domingo, 24 de novembro de 2019

A formação do ser neoliberal

Por Eleutério F. S. Prado, no site Outras Palavras:

Os economistas de direita costumam ridicularizar a ideia de economista neoliberal, assim como o conceito de neoliberalismo. Será que eles são apenas competentes na formulação e na aplicação de teorias econômicas ou, ademais, eles são na verdade bons produtores de fake-theories que são funcionais – isto é, permitem que as coisas funcionem melhor e de acordo com as conveniências do sistema econômico ora existente? É preciso examinar isto cuidadosamente.

Bolsonaro vai perder a guerra contra Globo

Por Fernando Morais, no blog Nocaute:

É possível que Bolsonaro, como eu, considere as Organizações Globo e a família Marinho inimigas do Brasil e dos brasileiros e que assim devem ser tratadas. Primeiro é preciso sublinhar que os motivos que me levam a propagar esse bordão anti-Globo são diametralmente opostos às razões do presidente. Segundo, tenho uma má notícia para ele: pode tirar o cavalo da chuva, capitão, porque você não vai quebrar a rede Globo. Vou tentar explicar por que estou afirmando isto.

A manchete contra Moro que a Folha não deu

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

A Folha parece envergonhada com a própria manchete:

“Moro contrariou padrão da Lava Jato ao divulgar grampo de Lula, indicam mensagens”

Contrariar o padrão é um jeito tucano de dizer que Moro agiu sempre para perseguir Lula, ao divulgar apenas os grampos que interessavam ao plano do lavajatismo.

Esta deveria ter sido a manchete:

“Moro só divulgava os grampos contra Lula”

O fracasso do leilão do pré-sal

Por Giorgio Romano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A partir da derrubada do governo Dilma Rousseff, entrou em operação um processo acelerado de desmonte da política para o pré-sal desenvolvida pelos governos Lula e da presidenta impedida. Esta se dava basicamente por meio de um controle posto em prática pela estatal PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.) e pela própria Petrobras, apoiado pelo marco regulatório de 2010, conhecido como partilha, e por uma política vigorosa de conteúdo local para garantir que os volumosos investimentos necessários para a exploração do petróleo e gás se traduzissem em geração de renda e emprego no país.

O general restrição externa entrará em campo

Por José Luis Oreiro, no site Brasil Debate:

Duas notícias interessantes publicadas no Valor Econômico de segunda-feira, dia 18 de novembro. A primeira referente ao déficit crescente da indústria de transformação no Brasil, o qual nos últimos 12 meses se encontrava em US$ 31,5 bilhões de dólares. A segunda referente ao déficit cambial brasileiro, que acumulava o valor de US$ 21, 2 bilhões até novembro do corrente ano. Pelas razões que apontarei a seguir, esses indicadores parecem sinalizar para o retorno do velho problema da restrição externa, o qual é endêmico nas economias latino-americanas e, particularmente, no Brasil.

Lula livre é o maior líder político do Brasil

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A discussão a respeito da libertação de Lula tem de considerar duas premissas. Muita gente parece se esquecer de ambas, mas é preciso sempre lembrá-las. A primeira é o tamanho e a qualidade da imagem do ex-presidente. Sem nenhum exagero, é o político brasileiro mais admirado e querido de todos os tempos. Não há quem se compare a ele, nem no passado antigo, no Império ou na República até 1964, nem no Brasil pós-ditadura. Getulio Vargas foi em parte absolvido dos pecados do Estado Novo pelo segundo governo, mas eles permaneceram. Juscelino Kubitschek foi estimado, mas não recebeu o mesmo carinho da gente humilde. 

O Plano Emergencial de Emprego e Renda

Editorial do site Vermelho:

As propostas das centrais sindicais, dos movimentos sociais e de partidos de oposição na cidade de São Paulo são opostas ao programa do governo Bolsonaro. De certo modo, essa é uma posição natural, pois desde sempre os objetivos do bolsonarismo não passam nem perto dos interesses do povo e do país. A grande notícia é a entrada em cena de mais uma ação relevante de uma movimento organizado que expressa resistência determinada ao desastre em andamento.

