Reproduzo matéria de Conceição Lemes, integrante da comissão organizadora do encontro:
Com 330 blogueiros de 19 estados, acontece de hoje até domingo em São Paulo o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas.
O brasileiro tem o hábito de deixar as coisas para última hora. O primeiro encontro confirmou essa prática. O prazo para inscrições era até 13 de agosto. Na nossa última reunião, dia 12, havia cerca de 200 inscritos. Em menos de uma semana, saltaram 380, quando tivemos de interrompê-las. Fechamos com 330.
Sinal de uma vitória da blogosfera. Afinal, o encontro foi pensado e organizado em menos de três meses. Nossas sinceras desculpas àqueles que não puderam se inscrever por falta de vagas. Em 2011, todos nós estaremos juntos no 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas.
A decisão de não ampliar as inscrições foi por questão de responsabilidade. O auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo é para 200 pessoas sentadas. No hall, tem um “puxadinho” com telão, onde cabem mais 100.
Mudar o local na última hora era inviável. Toda a logística – inclusive reserva de hotel e equipamentos para a transmissão ao vivo – foi preparada, considerando o sindicato dos engenheiros. Entupir também o espaço não queríamos, para não gerar desconforto. Daí a nossa difícil decisão.
Mas temos uma ótima notícia. Todos poderão acompanhar o encontro pela internet, via TV Software Livre. É acessível a qualquer navegador.
A propósito, acaba de entrar no ar o planeta agregador do encontro.
Programação de sábado e domingo
No sábado, as atividades da parte da manhã vão das 9h às 12h. Programação prevista:
9h, mesa de abertura: Rodrigo Vianna (SP, Escrevinhador) e Leandro Fortes (BSB, Brasília eu vi) falam sobre os objetivos e a dinâmica do encontro.
9h30 às 12h, debate: O papel da internet e os desafios da internet, com Paulo Henrique Amorim (SP, Conversa Afiada), Luis Nassif (SP, Luis Nassif Online ) e Débora da Silva (Santos, Movimento Mães de Maio). Moderadores: Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.
No sábado à tarde, a partir das 14h, temas que envolvem o dia a dia dos blogueiros:
14h, painel: Ameaças à internet, neutralidade na rede e questões jurídicas, com Túlio Vianna, professor da Faculdade de Direito da UFMG (MG, Túlio Viana), Paulo Rená (Brasília , Hiperfície) e Marcel Leonardi, especialista em direito digital e professor da Escola de Direito da FGV-SP. Moderador: Diego Casaes (SP, Global Voices Online).
15h, painel: Como financiar a blogosfera, com Geórgia Pinheiro (Conversa Afiada) e Leandro Guedes (SP, Juiz de Fora, Café Azul Agência Digital). Moderador: Renato Rovai (SP, Revista Fórum).
16h, oficina: Narrativas na internet (blogs, twitter,tvweb, tecnologias de uso da web), com Luiz Carlos Azenha (SP, Viomundo), Conceição Oliveira (SP, Maria_Frô), Emerson Luis (Brasília, Nas Retinas), Guto Carvalho (Brasília, Guto Carvalho). Moderador Eduardo Guimarães (SP, Blog da Cidadania)
No domingo, as atividades também começam às 9h. O objetivo é a troca de experiências. Os participantes serão divididos em seis grupos. Cada um terá dois moderadores, que relatarão seus trabalhos, abrindo espaço para que outros blogueiros façam o mesmo, debatam e proponham sugestões.
Grupo 1: Amilton Alexandre (SC, Tijoladas do Mosquito) e Claudia Cardoso (RS, Dialógico)
Grupo 2: Antonio Mello (RJ, Blog do Mello) e Lola Aronovich (CE, EscrevaLolaEscreva).
Grupo 3: Lucio Flávio Pinto (PA, Jornal Pessoal) e Carlos Latuff (RJ, Latuff DevianArt).
Grupo 4: Leonardo Sakamoto (SP, blog do Sakamoto) e e Daniel Pearl Bezerra (CE, Dilma 13 e Desabafo Brasil).
Grupo 5: Emílio Gusmão (BA, Blog do Gusmão) e Cloaca (RS, Cloaca News)
Grupo 6: Helio Paz (RS, Helio Paz) e Rogério Tomaz Jr (BSB, Brasília-Maranhão).
Ao meio dia, plenária com relato dos grupos e aprovação da Carta de Blogueiros: Conceição Lemes (SP, Blog da Saúde do Viomundo ) e Altamiro Borges ( SP, Blog do Miro)
25 Amigos da Blogosfera
Tudo isso só se tornou possível graças ao apoio financeiro destes 25 Amigos da Blogosfera:
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)
CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional
CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo
Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo)
Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)
Federação dos Químicos de São Paulo
Força Sindical
Fundação Maurício Grabois
Fundação Perseu Abramo
Agência T1
Café Azul
Carta Capital
Carta Maior
Conversa Afiada
Opera Mundi
Rede Brasil Atual
Revista Fórum
Seja Dita a Verdade
TVSL
Vermelho
Viomundo
Obrigadíssima a todos vocês – internautas, blogueiros, apoiadores, incentivadores, amigos –, que permitiram que o sonho do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas se tornasse realidade.
“A liberdade da internet”, como diz o ministro Ayres Britto, do STF, “é ainda maior que a liberdade de imprensa”.
Um bom encontro para todos nós. Bem-vindos. Viva a blogosfera.
* Comissão Organizadora: Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Rodrigo Vianna, Renato Rovai e Diego Casaes.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Um encontro inédito de blogueiros
Reproduzo entrevista publicada no blog de José Dirceu:
Começa hoje com uma festa o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, organizado por vários blogueiros de renome nacional. A reunião, pioneira e que os promotores esperam preceda a várias outras, programa discutir a rede virtual como uma verdadeira arma de informação contra o monopólio da grande mídia. Para contar a vocês sobre o que será o evento, entrevistamos um de seus coordenadores, Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Miro, como surgiu a ideia de um encontro de blogueiros progressistas?
A ideia é antiga, nasceu quando pensamos a criação do Centro de Estudos Barão de Itararé. A ideia é simples: juntarmos os blogueiros para trocarmos nossas experiências. Foi dada pelo Luis Carlos Azenha (Vi o Mundo) com base na experiência norte-americana que já há alguns anos realiza esses encontros, com 10 mil blogueiros. Lá - e acreditamos, aqui também - esses encontros têm um papel importante na disputa contra a hegemonia da grande mídia.
A ideia foi discutida e em 14 de maio, criamos uma comissão organizadora e passamos então a organizar o encontro, com uma expectativa de reunir 200 pessoas, mas fomos surpreendidos pelo interesse dos blogueiros. Fechamos 380 inscrições. A comissão é composta por mim e por Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Luis Carlos Azenha, Rodrigo Viana, Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Conceição Lemes, Conceição Oliveira e Diego Casaes.
Esse 1º Encontro terá representantes de todos os Estados?
Teremos 19 Estados participantes, com a presença de blogueiros de todo o Brasil, como Altino Machado do Acre, o Mello do Rio de Janeiro, o Leandro Fortes de Brasília... Por isso também, o encontro começará com uma festa. Queremos que os blogueiros se conheçam pessoalmente porque muitos só se conhecem virtualmente. Daí essa confraternização marcada para hoje, a partir das 20h, na sede regional do Sindicato dos Bancários (R.Carlos Sampaio, 305). Será o primeiro contato presencial dessa turma e contaremos com o grupo de chorinho do Luis Nassiff.
Quais os principais temas programados para discussão no debate?
Amanhã (21.08), começaremos debatendo o papel da internet e o desafio da blogosfera. Já na parte da tarde, teremos três paineis que funcionarão como se fossem palestras de grande interesse dos blogueiros. O primeiro deles será sobre as amaeaças e os problemas jurídicos na rede. Como devemos nos comportar diante dos processos, quais os direitos e deveres. No segundo painel, discutiremos sistemas de financiamento da blogosfera, como se autosustentar e o que pode ser feito no sentido de fortalecimento dos blogs. Já a terceira mesa será mais prática: vamos pensar juntos como fazer um blog, divulgá-lo através de twitter e outras redes, Web TV, enfim, municiar os blogueiros.
No domingo (22.08) de manhã, teremos as reuniões em grupo para a troca de experiências e propostas apresentadas numa grande plenária na parte da tarde. Esse é o conjunto das atividades propostas. As discussões dos dias 21 e 22 de agosto acontecerão no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (rua Genebra, 25). Nosso objetivo é, no final do evento, apresentar uma proposta.
Quais as bandeiras de luta deste primeiro encontro?
Já publicamos a Carta dos Blogueiros com nossas propostas. Elas caminham na esteira do que foi discutido durante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, no sentido da democratização da mídia. No geral, o movimento é em defesa do Plano Nacional de Banda Larga para todos, pela democratização da publicidade oficial e pela neutralidade da rede. Também somos contra qualquer tipo de censura à net - como o AI-5 digital do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ou os chamados "pedágios da internet".
