Por Altamiro Borges
José Serra, candidato do PSDB à prefeitura paulistana, saiu em defesa ontem do governador tucano de Goiás, acusado por ligação com o esquema do mafioso Carlinhos Cachoeira. Segundo o jornal Estadão, o ex-governador paulista afirmou: “Sinceramente, eu dou meu voto de confiança ao Marconi Perillo e acho que ele está aberto a qualquer investigação”.
Serra devia ser mais contido com a sua “sinceridade”. Em 2010, ele também bajulou o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O presidenciável tucano chegou a insinuar que o demo seria seu candidato à vice. “Vote num careca e leve dois”, brincou. Pouco depois, vídeos mostraram Arruda embolsando propina e ele foi preso, acusado de chefiar o famoso “mensalão do DEM”.
Mafioso nomeia no governo de Goiás
No caso de Perillo, a situação também é complicada. O tucano, que se travestia de paladino da ética, está cada vez mais enrolado. Segundo a Folha de hoje (18), “gravações feitas pela Polícia Federal mostram o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez (PSDB) discutindo com o empresário [sic] Carlinhos Cachoeira um encontro com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB)”.
Em alguns trechos, a escuta telefônica indica que a quadrilha de Cachoeira nomeou vários integrantes no governo de Goiás. “Nós vamos sentar, bater um papo, quero conversar com ele”, teria dito Marconi Perillo, segundo relato de Garcez a Cachoeira. “Excelente”, responde o bicheiro. A influência da máfia se daria, curiosamente, na área de segurança pública. A raposa cuidando do galinheiro!
"Como falar com Marconi"
Já o jornal O Globo, também desta quarta-feira, garante no título: “Demóstenes ajudava Cachoeira a fazer nomeações em Goiás”. Com base nos grampos legais da PF, a matéria revela que o mafioso “orientava os seus interlocutores a como falar com Marconi” e “flagraram conversas do contraventor sobre a ocupação de cargos” no governo goiano. Um trecho da escuta é demolidor:
*****
No dia 5 de janeiro de 2011, Cachoeira estava em Miami, de onde conversa por telefone com Lenine Araújo de Souza, apontado como um dos seus contadores. O bicheiro é informado de que uma pessoa com o apelido de “Caolho” não iria mais assumir o “negócio”. O bicheiro se revolta e avisa que vai mandar Demóstenes falar com Marconi Perillo:
- Então, manda quem te falou falar com o Marconi, perguntar pro Marconi se ele (Caolho) vai ou não vai assumir. É especulação... Nego não sabe bosta nenhuma... Marconi, na hora que souber disso, vai ficar puto. Já mandei avisar a ele. O Demóstenes já está ligando pro Marconi — reagiu Cachoeira.
No mesmo diálogo, Cachoeira diz que Marconi terá problemas se Caolho não for nomeado:
- Eu imaginei que fosse, né, impressão de quem quer sentar na cadeira, né? — diz Lenine.
- É. Impressão, não, burro, né? Num sabe o que tá falando. Vai é cair a cara se eu num... O cara me indispôs com o Itamar. Falei pro Itamar, chegando lá agora, cê mede, mede força com ele, uai. Marconi vai ficar é puto. Como é que chama o cara que o Marconi já tinha indicado, o cara, rapaz. O Demóstenes já ia ligar pra ele. “Oh, Marconi, cê tá é fodido se você não pôr esse cara, aí.” (...) Aí, o Marconi não vai colocar o cara, tá louco — afirmou Cachoeira.
*****
Até agora, o governador tucano nega qualquer envolvimento com a quadrilha de Cachoeira. Em Curitiba, onde participou de um evento do PSDB, ele jurou de pé junto: “Nunca recebi indicação dele para cargos, que em nosso governo são preenchidos por competência técnica”. Talvez a CPI do Cachoeira, finalmente protocolada, resolva esta pendenga. Serra vai perder mais algumas noites de sono!
