quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Bolsonaro devolverá o auxílio-mudança?

Por Altamiro Borges

Uma notinha do site UOL informa que “o juiz Alexandre Henry Alves, da Vara Federal Cível e Criminal de Ituiutaba, em Minas Gerais, determinou nesta terça-feira (22) que os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), se abstenham de pagar ou de autorizar o pagamento de auxílio-mudança a deputados e senadores reeleitos... Na decisão, o juiz afirma que não se justifica o pagamento do auxílio-mudança aos candidatos que mantiveram seu cargo por reeleição ou que foram eleitos para um cargo na outra casa legislativa. O argumento é de que, como não houve mudança ou transporte para outra localidade, não há motivo para pagamento do benefício”.

Justiça do Trabalho e a Lei Áurea

Editorial do site Vermelho:

As manifestações que se espalham pelo país defendendo a Justiça do Trabalho podem ser consideradas resistências a um ponto importante da política de terra arrasada anunciada pelo governo Bolsonaro. A insensatez dessa item da agenda governista começa com a questão legal, uma medida que afronta nada menos do que dezessete artigos da Constituição. O Artigo 109, por exemplo, não deixa margem à dúvida ao excluir a competência da Justiça Federal para julgar causas de natureza trabalhista, contrariando a tese governista de que a justiça comum poderia assumir esse papel.

Quem afinal defende bandidos?

Por Maria do Rosário, no site Sul-21:

A experiência política realizada por gerações retrocede muitos tempos com os Bolsos no poder. Em vinte e poucos dias de governo, dá pra ver uma espécie de família da casa grande, que é contra pobres, negros, índios e mulheres. A família destes senhores quer beneficiar seus iguais com o livre uso de armas, para que fiquem com terras que nem são suas. Mas quem se importa se elas foram dos índios? E quem se importa com o que diz a Constituição sobre direitos indígenas? Isso não conta na era “Bolsos”.

Bolsonaro e o parvo de Davos

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

Se o discurso de Lula em Davos, no ano 2003, entrou para a história como um dos mais importantes pronunciamentos feitos naquele Foro Econômico, o de Bolsonaro destacou-se pelo exato oposto: foi, na opinião praticamente unânime dos observadores internacionais, um dos discursos mais decepcionantes realizados por um Chefe-de-Estado.

Um fracasso retumbante destacado por todos os jornais do mundo.

Fazendo jus à sua proverbial incapacidade de articular qualquer discurso mais consistente, Bolsonaro espremeu penosamente, em apenas 8 minutos, um conciso e morno festival de platitudes vazias, misturadas com informações equivocadas.

Bolsonaro, assaltantes globais e as milícias

Por Renato Rovai, em seu blog:

Bolsonaro fez sua estreia internacional ontem falando para os donos do capital global em Davos. Para os responsáveis pela maior crise da história contemporânea, a de 2008. Crise que ampliou a miséria e o desemprego ao redor do mundo e abriu as portas do inferno para políticos medíocres e com discursos fascistas como Bolsonaro.

Nem naquele que deveria ser o seu palco mais amigável, o presidente capitão conseguiu se sair bem. A repercussão internacional do seu discurso foi a pior possível.

Em seis minutos desconexos não conseguiu transmitir segurança nem para muitos que pensam exatamente como ele. Afinam, não pensem que os investidores que vão a Davos são “cidadãos de bem” preocupados com a melhoria da qualidade de vida do povo.

As Injustiças do Trabalho

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, no site da Fundação Maurício Grabois:

O senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, pretende combater o desemprego com as armas da generalização da informalidade no mercado de trabalho. Ele disse: “mais informalidade, mais emprego”. Naturalmente, entre as vítimas dessa empreitada está a Justiça do Trabalho.

Em outros tempos, o então presidente Fernando Henrique Cardoso declarou estar “virando uma página da era Vargas”. As arengas presidenciais referem-se, com certeza, ao “necessário abandono das práticas corporativas, centralizadoras e autoritárias da legislação trabalhista brasileira.”

Os liberais nativos não perdem a oportunidade para girar a manivela do realejo, tocando incessantemente a canção intitulada: A CLT é cópia da Carta del Lavoro. Constatado o vício de origem, a palavra de ordem, nesses tempos de globalização e de império da democracia, é “destruir o infame”.

