sábado, 7 de julho de 2018
O empresariado ligou o foda-se
Por Gilberto Maringoni
Os aplausos histéricos do empresariado a Jair Bolsonaro indicam algo muito grave, para além da simbiose do liberalismo com a extrema-direita ou com a perda de escrúpulos de uma classe que nunca renegou a escravidão.
O entusiasmo mostra que pode haver um movimento para se ter como "normal" ou "aceitável" para "pessoas de bem" o apoio a um notório defensor da tortura, do extermínio e do permanente estado de guerra como forma de convívio social.
Os aplausos histéricos do empresariado a Jair Bolsonaro indicam algo muito grave, para além da simbiose do liberalismo com a extrema-direita ou com a perda de escrúpulos de uma classe que nunca renegou a escravidão.
O entusiasmo mostra que pode haver um movimento para se ter como "normal" ou "aceitável" para "pessoas de bem" o apoio a um notório defensor da tortura, do extermínio e do permanente estado de guerra como forma de convívio social.
Abraçando Bolsonaro
Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Na eleição de 1989, não se falava nesse deus oculto chamado mercado.
Quem representava o olimpo econômico eram os “empresários”. E estes, inicialmente, evitavam explicitar apoio a Fernando Collor de Mello, embora vendo nele quem poderia evitar a eleição de Brizola ou de Lula, fantasmas da esquerda. Collor era útil mas tinha seus poréns.
Até que, em algum momento, surgiu o verbo collorir.
E dizer que ‘fulano colloriu’ deixou de ter sentido negativo, passando a significar escolha natural e até ousada.
Na eleição de 1989, não se falava nesse deus oculto chamado mercado.
Quem representava o olimpo econômico eram os “empresários”. E estes, inicialmente, evitavam explicitar apoio a Fernando Collor de Mello, embora vendo nele quem poderia evitar a eleição de Brizola ou de Lula, fantasmas da esquerda. Collor era útil mas tinha seus poréns.
Até que, em algum momento, surgiu o verbo collorir.
E dizer que ‘fulano colloriu’ deixou de ter sentido negativo, passando a significar escolha natural e até ousada.
Ministério do Trabalho: tempos de improviso
Da Rede Brasil Atual:
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado nesta quinta-feira (5) para investigações relativas à Operação Registro Espúrio, sobre registro de entidades sindicais. Segundo a Polícia Federal, Yomura – que pediu demissão e será substituído – é um "testa de ferro" do PTB, partido que controla a pasta desde o início da gestão Temer. Neste ano, o governo conseguiu a façanha de não conseguir efetivar um ministro do Trabalho. Também citado na investigação, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, falou em "conspiração" contra ele.
Alckmin na marca do pênalti
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Coroando a série de reportagens desta semana, dando conta de que Geraldo Alckmin habita uma ilha que está se desfazendo no oceano, a Veja que vai para as bancas amanhã diz que a substituição do ex-governador pelo ambicioso João Doria Jr tem agora um aliado sem voto, mas com poder.
Michel Temer, segundo a revista, trata do tema aberta e pessoalmente, segundo a revista, com o próprio Doria, com Fernando Henrique e com a cúpula do PMDB: Romero Jucá e Carlos Marum, além o adesivo Gilberto Kassab, especialista em ir onde a “boquinha” está.
Coroando a série de reportagens desta semana, dando conta de que Geraldo Alckmin habita uma ilha que está se desfazendo no oceano, a Veja que vai para as bancas amanhã diz que a substituição do ex-governador pelo ambicioso João Doria Jr tem agora um aliado sem voto, mas com poder.
Michel Temer, segundo a revista, trata do tema aberta e pessoalmente, segundo a revista, com o próprio Doria, com Fernando Henrique e com a cúpula do PMDB: Romero Jucá e Carlos Marum, além o adesivo Gilberto Kassab, especialista em ir onde a “boquinha” está.
Lula, Cristina e Rafael: coincidências?
Foto: Ricardo Stuckert |
A teoria de que os Estados Unidos da América atuaram ativamente na implantação e sustentação das ditaduras que assombraram a América Latina no século XX deixou de ser uma teoria faz muito tempo, dadas as evidências disponíveis sobre o assunto.
Leia, a título de exemplo, esta matéria de 2007 – da insuspeita IstoÉ – sobre a participação dos EUA no golpe de 64. Os detalhes da participação do Tio Sam na organização das Marchas da Família com Deus Pela Liberdade – as micaretas coxinhas de antigamente – foram fornecidos pelo próprio governo americano, por meio de documentos secretos desclassificados.
A decisão histórica sobre a morte de Herzog
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
A condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), pela não apuração das circunstâncias da morte de Vladimir Herzog, é o capítulo mais relevante, até agora, na luta pela responsabilização dos crimes da ditadura.
Herzog era jornalista e trabalhava na TV Cultura de São Paulo. Na noite de 24 de outubro de 1975, agentes do DOI/CODI São Paulo (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército) o procuraram nas dependências da emissora, manifestando a intenção de detê-lo e conduzi-lo para prestar esclarecimentos. A direção da TV solicitou aos agentes que não o levassem, pois dependiam dele para manter a programação. Houve, então, determinação para que Herzog se apresentasse no dia seguinte ao DOI/CODI do II Exército.
A condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), pela não apuração das circunstâncias da morte de Vladimir Herzog, é o capítulo mais relevante, até agora, na luta pela responsabilização dos crimes da ditadura.
Herzog era jornalista e trabalhava na TV Cultura de São Paulo. Na noite de 24 de outubro de 1975, agentes do DOI/CODI São Paulo (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército) o procuraram nas dependências da emissora, manifestando a intenção de detê-lo e conduzi-lo para prestar esclarecimentos. A direção da TV solicitou aos agentes que não o levassem, pois dependiam dele para manter a programação. Houve, então, determinação para que Herzog se apresentasse no dia seguinte ao DOI/CODI do II Exército.
Graves retrocessos no Direito do Trabalho
Por Nivaldo Santana, no site da CTB:
O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Dr. Guilherme Guimarães Feliciano, afirmou que a reforma trabalhista, lei 13.467, de 13 de julho de 2017, provoca o enfraquecimento dos sindicatos, principalmente pela asfixia financeira, e do Judiciário do trabalhista, com a criação do controvertido conceito de “intervenção mínima” da Justiça no Direito do Trabalho e nas negociações coletivas.
O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Dr. Guilherme Guimarães Feliciano, afirmou que a reforma trabalhista, lei 13.467, de 13 de julho de 2017, provoca o enfraquecimento dos sindicatos, principalmente pela asfixia financeira, e do Judiciário do trabalhista, com a criação do controvertido conceito de “intervenção mínima” da Justiça no Direito do Trabalho e nas negociações coletivas.
Robôs assassinos, a nova ameaça
Por Anne-Sophie Simpere, no site Outras Palavras:
O salão internacional da indústria de armamentos Eurosatory abriu suas portas dia 11 de junho ao norte de Paris. Ao lado dos tradicionais canhões e mísseis, a feira deve dar lugar de destaque à terceira grande ruptura tecnológica no campo militar: depois da pólvora e depois a bomba nuclear, é chegado o tempo dos robôs armados e cada vez mais autônomos. Essa “inovação” é tema de um intenso debate. Que grau de autonomia podemos dar a uma máquina para identificar e atacar um alvo? Deveríamos já proibir essas armas? Centenas de cientistas e ONGs de defesa de direitos estão em alerta.
A chicana judicial e o circo midiático
Por Reginaldo Moraes, no site da Fundação Perseu Abramo:
Lá na primeira metade dos anos 1970, um estudo da Comissão Trilateral, coordenado por Samuel Huntington, diagnosticava o que achava ser o grande mal dos tempos contemporâneos: a democracia atrapalhava o capital. As crescentes demandas sociais dificultavam o dinamismo econômico e sobrecarregavam o Estado, tornando as democracias ingovernáveis. O diagnóstico era seguido de algumas terapêuticas, todas elas tentando reduzir o impacto da participação política, incluindo, claro, o voto, sobre as grandes decisões. Algumas delas receitavam esterilizar o poder das eleições – reduzindo as atribuições dos eleitos (como, por exemplo, a indicação dos dirigentes da política econômica e monetária). Como seria difícil simplesmente abolir o voto, o sonho da governabilidade era uma participação limitada a uma fração seleta dos cidadãos, com a produção de uma apatia massiva. Uma renúncia ao voto, uma submissão consentida.
Lá na primeira metade dos anos 1970, um estudo da Comissão Trilateral, coordenado por Samuel Huntington, diagnosticava o que achava ser o grande mal dos tempos contemporâneos: a democracia atrapalhava o capital. As crescentes demandas sociais dificultavam o dinamismo econômico e sobrecarregavam o Estado, tornando as democracias ingovernáveis. O diagnóstico era seguido de algumas terapêuticas, todas elas tentando reduzir o impacto da participação política, incluindo, claro, o voto, sobre as grandes decisões. Algumas delas receitavam esterilizar o poder das eleições – reduzindo as atribuições dos eleitos (como, por exemplo, a indicação dos dirigentes da política econômica e monetária). Como seria difícil simplesmente abolir o voto, o sonho da governabilidade era uma participação limitada a uma fração seleta dos cidadãos, com a produção de uma apatia massiva. Uma renúncia ao voto, uma submissão consentida.
Brasil, um país de encarcerados
Por Felipe Martins, na revista Fórum:
Massacre do Carandiru, São Paulo, 1992, 111 presos mortos. Rebelião no Anísio Jobim, Manaus, 2017, 56 mortos. Neste intervalo de 25 anos que separa as duas tragédias a população carcerária aumentou mais de 400% no país, de acordo com um levantamento do Ministério da Justiça. O Brasil empilha presos nas cadeias, penitenciárias e presídios do país como sacos de lixo no Leblon ou nos Jardins. Em nome da guerra às drogas, pretos e pobres são jogados atrás das grades para o conforto de grande parte da sociedade que prefere dar as costas para a miséria brasileira.
