quarta-feira, 3 de julho de 2019
Moro perdeu a noção da função de juiz
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:
Rebolando na frigideira do The Intercept, o ex-juiz Sergio Moro ameaçou os brasileiros com um “pouco de cultura”. Recorreu ao poeta romano Horácio: Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus (A montanha pariu um rato).
É modéstia afirmar que a montanha pariu “um” rato. Pariu uma ninhada. Disse e digo: as montanhas brasileiras têm se esmerado em parir ratazanas de vários tamanhos e de variegada pelugem. Veja, caro leitor, camundongos miúdos movimentam os bigodes e emitem guinchos nos esgotos das redes sociais. Incentivados por ratazanas graúdas e poderosas, transmitem a peste da intolerância, como os ratos de Albert Camus transmitiam a peste bubônica na cidade argelina de Orã.
É modéstia afirmar que a montanha pariu “um” rato. Pariu uma ninhada. Disse e digo: as montanhas brasileiras têm se esmerado em parir ratazanas de vários tamanhos e de variegada pelugem. Veja, caro leitor, camundongos miúdos movimentam os bigodes e emitem guinchos nos esgotos das redes sociais. Incentivados por ratazanas graúdas e poderosas, transmitem a peste da intolerância, como os ratos de Albert Camus transmitiam a peste bubônica na cidade argelina de Orã.
Uma declaração de guerra ao Irã via Twitter
Por Vijay Prashad, no jornal Brasil de Fato:
Em um bunker na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, mexe os polegares. Seus conselheiros - John Bolton e Mike Pompeo - querem que ele aniquile o Irã. Ele concorda, mas não consegue decidir. No Twitter, ele já declarou guerra, mas sua mão paira sobre a ordem, que ainda não assinou. Mas pode fazê-lo - a qualquer momento. Essa é a atitude explosiva de Trump.
Enquanto isso, do Teerã, a visão é diferente. O Irã enfrenta agressões dos Estados Unidos há décadas. Em 1953, a Agência Central de Inteligência (CIA) derrubou o primeiro-ministro democraticamente eleito Mohammad Mosaddeg e depois apoiou totalmente a monarquia autoritária do Xá do Irã até que ele foi derrubado por uma rebelião popular em 1979. Foram os Estados Unidos, outros países da Europa Ocidental e a Arábia Saudita que instigaram o Iraque a invadir o Irã e levar a cabo uma terrível guerra por oito longos anos. Duas guerras imprudentes dos EUA - contra o Afeganistão (2001) e o Iraque (2003) - derrotaram adversários de longa data do Irã, o Talibã e o Partido Baath, de Saddam Hussein. Os EUA conduziram essas guerras, mas foi o Irã quem as ganhou.
Em um bunker na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, mexe os polegares. Seus conselheiros - John Bolton e Mike Pompeo - querem que ele aniquile o Irã. Ele concorda, mas não consegue decidir. No Twitter, ele já declarou guerra, mas sua mão paira sobre a ordem, que ainda não assinou. Mas pode fazê-lo - a qualquer momento. Essa é a atitude explosiva de Trump.
Enquanto isso, do Teerã, a visão é diferente. O Irã enfrenta agressões dos Estados Unidos há décadas. Em 1953, a Agência Central de Inteligência (CIA) derrubou o primeiro-ministro democraticamente eleito Mohammad Mosaddeg e depois apoiou totalmente a monarquia autoritária do Xá do Irã até que ele foi derrubado por uma rebelião popular em 1979. Foram os Estados Unidos, outros países da Europa Ocidental e a Arábia Saudita que instigaram o Iraque a invadir o Irã e levar a cabo uma terrível guerra por oito longos anos. Duas guerras imprudentes dos EUA - contra o Afeganistão (2001) e o Iraque (2003) - derrotaram adversários de longa data do Irã, o Talibã e o Partido Baath, de Saddam Hussein. Os EUA conduziram essas guerras, mas foi o Irã quem as ganhou.
Bolsonaro, cada vez mais isolado no mundo
Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:
Desde sua estreio em viagens presidenciais, quando foi a Davos, nos alpes suíços, em janeiro passado, a cada saída oficial de Jair Bolsonaro, o país fica na expectativa de qual será a vergonha da vez.
É infalível: foi assim em Washington, com demonstrações explícitas de submissão diante de Donald Trump, seu modelo e paradigma, foi assim no Chile, em seu retorno aos Estados Unidos, e também na Argentina.
Agora, ele foi mais longe: a Osaka, no Japão, para a cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo. E o respeitável público não se decepcionou: antes mesmo de seu voo, outro avião da comitiva presidencial foi pivô de um grave incidente na Espanha. Um sargento da Força Aérea brasileira, integrante da tripulação, foi pego com 39 quilos de cocaína.
Desde sua estreio em viagens presidenciais, quando foi a Davos, nos alpes suíços, em janeiro passado, a cada saída oficial de Jair Bolsonaro, o país fica na expectativa de qual será a vergonha da vez.
É infalível: foi assim em Washington, com demonstrações explícitas de submissão diante de Donald Trump, seu modelo e paradigma, foi assim no Chile, em seu retorno aos Estados Unidos, e também na Argentina.
