Por Valério Cruz Brittos e Ricardo Vernieri de Alencar, no Observatório da Imprensa:
A forma como é consumida a informação passou do paradigma analógico para o digital há alguns anos. Essa evolução tecnológica proporciona à sociedade mais opções de acesso à informação; contudo essa oferta ainda se mantém no controle das organizações que integram a produção e a distribuição dessa cadeia de valor da plataforma digital, ficando o consumo com o ser passivo em todo o processo, este que, em princípio, deveria ser o principal beneficiário do sistema.
A televisão digital por assinatura já é uma realidade no Brasil. Embora o fenômeno seja recente, o seu modelo de negócio parece ser bem conhecido, privilegiando as grandes corporações da mídia nacional e internacional, globalizando o conteúdo e desconfigurando as realidades locais. Porém, essa realidade começa a se modificar com a constituição da Lei 12.485, sancionada pela Presidência da República em setembro de 2011, que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado (Lei da TV por assinatura). Espera-se que, com a regulação e a fiscalização, a nova lei possa oferecer ao mercado-audiência uma oferta maior de pacotes com melhores opções de conteúdo audiovisual, como também dinamizar a cadeia de valor do modelo de negócio dessa indústria cultural, diminuindo as barreiras à entrada ao mercado e criando novas oportunidades a novos entrantes.
Contudo, existe uma resistência dos grandes grupos empresariais que atuam no setor da televisão paga com relação à regulação da nova lei. A ação mais contundente neste caso foi a campanha publicitária patrocinada e veiculada pela Sky solicitando aos telespectadores entrarem em contato com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Superior Tribunal Federal (STF), a fim de manifestarem seu descontentamento com a nova lei. Trata-se, portanto, de uma das estratégias que as indústrias culturais possuem para tentar, de forma escancarada, manipular não só a opinião, mas também estimular atitudes no mercado-audiência, confirmando claramente a sua função de mediadora (articulação) entre o capital e o público.
Relações de poder
Percebe-se que o consumidor é ainda visto como mero coadjuvante no processo. As informações até agora disponíveis sobre o consumo da TV por assinatura no Brasil são, em grande parte, quantitativas, servindo para agregar apenas dados estatísticos aos estudos de mercado dos seus produtores e distribuidores, de forma que essa indústria cultural carece de um estudo em maior profundidade em relação ao valor oferecido ao seu consumidor. Acredita-se que, com a nova lei da televisão paga, o setor possa realmente ser regulamentado, possibilitando um aumento na produção e na circulação de conteúdo audiovisual brasileiro, priorizando a cultura nacional. O processo de regulamentação da nova Lei da TV por assinatura encontra-se no começo, porém o jogo já foi iniciado e ainda vão se presenciar vários lances, com a proximidade ainda maior entre produtores e consumidores.
Todo esse cenário fortalece a necessidade de um estudo na perspectiva da economia política da comunicação, investigando as relações de poder existentes na cadeia de valor na indústria cultural da televisão por assinatura no Brasil e suas contribuições a um modelo de comunicação mais democrática que venha somar para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.
A televisão digital por assinatura já é uma realidade no Brasil. Embora o fenômeno seja recente, o seu modelo de negócio parece ser bem conhecido, privilegiando as grandes corporações da mídia nacional e internacional, globalizando o conteúdo e desconfigurando as realidades locais. Porém, essa realidade começa a se modificar com a constituição da Lei 12.485, sancionada pela Presidência da República em setembro de 2011, que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado (Lei da TV por assinatura). Espera-se que, com a regulação e a fiscalização, a nova lei possa oferecer ao mercado-audiência uma oferta maior de pacotes com melhores opções de conteúdo audiovisual, como também dinamizar a cadeia de valor do modelo de negócio dessa indústria cultural, diminuindo as barreiras à entrada ao mercado e criando novas oportunidades a novos entrantes.
Contudo, existe uma resistência dos grandes grupos empresariais que atuam no setor da televisão paga com relação à regulação da nova lei. A ação mais contundente neste caso foi a campanha publicitária patrocinada e veiculada pela Sky solicitando aos telespectadores entrarem em contato com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Superior Tribunal Federal (STF), a fim de manifestarem seu descontentamento com a nova lei. Trata-se, portanto, de uma das estratégias que as indústrias culturais possuem para tentar, de forma escancarada, manipular não só a opinião, mas também estimular atitudes no mercado-audiência, confirmando claramente a sua função de mediadora (articulação) entre o capital e o público.
Relações de poder
Percebe-se que o consumidor é ainda visto como mero coadjuvante no processo. As informações até agora disponíveis sobre o consumo da TV por assinatura no Brasil são, em grande parte, quantitativas, servindo para agregar apenas dados estatísticos aos estudos de mercado dos seus produtores e distribuidores, de forma que essa indústria cultural carece de um estudo em maior profundidade em relação ao valor oferecido ao seu consumidor. Acredita-se que, com a nova lei da televisão paga, o setor possa realmente ser regulamentado, possibilitando um aumento na produção e na circulação de conteúdo audiovisual brasileiro, priorizando a cultura nacional. O processo de regulamentação da nova Lei da TV por assinatura encontra-se no começo, porém o jogo já foi iniciado e ainda vão se presenciar vários lances, com a proximidade ainda maior entre produtores e consumidores.
Todo esse cenário fortalece a necessidade de um estudo na perspectiva da economia política da comunicação, investigando as relações de poder existentes na cadeia de valor na indústria cultural da televisão por assinatura no Brasil e suas contribuições a um modelo de comunicação mais democrática que venha somar para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.
Por que eu como assinante da NET, só tenho o Globo News como canal de notícias 24 horas? Não caberia nessa grade de programação outros canais brasileiros de notícias, afora os estrangeiros?
ResponderExcluirMinha proposta, que pode ajudar ainda mais na democratização da TV por assinatura:
ResponderExcluirhttp://planetalaranja.blogspot.com.br/2012/03/como-deveria-ser-um-servico-de-tv-por.html