quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O MST na mira de Bolsonaro

Por Nara Lacerda, no jornal Brasil de Fato:

Ainda nos primeiros dias da atual gestão, em janeiro de 2019, o governo de Jair Bolsonaro já dava mostras de que levaria à prática o tom dado às questões fundiárias durante a campanha eleitoral. Com o passar dos meses, as afirmações bélicas se tornaram atos de governo. As declarações seguiram numa crescente de agressividade que, de acordo com observadores, tornaram ainda mais sensíveis as relações no campo.

2019 não é um ano para ser esquecido

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há muita gente se perguntando se não era melhor ter passado direto de 2018 para 2020, como se o ano que termina não tivesse existido.

Uma sensação de gosto amargo na boca, de que tudo ou quase tudo deu errado é o mantra da vez.

A sensação dos que defendem a democracia, o meio ambiente, os direitos humanos, as liberdades é de que estamos saindo piores do que entramos deste ano.

Há muito de verdade nisso, mas nem sempre tudo é tão verdadeiro quanto parece.

Sem querer fazer o papel de Polyana, fazendo o jogo do contente e tentando extrair algo de bom e positivo de tudo, quero dizer que sim, aprendemos muitas coisas neste 2019 e que serão fundamentais pra gente seguir adiante.

Uma resistência mais ampla e forte em 2020

Editorial do site Vermelho:

Nesta virada de ano estão confirmados os prognósticos sobre o governo Bolsonaro. Como era previsto, o Brasil caiu em um processo de regressão democrática. Os ataques às instituições que deram forma aos avanços que atravessaram sobretudo o século XX estão em curso e são cada vez mais ousados. Eles já provocaram estragos de grandes proporções, que poderiam ser piores se não houvesse a resistência democrática.

Incoerência na política externa de Bolsonaro

Por Giorgio Romano, na revista CartaCapital:

Terminado o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, surgem várias análises sobre a Política Externa Brasileira (PEB) que apontariam para um realinhamento de forças baseado no pragmatismo e na “imposição da realidade”. O caso que comprovaria a tese seria, sobretudo, o reforço, ao invés do esfriamento, da relação com a China, maior parceiro comercial e um dos principias investidores no Brasil.

É mencionada também a não-transferência da embaixada brasileira em Israel da capital Tel Aviv para Jerusalém, ou, ainda, a não intervenção direta brasileira na política venezuelana. Mas serão essas as reais motivações? Ou, em verdade, o que seria visto como recuo diplomático expressaria, isso sim, uma incoerência como método da política externa, que, por sua vez, seria o conjunto de forças políticas e sociais que sustentam o governo e que deveriam ser atendidas? A ver.

2019: o ano movido a ódio e mentiras

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bem que ele avisou aos seus parceiros de extrema direita nos Estados Unidos, logo no início do governo, que primeiro era preciso destruir muita coisa antes de começar a construir um novo país.

A primeira parte Bolsonaro já cumpriu: com método na loucura, muito ódio e mentiras, em apenas um ano de mandato o seu governo apequenou o país, ao atacar uma a uma as conquistas sociais das últimas décadas e abalar os alicerces democráticos de um Brasil em transe permanente.

Deve ser um caso inédito na história mundial. Nunca, antes, que eu me lembre, um presidente declarou guerra ao seu próprio país, tratando o povo e as instituições como inimigos.

De quem, afinal, ele está querendo se vingar?

Um balanço do governo Bolsonaro

Por João Pedro Stedile, no site A terra é redonda:

Uma lista das 32 medidas da presidência de Jair Bolsonaro mais prejudiciais aos trabalhadores/as rurais e à ampla maioria do povo brasileiro.

O primeiro ano do governo do capitão Jair Bolsonaro representou uma clara opção de políticas para o campo, de favorecimento aos interesses do capital, representados pelos latifundiários, agronegócio, madeireiros, mineradoras, grileiros e as empresas transnacionais do agro. Houve enormes retrocessos nas políticas agrária, agrícola e ambiental, prejudicando a todos trabalhadores/as rurais e a ampla maioria do povo brasileiro.