Câmara isenta racismo de deputados do PSL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Os deputados do PSL têm se sentido cada vez mais à vontade para barbarizar a vida política brasileira. Até o ano passado, Jair Bolsonaro era um dos poucos parlamentares que usava o mandato para expressar seu desprezo pelos valores democráticos. Com o bolsonarismo, isso virou padrão. Todo dia tem um figurão do PSL xingando opositores, atacando as instituições, perseguindo jornalistas, exaltando assassinos e fazendo ameaças de todo tipo contra a democracia. A coisa já está fora de controle.

Bolsonaro golpeia recursos para a saúde

Por Alexandre Padilha, no jornal Brasil de Fato:

Com a falsa promessa de atender os mais necessitados, Bolsonaro faz o maior ataque da história ao princípio da universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

A portaria do novo financiamento dos recursos para que os municípios possam abrir e colocar para funcionar unidades básicas de saúde, imunização e ações e prevenção visa impedir que o SUS atenda a todos.

Essa nova portaria baseia o repasse de recursos aos municípios não mais pelo tamanho da população e por indicadores de vulnerabilidade, e sim pelo número de pessoas cadastradas pelas equipes de saúde da família.

O neofascismo em marcha no Brasil

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Ao lançar as bases do primeiro partido neofascista que chegou ao poder pelo voto no Brasil, Bolsonaro abriu as cartas do seu jogo da morte: ele só está em busca de um pretexto para botar as tropas na rua.

Cada vez mais isolado no mundo e aqui dentro, com o país cercado por rebeliões populares pra todo lado nos países vizinhos, a plataforma da Aliança Pelo Brasil, nome de fantasia do partido da familícia, o capitão presidente soltou seus cachorros loucos para provocar um confronto com as oposições, que não reagiram.

No Equador, na Bolívia, no Chile e, agora, também na Colômbia, o povo foi às ruas contra os governos, mas aqui pode acontecer o contrário: o próprio governo ir às ruas contra o povo.

O autoritarismo líquido do século XXI

Por Pedro Estevam Serrano, no site A terra é redonda:

Uma das grandes preocupações daqueles que, no campo da política e do Direito, se dispõem a debater e a compreender este começo de século é o surgimento de novas formas de autoritarismo e de uma crescente onda de medidas autoritárias instauradas no interior de regimes democráticos. Em várias partes do mundo e, especialmente na América Latina e no Brasil, assistimos ao recrudescimento dessas medidas, que resulta em brutais retrocessos no campo dos direitos. Em meus artigos, livros e entrevistas, já há alguns anos venho também me dedicando a entender as características do fenômeno, a que tenho chamado de autoritarismo líquido.

Frente Ampla e o segundo turno no Uruguai

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O segundo turno da eleição uruguaia entra na reta final num cenário de polarização política e disputa acirrada. Há um relativo favoritismo do direitista Lacalle Pou, do Partido Nacional.

No 1º turno, Daniel Martínez da Frente Ampla [FA] liderou com 39%, livrando mais de 253 mil votos de diferença sobre Lacalle Pou, que ficou em 2º lugar com 28,6% dos votos.

Uma diferença bastante significativa a favor de Martínez, considerando-se o pequeno colégio eleitoral uruguaio de 2,4 milhões de eleitores. Apesar dessa expressiva diferença, entretanto, os sinais indicam dificuldades para a conquista do 4º mandato consecutivo da Frente Ampla.

Golpistas da Bolívia reprimem até os mortos

Por Eric Nepomuceno

O que está acontecendo na Bolívia desde o golpe que derrubou e despachou para o exílio o presidente Evo Morales é, além de trágico, de uma perversão sem limites.

A fúria descontrolada da polícia militarizada ganhou nos últimos dias um reforço extra com a participação, nas ações dirigidas principalmente contra indígenas e apoiadores do presidente deposto, de tropas do Exército.

Desde a derrubada de Evo Morales e a entrada em cena da autoproclamada presidente Jeanine Áñez mais de 30 bolivianos foram mortos.

E o que se viu em La Paz na quinta-feira, dia 21, mostra que a brutalidade sem limites não poupa sequer os mortos dessa violência.