segunda-feira, 20 de maio de 2019

97% têm aposentadorias miseráveis no Chile

Charge do site Fenasic-Chile
Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, de Santiago, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Nesta entrevista realizada na sede do movimento No+AFP (Não mais Administradoras de Fundos de Pensão), em Santiago, o porta-voz da organização, Luis Mesina, denuncia como o sistema de capitalização da Seguridade Social implantado “em meados dos anos 1980, sob a tirania de Augusto Pinochet”, “condena 97% dos chilenos a aposentadorias miseráveis”, “sendo a expressão trágica de um sistema que nega direitos fundamentais, lançando idosos a cenários desesperadores”.

Desmontando a propaganda neoliberal, o dirigente das massivas manifestações populares em defesa da Previdência pública alertou os brasileiros dos impactos negativos da privatização e defendeu que “é preciso desmontar o argumento de Paulo Guedes de que a reforma enxugará os gastos públicos”. “É mentira, pois é o governo chileno quem paga pelo menos sete entre dez aposentadorias. A capitalização, portanto, aumenta o gasto público, enquanto reduz consideravelmente os benefícios, com o cidadão recebendo menos de 30% do seu último salário”.

Bolsonaro é um estorvo; devia renunciar!

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

O governo Bolsonaro não chegou a começar e já acabou. Os últimos cinco meses não foram de governo, mas de desgoverno. Que chegou ao paroxismo nos últimos dias, quando o presidente decidiu colocar “os seus 58 milhões de voto” contra o poder legislativo e o poder judiciário.

Há tempo estava claro que Bolsonaro confundia o ato de governar como a emissão de twitters de extrema-direita – que sua principal tarefa como presidente era conservar o apoio de seus eleitores. Agora está claro que é mais do que isso. Que, com isso, ele quer mostrar que o Brasil é “ingovernável” – ao menos para ele que se recusa a fazer acordos políticos. Mas nós sabemos que na democracia governar é fazer compromissos para conseguir a maioria. Assim, ao recusar a fazer acordos e ao convocar seus apoiadores para uma manifestação pública contra “essa política que está aí”, ele está convocando “o povo” para um golpe de Estado.

Bolsonaro e os falsos profetas

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Jair Bolsonaro é o coronel Kurtz querendo levar o Brasil ao coração das trevas.

O personagem da obra-prima de Joseph Conrad é um oficial que virou traficante de marfim e que vive como um deus entre os selvagens.

A bordo da escuna Nellie, o capitão Charles Marlow divaga sobre ele, a Inglaterra e seu papel na colonização sangrenta da África.

Lembra de sua aventura Rio Congo acima em busca do lunático que escravizava seu povo.

Kurtz resume sua tragédia no final com a célebre sentença “o horror, o horror”.

Globo quer trocar o capitão pelo general

Por Célio Turino, na revista Fórum:

É possível que, em questão de semanas, seja iniciado um processo rápido de impeachment do presidente Bolsonaro. Motivos não faltam: começando pelo enriquecimento ilícito da família presidencial, cada vez mais escancarado; peculato, com apropriação de dinheiro público via as “rachadinhas” nos salários de assessores parlamentares, e realizado não apenas pelo ZeroUm; relações promíscuas com milicianos e o “Escritório do Crime”; absoluta incapacidade do presidente em governar etc, etc.

Confusão no ar: cabeça fria e vontade firme

Por João Guilherme Vargas Netto

Há muita confusão no ar e é por isto que se deve manter a cabeça fria e a vontade firme.

Quando a fina flor dos economistas da banca é unânime em afirmar, destilando pessimismo, que o governo perdeu o momento mágico de fazer as deformas; quando apoiadores do presidente convocam atos de rua contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Centrão e contra o “sistema” e quando, renitentemente, o travamento da economia se transforma em recessão e depressão com o desemprego nas alturas é hora de persistir no caminho apontado pelas manifestações do dia 15.

Bolsonaro enfrenta tsunami; Mourão à espreita

Por Jeferson Miola, em seu blog:                   

No dia 10 de maio, dispondo de informações privilegiadas, Bolsonaro prenunciou: “Talvez tenha um tsunami na semana que vem. Mas a gente vence esse obstáculo aí, com toda a certeza, porque somos humanos”.