Juan Guaidó e a estratégia imperialista

Por Wevergton Brito Lima, no site Diálogos do Sul:

Nesta quarta-feira (23), o roteiro dos setores pró-imperialistas na Venezuela previa o seguinte: massivas marchas opositoras tomariam conta das ruas. Estas marchas sofreriam “ataques” de simpatizantes do chavismo, provocando dezenas de mortes e, em efeito cascata, uma onda de indignação interna e externa. Diante de um governo acuado, Juan Gauidó seria proclamado presidente interino do país pela opositora Assembleia Nacional, sendo imediatamente reconhecido pelos países imperialistas e seus satélites.

Bolsonaro em Davos: pior do que se imaginava

Do site da Fundação Perseu Abramo:

Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira (22) no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, e seu primeiro discurso internacional já foi visto com bastante preocupação para especialistas.

Para se ter uma ideia do estrago causado, o prêmio Nobel de Economia Robert Shiller, saiu da sala com a seguinte afirmação: “Bolsonaro me dá medo”. E completou: “O Brasil é um país grande, e merece alguém melhor”.

Mônica Valente, secretária nacional de Relações Internacionais do PT comenta que “a expectativa de que o discurso de Bolsonaro seria ruim já era prevista", mas reitera que "foi bem pior do que todos imaginávamos. Depois de ver o que disse, fica ainda mais necessário comparar com o discurso de Lula em Davos, em 2003. A diferença entre ambos é incomensurável.”

Ramonet desbrava a nova selva midiática

Por Vincent Ortiz e Antoine Cargoet, no site Outras Palavras:

Encontramos Ignácio Ramonet, ex editor do Le Monde Diplomatique, co-fundador da Attac e do Fórum Social Mundial. Ex professor da Universidade de Paris VII, Ramonet tornou-se figura proeminente do altermundismo, é especialista em estudos sobre América Latina e sistema midiático. Nessa entrevista, ele trata das mutações pelas quais passou o campo midiático, sobre a maneira como as redes sociais contribuem para modificá-lo, sobre a erosão da hegemonia neoliberal, sobre o fenômeno populista, e ainda sobre os fenômenos políticos recentes que marcaram a América Latina (eleição de López Obrador no México, derrota de Gustavo Petro na Colômbia, eleição de Bolsonaro no Brasil…).

Venezuela rompe relações com os EUA

Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Em meio a uma multidão de apoiadores reunidos em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou o rompimento das relações diplomáticas e políticas com os Estados Unidos. A declaração foi dada após o novo líder da oposição, o deputado e presidente da Assembleia Nacional em desacato, Juan Guaidó, se autoproclamar presidente do país – o que contou com o reconhecimento de países como os EUA e o Brasil.

Bolsonaro é um defunto político

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

A avalanche de denúncias gravíssimas que atingem o filho Flávio, retira de Bolsonaro a condição de preservar o mandato presidencial.

Bolsonaro virou um defunto político. A essas alturas, a saída mais honrosa e digna para ele seria a renúncia, se é que já não lhe reservaram alguma “coincidência” no procedimento cirúrgico a que se submeterá nos próximos dias.

A imagem do presidente da oitava economia planetária almoçando sozinho em Davos, sem compromissos de trabalho com autoridades e líderes mundiais, dimensiona o desprestígio e a insignificância do mandatário brasileiro na arena internacional.

Agronegócio e mídia: monoculturas se conectam

Por Camila Nobrega e Olívia Bandeira, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Em letras garrafais, o prefixo “Agro” ocupa espaço em um conjunto de peças publicitárias exibidas há cerca de dois anos na emissora de maior audiência do país, a Rede Globo, exaltando principalmente produtos voltados para exportação e a produção agrícola em massa. Em uma dessas propagandas, a voz de um narrador introduz o vídeo com a frase “cana é agro”, para em seguida conduzir o telespectador por duas ilustrações que reproduzem um engenho dos tempos coloniais. Nas imagens, pessoas mantidas escravizadas carregam nos ombros o corte do canavial. A voz completa a narrativa, dizendo que “desde o Brasil colonial, a cana ajuda a movimentar a nossa economia”. Nada é dito sobre a estrutura social daquele tempo histórico. Ao contrário, o vídeo da campanha segue com imagens dos maquinários utilizados no campo hoje e termina com um tom de conclusão absoluta: “Cana é agro. Agro é tech, é pop, é tudo”.