Defendemos a regulamentação dos Artigos 220, 221 e 223 da Constitução. Esses artigos não foram regulamentados por omissão do Congresso Nacional. Eles proíbem o monopólio, a propriedade cruzada e garantem a pluralidade da mídia. Nosso objetivo inclusive é apresentar uma proposta, sugerida pelo professor Fábio Konder Comparatto, de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) pela omissão do Congresso Nacional que não regulamentou esses artigos. Há duas propostas também, mais institucionais: estabelecer que este encontro passe a ser anual e que se crie mecanismos de assessoria jurídica para os blogueiros.
Quem não pode se inscrever poderá acompanhar o encontro online?
Sim. O encontro será ao vivo, online. Todos podem acompanhá-lo pela Rede Brasil Atual e também pelo site do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e de vários blogueiros que vão transmitir as discussões online. Aproveito também, para pedir desculpas aqui, porque calculamos errado o número de participantes. Felizmente, fomos surpreendidos e este número foi superior ao que havíamos programado. Então, a todos os que não puderam se inscrever dessa vez, peço desculpas e garanto que na próxima, todos poderão participar.
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Começa hoje com uma festa o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, organizado por vários blogueiros de renome nacional. A reunião, pioneira e que os promotores esperam preceda a várias outras, programa discutir a rede virtual como uma verdadeira arma de informação contra o monopólio da grande mídia. Para contar a vocês sobre o que será o evento, entrevistamos um de seus coordenadores, Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Miro, como surgiu a ideia de um encontro de blogueiros progressistas?
A ideia é antiga, nasceu quando pensamos a criação do Centro de Estudos Barão de Itararé. A ideia é simples: juntarmos os blogueiros para trocarmos nossas experiências. Foi dada pelo Luis Carlos Azenha (Vi o Mundo) com base na experiência norte-americana que já há alguns anos realiza esses encontros, com 10 mil blogueiros. Lá - e acreditamos, aqui também - esses encontros têm um papel importante na disputa contra a hegemonia da grande mídia.
A ideia foi discutida e em 14 de maio, criamos uma comissão organizadora e passamos então a organizar o encontro, com uma expectativa de reunir 200 pessoas, mas fomos surpreendidos pelo interesse dos blogueiros. Fechamos 380 inscrições. A comissão é composta por mim e por Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Luis Carlos Azenha, Rodrigo Viana, Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Conceição Lemes, Conceição Oliveira e Diego Casaes.
Esse 1º Encontro terá representantes de todos os Estados?
Teremos 19 Estados participantes, com a presença de blogueiros de todo o Brasil, como Altino Machado do Acre, o Mello do Rio de Janeiro, o Leandro Fortes de Brasília... Por isso também, o encontro começará com uma festa. Queremos que os blogueiros se conheçam pessoalmente porque muitos só se conhecem virtualmente. Daí essa confraternização marcada para hoje, a partir das 20h, na sede regional do Sindicato dos Bancários (R.Carlos Sampaio, 305). Será o primeiro contato presencial dessa turma e contaremos com o grupo de chorinho do Luis Nassiff.
Quais os principais temas programados para discussão no debate?
Amanhã (21.08), começaremos debatendo o papel da internet e o desafio da blogosfera. Já na parte da tarde, teremos três paineis que funcionarão como se fossem palestras de grande interesse dos blogueiros. O primeiro deles será sobre as amaeaças e os problemas jurídicos na rede. Como devemos nos comportar diante dos processos, quais os direitos e deveres. No segundo painel, discutiremos sistemas de financiamento da blogosfera, como se autosustentar e o que pode ser feito no sentido de fortalecimento dos blogs. Já a terceira mesa será mais prática: vamos pensar juntos como fazer um blog, divulgá-lo através de twitter e outras redes, Web TV, enfim, municiar os blogueiros.
No domingo (22.08) de manhã, teremos as reuniões em grupo para a troca de experiências e propostas apresentadas numa grande plenária na parte da tarde. Esse é o conjunto das atividades propostas. As discussões dos dias 21 e 22 de agosto acontecerão no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (rua Genebra, 25). Nosso objetivo é, no final do evento, apresentar uma proposta.
Quais as bandeiras de luta deste primeiro encontro?
Já publicamos a Carta dos Blogueiros com nossas propostas. Elas caminham na esteira do que foi discutido durante a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, a Confecom, no sentido da democratização da mídia. No geral, o movimento é em defesa do Plano Nacional de Banda Larga para todos, pela democratização da publicidade oficial e pela neutralidade da rede. Também somos contra qualquer tipo de censura à net - como o AI-5 digital do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ou os chamados "pedágios da internet".
Defendemos a regulamentação dos Artigos 220, 221 e 223 da Constitução. Esses artigos não foram regulamentados por omissão do Congresso Nacional. Eles proíbem o monopólio, a propriedade cruzada e garantem a pluralidade da mídia. Nosso objetivo inclusive é apresentar uma proposta, sugerida pelo professor Fábio Konder Comparatto, de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) pela omissão do Congresso Nacional que não regulamentou esses artigos. Há duas propostas também, mais institucionais: estabelecer que este encontro passe a ser anual e que se crie mecanismos de assessoria jurídica para os blogueiros.
Quem não pode se inscrever poderá acompanhar o encontro online?
Sim. O encontro será ao vivo, online. Todos podem acompanhá-lo pela Rede Brasil Atual e também pelo site do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e de vários blogueiros que vão transmitir as discussões online. Aproveito também, para pedir desculpas aqui, porque calculamos errado o número de participantes. Felizmente, fomos surpreendidos e este número foi superior ao que havíamos programado. Então, a todos os que não puderam se inscrever dessa vez, peço desculpas e garanto que na próxima, todos poderão participar.
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Rádios comunitárias fecham Band/Campinas
Reproduzo matéria publicada pelo blog "Pimentus ardidus":
Nesta quinta feira (dia 19), a TV Bandeirantes de Campinas foi alvo de protesto pelo movimento das rádios comunitárias e de quem as apóia. Não é de hoje que sabemos que o grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão se posta acima da lei e traz pra si o papel de julgar o movimento de rádios comunitárias como criminoso. Além de descumprir a legislação trabalhista, desrespeitando o trabalhador, a mesma deixa de cumprir a legislação que rege o próprio setor de radiodifusão.
Nesta quinta feira, no período da tarde, diversos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores e entidades ligadas a democratização do meios de comunicação deram um basta às mentiras que o grupo Bandeirantes propagandeia através de suas emissoras, criminalizando um movimento legítimo que é o das rádios comunitárias.
O principal argumento utilizado pela direção da emissora é de que diversas emissoras de rádios comunitárias não tem outorga do Ministério das Comunicações para funcionar. E olha que coisa, por ironia do destino; a TV Bandeirantes de Campinas está com sua outorga vencida. E nem por isso a Polícia Militar e Civil, presentes no ato, a pedido da emissora, fizeram alguma coisa para prender os diretores ou fechar a própria emissora que estava funcionando ilegalmente.
Os portões da frente da emissora ficaram fechados e ninguém podia entrar ou sair por ali. O trânsito teve que sofrer um desvio, mas como o movimento era pacífico e a pedido da polícia militar, foi liberado a pista para que o tráfego pudesse fluir. Mas a questão principal continuou de pé: a polícia iria ou não efetuar a prisão dos diretores da emissora ou fechar a emissora e lacrar seus transmissores?
É óbvio que não aconteceu nada nesse sentido. Após um prazo de duas horas, cumpridas ali na frente da emissora, a Polícia Civil não apareceu com a resposta, obrigando uma comissão presente dos representantes dos movimentos sociais ir até a DIG de Campinas e fazer a denúncia contra as emissoras do Grupo Bandeirantes que estavam com a outorga vencida. Segundo a alegação do delegado, a denúncia deveria ser feita no 5º DP, mas era ele quem mandava fazer diligências para fechar emissoras comunitárias. Era ele quem aparecia na mídia falando a respeito das diligências efetuadas contra as emissoras de rádio comunitária e seus radiodifusores.
No 5º DP ficou constatado aquilo que já acreditavam, não era lá. Estabelecido então um documento, de que a TV Bandeirantes não apresentou documento nenhum, a luta continuará também em outras esferas. A postura do delegado da DIG de Campinas é que não ficou clara. Era a equipe dele, da DIG de Campinas, a mando dele quem cometia as infrações da lei. Quem é então que cometia essa irreguaridade? Os radio-difusores comunitários ou a DIG de Campinas fazendo papel da Polícia Federal? Estranho. Muito estranho essa situação. Para fechar rádio comunitáriasem outorga pode, mas para emissoras como a TV Bandeirantes de Campinas não?
