domingo, 29 de abril de 2012

Os escândalos dos agentes dos EUA

Por Altamiro Borges

Segundo a Folha de hoje, “o Serviço Secreto dos EUA determinou regras de comportamento mais duras para os seus funcionários no exterior, que incluem veto a locais de ‘má reputação’ e a proibição de levar estrangeiros para quartos de hotéis”. A medida decorre dos recentes escândalos envolvendo agentes de segurança ianques em vários países da América Latina.

O manual de “bom comportamento” também proíbe o consumo de álcool nas dez horas anteriores ao trabalho e determina que os servidores passem por “cursos de treinamento ético”. Segundo o documento da agência, os agentes “devem se comportar de maneira que transmitam credibilidade em você, no Serviço Secreto [...], no governo dos EUA e nos cidadãos a quem servimos”.

Orgia em Cartagena

Nas últimas semanas, os agentes do serviço secreto estadunidense se envolveram em vários escândalos. Na Cúpula das Américas, realizada em Cartagena (Colômbia), um grupo de seguranças do presidente Barack Obama foi acusado de contratar 21 garotas de programa e levá-las a um hotel. O caso gerou críticas até do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, um fiel aliado dos EUA.

Barack Obama ainda tentou relativizar o grotesco episódio. “Esses rapazes são incríveis. Eles me protegem, protegem a [primeira-dama] Michelle, protegem as nossas filhas, os nossos funcionários em todo o mundo... Alguns babacas não devem diminuir o que eles fazem”. Logo na sequência, porém, o governo foi obrigado a divulgar o tal “manual de bom comportamento” para diminuir o desgaste.

Agressão no Brasil

Também no Brasil, o Itamaraty decidiu pedir explicações ao governo dos EUA sobre a acusação de que funcionários da embaixada agrediram violentamente a prostituta Romilda Aparecida. O episódio ocorreu em dezembro passado, numa boate de Brasília. Os envolvidos já foram afastados de suas funções e deixaram o Brasil, mas o governo Dilma Rousseff agora exige esclarecimentos oficiais.

Os advogados de Romilda já anunciaram que vão entrar com uma ação indenizatória contra a embaixada e os quatro estadunidenses envolvidos no caso. Eles também revelaram que no início deste ano foi tentado um acordo, no valor R$ 150 mil, para evitar que o caso se tornasse público. A embaixada dos EUA negou estas tratativas para abafar o escândalo.

Escândalo em El Salvador

Por último, também estourou outro caso de El Salvador. Agentes do serviço secreto teriam contratado os serviços de strippers e prostitutas em San Salvador, pouco antes da visita do presidente Barack Obama ao país centro-americano, em março de 2011. O governo estadunidense confirmou na semana passada que abriu inquérito para investigar a denúncia.

Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, afirmou que o governo desconhecia o epsiódio. Mas, segundo o Washington Post, os chefes do Serviço Secreto sempre fizeram vista grossa ao comportamento indevido dos seus subordinados em outras viagens presidenciais. O manual de “bom comportamento” anunciado agora visa exatamente limpar a péssima imagem do império.

Mas é puro jogo de cena. Formados na visão de que são “uma raça predestinada” e que a América Latina é seu quintal, os agentes do serviço secreto sempre esbanjaram arrogância e truculência. A diferença é que atualmente a América Latina, comandada por governos mais altivos e com sociedades mais vigilantes, não aceita calada as suas ações prepotentes e imperiais.

Um comentário:

  1. Nãos eria o caso de não gastar tempo com estes casos? Afinal das contas, ou bottom line como gostam de dizer, trata-se apenas de encontros familiares!

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