sexta-feira, 28 de setembro de 2018

#EleNão pode marcar reviravolta na eleição

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A campanha do Bolsonaro não está conseguindo sair da espiral caótica em que mergulhou há cerca de um mês.

Tanto mais alguém da sua tropa – ou os filhos, ou o dublê de guru econômico e posto Ipiranga, ou o vice que só consegue pensar com rebenque em punho – expõe a cosmovisão medieval e sádica desse exército do atraso – [quer seja sobre costumes e valores, quer seja sobre economia, políticas públicas e fim do 13º], tanto mais Bolsonaro é aspirado para o centro do caos.

Bolsonaro solta a direita e esfarela o PSDB

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De onde vieram os votos que garantiram a liderança de Bolsonaro nas pesquisas com índices próximos a 30%?

Basta olhar para a posição do tucano Geraldo Alckmin nos mesmos levantamentos, empacado em torno de 8%, para saber o que aconteceu na campanha de 2018.

Em outras eleições, estes votos do capitão do Exército iriam naturalmente para o PSDB, principal adversário do PT nas últimas seis eleições presidenciais.

A radicalização política do país que se seguiu ao golpe de 2016 e a implosão dos partidos pela Lava Jato produziu esta anomalia chamada bolsonarismo, para se contrapor ao petismo.

Ameaças à democracia no mundo

Foto: Mila Frati
Por Kjeld Jakobsen e Rose Spina, na revista Teoria e Debate:

Noam Chomsky, um dos mais importantes intelectuais da atualidade, é referência mundial, tanto no domínio da linguística, sua área de especialização científica, como para a esquerda por suas posições políticas. Convidado a participar do seminário “Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar”, organizado pela Fundação Perseu Abramo, Chomsky concedeu esta entrevista à Teoria e Debate,na qual falou sobre os perigos que nos rodam, a onda conservadora que toma conta do mundo, o golpe no Brasil e o papel dos Estados Unidos nesse cenário


#Elenão, mulheres contra o fascismo

Editorial do site Vermelho:

Usando a melodia da canção italiana que simboliza a repulsa mundial contra o fascismo – “Bella Ciao” – o vídeo que convoca a manifestação nacional das mulheres deste sábado (29), em defesa da democracia proclama: “Vamos à luta / pra derrotar / o ódio e pregar o amor”. As atividades que ocorrerão ao longo do dia em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, além de várias cidades pelo mundo, foram convocadas por entidades de mulheres, organizações da sociedade civil, personalidades representativas de diversos segmentos sociais e um amplo movimento que ganhou forças nas redes sociais. A iniciativa reflete a consciência e o sentimento de rechaço à candidatura de Bolsonaro por tudo de péssimo que representa: posições reacionárias contra as conquistas das mulheres, racismo, homofobia, ameaça à democracia e contra os direitos trabalhistas.

Candidatura de Beto Richa ao Senado derrete

Por René Ruschel, na revista CartaCapital:

Em menos de uma semana, o ex-governador do Paraná, Beto Richa, viu sua carreira política se esvair em um mar de lama e corrupção. Acuado por uma série de denúncias, sua candidatura ao Senado derrete.

Na manhã do último 11 de setembro, o tucano foi preso em sua residência pelo Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco). Arrastou consigo para as grades a mulher e ex-secretária de seu governo, Fernanda; o irmão e também ex-secretário, Pepe. No total, entre secretários de estado, assessores e empresários, a operação “Rádio Patrulha” cumpriu quinze mandados de prisão. O tucano e sua trupe foram salvos, quatro dias depois, pelo ministro Gilmar Mendes. Mas já era tarde demais.

E se Bolsonaro não estiver no segundo turno?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Nem era preciso. Mas acaba de surgir um novo motivo – uma deliciosa razão – para participar, amanhã, dos inumeráveis atos #elenão, organizados pelos movimentos feministas em centenas de cidades brasileiras. Nos três últimos dias, configurou-se uma possibilidade surpreendente: a de que Jair Bolsonaro esteja ausente do segundo turno. Esta hipótese, há muito desejada pelos que lutamos, fora da estrutura do PT, para manter o país respirável, passou a ser considerada também por parte das elites. Por isso, já não é quimérica. Como chegamos a isso? Quais as possibilidades e riscos? Que fazer, agora?

Mídia amplia sua atuação eleitoreira

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

O golpe de 2016 recebe a cada momento novos ingredientes. Os mais recentes são as autorizações dadas ao agressor do candidato da extrema-direita, preso no Mato Grosso do Sul, para conceder entrevistas à mídia conservadora. Ao mesmo tempo em que pedidos semelhantes feitos em relação ao ex-presidente Lula continuam negados. O autor de uma tentativa de homicídio pode falar ao público, um ex-presidente da República não.

