segunda-feira, 15 de abril de 2024

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O agente Musk

Foto: Justin R. Pacheco/Força Aérea dos EUA
Por Manuel Domingos Neto


Certo dia, lá se vão 50 anos, mostrei a Pierre Monbeig um relatório que encontrara no Serviço Histórico do Exército francês indicando a interferência militar na escolha dos jovens intelectuais enviados ao Brasil para operar na USP.

Surpreso, o professor sorriu e me perguntou: “fui um agente involuntário do Exército”?

Além de Monbeig, Fernand Braudel, Lévi-Strauss e Roger Bastide, entre outros, participaram dessa empreitada que repercute ainda hoje. O eurocentrismo predomina no meio acadêmico brasileiro.

Os que disputam a hegemonia mundial criam expedientes capazes de atuar em seu favor. Desde o século XIX, o envio de missões religiosas, artísticas, científicas e militares integram práticas de governos que disputam estrategicamente mercados consumidores e fornecedores de matérias primas. O controle da imprensa e de grandes contingentes de emigrantes integram o amplo rol de lances estratégicos dos que dominam ou querem dominar o mundo.

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