Por Altamiro Borges
Na sexta-feira (27), o PSDB promoveu o primeiro congresso do
seu “núcleo sindical”, em São Paulo. Para isso, ele precisou contar com uma
ajudinha dos empresários – que ajudaram a financiar o evento e ainda “liberaram”
os seus funcionários para garantir a plateia. A própria mídia patronal não teve
como esconder a cena dantesca, o que mostra o ridículo do “núcleo sindical”
tucano.
Segundo a Folha, construtoras e empreiteiras que prestam
serviço ao governo de São Paulo garantiram a “lotação” do congresso. “Cada
patrão mandou dez funcionários para cá. A gente tem que ficar até o fim [do
evento] e levar o comprovante de que veio para não descontar o dia de trabalho”,
relatou ao jornal serrista um dos presentes no evento.
Palanque eleitoral
O congresso serviu como palanque para os pré-candidatos do
PSDB, reunindo toda a alta cúpula da legenda. Segundo relato de Bruno
Boghossian, do Estadão, José Serra aproveitou o evento para pedir apoio na
disputa da prefeitura de São Paulo. “Temos nossa primeira tarefa: mobilizar
nossos sindicalistas para a campanha eleitoral deste ano”, afirmou o eterno
candidato.
“Diante de uma plateia de sindicalistas que se esvaziou ao
longo do dia, o presidente do partido, Sérgio Guerra, o governador Geraldo
Alckmin (SP), Serra e o senador Aécio Neves (MG) afirmaram que a relação da
sigla com sindicalistas e trabalhadores ‘não é uma novidade’”, descreve o
Estadão, que ainda cita algumas cenas cômicas do evento.
Evitando constrangimentos
O governador Geraldo Alckmin, após saudar os “companheiros e
companheiras” sindicalistas, teve a caradura de afirmar que “o PSDB é um
partido que dá prevalência ao trabalho sobre o capital”. Já Aécio Neves, o
combalido presidenciável tucano, sofismou: “Não queremos sindicatos a serviço
de um partido político, como acontece na relação da CUT com o PT”.
O congresso do “núcleo sindical” do PSDB pouco debateu a
pauta trabalhista – como a redução da jornada de trabalho ou o fim das
terceirizações e do fator previdenciário. Nem dava para ser diferente. Afinal,
os neoliberais tucanos sempre foram inimigos declarados dos direitos
trabalhistas e fiéis aliados do patronato. O debate poderia ser algo constrangedor!
Ao final, a presidência do “núcleo sindical” foi entregue ao
eterno dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de São
Paulo, Antonio de Souza Ramalho – que já tentou se eleger vereador, mas não
obteve sucesso. Ramalho, que também é vice-presidente nacional da Força
Sindical, terá muito trabalho para convencer outros sindicalistas a aderirem a este núcleo eleitoral.
"núcleo sindical tucano"? Isso é uma piada de mau gosto. Que será que esses caras querem com isso ? Tão 'atrasados' no mínimo uns dois Lulas na presidência e mais algumas décadas de contato popular.
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