O movimento também foi orientado a fazer uma denúncia na Corregedoria da Polícia, por prevaricação e abuso de autoridade frente ao movimento das rádios comunitárias. E a irem também na Secretaria dos Direitos Humanos de Brasília, para que a mesma tome providências, já que a Polícia Civil e Militar estão cometendo um crime ao prender os radiodifusores comunitários, sem um mandato da Justiça e por prender e danificar equipamentos, que estão a serviço do movimento das rádios comunitárias.
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Show abre evento histórico dos blogueiros
Reproduzo matéria de André Cintra, publicada no sítio Vermelho:
Uma roda de chorinho e samba, comandada pelo jornalista Luis Nassif, dará a largada para o maior evento na história da blogosfera brasileira. Às 20 horas desta sexta-feira (20/8), começa em São Paulo o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas – um feito que tem tudo para fazer avançar a luta pela democratização da mídia no país.
Para o sarau de abertura, o grupo de Nassif recebe as cantoras Anaí Rosa e Carmen Queiroz, a pandeirista Roberta Valente e o multi-instrumentista Miltinho Tachinha, entre outros músicos. A apresentação ocorre na Regional Paulista do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no número 305 da Rua Carlos Sampaio, próximo à Avenida Paulista.
Já o restante da programação, no sábado (21) e domingo (22), está marcado para o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, ao lado da Câmara Municipal, no Centro paulistano. É lá que os 312 participantes inscritos acompanham a mesa de abertura, as oficinas, parte dos grupos de discussão e a plenária final.
A blogosfera hoje
A boa procura pelo encontro surpreendeu membros da Comissão Organizadora, como Altamiro Borges, o Miro, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. “Há dois meses, quando o encontro começava a ganhar forma, pensávamos em reunir uns 200 blogueiros. O número de inscritos não só superou nossas expectativas como mostra que o movimento pode crescer muito”, analisa Miro.
Para Paulo Henrique Amorim, blogueiro do Conversa Afiada e também membro da Comissão Organizadora, a blogosfera já mostrou a que veio. “Antigamente, os tucanos de São Paulo davam três telefonemas e controlavam o Brasil. Eles ligavam para o Doutor Roberto (Globo), o Ruy Mesquita (O Estado de S. Paulo) e o Seu Frias (Folha de S.Paulo) e governavam a opinião pública brasileira. O que desmontou essa estratégia concentrada em três telefonemas foi a blogosfera.”
Já Luis Nassif fala em “nova etapa” para definir os desafios atuais dos blogs progressistas. “Nos últimos anos, montamos uma rede de grande impacto para impedir as maluquices da direita e o processo avassalador da mídia. Essa guerra acabou”, afirma o jornalista. “Agora é preciso enfrentar as divergências entre nós mesmos – entre os blogueiros dessa frente. É uma oportunidade para mostrar que a blogosfera comporta essa democracia.”
Representatividade
Mais do que democrático, o encontro também será altamente representativo. É fato que o estado de São Paulo vai responder por pouco mais de 60% dos blogueiros mobilizados – mas haverá representantes de outros 17 estados e do Distrito Federal. Um dos maiores objetivos dos organizadores – atrair estudantes para os debates – também foi bem-sucedido. Pelo menos 90 inscritos são universitários, sobretudo de Comunicação Social.
No encontro, esses jovens blogueiros, tuiteiros ou simples internautas poderão ter contato com as principais referências em blogs progressistas no Brasil. É o caso de Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Emir Sader (Blog do Emir) e Brizola Neto (Tijolaço) – além dos já citados Altamiro Borges, Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif.
A Carta e a Adin
Para fortalecer a luta contra a ditadura dos meios de comunicação, o encontro vai aprovar, na plenária final, a Carta dos Blogueiros Progressistas. O documento – cujo texto-base foi divulgado nesta semana – propõe a união da blogosfera para formular “propostas de políticas públicas” e estabelecer “um marco legal regulatório que contemple as transformações pelas quais a comunicação está passando no Brasil e no mundo”.
Antes, no sábado, os participantes conhecerão o conteúdo de uma audaciosa Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) de autoria do jurista Fábio Konder Comparato. Trata-se de uma “Adin por Omissão”, que cobra do Congresso a regulamentação dos artigos sobre Comunicação presentes na Constituição Federal.
Duas entidades da área – a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão) – prometem entrar com essa ação no Supremo Tribunal Federal, com o apoio das seis centrais sindicais do país. O próprio Comparato é quem deve explicar aos blogueiros o sentido e a urgência dessa iniciativa.
Notificação a Serra
Os participantes do encontro também devem protestar contra o candidato tucano à Presidência, José Serra, que, num golpe de baixaria, acusou o governo Lula de financiar “blogs sujos” que “patrulham” jornalistas. Segundo Paulo Henrique Amorim, a calúnia de Serra demonstra como se dá a “criminalização dos blogs” no Brasil.
“O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, com muita honra, deveria mudar de nome e se chamar 1º Encontro Nacional de Blogueiros Sujos”, ironiza o titular do Conversa Afiada. Em sua opinião, cabe ao evento máximo da blogosfera brasileira “entrar com uma notificação judicial e um pedido de explicação ao candidato José Serra para saber quem é sujo e quem é limpo”.
Programação do encontro
Dia 20 de agosto, sexta-feira, às 20 horas.
Local: subsede do Sindicato dos Bancários
(Rua Carlos Sampaio, 305, próximo à Avenida Paulista).
Show de confraternização com o grupo musical do blogueiro Luis Nassif.
Dia 21 de agosto, sábado, às 9 horas:
Local: Auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
(Rua Genebra, 25, centro, próximo à Câmara Municipal).
Abertura do evento. Objetivos e dinâmica do encontro.
Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.
10 horas:
- Debate: O papel da internet e os desafios da blogosfera.
Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif e Débora da Silva.
15 horas:
- Painel: Ameaças à internet, neutralidade na rede e questões jurídicas.
Túlio Vianna, Paulo Rená e Marcel Leonardi. Moderador: Diego Casaes.
16 horas
- Painel: Como financiar a blogosfera.
Geórgia Pinheiro e Leandro Guedes. Moderador: Renato Rovai.
17 horas.
- Oficina: Narrativas na internet (blogs, twitter, tvweb, tecnologias de uso da web).
Luiz Carlos Azenha, Conceição Oliveira, Emerson Luis, Guto Carvalho. Moderador Eduardo Guimarães.
Dia 22 de agosto, domingo, às 9h.
Reunião em grupo para troca de experiências e debate sobre desafios da blogosfera,
Grupo 1: Altino Machado e Claudia Cardoso.
Grupo 2: Antonio Mello e Lola Aronovich.
Grupo 3: Lucio Flávio Pinto e Carlos Latuff.
Grupo 4: Leonardo Sakamoto e Daniel Pearl Bezerra.
Grupo 5: Emílio Gusmão e Cloaca News.
Grupo 6: Helio Paz e Rogério Tomaz Jr.
12 horas.
Plenária final: relato dos grupos e aprovação da Carta dos Blogueiros.
Conceição Lemes e Altamiro Borges.
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Uma roda de chorinho e samba, comandada pelo jornalista Luis Nassif, dará a largada para o maior evento na história da blogosfera brasileira. Às 20 horas desta sexta-feira (20/8), começa em São Paulo o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas – um feito que tem tudo para fazer avançar a luta pela democratização da mídia no país.
Para o sarau de abertura, o grupo de Nassif recebe as cantoras Anaí Rosa e Carmen Queiroz, a pandeirista Roberta Valente e o multi-instrumentista Miltinho Tachinha, entre outros músicos. A apresentação ocorre na Regional Paulista do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no número 305 da Rua Carlos Sampaio, próximo à Avenida Paulista.
Já o restante da programação, no sábado (21) e domingo (22), está marcado para o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, ao lado da Câmara Municipal, no Centro paulistano. É lá que os 312 participantes inscritos acompanham a mesa de abertura, as oficinas, parte dos grupos de discussão e a plenária final.
A blogosfera hoje
A boa procura pelo encontro surpreendeu membros da Comissão Organizadora, como Altamiro Borges, o Miro, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. “Há dois meses, quando o encontro começava a ganhar forma, pensávamos em reunir uns 200 blogueiros. O número de inscritos não só superou nossas expectativas como mostra que o movimento pode crescer muito”, analisa Miro.
Para Paulo Henrique Amorim, blogueiro do Conversa Afiada e também membro da Comissão Organizadora, a blogosfera já mostrou a que veio. “Antigamente, os tucanos de São Paulo davam três telefonemas e controlavam o Brasil. Eles ligavam para o Doutor Roberto (Globo), o Ruy Mesquita (O Estado de S. Paulo) e o Seu Frias (Folha de S.Paulo) e governavam a opinião pública brasileira. O que desmontou essa estratégia concentrada em três telefonemas foi a blogosfera.”
