de que não trairia dos eleitores, ainda pesa contra a sua biografia. E, na semana passada, ele ainda tripudiou sobre os paulistanos, ao dizer que a sua promessa era apenas “um papelzinho” sem valor.
Além disso, a própria “palhaçada” da prévia desencantou uma parte da militância tucana. Para piorar, Serra ainda gera atritos na cúpula do PSDB. Ele já traiu Geraldo Alckmin e teme que sua vingança seja maligna. O próprio Aécio Neves, que poderia vibrar com o abandono do sonho presidencial de Serra, não deve confiar totalmente na sua nova promessa de que não deixará a prefeitura.
“Com Serra, PSDB só tem a perder”
Em artigo no jornal Valor de hoje (23), o sociólogo Alberto Carlos Almeida, um aecista assumido, deixou patente que o clima não é de paz no ninho tucano. Intitulado “Com Serra, o PSDB só tem a perder”, o texto alerta para uma nova guerra fratricida no PSDB. Vale conferir alguns trechos do artigo, pinçados pelo sempre atento Saul Leblon, do sítio Carta Maior:
Caso Serra seja o escolhido nas prévias do PSDB para concorrer à Prefeitura de São Paulo, será também escolhido o mais novo lema do partido: em time que está perdendo não se mexe. A pior forma de solidão é a companhia de José Serra. É por isso que o PSDB está na iminência de cometer mais um erro político: escolhê-lo como candidato a prefeito de São Paulo.
O candidato derrotado por Dilma Rousseff de maneira acachapante não prima por ser um homem partidário. Não custa lembrar o que ele fez na última eleição para prefeito de São Paulo: apoiou um candidato de outro partido, Gilberto Kassab, fazendo tudo para que Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB, fosse derrotado. É impressionante que haja tucanos dispostos a apoiar um político que fez isso.
Serra é tão desagregador que a simples colocação de seu nome como pré-candidato já resulta em importante cizânia interna... Assim, caso o PSDB o escolha candidato a prefeito em 2012, estará optando por perder a eleição qualquer que seja o resultado dela. É uma obviedade que, se o candidato Serra perder, se tratará de mais uma derrota para os tucanos.
Porém, se Serra for eleito, também será uma derrota. Uma vez na prefeitura e diante da eleição para governador de Estado em 2014, caso Kassab seja candidato enfrentando Alckmin, o prefeito da capital vai apoiar Kassab. Ele já fez isso uma vez, o que torna mais fácil ainda fazer uma segunda vez.
Serra prefeito será uma pedra no sapato de Aécio Neves... Quanto a uma eventual vitória de Serra nas prévias, Lula e o PT agradecem. Afinal, o PSDB terá consagrado seu mais novo lema: "Em time que está perdendo não se mexe".
*****
Leia também:
- Prévias do PSDB viraram "palhaçada"
- Dois "flanelinhas" desistem da prévia
- José Serra e as prévias do PSDB
- Parabéns Serra, o eterno candidato
- Tiririca e os "palhaços" do PSDB
Neste domingo (25), o PSDB realiza as prévias para definir seu candidato às eleições para a prefeitura da capital paulista. Como já desabafaram alguns filiados tucanos, a iniciativa virou uma “palhaçada”. Dos quatro pré-candidatos, dois se retiraram da disputa, cumprindo o papel de “flanelinhas”, e outros dois foram humilhados por José Serra, que não topou sequer participar de debates.
Disque-carona e churrasco
Preocupados com o fiasco das prévias, lideranças tucanas oferecem carona e churrasco para os filiados, segundo revelou a Folha numa pequena nota. “Apoiador declarado do ex-governador José Serra, Evandro Losacco, ex-presidente do diretório de Cursino (zona sul) distribuiu cartas chamando filiados. Ele encerra o texto divulgando um telefone, caso o militante ‘precise de carona’”.
Já o diretório de Vila Jacuí (zona leste) organizou um churrasco, “sem custos para o caixa oficial do partido”, garante a Folha. “A criação desse tipo de atrativo é estimulada pelas campanhas dos pré-candidatos. Como o voto não é obrigatório, fazer com que os apoiadores saiam de casa para ir às urnas é considerado um fator decisivo para o resultado da disputa interna”.
Desencantos e disputas internas
Todo este esforço para mobilizar os filiados, num partido que sempre foi comandado por caciques e não tem tradição de eleições internas, não garante dias de sono tranquilo para o notívago José Serra. É quase certo que ele vencerá a prévia, apesar dos esperneios de José Aníbal e Ricardo Trípoli. Ele conta com o apoio da máquina partidária e possui maior visibilidade no interior do PSDB.
Mas nada garante que sua candidatura será um passeio. Serra sabe que seu índice de rejeição é elevado. O episódio do abandono da prefeitura em 2006, apesar do compromisso por escrito de que não trairia dos eleitores, ainda pesa contra a sua biografia. E, na semana passada, ele ainda tripudiou sobre os paulistanos, ao dizer que a sua promessa era apenas “um papelzinho” sem valor.
Além disso, a própria “palhaçada” da prévia desencantou uma parte da militância tucana. Para piorar, Serra ainda gera atritos na cúpula do PSDB. Ele já traiu Geraldo Alckmin e teme que sua vingança seja maligna. O próprio Aécio Neves, que poderia vibrar com o abandono do sonho presidencial de Serra, não deve confiar totalmente na sua nova promessa de que não deixará a prefeitura.
“Com Serra, PSDB só tem a perder”
Em artigo no jornal Valor de hoje (23), o sociólogo Alberto Carlos Almeida, um aecista assumido, deixou patente que o clima não é de paz no ninho tucano. Intitulado “Com Serra, o PSDB só tem a perder”, o texto alerta para uma nova guerra fratricida no PSDB. Vale conferir alguns trechos do artigo, pinçados pelo sempre atento Saul Leblon, do sítio Carta Maior:
Caso Serra seja o escolhido nas prévias do PSDB para concorrer à Prefeitura de São Paulo, será também escolhido o mais novo lema do partido: em time que está perdendo não se mexe. A pior forma de solidão é a companhia de José Serra. É por isso que o PSDB está na iminência de cometer mais um erro político: escolhê-lo como candidato a prefeito de São Paulo.
O candidato derrotado por Dilma Rousseff de maneira acachapante não prima por ser um homem partidário. Não custa lembrar o que ele fez na última eleição para prefeito de São Paulo: apoiou um candidato de outro partido, Gilberto Kassab, fazendo tudo para que Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB, fosse derrotado. É impressionante que haja tucanos dispostos a apoiar um político que fez isso.
Serra é tão desagregador que a simples colocação de seu nome como pré-candidato já resulta em importante cizânia interna... Assim, caso o PSDB o escolha candidato a prefeito em 2012, estará optando por perder a eleição qualquer que seja o resultado dela. É uma obviedade que, se o candidato Serra perder, se tratará de mais uma derrota para os tucanos.
Porém, se Serra for eleito, também será uma derrota. Uma vez na prefeitura e diante da eleição para governador de Estado em 2014, caso Kassab seja candidato enfrentando Alckmin, o prefeito da capital vai apoiar Kassab. Ele já fez isso uma vez, o que torna mais fácil ainda fazer uma segunda vez.
Serra prefeito será uma pedra no sapato de Aécio Neves... Quanto a uma eventual vitória de Serra nas prévias, Lula e o PT agradecem. Afinal, o PSDB terá consagrado seu mais novo lema: "Em time que está perdendo não se mexe".
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