Ficou implícito que o tsunami estava relacionado à confirmação do esquema multi-criminoso do filho Flávio, como se depreende da declaração enigmática: “Alguns erram. Uns erros são perdoáveis, outros não. Assim é na nossa vida familiar também”.

A opção Mourão: Kant contra Bolsonaro

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O velho Kant não deixaria por menos se escrevesse sobre o Presidente Bolsonaro. Usaria certamente a sua definição da “Crítica da Razão Prática” de “fanatismo moral”, para caracterizá-lo como pessoa que pensa estar fazendo o bem, “por inspiração, por entusiasmo, por um impulso que naturalmente satisfaça sua própria natureza”, que tem o direito de “substituir a virtude, que é a intenção moral em luta” (…) pela “santidade, de quem se crê possuído pela pureza perfeita das intenções da vontade”. O fanático moral se imagina um santo e portanto se julga um ser superior que pode celebrar a tortura, adorar a morte e chamar de idiotas àqueles que a ele se opõem dentro do rito democrático.

O rastro de sangue do clã Bolsonaro

Por Gil Alessi, no site Outras Palavras:

Pouco mais de cinco meses após o nome do motorista Fabrício Queiroz vir à tona em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras citado por movimentações atípicas, o primogênito do clã Bolsonaro, o senador Flávio, que até o final do ano passado o empregava em seu gabinete na Assembleia do Rio, começou a sofrer uma profunda devassa em suas contas bancárias. O Ministério Público do Estado pediu a quebra do sigilo bancário do parlamentar por um período de dez anos (entre janeiro de 2007 e dezembro de 2018), alegando haver indícios de lavagem de dinheiro e da operação de uma organização criminosa em seu gabinete —no total, 95 pessoas terão suas contas reviradas, sendo que ao menos nove delas também atuaram em algum momento com funcionários do atual presidente, segundo informações do jornal O Globo, e duas delas são ligadas ao miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, buscado pela polícia sob acusação de ser o chefe do grupo Escritório do Crime, suspeito de ter ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco.

O bolsonarismo excita suas tropas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Apelo por sanidade vindo de Janaína Paschoal é coisa para ser considerada grave.

Como está nos jornais, ela foi ao twitter apelar para que se cancelem as manifestações do olavo-bolsonarismo previstas para o próximo domingo, nos termos mais enfáticos: “Pelo amor de Deus, parem as convocações! Essas pessoas precisam de um choque de realidade. Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações!”.

'Estamos no fundo do poço', admite Guedes

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Anunciam os analistas do mercado em seus boletins: o Ministério da Fazenda reduz projeção do PIB de 2019 de 2% para 1,5%. No mesmo diapasão, o ministro Paulo Guedes encerrou seu depoimento na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional com uma angustiada proclamação: “A realidade é que estamos no fundo do poço”.

Paulo Guedes joga todas as fichas na reforma da Previdência. Feita a reforma, nos moldes propostos pelo governo, o Brasil retoma o crescimento. Digo, sem ironia: no crepúsculo dos 76 anos, auguro que o sonho do ministro alcance a felicidade dos meus filhos. Dos meus, dos seus, dos nossos.

Um novo patamar na resistência popular

Por Fernando Silva, no site Correio da Cidadania:

Foram pro­testos de massas, em mais de 200 ci­dades do país, in­cluindo todas as ca­pi­tais. Es­tu­dantes uni­ver­si­tá­rios, se­cun­da­ristas, do­centes e ser­vi­dores das uni­ver­si­dades, pro­fes­sores das redes pú­blicas e ainda uma ampla par­ti­ci­pação po­pular com a adesão e so­li­da­ri­e­dade de inú­meros se­tores so­ciais, inclu­sive es­colas pri­vadas. Sem margem para exa­geros, po­demos afirmar que mais de um mi­lhão de pes­soas foram às ruas do país contra o corte de verbas da Edu­cação, em par­ti­cular em uni­ver­si­dades e ins­ti­tutos téc­nicos pú­blicos. Sem des­con­si­derar que foi também um dia de pa­ra­li­sa­ções em vá­rias redes es­ta­duais de en­sino pú­blico, como no Rio de Ja­neiro, e em vá­rios campi ou cursos universitários pelo país.