Já Luis Nassif fala em “nova etapa” para definir os desafios atuais dos blogs progressistas. “Nos últimos anos, montamos uma rede de grande impacto para impedir as maluquices da direita e o processo avassalador da mídia. Essa guerra acabou”, afirma o jornalista. “Agora é preciso enfrentar as divergências entre nós mesmos – entre os blogueiros dessa frente. É uma oportunidade para mostrar que a blogosfera comporta essa democracia.”
Representatividade
Mais do que democrático, o encontro também será altamente representativo. É fato que o estado de São Paulo vai responder por pouco mais de 60% dos blogueiros mobilizados – mas haverá representantes de outros 17 estados e do Distrito Federal. Um dos maiores objetivos dos organizadores – atrair estudantes para os debates – também foi bem-sucedido. Pelo menos 90 inscritos são universitários, sobretudo de Comunicação Social.
No encontro, esses jovens blogueiros, tuiteiros ou simples internautas poderão ter contato com as principais referências em blogs progressistas no Brasil. É o caso de Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Emir Sader (Blog do Emir) e Brizola Neto (Tijolaço) – além dos já citados Altamiro Borges, Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif.
A Carta e a Adin
Para fortalecer a luta contra a ditadura dos meios de comunicação, o encontro vai aprovar, na plenária final, a Carta dos Blogueiros Progressistas. O documento – cujo texto-base foi divulgado nesta semana – propõe a união da blogosfera para formular “propostas de políticas públicas” e estabelecer “um marco legal regulatório que contemple as transformações pelas quais a comunicação está passando no Brasil e no mundo”.
Antes, no sábado, os participantes conhecerão o conteúdo de uma audaciosa Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) de autoria do jurista Fábio Konder Comparato. Trata-se de uma “Adin por Omissão”, que cobra do Congresso a regulamentação dos artigos sobre Comunicação presentes na Constituição Federal.
Duas entidades da área – a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão) – prometem entrar com essa ação no Supremo Tribunal Federal, com o apoio das seis centrais sindicais do país. O próprio Comparato é quem deve explicar aos blogueiros o sentido e a urgência dessa iniciativa.
Notificação a Serra
Os participantes do encontro também devem protestar contra o candidato tucano à Presidência, José Serra, que, num golpe de baixaria, acusou o governo Lula de financiar “blogs sujos” que “patrulham” jornalistas. Segundo Paulo Henrique Amorim, a calúnia de Serra demonstra como se dá a “criminalização dos blogs” no Brasil.
“O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, com muita honra, deveria mudar de nome e se chamar 1º Encontro Nacional de Blogueiros Sujos”, ironiza o titular do Conversa Afiada. Em sua opinião, cabe ao evento máximo da blogosfera brasileira “entrar com uma notificação judicial e um pedido de explicação ao candidato José Serra para saber quem é sujo e quem é limpo”.
Programação do encontro
Dia 20 de agosto, sexta-feira, às 20 horas.
Local: subsede do Sindicato dos Bancários
(Rua Carlos Sampaio, 305, próximo à Avenida Paulista).
Show de confraternização com o grupo musical do blogueiro Luis Nassif.
Dia 21 de agosto, sábado, às 9 horas:
Local: Auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo
(Rua Genebra, 25, centro, próximo à Câmara Municipal).
Abertura do evento. Objetivos e dinâmica do encontro.
Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.
10 horas:
- Debate: O papel da internet e os desafios da blogosfera.
Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif e Débora da Silva.
15 horas:
- Painel: Ameaças à internet, neutralidade na rede e questões jurídicas.
Túlio Vianna, Paulo Rená e Marcel Leonardi. Moderador: Diego Casaes.
16 horas
- Painel: Como financiar a blogosfera.
Geórgia Pinheiro e Leandro Guedes. Moderador: Renato Rovai.
17 horas.
- Oficina: Narrativas na internet (blogs, twitter, tvweb, tecnologias de uso da web).
Luiz Carlos Azenha, Conceição Oliveira, Emerson Luis, Guto Carvalho. Moderador Eduardo Guimarães.
Dia 22 de agosto, domingo, às 9h.
Reunião em grupo para troca de experiências e debate sobre desafios da blogosfera,
Grupo 1: Altino Machado e Claudia Cardoso.
Grupo 2: Antonio Mello e Lola Aronovich.
Grupo 3: Lucio Flávio Pinto e Carlos Latuff.
Grupo 4: Leonardo Sakamoto e Daniel Pearl Bezerra.
Grupo 5: Emílio Gusmão e Cloaca News.
Grupo 6: Helio Paz e Rogério Tomaz Jr.
12 horas.
Plenária final: relato dos grupos e aprovação da Carta dos Blogueiros.
Conceição Lemes e Altamiro Borges.
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Folha usa assessor do PSDB em debate
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
A notícia saiu no blog “Amigos do Presidente Lula”.
Um tal de Kleber Maciel Lage, identificado pela “Folha” e pelo “UOL” apenas como “internauta”, fez uma das perguntas no debate organizado pela família Frias. Perguntou para quem? Advinhem? Para o Serra. Perguntinha sob encomenda, “limpinha” como Serra gosta.
O Kleber é assessor do PSDB em Brasília. Só isso.
He, he…
Eles perderam a vergonha.
Os blogueiros “sujos” estão aqui para dizer que isso é tratar o leitor e o internauta como otários.
Não vejo problema em assessores legislativos fazerem perguntas, desde que o jornal os identifique. Mas aí ficaria ridículo, né? “Agora, o assessor do PSDB pergunta para Serra”. Aí, não teria graça.
E seria demais pedir esse grau de correção a um jornal que já publicou ficha falsa em primeira página, alegando depois de intensa investigação: “a veracidade da ficha não pode ser confirmada, mas também não pode ser descartada”.
O nome do assessor aparece na página da Câmara dos Deputados.
E agora, “Folha”? E agora, “UOL”?
xxxxxx
O "furo" do blog Amigos do Presidente Lula
Durante o debate Folha/UOL, duas perguntas "de internautas" dirigidas para Serra – uma sobre o loteamento de cargos, outra sobre impostos – chamaram atenção, por parecerem combinadas, sob encomenda para o demo-tucano.
“Foram vocês que mandaram as perguntas, né?”, ironizaram os assessores de Dilma e Marina, para os de Serra.
"Aí é moleza, Aith!", disse Antonio Palocci para Márcio Aith, assessor de Serra, ao ouvir a pergunta sobre loteamento de cargos, tema sempre usado pelo tucano. "Registra em ata", devolveu Aith. A ironia de Palocci se confirmou
O "internauta" Kleber Maciel Lage, "escolhido entre milhares", para fazer uma pergunta a Serra, é o "Assessor Técnico da Liderança do PSDB na Câmara dos Deputados", desde 2001.
Foi escolhido para fazer a singela pergunta contra o "atual governo":
"A sua candidatura faz críticas ao aparelhamento do Estado e ao uso de cargos por parte do atual governo. É público e notório que as alianças políticas no passado recente da, aspas, democracia, são feitas na base do “toma-lá dá-cá” de cargos, como mudar esse cenário?".
Ironia das ironias, a pergunta sobre “toma-lá dá-cá” de cargos foi feita justamente por alguém que ocupa cargo público na base do “toma-lá dá-cá”, na Câmara dos deputados, na liderança do PSDB.
E quanto à Folha/UOL, depois disso, ainda quer que a gente não ria quando falam que são "apartidários" e "isentos".
Para quem quiser mandar uma mensagem para o Kleber o email é esse: Liderança do PSDB na câmara: kleber.lage@camara.gov.br.
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A notícia saiu no blog “Amigos do Presidente Lula”.
Um tal de Kleber Maciel Lage, identificado pela “Folha” e pelo “UOL” apenas como “internauta”, fez uma das perguntas no debate organizado pela família Frias. Perguntou para quem? Advinhem? Para o Serra. Perguntinha sob encomenda, “limpinha” como Serra gosta.
O Kleber é assessor do PSDB em Brasília. Só isso.
He, he…
Eles perderam a vergonha.
Os blogueiros “sujos” estão aqui para dizer que isso é tratar o leitor e o internauta como otários.
Não vejo problema em assessores legislativos fazerem perguntas, desde que o jornal os identifique. Mas aí ficaria ridículo, né? “Agora, o assessor do PSDB pergunta para Serra”. Aí, não teria graça.
E seria demais pedir esse grau de correção a um jornal que já publicou ficha falsa em primeira página, alegando depois de intensa investigação: “a veracidade da ficha não pode ser confirmada, mas também não pode ser descartada”.
O nome do assessor aparece na página da Câmara dos Deputados.
E agora, “Folha”? E agora, “UOL”?
