quarta-feira, 27 de junho de 2018

Roda Viva: Isso é jornalismo?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Confesso que não consegui ver o programa até o fim, tamanha a minha revolta com o que estava assistindo.

Na noite de segunda-feira, o novo Roda Viva, que tinha começado tão bem, desceu ao grau mais baixo do jornalismo de sarjeta, ao literalmente massacrar uma entrevistada.

A vítima foi a valente Manuela D´Ávila, jovem política gaúcha, que teve a ousadia de se candidatar a presidente da República pelo Partido Comunista do Brasil.

Tratada como se fosse uma criminosa de guerra no tribunal de Nüremberg, Manuela foi interrogada por uma bancada de fuzilamento, acusada de todos os crimes praticados por regimes comunistas ao longo da história.

A manobra dupla de Fachin

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Nem o mais empedernido antilulista deixará de admitir que o ministro do STF Luiz Fachin executou ontem uma bem-sucedida manobra política com o uso de discutível munição jurídica.

Deslocou para o plenário o pedido de liberdade do ex-presidente Lula para evitar que a Segunda Turma o acolhesse, seguindo o mesmo entendimento aplicado ao caso idêntico do ex-ministro José Dirceu.

Para empurrar o caso ao plenário, onde a correlação de forças não é favorável à corrente garantista como na turma, Fachin valeu-se de um pedido de suspensão de inelegibilidade que a defesa de Lula apresentou.

Direita brasileira vive de mistificações

Frederico d’Avila. Foto: Reprodução/YouTube
Por Luis Felipe Miguel, no blog Diário do Centro do Mundo:

O bolsomínion na tevê volta a repetir que “o fascismo é de esquerda”. Surfa no analfabetismo político generalizado e segue a velha recomendação de Goebbels – seu correligionário, pois não? – de repetir uma mentira até torná-la “verdade”.

Desde que a metáfora esquerda-direita surgiu, no contexto da Revolução Francesa, ela se relaciona ao eixo progresso social versus conservadorismo e atraso. Da esquerda para a direita, caminhava-se da defesa dos sans-culottes, da laicidade e da república para a defesa da nobreza, da Igreja e da monarquia.

Os canis do Texas e a crueldade da elite

Por Jorge Elbaum, no site Carta Maior:

A desordem mundial planteada pela globalização neoliberal protecionista mostrou na última semana dois de seus sintomas de crueldade, pondo em evidência a maior crise humanitária desde a II Guerra Mundial. Segundo Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), existem na atualidade 65 milhões de deslocados pelas guerras, invasões militares, pela fome, pela desertificação e pelos conflitos étnico-religiosos, registro que parece não incomodar as grandes potências, ainda que se disponham a realizar conferências internacionais para abordar essas tragédias, mas sem mostrar resultados aceitáveis, e muito menos ações para solucionar os problemas.

Austeridade mata políticas de cultura

Por Paula Quental, no site Brasil Debate:

Desde que se iniciou a série de encontros da Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES) e Brasil Debate para discutir os efeitos das políticas de ajuste fiscal no país, um dos quadros mais dramáticos revelados foi o da cultura. “Morte lenta”, “respiração por aparelhos” e “inviabilização” foram algumas expressões usadas para definir o setor, suas instituições e políticas depois dos cortes orçamentários de 2015 (a “navalha”), acentuados a partir de 2017 (a “guilhotina”). Responsável pelo diagnóstico, o ex-secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC) João Brant afirmou que o impacto das medidas de austeridade é de tal ordem que “há o risco de o MinC se tornar inviável,como instituição”.

Argentina, Brasil e os machistas na Rússia


Enquanto aqui formadores de opinião como Boris Casoy saíram em defesa dos assediadores brasileiros, um argentino de 47 anos (!!!) que fez uma “brincadeira” machista similar com uma jovem russa foi proibido pelo Ministério da Segurança de seu próprio país de continuar assistindo aos jogos da Copa. Néstor Fernando Penovi, dono de uma concessionária de automóveis, perdeu seu “registro de fã” (Fan ID) após sua identidade ter sido comprovada e acabou retornando à Argentina, onde chegou na sexta-feira, envergonhado e se dizendo arrependido.