Agora, ele foi mais longe: a Osaka, no Japão, para a cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo. E o respeitável público não se decepcionou: antes mesmo de seu voo, outro avião da comitiva presidencial foi pivô de um grave incidente na Espanha. Um sargento da Força Aérea brasileira, integrante da tripulação, foi pego com 39 quilos de cocaína.
Delações eram aceitas se incriminassem Lula
Do blog Socialista Morena:
Os novos vazamentos de diálogos entre os procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato sugerem que as delações “premiadas” só eram aceitas pelos procuradores se incriminassem Lula. E quem é que, preso, não diria o que fosse necessário para se safar?
É o que se pode deduzir do caso do executivo da OAS, Léo Pinheiro. Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo em parceria com o site The Intercept Brasil, a delação de Léo Pinheiro só foi aceita depois que ele mudou sua versão “diversas vezes” para agradar aos procuradores. “Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista”, diz a reportagem.
Os novos vazamentos de diálogos entre os procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato sugerem que as delações “premiadas” só eram aceitas pelos procuradores se incriminassem Lula. E quem é que, preso, não diria o que fosse necessário para se safar?
É o que se pode deduzir do caso do executivo da OAS, Léo Pinheiro. Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo neste domingo em parceria com o site The Intercept Brasil, a delação de Léo Pinheiro só foi aceita depois que ele mudou sua versão “diversas vezes” para agradar aos procuradores. “Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista”, diz a reportagem.
Os ricos ficaram mais ricos no Brasil
Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:
Desde a crise, os 10% mais ricos aumentaram a fatia que abocanham da riqueza nacional. É o que mostra publicação do Dieese “A importância da política de valorização do salário mínimo e a urgência de renová-la”.
Como sintetizado no gráfico a seguir, retirado da publicação, até 2015, aumentou a participação dos 40% mais pobres e dos 50% intermediários na distribuição de rendimentos de todas as fontes e diminuiu a participação dos 10% mais ricos. No entanto, “essa trajetória de desconcentração de rendimentos se inverteu a partir de 2015, com perda de participação dos mais pobres e dos intermediários e elevação da parte dos 10% mais ricos”.
Desde a crise, os 10% mais ricos aumentaram a fatia que abocanham da riqueza nacional. É o que mostra publicação do Dieese “A importância da política de valorização do salário mínimo e a urgência de renová-la”.
Como sintetizado no gráfico a seguir, retirado da publicação, até 2015, aumentou a participação dos 40% mais pobres e dos 50% intermediários na distribuição de rendimentos de todas as fontes e diminuiu a participação dos 10% mais ricos. No entanto, “essa trajetória de desconcentração de rendimentos se inverteu a partir de 2015, com perda de participação dos mais pobres e dos intermediários e elevação da parte dos 10% mais ricos”.
Governo federal abastece a crise climática
Por Alessandra Cardoso e Nathalie Beghin, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
A despeito da grave crise econômica e dos cortes de gastos públicos que estão atualmente na pauta da política nacional, os combustíveis fósseis têm recebido vultosos investimentos e incentivos fiscais para seu desenvolvimento. Mas há necessidade de subsidiar um setor responsável por impactos sociais e ambientais que agravam o quadro das mudanças climáticas?
Para responder a essa pergunta, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) monitora, desde 2018, o volume dos recursos públicos alocados pelo governo federal nos combustíveis fósseis, da produção ao consumo. Estudo inédito do instituto mostrou que, em 2018, foram R$ 85,1 bilhões em subsídios – montante que corresponde a cerca de 1% do PIB e a 6% da arrecadação para o mesmo ano.
Para responder a essa pergunta, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) monitora, desde 2018, o volume dos recursos públicos alocados pelo governo federal nos combustíveis fósseis, da produção ao consumo. Estudo inédito do instituto mostrou que, em 2018, foram R$ 85,1 bilhões em subsídios – montante que corresponde a cerca de 1% do PIB e a 6% da arrecadação para o mesmo ano.
Assim é que se trabalha bem
Por João Guilherme Vargas Netto
As centrais sindicais reuniram-se em São Paulo no dia 28 de junho para balancear o resultado de suas iniciativas e da luta dos trabalhadores, em particular os esforços feitos no Congresso Nacional para aplicar as duas táticas intuitivas contra a pretendida deforma previdenciária de Guedes e Cia. e determinar a continuidade da luta durante as férias escolares e os recessos judiciário e parlamentar.
Assistiram à reunião representações estudantis e dos movimentos populares que elogiaram o espírito unitário prático que a caracterizou.
As centrais sindicais reuniram-se em São Paulo no dia 28 de junho para balancear o resultado de suas iniciativas e da luta dos trabalhadores, em particular os esforços feitos no Congresso Nacional para aplicar as duas táticas intuitivas contra a pretendida deforma previdenciária de Guedes e Cia. e determinar a continuidade da luta durante as férias escolares e os recessos judiciário e parlamentar.
Assistiram à reunião representações estudantis e dos movimentos populares que elogiaram o espírito unitário prático que a caracterizou.
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