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O "furo" do blog Amigos do Presidente Lula
Durante o debate Folha/UOL, duas perguntas "de internautas" dirigidas para Serra – uma sobre o loteamento de cargos, outra sobre impostos – chamaram atenção, por parecerem combinadas, sob encomenda para o demo-tucano.
“Foram vocês que mandaram as perguntas, né?”, ironizaram os assessores de Dilma e Marina, para os de Serra.
"Aí é moleza, Aith!", disse Antonio Palocci para Márcio Aith, assessor de Serra, ao ouvir a pergunta sobre loteamento de cargos, tema sempre usado pelo tucano. "Registra em ata", devolveu Aith. A ironia de Palocci se confirmou
O "internauta" Kleber Maciel Lage, "escolhido entre milhares", para fazer uma pergunta a Serra, é o "Assessor Técnico da Liderança do PSDB na Câmara dos Deputados", desde 2001.
Foi escolhido para fazer a singela pergunta contra o "atual governo":
"A sua candidatura faz críticas ao aparelhamento do Estado e ao uso de cargos por parte do atual governo. É público e notório que as alianças políticas no passado recente da, aspas, democracia, são feitas na base do “toma-lá dá-cá” de cargos, como mudar esse cenário?".
Ironia das ironias, a pergunta sobre “toma-lá dá-cá” de cargos foi feita justamente por alguém que ocupa cargo público na base do “toma-lá dá-cá”, na Câmara dos deputados, na liderança do PSDB.
E quanto à Folha/UOL, depois disso, ainda quer que a gente não ria quando falam que são "apartidários" e "isentos".
Para quem quiser mandar uma mensagem para o Kleber o email é esse: Liderança do PSDB na câmara: kleber.lage@camara.gov.br.
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A cara de pau de Serra no horário eleitoral
Reproduzo artigo de Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço:
Matérias e comentaristas da grande imprensa usaram seus espaços para criticar o que seria um “excesso” da presença de Lula na campanha de Dilma. Mas este excesso é fundamental para afastar a má intenção desses jornalistas, que só querem desvinculá-la de Lula, e, principalmente, para impedir que Serra cometa a trapaça de se apropriar da imagem de Lula, como se não fosse da oposição.
A sem-vergonhice de Serra chegou ao extremo no seu programa eleitoral de hoje à noite, quando explorou a imagem de Lula, aproveitando um vídeo em que os dois aparecem se cumprimentando. Ao fundo, a narração de que “Serra e Lula são homens de história”, seguida pouco depois da afirmação de que Serra tem a “vivência que Dilma não tem.”
É o máximo da cara dura Serra querer se associar a Lula. Ele passou oito anos em ferrenha oposição e vive criticando o governo, embora não tenha a decência de nomear quem está à frente deste governo que ele condena, chama de República Sindicalista e diz que está aparelhado.
Ora, Serra, tome vergonha. Não use a imagem de Lula como se fosse um aliado dele. Assuma que é um adversário e oposicionista. Fica feio. Embora o povo brasileiro já o esteja vendo como um mentiroso, que inventa e falsifica tudo, é desonesto tentar enganar os mais ingênuos com uma suposta proximidade a Lula.
Lula é Dilma e Dilma é Lula. O campo de Serra é outro. Tentar ludibriar as pessoas se apresentando como o que não é numa hora tão importante para o país como a de uma eleição presidencial é de um mau caratismo sem par. Serra não merece governar nem a farmácia da esquina.
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Matérias e comentaristas da grande imprensa usaram seus espaços para criticar o que seria um “excesso” da presença de Lula na campanha de Dilma. Mas este excesso é fundamental para afastar a má intenção desses jornalistas, que só querem desvinculá-la de Lula, e, principalmente, para impedir que Serra cometa a trapaça de se apropriar da imagem de Lula, como se não fosse da oposição.
A sem-vergonhice de Serra chegou ao extremo no seu programa eleitoral de hoje à noite, quando explorou a imagem de Lula, aproveitando um vídeo em que os dois aparecem se cumprimentando. Ao fundo, a narração de que “Serra e Lula são homens de história”, seguida pouco depois da afirmação de que Serra tem a “vivência que Dilma não tem.”
É o máximo da cara dura Serra querer se associar a Lula. Ele passou oito anos em ferrenha oposição e vive criticando o governo, embora não tenha a decência de nomear quem está à frente deste governo que ele condena, chama de República Sindicalista e diz que está aparelhado.
Ora, Serra, tome vergonha. Não use a imagem de Lula como se fosse um aliado dele. Assuma que é um adversário e oposicionista. Fica feio. Embora o povo brasileiro já o esteja vendo como um mentiroso, que inventa e falsifica tudo, é desonesto tentar enganar os mais ingênuos com uma suposta proximidade a Lula.
Lula é Dilma e Dilma é Lula. O campo de Serra é outro. Tentar ludibriar as pessoas se apresentando como o que não é numa hora tão importante para o país como a de uma eleição presidencial é de um mau caratismo sem par. Serra não merece governar nem a farmácia da esquina.
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Franklin Martins detona José Serra
Reproduzo matéria publicada no blog do Planalto:
O Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), Franklin Martins, refutou nesta quinta-feira (19/8) em nota oficial a acusação do candidato a presidente da República, José Serra (PSDB), de que o governo federal cerceia, constrange e censura a imprensa brasileira, considerando-a “grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos”.
Segundo o ministro Franklin, ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra falta com a verdade e contribui para arranhar a imagem internacional do Brasil. “A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso”, afirmou o ministro.
Leia abaixo a íntegra da nota:
O candidato do PSDB a presidente da República, José Serra, acusou hoje (19/8) o governo federal de cercear, constranger e censurar a imprensa. Trata-se de uma acusação grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos.
A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso.
Diariamente lêem jornais, ouvem noticiários de rádio e assistem a telejornais que divulgam críticas, procedentes ou não, ao governo. Jornalistas e veículos de imprensa jamais foram incomodados por qualquer tipo de pressão ou represália.
Para nós, a liberdade de imprensa é sagrada. O Estado Democrático só existe, consolida-se e se fortalece com uma imprensa livre. E, ao garantir a liberdade de imprensa no país, o governo federal sabe que está em perfeita sintonia com toda a sociedade. Ela é uma conquista do povo brasileiro.
Compreendemos que as paixões da campanha eleitoral podem, em determinadas circunstâncias, toldar julgamentos serenos, mesmo naqueles que dizem ter nervos de aço. Mas seria prudente que certos excessos fossem evitados. Ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra não apenas falta com a verdade. Contribui também para arranhar a imagem internacional do Brasil, dando a entender que nossas instituições são frágeis e os valores democráticos, pouco consolidados.
Franklin Martins - Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
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O Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), Franklin Martins, refutou nesta quinta-feira (19/8) em nota oficial a acusação do candidato a presidente da República, José Serra (PSDB), de que o governo federal cerceia, constrange e censura a imprensa brasileira, considerando-a “grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos”.
Segundo o ministro Franklin, ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra falta com a verdade e contribui para arranhar a imagem internacional do Brasil. “A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso”, afirmou o ministro.
Leia abaixo a íntegra da nota:
O candidato do PSDB a presidente da República, José Serra, acusou hoje (19/8) o governo federal de cercear, constranger e censurar a imprensa. Trata-se de uma acusação grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos.
A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso.
Diariamente lêem jornais, ouvem noticiários de rádio e assistem a telejornais que divulgam críticas, procedentes ou não, ao governo. Jornalistas e veículos de imprensa jamais foram incomodados por qualquer tipo de pressão ou represália.
Para nós, a liberdade de imprensa é sagrada. O Estado Democrático só existe, consolida-se e se fortalece com uma imprensa livre. E, ao garantir a liberdade de imprensa no país, o governo federal sabe que está em perfeita sintonia com toda a sociedade. Ela é uma conquista do povo brasileiro.
Compreendemos que as paixões da campanha eleitoral podem, em determinadas circunstâncias, toldar julgamentos serenos, mesmo naqueles que dizem ter nervos de aço. Mas seria prudente que certos excessos fossem evitados. Ao dizer que o governo federal censura e persegue a imprensa, o candidato Serra não apenas falta com a verdade. Contribui também para arranhar a imagem internacional do Brasil, dando a entender que nossas instituições são frágeis e os valores democráticos, pouco consolidados.
Franklin Martins - Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
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A UDN no shopping e nas eleições
Reproduzo artigo de Laurez Cerqueira, publicado no sítio Carta Maior:
Há muito tempo a “velha UDN” trocou os oratórios de madeira, que faziam parte do mobiliário das salas das residências, por aparelhos de televisão. As orações da boca da noite deram lugar às telenovelas e aos telejornais. As telenovelas passaram a ser referências tão fortes que são visíveis as mudanças de comportamento provocadas nas famílias. Como diz o compositor Jorge Mautner, em uma de suas músicas: “a telenovela é a educação sentimental da classe média nacional”.