Como utilizar as redes sociais nas eleições

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:

As redes sociais terão influência fundamental neste pleito, tanto em razão da escassez de recursos, quanto em função da redução do tempo de campanha. No 1º caso para executar meios de arrecadação de recursos de campanha, como a vaquinha virtual, doação eletrônica ou financiamento coletivo (crowdfunding). No 2º para projetar ou multiplicar a presença e visibilidade do candidato.

Hoje no Brasil, mais metade da população acessa as redes sociais. São usuários ativos no Facebook, WhatsApp, Instagram e outros aplicativos de comunicação segmentada. O ingresso dos chamados políticos e candidatos nesses meios tornou-se recorrente e, por ser área relativamente nova, a maioria deles tropeça em erros comuns

Alguém já foi punido pela lei contra racismo?

Por Bruna de Lara, no site The Intercept-Brasil:

Faz meia década que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou uma lei contra a discriminação racial. Tendo como alvo o racismo, a intolerância religiosa e a xenofobia, a lei 6483/2013 pune indivíduos, empresas e estabelecimentos comerciais do Estado com multas, suspensão e cassação de licenças para funcionamento. Ou, pelo menos, deveria punir. Em cinco anos, a medida nunca foi regulamentada e, por isso, ninguém foi enquadrado nela.

Fachin comete suicídio de reputação

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O termo “assassinato de reputação” já se inseriu no vocabulário corrente das disputas comerciais e políticas. Já “suicídio de reputação” é um elemento novo e que fica nítido na atuação do Ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Por que um jurista, que passou a vida toda construindo uma imagem social e garantista, dá uma guinada de 180 graus? E com um enorme agravante: foi garantista quando o Poder (que o nomeou para o STF) valorizava os garantistas; tornou-se punitivista feroz e parcial na hora em que o Poder demanda punitivismo com um foco muito claro de impedimento da candidatura Lula à presidência.

TV Cultura tucana virou um circo fascista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vi apenas trechos da entrevista de Manuela D’Ávila no Roda Viva, da TV “Cultura” de São Paulo. Li outros, o que é menos vomitivo que assistir um espetáculo armado de antijornalismo.

Ricardo Lessa, que conheci ainda nos tempos de faculdade, foi tão pouco jornalístico a insistir em perguntas sobre Stálin ou Mao-Tsé-Tung quanto seria a questionar um bispo ou o papa Francisco sobre os inquisidores da Idade Média.

Suceder a Augusto Nunes já é duro; dar-lhe continuidade é ainda mais.

Liberdade de Dirceu derrota banalidade do mal

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A sentença que libertou José Dirceu - provisoriamente - de uma condenação da Lava Jato pertence à uma família particular das grandes decisões humanas, em particular de homens de Estado.

Não se baseia em nenhuma novidade real, nenhuma mudança espetacular, mas apenas na disposição de autoridades responsáveis em recusar uma postura omissa e cumprir seu dever com o país e sua época.

O voto de Dias Toffoly, apoiado por Gilmar Mendes e Ricardo Lewandovski, teve como norte a necessidade de afirmar a "presunção da inocência", princípio básico do Estado Democrático de Direito e tão antigo como a Revolução Francesa.

A coragem de Manuela e a miséria da mídia

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB - Partido Comunista do Brasil, Manuela D'Ávila participou, na noite desta segunda-feira (25), do programa Roda Viva, da TV Cultura. Ao invés de a emissora pública paulista aproveitar a oportunidade para discutir um projeto para o Brasil e saídas para a crise que o país vive, a bancada de entrevistadores preferiu destilar grosserias e machismo: além de perguntas rasas com a intenção clara de desestabilizar e deslegitimar as posições de Manu, a jovem gaúcha foi interrompida 62 vezes durante a sabatina. Ciro Gomes, entrevistado recentemente pelo programa, foi interrompido em apenas oito ocasiões, para se ter noção.