Bolsonaro segue pisando nos tomates

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A reta final da campanha começa mal para o candidato que até aqui deslizou sempre para cima nas pesquisas, Jair Bolsonaro.

Foi grande o estrago produzido por seu vice, general Mourão, ao defender o fim do 13º salário, “esta jabuticaba”.

O capitão teve que desautorizar o general pelas redes sociais, como havia feito na semana passada com o economista Paulo Guedes.

O clima no QG de campanha é de vaca estranhando bezerro, a alta hospitalar de Bolsonaro foi adiada e os movimentos pluripartidários contra ele continuam crescendo na sociedade.

Em desespero, Alckmin apela para ''vaquinha'

Por Antonio Lassance, no site Carta Maior:

Chuchu com pimenta

A campanha do insosso Geraldo Alckmin tem feito de tudo para melhorar sua receita. Primeiro, colocou uma pitada de extrema direita em sua chapa, chamando a senadora Ana Amélia para ser vice.

Ana Amélia é aquela que não sabe a diferença entre a rede de televisão Al-Jazheera, um oásis de liberdade de imprensa no mundo árabe, e o Estado Islâmico. Ora, bolas! Todos comentem confusões. Talvez por isso Amélia, que era a vice de verdade, não se incomodou quando Alckmin trocou seu nome pelo da senadora Kátia Abreu, em uma entrevista.

A filósofa e o neoliberalismo

Por Pedro de Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

A professora Emérita da USP e filosofa Marilena Chauí – ex-secretária municipal de Cultura de São Paulo durante a gestão Luiza Erundina (1989-1992) – participou no último dia 14 de setembro de um seminário internacional patrocinado pela Fundação Perseu Abramo onde se debateu as “Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar”. Ao seu lado estiveram presentes o ex ministro de Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, o ex Primeiro Ministro da Itália, Massimo D’Alema, o ex Diretor Adjunto da UNESCO, o senegalês Pierre Sané, e Jorge Taiana, ex Ministro de Relações Exteriores da Argentina.

A estratégia possível de Haddad, se eleito

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vou refazer o Xadrez de ontem de uma forma mais didática.

Peça 1 – o grande acordo nacional

O maior desafio do novo presidente será colocar as instituições de volta na caixinha – os limites definidos pela Constituição –, desarmar os espíritos e recuperar a economia.

É um desafio político gigante, à altura da grande concertação espanhola de Felipe Gonzales em 1982.

Assim como na Espanha pós-Franco, o Brasil atual vive uma pós-ditadura disfarçada, com a derrocada das instituições, a disseminação do estado de exceção, e o fascismo se mostrando em todos os cantos.

Os militares e a eleição de 2018

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

Em 1982, a sociedade brasileira estabeleceu pacto para a democracia. Por um lado, movimentos de “esquerda”, que contestavam com guerrilha maior participação no pacto político, depuseram armas. Da mesma maneira, os militares, que vinham enfrentando a instabilidade interna com excessos e tortura, também renunciaram ao poder e reinstauraram a democracia no país.

Desde então, os militares se mantiveram longe da política partidária nacional. Ao menos até o “Golpe dos Corruptos” em 2015, a partir de quando a situação brasileira se deteriorou ao ponto de beirar o caos interno, infiltrando-se sobre os três poderes da República.

O perigo mora no suposto “centro”

Por Marcelo Zero

A candidatura Bolsonaro sustenta-se somente em três sentimentos básicos: insegurança, ressentimento e ódio.

Associada a esses sentimentos, compreensíveis num ambiente de crise, não há qualquer proposta racional, para além das indagações ao Posto Ipiranga.

Simplesmente não há sequer um simples e primário programa de governo.

Tudo se resolveria com base na força, na eliminação dos mecanismos democráticos, na distribuição de armas e na restauração de um Brasil mítico, "puro" e desigual.

Bolsonaro e as disputas na direita

Por Gilberto Maringoni

Nas duas voltas das eleições presidenciais, há uma tarefa central: derrotar o fascismo e garantir a manutenção da democracia, sem sobressaltos ao longo do próximo governo. E isso só será feito se Fernando Haddad, o possível vencedor, conseguir desarmar algumas armadilhas pelo caminho.

Parece haver duas disputas no interior da direita.

A primeira é o descolamento acelerado que parte dela faz da candidatura Bolsonaro, cujos sinais mais evidentes estão nos ataques por parte da campanha Alckmin na TV e na capa de Veja desta semana. Esse movimento teve seu primeiro sinal semana passada com o manifesto Democracia Sim!, firmado por várias figuras do campo democrático e por tucanos de primeira hora, que há dois anos apoiaram o golpe. No afã de limparem as próprias biografias, fazem um movimento positivo.