A “velha UDN”, em tempos idos, era uma matriarca católica, dessas de penugem nos cantos da boca, se vestia de preto, andava de bordão de jacarandá com brasão da família, cravejado em latão. Ainda hoje, fotos amareladas, emolduradas, de famílias aristocráticas, cobrem paredes de casas e apartamentos ou ocupam lugar de destaque sobre os móveis das salas, nas modernas cidades brasileiras.
Uma parte da “velha UDN” e seus descendentes migraram do campo para as cidades muito antes de se tornar uma sigla, uma agremiação partidária, muito antes do PSD se enraizar no coração e na mente dos fazendeiros. Construiu fortuna e se tornou a matrona do sistema financeiro. Quis desfrutar dos produtos do ciclo de industrialização do Brasil, andar de automóvel, beber coca-cola, ir ao cinema, entregar seu coração a Hollywood, ler Seleções Reader's Digest, revista O Cruzeiro, Veja, Caras, O Globo, Folha, Estadão, dar revistas em quadrinhos da Disney aos filhos e incentivá-los a cultivar valores aristocráticos.
A UDN se encastelou na política, se apoderou do Estado e dos meios de comunicação como se fossem propriedades suas. Rotulou o governo de Getúlio Vargas de “mar de lama”, levou-o ao suicídio. Tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek, organizou a famosa “Marcha da família com Deus pela liberdade”, em 1964, na capital paulista, para derrubar João Goulart e apoiou o golpe militar que levou o Brasil a um dos mais obscuros períodos de nossa história. Impediu a reforma agrária, ajudou a organizar o latifúndio, mecanizou a produção agrícola com crédito subsidiado pelo Banco do Brasil e com as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. Conseguiu banir das fazendas para as periferias das grandes cidades, onde vivem em condições sub-humanas, um contingente populacional gigantesco de remanescentes da escravidão.
A cara da "nova UDN"
No campo ou nas cidades, hoje a “velha UDN” ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima. A UDN urbanizada, que poderia ser chamada de “nova UDN” tem casas e apartamentos com todos os eletrodomésticos disponíveis. Carros de luxo nas garagens, viaja de férias todo ano, tem celular, computador plugado na Internet e tv a cabo. Busca a paz em templos de consumo (shopping-centers) e em igrejas. Uma parte se “modernizou” em relação à fé. Trocou a igreja católica por igrejas evangélicas. A “nova UDN”, quando não está diante da tv ou na internet, alimentando a alma com programação de entretenimento, também vaga pelos shoppings ou por feiras de produtos de contrabando, comprando um pirata qualquer. A “velha UDN” está por aí, travestida, clandestina.
Nas praças de alimentação dos shoppings se empanturra nos fast-foods com sanduiches, pizzas e refrigerantes. A balança, a academia, as revistas de boa forma e o colesterol são seu inferno. Um “sofrimento doce” - coisa do “status quo” - assuntos para longas conversas nas tardes tediosas e nos finais de semana, nos encontros de família. A “nova UDN” é “chique”. “Chique” é diferente de elegante. A “nova UDN” é rastaquera.
Nas casas e apartamentos “modernos”, a arquitetura mantêm a senzala, a “dependência de empregados”. Um cubículo onde enfiam os novos escravos que cozinham, lavam, passam e cuidam dos filhos. A “ama-seca” virou “babá”, baby-sitter.
Livro, revista e jornal, em casa? Às vezes. Ler dá sono. Prefere uma espiada no Jornal Nacional depois da novela. É o melhor horário para ver os anúncios de carros novos, telefones celulares e bancos. Aqueles filmes publicitários que embalam os sonhos de tornar-se uma daquelas personagens chiques e bem sucedidas na vida. A maior aspiração da “nova UDN” é ser rica, manter o “status”, entranhado nas profundezas de sua alma, ter o controle moral da sociedade e recuperar o poder político perdido com a democratização do país. Para a “nova UDN” a democracia a leva à ruína política. Na democracia ela perde sempre.
O mesmo ódio de classe persiste
Mantém latente o mesmo ódio de classe que levou o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, seu ídolo maior, ao escândalo da “operação mata-mendigo”, realizada pelo Serviço de Recuperação de Mendigos. Os agentes desse serviço foram flagrados jogando mendigos no rio da Guarda, na Baixada Fluminense, depois de denúncias de desaparecimento de grande número deles. Esse serviço foi o embrião da ideologia do “Esquadrão da Morte”. Outro escândalo foi a queima de favelas como a do Pasmado, no Rio, para expulsar os moradores, coordenada pela Secretária de Assuntos Sociais, Sandra Cavalcanti, ex-deputada constituinte, em 1987, pelo PFL.
Uma parte da “nova UDN” passou pela universidade, ficou “ilustrada”. Participou, tempos atrás da campanha Diretas Já, com novo verniz, mas preferiu juntar-se aos de cima na defesa do projeto neoliberal, do sucesso profissional, da escalada do enriquecimento e na redução dos sonhos da juventude ao fetiche de um automóvel. Luta para manter privilégios de classe e nada mais, fecha o vidro do carro quando mendigos se aproximam.
Para ela os de baixo são invisíveis. Não vê lixeiros, garçons, frentistas, taxistas, mantém disdância das pessoas que andam de transporte coletivo. Sabe que essas pessoas existem quando necessitam de seus serviços. Vê o noticiário policial nos telejornais, viaja de avião e olha lá de cima o amontoado de barracos das periferias das grandes cidades como se as favelas fizessem, naturalmente, parte da paisagem. No parlamento ou na imprensa, como jornalista e comentarista preferidos dos impérios de comunicação, ladram como cães amestrados com o mesmo ódio que movia Carlos Lacerda.
Os candidatos da nova UDN
Nas eleições, a “nova UDN” costuma optar por candidatos que representam o ideário aristocrático, meritocrático, condizente com sua escala de valores, de matriz religiosa. Muitos, em 2002, fizeram uma concessão, votaram em Lula para presidente, depois dele penar sob a violência da discriminação de classe. Um dos mais fortes fatores que o levou à derrota em três eleições. O preconceito foi rompido momentaneamente. Certamente pelo fato de votar num “vencedor”, num homem de mérito, que saiu de Garanhuns, em Pernambuco, enfrentou a pobreza em São Paulo e se tornou um líder respeitado não só no Brasil, mas reconhecido nos fóruns internacionais como um líder mundial. Logo depois que ele tomou posse foi chacoteado.
Diziam que ele não tinha qualificação para governar. Não falava inglês. Diziam que ele era nordestino, cachaceiro e analfabeto. Quem não se lembra da zombaria da imprensa do “aeroLula”? Como se ele não tivesse o direito de usar o avião presidencial. FHC licitou o avião, mas Lula foi quem sofreu as críticas.
Outro fator que deve ser considerado, quando analisamos a eleição de Lula, é que em 2002 a “nova UDN” estava inconformada com o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. O governo que, na época da paridade do Real com o Dólar, levou-a ao paraíso do consumo de produtos importados, a viagens internacionais - estava acabando em grave crise econômica e financeira - sob denúncias graves de corrupção, sem permitir investigações, principalmente denúncias sobre o processo de privatização das empresas estatais. Aquele paraíso de ilusões ruiu. Em resumo, em 2002, era “chique” votar em Lula. Afinal, o vencedor tem seu lugar na escala de valores da “nova UDN” como competidor.
A descoberta de um novo partido
Logo depois da democratização política do país, na década de 80, após a promulgação da Constituição de 1988, a “nova UDN” ganhou um presente da elite intelectual paulistana. Um partido político pensado para ela. O PSDB. Um partido para a chamada “classe dos formadores de opinião”. O PFL, neto da velha Arena, que deu sustentação à ditadura militar, andava em dificuldades para se tornar um partido que atendesse às aspirações da “nova UDN”. O PMDB avançava no controle institucional do país e os partidos de esquerda, liderados pelo recém-criado PT, avançavam na organização da população operária urbana e no movimento dos trabalhares rurais sem terra. Foi nesse contexto que surgiu o PSDB, vendido à opinião pública como um partido moderno.
O PSDB vestiu como uma luva o ideário da “nova UDN”. Em 1989, liderado por Mário Covas, que parecia um pássaro fora do ninho, por ter posições à esquerda do partido, o PSDB foi às urnas e no segundo turno até subiu no palanque de Lula, candidato do PT, quando este disputou com Collor. No segundo turno, a grande maioria dos votos do PSDB foi para Collor.