Massacre do Carandiru, São Paulo, 1992, 111 presos mortos. Rebelião no Anísio Jobim, Manaus, 2017, 56 mortos. Neste intervalo de 25 anos que separa as duas tragédias a população carcerária aumentou mais de 400% no país, de acordo com um levantamento do Ministério da Justiça. O Brasil empilha presos nas cadeias, penitenciárias e presídios do país como sacos de lixo no Leblon ou nos Jardins. Em nome da guerra às drogas, pretos e pobres são jogados atrás das grades para o conforto de grande parte da sociedade que prefere dar as costas para a miséria brasileira.
Síndrome de jabuticaba
Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:
Certa vez, ao conceder uma entrevista a uma emissora nacional, perguntou-me o âncora do programa jornalístico se não era uma “jabuticaba” a tese que eu defendera na tribuna do STF, na qualidade de representante do Movimento de Combate à Corrupção (MCCE). Referia-se ele ao julgamento da ADI 4650, ajuizada pela OAB para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que autorizavam as contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. Antes de responder sobre a importância de se impedir o financiamento (investimento) privado das eleições, perguntei a ele a razão do preconceito contra a jabuticaba, uma das especiais frutas nativas da Mata Atlântica. Disse-lhe que eu adorava jabuticaba, mas se ele gostava de peras, morangos, maçãs, pêssegos e outras frutas estrangeiras eu respeitaria. Mas que não concordava com a premissa de que as coisas do Brasil não mereciam ser respeitadas.
O manifesto da frente ampla pelo Brasil
Editorial do site Vermelho:
Um passo importante para a formação da frente ampla democrática e progressista foi dado na terça-feira (3), em Brasília, com o lançamento do manifesto “Por uma frente para o Parlamento compromissada com a reconstrução e o desenvolvimento do Brasil”.
A iniciativa das fundações de estudos e pesquisas do PCdoB, PT, PDT, PSB e PSOL busca uma ampla união para a resistência contra o neoliberalismo e seu governo golpista. Voltado para as eleições de outubro, o manifesto orienta que o tom da campanha da esquerda e demais forças democráticas e progressistas deve ser de nítida e vigorosa oposição ao desastroso governo Temer e às candidaturas identificadas com a agenda ultraliberal.
Um passo importante para a formação da frente ampla democrática e progressista foi dado na terça-feira (3), em Brasília, com o lançamento do manifesto “Por uma frente para o Parlamento compromissada com a reconstrução e o desenvolvimento do Brasil”.
A iniciativa das fundações de estudos e pesquisas do PCdoB, PT, PDT, PSB e PSOL busca uma ampla união para a resistência contra o neoliberalismo e seu governo golpista. Voltado para as eleições de outubro, o manifesto orienta que o tom da campanha da esquerda e demais forças democráticas e progressistas deve ser de nítida e vigorosa oposição ao desastroso governo Temer e às candidaturas identificadas com a agenda ultraliberal.
Parte do 'mercado' se aproxima de Bolsonaro
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
O “mercado”, essa abstração formada por bancos, fundos, corretoras de valores e especuladores em geral, está tenso com o hoje imprevisível resultado da eleição. Seus presidenciáveis prediletos, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e companhia, fazem feio nas pesquisas.
A aflição tem se revelado na alta do dólar, firme rumo aos 4 reais, apesar de o Banco Central ultimamente atuar de forma pesada no câmbio. Sem opção, parte da banca inclina-se na direção do pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, seduzida pelo economista que o deputado escolheu como guru, Paulo Guedes.
A aflição tem se revelado na alta do dólar, firme rumo aos 4 reais, apesar de o Banco Central ultimamente atuar de forma pesada no câmbio. Sem opção, parte da banca inclina-se na direção do pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, seduzida pelo economista que o deputado escolheu como guru, Paulo Guedes.
A inacreditável hipocrisia de Galvão Bueno
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Findo o jogo em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica, Galvão Bueno pôs-se a deblaterar sobre a corrupção na CBF.
Ladeado por Casagrande e Ronaldo, lembrou que um presidente (José Maria Marin) “foi afastado”.
“É um momento de parar pra pensar”, lamentou, rouco e abatido, ligeiramente inchado, num discurso meia sola interminável.
O Fenômeno fez um aparte.
Vivemos “um momento difícil da política no Brasil e pior ainda no futebol”, lembrou o sujeito que fez campanha para Aécio Neves em 2014.
Findo o jogo em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica, Galvão Bueno pôs-se a deblaterar sobre a corrupção na CBF.
Ladeado por Casagrande e Ronaldo, lembrou que um presidente (José Maria Marin) “foi afastado”.
“É um momento de parar pra pensar”, lamentou, rouco e abatido, ligeiramente inchado, num discurso meia sola interminável.
O Fenômeno fez um aparte.
Vivemos “um momento difícil da política no Brasil e pior ainda no futebol”, lembrou o sujeito que fez campanha para Aécio Neves em 2014.
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