sábado, 27 de julho de 2019

Brasil é um grande navio negreiro

Portaria contra Greenwald e cinismo de Moro

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada”, escreveu Oscar Wilde.

Sergio Moro afirmou a interlocutores que a portaria Nº 666, o número da besta, publicada no “Diário Oficial da União”, que trata sobre “impedimento de ingresso, repatriação e deportação sumária de pessoa perigosa”, não se aplica a Glenn Greenwald.

O Valor relata que o ministro da Justiça foi questionado sobre a associação da medida com sua nêmesis, o jornalista americano do Intercept - que vive, de resto, em situação completamente regular no Brasil.

MP promove “nova reforma trabalhista”

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O próximo semestre legislativo, que começa oficialmente em 1º de agosto, deverá trazer a bordo mais uma investida contra os direitos dos trabalhadores. Na pauta de votações no plenário da Câmara, está uma medida provisória (MP) que altera 36 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no final de abril, a MP 881 dificulta, por exemplo, o acesso da Justiça aos bens de empregadores com dívidas trabalhistas. Atualmente, essa possibilidade é prevista como meio para viabilizar eventuais indenizações.

A proposta também acaba com o e-Social, sistema que centraliza o envio de dados trabalhistas pelas empresas, como contribuições previdenciárias, folhas de pagamento, notificação de acidentes de trabalho e aviso prévio, entre outras.

União Europeia-Mercosul: acordo regressivo

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

No dia 28 de junho, houve o anúncio político da conclusão da fase de negociação do Acordo de Associação entre a União Europeia (28 países, incluindo ainda o Reino Unido) e o Mercosul. O acordo tem três pilares: econômico-comercial, político e cooperação. E, mesmo o primeiro pilar vai muito além de livre-comércio. Envolve regras sobre compras governamentais, investimentos, atuação de empresas estatais, propriedade intelectual, denominações de origem geográfica, entre outros. Em relação ao comércio propriamente dito, em parte se negociou livre comércio, mas, para os segmentos mais importantes como a exportação agrícola do Mercosul, se negociou justamente a restrição comercial, por meio de cotas.


Glenn passa bem; falador passa mal

Bolsonaro promove a destruição da cinema

Moro questiona palavra de hackers

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A menos que esteja preparando uma auto-crítica radical das condenações mais pesadas da Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro deveria ser mais cuidadoso nos tuítes sobre os quatro suspeitos de vazar diálogos eletrônicos para o Intercept-Brasil.

Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

A última cartada de Sergio Moro

Portaria 666 de Moro: o país da piada pronta

Como o Facebook quer controlar o mundo

Por Vicente Ferreira, no site Carta Maior:

Há algumas semanas, o Facebook anunciou a intenção de criar uma nova criptomoeda, a Libra, para servir de meio de pagamento digital global. No Livro Branco entretanto divulgado, a Libra é apresentada como “uma moeda global simples capaz de dar poder a milhões de pessoas”, projetada para que seja “tão fácil enviar dinheiro como enviar um e-mail”, sendo o seu valor de mercado indexado a um cabaz de moedas tradicionais (como o dólar ou o euro). Embora existam já 28 empresas envolvidas no projeto, entre as quais a Visa, Mastercard, Paypal, Vodafone, eBay, Uber e Spotify, é o Facebook que o tem liderado desde o início.

A elite neocolonial abraçou o fascismo

Por Bernardo Gomes, no site Vermelho:

Para implementar a sua agenda neoliberal e entreguista, a elite brasileira, após o golpe parlamentar de 2016, decidiu abraçar o fascismo como consequência da violência política contra a esquerda e seus governos democráticos e populares. O outro paralelo na história dessa união resultou na Ditadura Militar, sabemos como isso termina.

Semana passada talvez tenha sido a mais simbólica e emblemática para aqueles que ainda tratavam o governo de Jair Bolsonaro com alguma esperança institucional. O atual Presidente da República – que nunca mentiu quanto aos seus desejos ditatoriais – mostrou toda a sua “inclinação autoritária” segundo editorial da Folha de S. Paulo.