Collor teve o apoio majoritário da “nova UDN”, que se referenciava no PFL, no PL e no PSDB, em verdadeiro revival da era lacerdista. Era o voto anti-Lula. Aquela parte que se engajou na eleição do “caçador de marajás” queria ver “Frei Damião andando de jet-ski”, como disse Mercadante, quem sabe, exportar Padre Cícero robotizado. Ou seja, a “velha UDN”, que veio do interior para os grandes centros urbanos, em tempos idos, deixou aflorar seu desejo de ser norteamericana, enfim, pertencer ao primeiro mundo e, quem sabe até dar a mão a um astronauta e sair por aí, a passeio, pelo espaço sideral. Queria se desgarrar definitivamente do outro Brasil, aquele da herança colonial, das pessoas invisíveis. Esse parece um desejo latente da “nova UDN”.
Nos anos 90, quem defendia interesses nacionais era chamado de dinossauro, xenófobo e outros adjetivos não menos pejorativos. A ordem era globalizar, seguindo orientações das agências internacionais que pregavam o chamado “Consenso de Washington”. Collor foi afastado sob acusação de corrupção, sobretudo, por falta de confiança das grandes corporações financeiras internacionais, que tinham projetos prontos para compra das estatais brasileiras e realização de outros negócios no país. O PSDB tratou de articular a herança do legado político do governo Collor. Começou um namoro firme com o PFL. Noivou, casou-se em 1994, e do casamento nasceram dois mandatos para Fernando Henrique Cardoso. Casamento perfeito. A “nova UDN” urbana, representante do capitalismo financeiro, foi ao altar, sob as bênçãos do império.
O PFL reúne desde o setor financeiro, passando pelas corporações dos meios de comunicação até o agronegócio. O PSDB entrou com a tecnocracia formada em famosas escolas internacionais como a escola de Chicago e de Harvard, com apoio do sistema financeiro nacional e internacional, que tinham seus interesses, evidentemente, na moeda e no livre mercado comercial (ALCA), desde que a meca fosse os EUA.
Um modelito estadunidense
Esse casamento é a cara da “nova UDN”, cuja estética pode ser percebida nas grandes cidades litorâneas do país, que se transformaram em caricaturas de Miami. Já as cidades do interior, andam com a cara do Texas. Os rodeios dão o tom da música, da vestimenta e do comportamento. Essa estética pode ser vista também em coisas simples como num maço de cigarros de palha fabricado em Minas Gerais. O maço é ilustrado, na parte frontal, com desenho de um cowboy de chapéu texano, óculos Ray Ban, calça e jaqueta jeans. Um modelito estadunidense. Por que não um mineiro pescando num rio, fumando seu cigarrinho de palha? Outro exemplo é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma caricatura de Miami. Lá tem até estátua da liberdade.
Esse pequeno exemplo parece suficiente para imaginar o ideário da “nova UDN” em ebulição no Brasil. No parlamento e na grande imprensa é fácil ver Carlos Lacerdas inconformados com o novo Brasil, espalhando preconceitos, principalmente o preconceito de classe, numa rede de comunicação conservadora, autista, fora do contexto, presa num discurso dos anos 90, atrasado, superado pelos fatos que culminaram na crise financeira internacional atual.
A imprensa conservadora, num verdadeiro ciclo de retroalimentação com a “nova UDN” constrói um outro Brasil só para eles. Tanto que atacaram o presidente Lula e o seu governo durante os dois mandatos e ele está com 80% de aprovação. Entretanto, nunca se debateu tanto os problemas do país como hoje. Foram realizadas mais de 90 conferências setoriais, na maioria das vezes ignoradas ou atacadas pela imprensa. Educação, saúde, meio ambiente, cultura, comunicação, defesa civil, enfim, as conferências mobilizaram milhões de brasileiros desde os municípios, passando pelos estados até as conferências nacionais de cada setor. Existem outras redes de comunicação construídas pelos movimentos que debatem as políticas públicas do governo e dinamizam a informação. Existe outro Brasil emergindo e rompendo com as cercas que o isolaram por tantos séculos. É esse Brasil que causa tanto incômodo à “nova UDN” e a faz tão raivosa.
Na eleição de 2006, causou perplexidade a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil estaria precisando de um novo Carlos Lacerda. Essa declaração escapou num ímpeto de intolerância, quando se confirmava a força da liderança de Lula ao resistir os ataques da “nova UDN” e revelar seu favoritismo nas urnas. O Brasil não é mais o mesmo. Esse caminho não tem mais volta. Resta saber se a “nova UDN” sobreviverá.
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Há muito tempo a “velha UDN” trocou os oratórios de madeira, que faziam parte do mobiliário das salas das residências, por aparelhos de televisão. As orações da boca da noite deram lugar às telenovelas e aos telejornais. As telenovelas passaram a ser referências tão fortes que são visíveis as mudanças de comportamento provocadas nas famílias. Como diz o compositor Jorge Mautner, em uma de suas músicas: “a telenovela é a educação sentimental da classe média nacional”.
A “velha UDN”, em tempos idos, era uma matriarca católica, dessas de penugem nos cantos da boca, se vestia de preto, andava de bordão de jacarandá com brasão da família, cravejado em latão. Ainda hoje, fotos amareladas, emolduradas, de famílias aristocráticas, cobrem paredes de casas e apartamentos ou ocupam lugar de destaque sobre os móveis das salas, nas modernas cidades brasileiras.
Uma parte da “velha UDN” e seus descendentes migraram do campo para as cidades muito antes de se tornar uma sigla, uma agremiação partidária, muito antes do PSD se enraizar no coração e na mente dos fazendeiros. Construiu fortuna e se tornou a matrona do sistema financeiro. Quis desfrutar dos produtos do ciclo de industrialização do Brasil, andar de automóvel, beber coca-cola, ir ao cinema, entregar seu coração a Hollywood, ler Seleções Reader's Digest, revista O Cruzeiro, Veja, Caras, O Globo, Folha, Estadão, dar revistas em quadrinhos da Disney aos filhos e incentivá-los a cultivar valores aristocráticos.
A UDN se encastelou na política, se apoderou do Estado e dos meios de comunicação como se fossem propriedades suas. Rotulou o governo de Getúlio Vargas de “mar de lama”, levou-o ao suicídio. Tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek, organizou a famosa “Marcha da família com Deus pela liberdade”, em 1964, na capital paulista, para derrubar João Goulart e apoiou o golpe militar que levou o Brasil a um dos mais obscuros períodos de nossa história. Impediu a reforma agrária, ajudou a organizar o latifúndio, mecanizou a produção agrícola com crédito subsidiado pelo Banco do Brasil e com as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. Conseguiu banir das fazendas para as periferias das grandes cidades, onde vivem em condições sub-humanas, um contingente populacional gigantesco de remanescentes da escravidão.
A cara da "nova UDN"
No campo ou nas cidades, hoje a “velha UDN” ainda dispõe de uma cultura política e ideológica poderosíssima. A UDN urbanizada, que poderia ser chamada de “nova UDN” tem casas e apartamentos com todos os eletrodomésticos disponíveis. Carros de luxo nas garagens, viaja de férias todo ano, tem celular, computador plugado na Internet e tv a cabo. Busca a paz em templos de consumo (shopping-centers) e em igrejas. Uma parte se “modernizou” em relação à fé. Trocou a igreja católica por igrejas evangélicas. A “nova UDN”, quando não está diante da tv ou na internet, alimentando a alma com programação de entretenimento, também vaga pelos shoppings ou por feiras de produtos de contrabando, comprando um pirata qualquer. A “velha UDN” está por aí, travestida, clandestina.
Nas praças de alimentação dos shoppings se empanturra nos fast-foods com sanduiches, pizzas e refrigerantes. A balança, a academia, as revistas de boa forma e o colesterol são seu inferno. Um “sofrimento doce” - coisa do “status quo” - assuntos para longas conversas nas tardes tediosas e nos finais de semana, nos encontros de família. A “nova UDN” é “chique”. “Chique” é diferente de elegante. A “nova UDN” é rastaquera.
Nas casas e apartamentos “modernos”, a arquitetura mantêm a senzala, a “dependência de empregados”. Um cubículo onde enfiam os novos escravos que cozinham, lavam, passam e cuidam dos filhos. A “ama-seca” virou “babá”, baby-sitter.
Livro, revista e jornal, em casa? Às vezes. Ler dá sono. Prefere uma espiada no Jornal Nacional depois da novela. É o melhor horário para ver os anúncios de carros novos, telefones celulares e bancos. Aqueles filmes publicitários que embalam os sonhos de tornar-se uma daquelas personagens chiques e bem sucedidas na vida. A maior aspiração da “nova UDN” é ser rica, manter o “status”, entranhado nas profundezas de sua alma, ter o controle moral da sociedade e recuperar o poder político perdido com a democratização do país. Para a “nova UDN” a democracia a leva à ruína política. Na democracia ela perde sempre.
