sábado, 19 de janeiro de 2019

Datena, José Mayer e o assédio na TV

Por Altamiro Borges

Dois casos de assédio sexual envolvendo celebridades midiáticas agitaram a televisão brasileira nesta semana. Na terça-feira (15), a TV Globo confirmou, por meio de comunicado à imprensa, a dispensa do ator José Mayer após 35 anos de trabalho na emissora. Já na quinta-feira, estourou a denúncia contra o apresentador José Luiz Datena, o falso moralista que comanda programas policialescos e sensacionalistas na Band. Este último caso teve enorme repercussão na internet e ainda promete desdobramentos. A acusação foi feita por Bruna Drews, ex-repórter do programa “Brasil Urgente”. O apresentador nega que tenha assediado a jornalista. “Tenho defeitos, mas não este”, jura Datena.

JN da TV Globo desnorteia os bolsominions

Por Altamiro Borges

O Jornal Nacional de sexta-feira (18) segue causando estragos entre os bolsominions, os seguidores mais tapados do “mito” Jair Bolsonaro. Eles estão em pânico e não conseguem explicar a grave denúncia exibida pelo principal telejornal da TV Globo contra o filho do presidente-capetão. Segundo a reportagem, Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos suspeitos em apenas um mês, totalizando R$ 96 mil. Só para irritar os bolsominions vale reproduzir alguns trechos da longa e destrutiva reportagem:

Bolsonaro apura bagrinhos e ignora tubarões

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Cartão de visitas que Jair Bolsonaro pretende apresentar em Davos, a Medida Provisória destinada a apurar fraudes na Previdência constitui um retrato sem retoques da visão social de seu governo.

O plano é passar o pente fino em irregularidades que envolvem auxílio-reclusão, aposentadoria rural e pensão por morte, benefícios no valor de um salário mínimo. Espera-se levantar R$ 9,8 bilhões até o final de 2019, e elevar essa quantia nos anos seguintes. Não há reparo a ser feito num esforço legítimo para apurar ganhos indevidos.

O filho de Bolsonaro e o estado de direito

Editorial do site Vermelho:

A decisão açodada do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a investigação das irregularidades de Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Partido Social Liberal (PSL) do estado do Rio Janeiro e filho do presidente da República Jair Bolsonaro, tem sentido mais político do que jurídico. Até agora não se conhece o embasamento da decisão do ministro, mas se sabe muito bem quais são as acusações que pesam contra o beneficiado. Nessa equação, existem um fato determinado e uma ação que, protegida pelo segredo de Justiça da sua tramitação, tem a aparência de casuísmo.

Armas de fogo, violência e gastos na saúde

Por Alexandre Padilha, no site Carta Maior:

Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o primeiro “Relatório Mundial sobre violência e saúde”, com a intenção de apresentar uma resposta global à violência e tentar tornar o mundo um lugar mais seguro e saudável. Naquela época, mais de 1,6 milhão de vidas eram perdidas por ano em razão desse problema. Esse trágico estado exigia um esforço urgente das nações para o enfrentamento e compreensão do tema.

Moro abraçou governo idiocrático e corrupto

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Dá para ouvir o grito da torcida nos estádios, daquela gente valorosa que lutou contra a corrupção e jurava que nossa bandeira jamais será vermelha: “Ô, Moro, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”

Vai ficando claro como as lágrimas de Santa Teresinha que o ex-juiz da Lava Jato se meteu na maior fria de sua carreira e pode tê-la abreviado por causa de sua ambição desmedida.

Em apenas 18 dias, o governo Bolsonaro se mostrou um lixo em todos os sentidos.

Onyx garfou 200 mil de fabricante de armas

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Defensor do decreto que facilitou a posse de armas, com direito a uma inusitada comparação com o uso de liquidificadores nas residências, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, recebeu, em duas campanhas eleitorais, um total de R$ 200 mil da Taurus, principal fabricante do produto no país, entre revólver, rifles, carabinas, espingardas e submetralhadoras – a empresa também produz capacetes para motociclistas. Os dados constam das prestações de contas à Justiça Eleitoral. No ano passado, as doações passaram a ser restritas a pessoas físicas.

Bolsonaro perde força nas redes sociais

Por Renato Rovai, em seu blog:

As redes políticas viveram um dia agitado ontem. Logo cedo o presidente capitão cuidou de tentar pautá-las divulgando uma lista das empresas e dos países que mais receberam empréstimos do BNDES nos governos Lula e Dilma como se fosse informação nova.

A lista apresentada já estava à disposição do respeitado público desde 2017. Depois veio uma nova delação de Palocci, agora com motoristas e dinheiro vivo. E via Jornal Nacional mais lenha na fogueira do caso Queiroz e família Bolsonaro, com depósitos no total de R$ 96 mil em um mês na conta do filho senador.

Armai-vos uns aos outros

Por José Barbosa Junior, no site Jornalistas Livres:

O presidente da República Fundamentalista de Vera Cruz (antigo Brasil – porque agora nada pode ser vermelho), decretou nesta terça-feira algumas flexibilizações na Lei que regulamentava a posse de armas, o que, na prática, significa que ele liberou geral. A proposta anterior, de no máximo duas armas por cidadão, passou para quatro armas, sendo liberadas outras mais, conforme a necessidade apresentada pelo futuro portador.

Palocci e as manchetes caluniosas

Do site Lula:

A Lava Jato tem quase 200 delatores beneficiados por reduções de pena. Para todos perguntaram do ex-presidente Lula. Nenhum apresentou prova nenhuma contra o ex-presidente ou disse ter entregue dinheiro para ele. Antônio Palocci, preso, tentou fechar um acordo com o Ministério Público inventando histórias sobre Lula. Até o Ministério Público da Lava Jato rejeitou o acordo por falta de provas e chamou de “fim da picada”.

A doutrina de choque de Donald Trump

Seis lições sobre a guerra às drogas

Por Johann Hari, no site The Intercept-Brasil:

No Brasil atual, as pessoas estão ou inspiradas ou apavoradas com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência – e, para entender o que pode acontecer em seu governo, eu acredito haver uma história que deve ser explorada antes, porque essa é a única forma de enxergar um futuro.

Nos últimos oito anos, viajei pelo mundo inteiro me informando sobre a guerra às drogas (e as alternativas à guerra às drogas) para o meu livro “Na fissura: uma história do fracasso no combate às drogas”, recém-publicado pela Companhia das Letras. Estive em lugares com as políticas mais brutais em relação a usuários, dependentes e traficantes de drogas (como o Vietnã, o norte do México e os Estados Unidos); e fui a lugares que descriminalizaram todas as drogas (Portugal) ou as legalizaram (o estado do Colorado, Uruguai e Suíça). Há seis lições desta guerra global que explicam a ascensão de Bolsonaro – e o que acontecerá se ele fizer tudo o que prometeu durante sua campanha eleitoral.