sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Mitos que a eleição desfaz

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A primeira eleição presidencial que transcorre sob a vigência do regime de exceção tem servido para desfazer mitos e revelar verdades surpreendentes. A campanha, embora de curtíssima duração, é prenha de revelações e desmistificações.

O primeiro mito é o de que a farsa jurídica montada pela oligarquia golpista para prender Lula por meio da condenação fraudulenta em Curitiba e Porto Alegre seria suficiente para banir Lula não só da eleição presidencial, mas, sobretudo, da história do Brasil.

Mulheres unidas contra Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Uma grande, concreta e inovadora manifestação contra o fascismo representado pelo candidato Jair Bolsonaro marcou a campanha eleitoral nesta semana. Trata-se do grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro que, em poucos dias, reuniu mais de um milhão de mulheres. Apenas na terça-feira (11) foram mais de 600 mil adesões.

“O primeiro milhão de mulheres contra o Bolsonaro! É uma marca histórica em meio a tantos retrocessos e perseguições políticas!”, comemorou a publicitária baiana Ludimilla Teixeira, uma das criadoras do grupo.

Mourão, um general sem continência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Está em qualquer manual: uma força militar baseia-se, como organização, em dois pilares: a hierarquia e a disciplina, nesta ordem.

Daí é que um conflito previsível da estranha chapa formada por um ex-capitão como candidato a Presidente e um general como vice, que já começava “torta” por essa inversão dificilmente harmônica, antecipou-se com o infeliz episódio que levou Jair Bolsonaro a “baixar enfermaria”.

“Ruralômentro” e os deputados ruralistas

Do site do Diap:

O “Ruralômentro” foi criado para ser termômetro que mede como cada deputado federal atuou em leis importantes para o meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais. Quanto pior o impacto dos projetos que o parlamentar votou ou propôs, mais alta é a sua temperatura. A “febre ruralista” indica comportamento negativo nessas áreas.

As cicatrizes que a facada não deixou

Por Rodrigo Perez de Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Até a semana passada, a corrida eleitoral girava ao redor de uma questão capital: Lula, mesmo preso, irá conseguir transferir votos para Haddad?

O protagonismo estava lá em Curitiba, na sede da Polícia Federal.

A situação mudou no dia 6 de setembro, quando, em Juiz de Fora, Minas Gerais (praticamente Rio de Janeiro), um sujeito de ideias confusas e, ao que tudo indica, agindo sozinho e sem nenhuma articulação, enfiou uma faca na barriga de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República.

Vice de Bolsonaro quer Constituinte sem povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O general Hamilton Mourão possui uma função didática na política brasileira atual. Ajuda a entender a profundidade da crise que o país enfrenta e procurar meios para que seja resolvida de modo a recuperar a democracia.

Caricatural, Mourão expressa um espírito anti-democrático aberto, sem pudores nem limites. Tem um discurso autoritário escancarado, típico de quem não tem noção da gravidade absurda daquilo que diz e propõe - como ocorre em romances antropológicos, onde habitantes de sociedades de outro tempo histórico costumam falar dos dramas e dificuldades de outros povos sem ter noção de sua cultura e seus costumes.

Por que Alckmin ainda não é ficha suja?

Por Piero Locatelli, no site The Intercept-Brasil:

Roubo do dinheiro da merenda, propina da Odebrecht, compra de votos e superfaturamento de obras. Escândalos como esses aconteceram em São Paulo ao longo dos últimos 23 anos, desde que Geraldo Alckmin começou a frequentar o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Ninguém trabalhou tanto tempo ali. Ainda assim, nenhum desses escândalos grudou no candidato do PSDB para a Presidência.

A nova guarda pretoriana do império

Do blog Senhor X:

As recentes declarações do general Mourão, secundadas pelo comandante do Exército, general Villas Bôas, sinalizam um novo patamar da guerra imperialista contra o Brasil. Bafejado pelos escribas da Globo, o vice de Bolsonaro defendeu a possibilidade de um “auto-golpe” partindo do presidente com apoio das Forças Armadas, diante de uma “situação hipotética de anarquia”. Já o general Villas Bôas, abandonando sua postulada posição de mediador, voltou a pressionar o Judiciário e questionou a legitimidade do resultado das eleições.

Reforma trabalhista e empregos precários

Por Barbara Vallejos Vazquez, Euzebio Jorge de Sousa e Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Com a divulgação do saldo de empregos de julho, tem-se que desde a entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) foram gerados apenas 50.545 postos de empregos formais em 9 meses. O resultado é irrisório frente ao fechamento de 2,9 milhões de empregos com carteira entre dez/14 e dez/17, uma média de 79,5 mil postos a menos por mês, durante 36 meses.



Conter os fardados e os togados

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

“Em meu governo, militar não fala em política”, disse ontem o candidato do PT, Ciro Gomes, em sabatina aos jornais O Globo/Valor. Se fosse presidente, acrescentou, demitiria e prenderia o comandante do Exército, general Villas Bôas.

Finalmente, um representante do poder civil enfrenta o assanhamento dos militares, em alta desde que o presidente Temer, para compensar sua debilidade e ilegitimidade, resolveu lhes dar corda e protagonismo.

O que querem as brasileiras?

Por Rosane Borges, na revista CartaCapital:

Tal como incêndios florestais, o movimento “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” se espalhou rapidamente na internet, preenchendo todos os espaços das redes sociais de tal forma que alcançou 1,5 milhão de participantes, com adesão de dez mil mulheres por minuto.

Como se tornou comum nas reivindicações dos nossos tempos, o movimento transborda as fronteiras dos espaços digitais e reclama acolhida nos ambientes materiais. Em várias cidades, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, vêm sendo convocadas manifestações que se mostram, até o momento, com densidade para barrar a ida do candidato de extrema-direita ao segundo turno.

"Cadela do fascismo" está sempre no cio

Por Henrique Matthiesen

O dramaturgo, poeta e encenador alemão, Bertolt Brecht, revolucionou a teoria e a prática teatral ao praticar a função social, a conscientização e politização como forma de expressão nos palcos.

Conhecido mundialmente pelos seus textos tornou-se uma das principais referências do século XX; perseguido por Hitler e seu nazismo, foi para o exílio.

Brecht conheceu de perto os horrores do fascismo, e conseqüentemente, o nazismo, o seu autoritarismo e sua filosofia imperial.

Eleições: a nova chantagem das elites

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Ainda na fase inicial das pré-campanhas, no mês de abril, Guilherme Boulos usou uma imagem bastante adequada para encarar a enorme pressão que as forças do financismo já vinham realizando contra o processo “semi-democrático” que vivemos atualmente. Questionado a respeito das tensões observadas no mercado financeiro, o candidato saiu-se com a frase lapidar: “o mercado que busque tomar rivotril”. Perfeito!

Toffoli nomeia general para o STF

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

José Antonio Dias Toffoli tomou posse como presidente do STF defendendo a pluralidade, citando Cazuza e Renato Russo (até quando?), destacando a harmonia entre os três Poderes da República - e nomeando um general para assessor.

O nome dele é Fernando de Azevedo e Silva, da reserva. Sabe Deus qual foi a intenção de Toffoli, mas o timing é péssimo e o sinal pior ainda.

Villas Boas, o autor da indicação, acaba de dar uma entrevista ao Estadão dando opiniões sobre o processo político - o que é, de resto, proibido por lei.