O mesmo ódio de classe persiste
Mantém latente o mesmo ódio de classe que levou o ex-governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, seu ídolo maior, ao escândalo da “operação mata-mendigo”, realizada pelo Serviço de Recuperação de Mendigos. Os agentes desse serviço foram flagrados jogando mendigos no rio da Guarda, na Baixada Fluminense, depois de denúncias de desaparecimento de grande número deles. Esse serviço foi o embrião da ideologia do “Esquadrão da Morte”. Outro escândalo foi a queima de favelas como a do Pasmado, no Rio, para expulsar os moradores, coordenada pela Secretária de Assuntos Sociais, Sandra Cavalcanti, ex-deputada constituinte, em 1987, pelo PFL.
Uma parte da “nova UDN” passou pela universidade, ficou “ilustrada”. Participou, tempos atrás da campanha Diretas Já, com novo verniz, mas preferiu juntar-se aos de cima na defesa do projeto neoliberal, do sucesso profissional, da escalada do enriquecimento e na redução dos sonhos da juventude ao fetiche de um automóvel. Luta para manter privilégios de classe e nada mais, fecha o vidro do carro quando mendigos se aproximam.
Para ela os de baixo são invisíveis. Não vê lixeiros, garçons, frentistas, taxistas, mantém disdância das pessoas que andam de transporte coletivo. Sabe que essas pessoas existem quando necessitam de seus serviços. Vê o noticiário policial nos telejornais, viaja de avião e olha lá de cima o amontoado de barracos das periferias das grandes cidades como se as favelas fizessem, naturalmente, parte da paisagem. No parlamento ou na imprensa, como jornalista e comentarista preferidos dos impérios de comunicação, ladram como cães amestrados com o mesmo ódio que movia Carlos Lacerda.
Os candidatos da nova UDN
Nas eleições, a “nova UDN” costuma optar por candidatos que representam o ideário aristocrático, meritocrático, condizente com sua escala de valores, de matriz religiosa. Muitos, em 2002, fizeram uma concessão, votaram em Lula para presidente, depois dele penar sob a violência da discriminação de classe. Um dos mais fortes fatores que o levou à derrota em três eleições. O preconceito foi rompido momentaneamente. Certamente pelo fato de votar num “vencedor”, num homem de mérito, que saiu de Garanhuns, em Pernambuco, enfrentou a pobreza em São Paulo e se tornou um líder respeitado não só no Brasil, mas reconhecido nos fóruns internacionais como um líder mundial. Logo depois que ele tomou posse foi chacoteado.
Diziam que ele não tinha qualificação para governar. Não falava inglês. Diziam que ele era nordestino, cachaceiro e analfabeto. Quem não se lembra da zombaria da imprensa do “aeroLula”? Como se ele não tivesse o direito de usar o avião presidencial. FHC licitou o avião, mas Lula foi quem sofreu as críticas.
Outro fator que deve ser considerado, quando analisamos a eleição de Lula, é que em 2002 a “nova UDN” estava inconformada com o governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. O governo que, na época da paridade do Real com o Dólar, levou-a ao paraíso do consumo de produtos importados, a viagens internacionais - estava acabando em grave crise econômica e financeira - sob denúncias graves de corrupção, sem permitir investigações, principalmente denúncias sobre o processo de privatização das empresas estatais. Aquele paraíso de ilusões ruiu. Em resumo, em 2002, era “chique” votar em Lula. Afinal, o vencedor tem seu lugar na escala de valores da “nova UDN” como competidor.
A descoberta de um novo partido
Logo depois da democratização política do país, na década de 80, após a promulgação da Constituição de 1988, a “nova UDN” ganhou um presente da elite intelectual paulistana. Um partido político pensado para ela. O PSDB. Um partido para a chamada “classe dos formadores de opinião”. O PFL, neto da velha Arena, que deu sustentação à ditadura militar, andava em dificuldades para se tornar um partido que atendesse às aspirações da “nova UDN”. O PMDB avançava no controle institucional do país e os partidos de esquerda, liderados pelo recém-criado PT, avançavam na organização da população operária urbana e no movimento dos trabalhares rurais sem terra. Foi nesse contexto que surgiu o PSDB, vendido à opinião pública como um partido moderno.
O PSDB vestiu como uma luva o ideário da “nova UDN”. Em 1989, liderado por Mário Covas, que parecia um pássaro fora do ninho, por ter posições à esquerda do partido, o PSDB foi às urnas e no segundo turno até subiu no palanque de Lula, candidato do PT, quando este disputou com Collor. No segundo turno, a grande maioria dos votos do PSDB foi para Collor.
Collor teve o apoio majoritário da “nova UDN”, que se referenciava no PFL, no PL e no PSDB, em verdadeiro revival da era lacerdista. Era o voto anti-Lula. Aquela parte que se engajou na eleição do “caçador de marajás” queria ver “Frei Damião andando de jet-ski”, como disse Mercadante, quem sabe, exportar Padre Cícero robotizado. Ou seja, a “velha UDN”, que veio do interior para os grandes centros urbanos, em tempos idos, deixou aflorar seu desejo de ser norteamericana, enfim, pertencer ao primeiro mundo e, quem sabe até dar a mão a um astronauta e sair por aí, a passeio, pelo espaço sideral. Queria se desgarrar definitivamente do outro Brasil, aquele da herança colonial, das pessoas invisíveis. Esse parece um desejo latente da “nova UDN”.
Nos anos 90, quem defendia interesses nacionais era chamado de dinossauro, xenófobo e outros adjetivos não menos pejorativos. A ordem era globalizar, seguindo orientações das agências internacionais que pregavam o chamado “Consenso de Washington”. Collor foi afastado sob acusação de corrupção, sobretudo, por falta de confiança das grandes corporações financeiras internacionais, que tinham projetos prontos para compra das estatais brasileiras e realização de outros negócios no país. O PSDB tratou de articular a herança do legado político do governo Collor. Começou um namoro firme com o PFL. Noivou, casou-se em 1994, e do casamento nasceram dois mandatos para Fernando Henrique Cardoso. Casamento perfeito. A “nova UDN” urbana, representante do capitalismo financeiro, foi ao altar, sob as bênçãos do império.
O PFL reúne desde o setor financeiro, passando pelas corporações dos meios de comunicação até o agronegócio. O PSDB entrou com a tecnocracia formada em famosas escolas internacionais como a escola de Chicago e de Harvard, com apoio do sistema financeiro nacional e internacional, que tinham seus interesses, evidentemente, na moeda e no livre mercado comercial (ALCA), desde que a meca fosse os EUA.
Um modelito estadunidense
Esse casamento é a cara da “nova UDN”, cuja estética pode ser percebida nas grandes cidades litorâneas do país, que se transformaram em caricaturas de Miami. Já as cidades do interior, andam com a cara do Texas. Os rodeios dão o tom da música, da vestimenta e do comportamento. Essa estética pode ser vista também em coisas simples como num maço de cigarros de palha fabricado em Minas Gerais. O maço é ilustrado, na parte frontal, com desenho de um cowboy de chapéu texano, óculos Ray Ban, calça e jaqueta jeans. Um modelito estadunidense. Por que não um mineiro pescando num rio, fumando seu cigarrinho de palha? Outro exemplo é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma caricatura de Miami. Lá tem até estátua da liberdade.
Esse pequeno exemplo parece suficiente para imaginar o ideário da “nova UDN” em ebulição no Brasil. No parlamento e na grande imprensa é fácil ver Carlos Lacerdas inconformados com o novo Brasil, espalhando preconceitos, principalmente o preconceito de classe, numa rede de comunicação conservadora, autista, fora do contexto, presa num discurso dos anos 90, atrasado, superado pelos fatos que culminaram na crise financeira internacional atual.
A imprensa conservadora, num verdadeiro ciclo de retroalimentação com a “nova UDN” constrói um outro Brasil só para eles. Tanto que atacaram o presidente Lula e o seu governo durante os dois mandatos e ele está com 80% de aprovação. Entretanto, nunca se debateu tanto os problemas do país como hoje. Foram realizadas mais de 90 conferências setoriais, na maioria das vezes ignoradas ou atacadas pela imprensa. Educação, saúde, meio ambiente, cultura, comunicação, defesa civil, enfim, as conferências mobilizaram milhões de brasileiros desde os municípios, passando pelos estados até as conferências nacionais de cada setor. Existem outras redes de comunicação construídas pelos movimentos que debatem as políticas públicas do governo e dinamizam a informação. Existe outro Brasil emergindo e rompendo com as cercas que o isolaram por tantos séculos. É esse Brasil que causa tanto incômodo à “nova UDN” e a faz tão raivosa.
Na eleição de 2006, causou perplexidade a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o Brasil estaria precisando de um novo Carlos Lacerda. Essa declaração escapou num ímpeto de intolerância, quando se confirmava a força da liderança de Lula ao resistir os ataques da “nova UDN” e revelar seu favoritismo nas urnas. O Brasil não é mais o mesmo. Esse caminho não tem mais volta. Resta saber se a “nova UDN” sobreviverá.
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