segunda-feira, 4 de junho de 2012

Kassab perde ação contra camelôs

Por Altamiro Borges

A juíza Carmen Cristina Fernandes Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, considerou “desumana” a ação do prefeito Gilberto Kassab para cassar mais de quatro mil licenças de trabalho de vendedores ambulantes. Nesta segunda-feira, ela concedeu liminar suspendendo a medida contrária aos chamados camelôs. A sua sentença foi dura contra o principal aliado do candidato José Serra:


“Merece destaque que esta falta de planejamento igualmente se descortina no descompromisso da atual gestão com o destino destas pessoas inegavelmente hipossuficientes, que são em sua maioria detentoras destas permissões há 20, 30, e até mesmo 40 anos, com baixíssima ou nenhuma escolaridade, e constituídas, não raramente, de idosos e deficientes”.

Ação higienista da prefeitura

Para a juíza, é inadmissível que a prefeitura paulistana, ao invés de promover políticas públicas de inclusão social, tente retirar às pressas, num prazo de apenas 30 dias, a fonte de subsistência de 4 mil famílias que sobrevivem do comércio de rua, “sem lhes conferir qualquer auxílio ou alternativa eficaz”. A batalha entre os camelôs e o prefeito higienista deve prosseguir na Justiça.

No mês passado, Gilberto Kassab revogou um decreto municipal de 1997 que autorizava o trabalho de camelôs em ruas da capital paulista. A decisão extinguia os chamados "bolsões de comércio ambulante na região central". Subprefeitos da cidade, seguindo as ordens do chefe, também editaram portarias listando as vias afetadas e determinando a desocupação dos locais em até 30 dias.

Visão autoritária e truculenta

Diante da medida truculenta, os ambulantes realizaram vários protestos. Eles denunciaram que a cassação da licença ocorreu sem qualquer alternativa de realojamento e com o prazo ínfimo para a evacuação. Agora, a Justiça atende pedido da Defensoria Pública do Estado e suspende o decreto. Segundo a juíza, o ato da prefeitura não afeta apenas os chamados camelôs, mais “inúmeras outras pessoas que estão, de alguma forma, economicamente conectadas a este comércio”.

A juíza ainda criticou a postura autoritária do prefeito, que também é presidente do recém-formado PSD. Para ela, Kassab não ouviu as pessoas atingidas. Carmen Cristina afirma que a sua decisão visa, “em verdade, assegurar a efetiva participação popular nestas decisões, independente do resultado”.

4 comentários:

Anônimo disse...

Os olhos quase esbucalhados, Kassab, ele ia até bem com a criação do PSD, mas um ministro do STF ou STJ pediu vistas, lembrei o min.Tofilli, a situação do PSD se complicou... Eugênio.

Anônimo disse...

Esse Prefeitinho pensa que esta na Transilvânia podendo aterrorizar seus cidadãos com medidas draconianas ao seu bel prazer. Muito alho, estaca de madeira, bala de prata e crucifixo contra esse déspota das trevas. E é claro, uma juíza iluminada e racional desta...

Mello disse...

Ei, Kassab!!!

Segue a recomendação de Gilmar Dantas, quando era da AGU - ignore a Determinação Judicial!!!

E aí, paga prá ver...

Anônimo disse...

Por que esse olhar envidrado de boneco de ventrilogo. Que pode responder é o SSerra.