Por Altamiro Borges
Ação higienista da prefeitura
Visão autoritária e truculenta
A juíza Carmen Cristina Fernandes Teijeiro e Oliveira, da 5ª
Vara da Fazenda Pública de São Paulo, considerou “desumana” a ação do prefeito
Gilberto Kassab para cassar mais de quatro mil licenças de trabalho de
vendedores ambulantes. Nesta segunda-feira, ela concedeu liminar suspendendo a
medida contrária aos chamados camelôs. A sua sentença foi dura contra o principal aliado
do candidato José Serra:
“Merece destaque que esta falta de planejamento igualmente
se descortina no descompromisso da atual gestão com o destino destas pessoas
inegavelmente hipossuficientes, que são em sua maioria detentoras destas
permissões há 20, 30, e até mesmo 40 anos, com baixíssima ou nenhuma
escolaridade, e constituídas, não raramente, de idosos e deficientes”.
Para a juíza, é inadmissível que a prefeitura paulistana, ao
invés de promover políticas públicas de inclusão social, tente retirar às
pressas, num prazo de apenas 30 dias, a fonte de subsistência de 4 mil famílias
que sobrevivem do comércio de rua, “sem lhes conferir qualquer auxílio ou
alternativa eficaz”. A batalha entre os camelôs e o prefeito higienista deve
prosseguir na Justiça.
No mês passado, Gilberto Kassab revogou um decreto municipal
de 1997 que autorizava o trabalho de camelôs em ruas da capital paulista. A
decisão extinguia os chamados "bolsões de comércio ambulante na região
central". Subprefeitos da cidade, seguindo as ordens do chefe, também editaram portarias listando as vias afetadas
e determinando a desocupação dos locais em até 30 dias.
Diante da medida truculenta, os ambulantes realizaram vários
protestos. Eles denunciaram que a cassação da licença ocorreu sem
qualquer alternativa de realojamento e com o prazo ínfimo para a evacuação. Agora,
a Justiça atende pedido da Defensoria Pública do Estado e suspende o decreto. Segundo
a juíza, o ato da prefeitura não afeta apenas os chamados camelôs, mais “inúmeras
outras pessoas que estão, de alguma forma, economicamente conectadas a este
comércio”.
A juíza ainda criticou a postura autoritária do prefeito, que
também é presidente do recém-formado PSD. Para ela, Kassab não ouviu as pessoas
atingidas. Carmen Cristina afirma que a sua decisão visa, “em verdade, assegurar a efetiva participação
popular nestas decisões, independente do resultado”.
Os olhos quase esbucalhados, Kassab, ele ia até bem com a criação do PSD, mas um ministro do STF ou STJ pediu vistas, lembrei o min.Tofilli, a situação do PSD se complicou... Eugênio.
ResponderExcluirEsse Prefeitinho pensa que esta na Transilvânia podendo aterrorizar seus cidadãos com medidas draconianas ao seu bel prazer. Muito alho, estaca de madeira, bala de prata e crucifixo contra esse déspota das trevas. E é claro, uma juíza iluminada e racional desta...
ResponderExcluirEi, Kassab!!!
ResponderExcluirSegue a recomendação de Gilmar Dantas, quando era da AGU - ignore a Determinação Judicial!!!
E aí, paga prá ver...
Por que esse olhar envidrado de boneco de ventrilogo. Que pode responder é o SSerra.
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