José Serra, candidato do PSDB à prefeitura paulistana, saiu em defesa ontem do governador tucano de Goiás, acusado por ligação com o esquema do mafioso Carlinhos Cachoeira. Segundo o jornal Estadão, o ex-governador paulista afirmou: “Sinceramente, eu dou meu voto de confiança ao Marconi Perillo e acho que ele está aberto a qualquer investigação”.
Serra devia ser mais contido com a sua “sinceridade”. Em 2010, ele também bajulou o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O presidenciável tucano chegou a insinuar que o demo seria seu candidato à vice. “Vote num careca e leve dois”, brincou. Pouco depois, vídeos mostraram Arruda embolsando propina e ele foi preso, acusado de chefiar o famoso “mensalão do DEM”.
Mafioso nomeia no governo de Goiás
No caso de Perillo, a situação também é complicada. O tucano, que se travestia de paladino da ética, está cada vez mais enrolado. Segundo a Folha de hoje (18), “gravações feitas pela Polícia Federal mostram o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez (PSDB) discutindo com o empresário [sic] Carlinhos Cachoeira um encontro com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB)”.
Em alguns trechos, a escuta telefônica indica que a quadrilha de Cachoeira nomeou vários integrantes no governo de Goiás. “Nós vamos sentar, bater um papo, quero conversar com ele”, teria dito Marconi Perillo, segundo relato de Garcez a Cachoeira. “Excelente”, responde o bicheiro. A influência da máfia se daria, curiosamente, na área de segurança pública. A raposa cuidando do galinheiro!
"Como falar com Marconi"
Já o jornal O Globo, também desta quarta-feira, garante no título: “Demóstenes ajudava Cachoeira a fazer nomeações em Goiás”. Com base nos grampos legais da PF, a matéria revela que o mafioso “orientava os seus interlocutores a como falar com Marconi” e “flagraram conversas do contraventor sobre a ocupação de cargos” no governo goiano. Um trecho da escuta é demolidor:
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No dia 5 de janeiro de 2011, Cachoeira estava em Miami, de onde conversa por telefone com Lenine Araújo de Souza, apontado como um dos seus contadores. O bicheiro é informado de que uma pessoa com o apelido de “Caolho” não iria mais assumir o “negócio”. O bicheiro se revolta e avisa que vai mandar Demóstenes falar com Marconi Perillo:
- Então, manda quem te falou falar com o Marconi, perguntar pro Marconi se ele (Caolho) vai ou não vai assumir. É especulação... Nego não sabe bosta nenhuma... Marconi, na hora que souber disso, vai ficar puto. Já mandei avisar a ele. O Demóstenes já está ligando pro Marconi — reagiu Cachoeira.
No mesmo diálogo, Cachoeira diz que Marconi terá problemas se Caolho não for nomeado:
- Eu imaginei que fosse, né, impressão de quem quer sentar na cadeira, né? — diz Lenine.
- É. Impressão, não, burro, né? Num sabe o que tá falando. Vai é cair a cara se eu num... O cara me indispôs com o Itamar. Falei pro Itamar, chegando lá agora, cê mede, mede força com ele, uai. Marconi vai ficar é puto. Como é que chama o cara que o Marconi já tinha indicado, o cara, rapaz. O Demóstenes já ia ligar pra ele. “Oh, Marconi, cê tá é fodido se você não pôr esse cara, aí.” (...) Aí, o Marconi não vai colocar o cara, tá louco — afirmou Cachoeira.
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Até agora, o governador tucano nega qualquer envolvimento com a quadrilha de Cachoeira. Em Curitiba, onde participou de um evento do PSDB, ele jurou de pé junto: “Nunca recebi indicação dele para cargos, que em nosso governo são preenchidos por competência técnica”. Talvez a CPI do Cachoeira, finalmente protocolada, resolva esta pendenga. Serra vai perder mais algumas noites de sono!
Aleluia!!!!!! uma atitude coerente do grande empresário do ramo de LAVAGEM DE DINHEIRO, ZÉ SERRA, se ele não confiar nos seus iguais como é que fica ?????
ResponderExcluirNormal, querido, o Cerra sabe muito bem de que lado ele estea.
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