Por Altamiro Borges
O manual de “bom comportamento” também proíbe o consumo de álcool nas dez horas anteriores ao trabalho e determina que os servidores passem por “cursos de treinamento ético”. Segundo o documento da agência, os agentes “devem se comportar de maneira que transmitam credibilidade em você, no Serviço Secreto [...], no governo dos EUA e nos cidadãos a quem servimos”.
Segundo a Folha de hoje, “o Serviço Secreto dos EUA
determinou regras de comportamento mais duras para os seus funcionários no
exterior, que incluem veto a locais de ‘má reputação’ e a proibição de levar
estrangeiros para quartos de hotéis”. A medida decorre dos recentes escândalos
envolvendo agentes de segurança ianques em vários países da América Latina.
O manual de “bom comportamento” também proíbe o consumo de álcool nas dez horas anteriores ao trabalho e determina que os servidores passem por “cursos de treinamento ético”. Segundo o documento da agência, os agentes “devem se comportar de maneira que transmitam credibilidade em você, no Serviço Secreto [...], no governo dos EUA e nos cidadãos a quem servimos”.
Orgia em Cartagena
Nas últimas semanas, os agentes do serviço secreto
estadunidense se envolveram em vários escândalos. Na Cúpula das Américas, realizada
em Cartagena (Colômbia), um grupo de seguranças do presidente Barack Obama foi
acusado de contratar 21 garotas de programa e levá-las a um hotel. O caso gerou
críticas até do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, um fiel aliado dos
EUA.
Barack Obama ainda tentou relativizar o grotesco episódio. “Esses
rapazes são incríveis. Eles me protegem, protegem a [primeira-dama] Michelle,
protegem as nossas filhas, os nossos funcionários em todo o mundo... Alguns babacas
não devem diminuir o que eles fazem”. Logo na sequência, porém, o governo foi
obrigado a divulgar o tal “manual de bom comportamento” para diminuir o
desgaste.
Agressão no Brasil
Também no Brasil, o Itamaraty decidiu pedir
explicações ao governo dos EUA sobre a acusação de que funcionários da
embaixada agrediram violentamente a prostituta Romilda Aparecida. O episódio ocorreu em
dezembro passado, numa boate de Brasília. Os envolvidos já foram afastados de
suas funções e deixaram o Brasil, mas o governo Dilma Rousseff agora exige esclarecimentos oficiais.
Os advogados de Romilda já anunciaram que vão entrar com uma ação
indenizatória contra a embaixada e os quatro estadunidenses envolvidos no caso.
Eles também revelaram que no início deste ano foi tentado um acordo, no valor
R$ 150 mil, para evitar que o caso se tornasse público. A embaixada dos EUA negou
estas tratativas para abafar o escândalo.
Escândalo em El Salvador
Por último, também estourou outro caso de El Salvador.
Agentes do serviço secreto teriam contratado os serviços de strippers e
prostitutas em San Salvador, pouco antes da visita do presidente Barack Obama
ao país centro-americano, em março de 2011. O governo estadunidense confirmou
na semana passada que abriu inquérito para investigar a denúncia.
Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, afirmou que o governo
desconhecia o epsiódio. Mas, segundo o Washington Post, os chefes do Serviço
Secreto sempre fizeram vista grossa ao comportamento indevido dos seus
subordinados em outras viagens presidenciais. O manual de “bom comportamento”
anunciado agora visa exatamente limpar a péssima imagem do império.
Mas é puro jogo de cena. Formados na visão de que são “uma
raça predestinada” e que a América Latina é seu quintal, os agentes do serviço
secreto sempre esbanjaram arrogância e truculência. A diferença é que
atualmente a América Latina, comandada por governos mais altivos e com sociedades mais vigilantes, não aceita calada as suas ações prepotentes e imperiais.
Nãos eria o caso de não gastar tempo com estes casos? Afinal das contas, ou bottom line como gostam de dizer, trata-se apenas de encontros familiares!
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