Do blog Senhor X:
As recentes declarações do general Mourão, secundadas pelo comandante do Exército, general Villas Bôas, sinalizam um novo patamar da guerra imperialista contra o Brasil. Bafejado pelos escribas da Globo, o vice de Bolsonaro defendeu a possibilidade de um “auto-golpe” partindo do presidente com apoio das Forças Armadas, diante de uma “situação hipotética de anarquia”. Já o general Villas Bôas, abandonando sua postulada posição de mediador, voltou a pressionar o Judiciário e questionou a legitimidade do resultado das eleições.
As declarações apostam retornar aos tempos da submissão geopolítica aos Estados Unidos, apesar das críticas do próprio general Villas Bôas à Guerra Fria. Um debate realizado nos anos setenta, em que os setores da linha dura, liderada pelo general Silvio Frota, perderam para Geisel, então Presidente da República. Em entrevista, o general Mourão fez questão de destacar suas diferenças com o general Ernesto Geisel, exatamente no terreno da afirmação do papel desenvolvimentista do Estado.
– “O primeiro problema que tive (com a área militar) foi quando se resolveu reatar relações diplomáticas com a China, no começo do meu governo. Silveira tinha conversado sobre o assunto e, após analisá-lo, acabei concordando. O Frota (Silvio Frota) veio a mim, manifestar-se contrário: achava que não era conveniente. Outro que no começo também foi contrário foi o Henning, da Marinha. O Araripe, da Aeronáutica, era mais ou menos contra e chegou a conversar ligeiramente sobre o assunto. Todos traziam opiniões e o pensamento de escalões hierarquicamente inferiores. Reuni os três e lhes perguntei: “Por que nós não vamos reatar relações com a China?”. A resposta foi que a China era um país comunista. “Por que, então, vocês não vêm me propor romper relações com a Rússia?”. “Se vocês querem ser coerentes, então vamos cortar relações com a Rússia também e vamos nos isolar, vamos virar mesmo uma colônia dos Estados Unidos” [*].
Ao embarcar na aventura de alinhamento automático aos Estados Unidos, em boa parte patrocinada pelo general Sérgio Etchegoyen, as Forças Armadas podem comprometer definitivamente sua história de vários séculos. Não é um bom caminho abrir mão de defender a soberania de um dos países mais ricos e promissores do mundo para bater continência ao comando dos invasores. Um erro que pode ser definitivo, pois o destino do Brasil é ser uma grande Nação, e não andar na contramão do mundo, sob a repressão de capitães do mato do Império decadente.
A missão número um das Forças Armadas do Brasil, e de qualquer outro país do mundo, é defender a soberania, as fronteiras, os interesses e as riquezas do seu país. Um dever que vem sendo olimpicamente ignorado diante do entreguismo patrocinado pelos lacaios dos interesses alienígenas, que atacam a Petrobras, o pré-sal, a indústria de infraestrutura e de defesa e a Amazônia. É também grave trazer o inimigo para dentro do território pátrio para realizar treinamentos com objetivo inconfesso de agredir um país vizinho.
A doutrina que deve orientar as Forças Armadas de um país, por outro lado, é defender, além da soberania nacional, também o seu povo de agressões externas. Ao contrário, o que se observa é a tentativa de retroceder às carcomidas teses da “doutrina de segurança nacional”, em que o inimigo da Nação é seu próprio povo. Tese que permite o general Mourão, em rede nacional de televisão, reverenciar como “herói” um incomodo e abjeto torturador responsável pelo assassinato de dezenas de pessoas.
A vacilação ou mesmo capitulação diante das suas missões fundamentais também produz distorções em sua cadeia de comando, como se observa no momento. Em que instituição militar um general de pijama sai à público para defender opiniões políticas, falando em nome da farda e, mais grave, sem que seja coibido pelo comando superior? Nesta semana, por exemplo, o Comandante do Exército do Uruguai, general Guido Manini Ríos, foi preso por ordem do Poder Executivo do país depois de declarar que é contra a reforma no sistema militar de aposentadorias.
Com isso, o Exército brasileiro cruzou a linha divisória de suas atribuições, assumindo postura de Guarda Pretoriana do Império – decadente. “É muito grave que um comandante com alta responsabilidade se arrogue a interferir diretamente no processo eleitoral, algo que as Forças Armadas não faziam desde os sombrios tempos da ditadura”, denunciou o PT em nota oficial. As declarações tornam-se ainda mais graves se consideramos o fato que se dão diante da provável vitória do candidato petista, Fernando Haddad.
Como já afirmamos, “sem nada a oferecer, o imperialismo americano joga na destruição das forças produtivas como meio de manter seu status quo”. Com o fim do mundo unipolar, “o imperialismo (norte-americano) reage com uma política de recolonização selvagem, com a quebra de direitos sociais, privatizações, fim ao ensino gratuito, serviços de saúde” e, principalmente, “com os Estados postos a serviço do capital financeiro”. “Até a dissolução das FFAA, ou sua transformação em meros capitães do mato do imperialismo, está em questão”.
A história dos tempos atuais alerta – e seria bom que os aventureiros do momento tivessem isso em conta – que “tal política levará a luta de classes na região a um novo patamar muito mais agudo”. “O custo econômico e social de tal projeto fará emergir poderosos movimentos de defesa nacionais contra essa regressão colonial”, ao que não haverá tutela militar capaz de impedir. O Brasil está no epicentro desta batalha, é o território em disputa, e de seu povo pode se esperar tudo, menos covardia e submissão – nem agora nas eleições, nem depois.
As declarações apostam retornar aos tempos da submissão geopolítica aos Estados Unidos, apesar das críticas do próprio general Villas Bôas à Guerra Fria. Um debate realizado nos anos setenta, em que os setores da linha dura, liderada pelo general Silvio Frota, perderam para Geisel, então Presidente da República. Em entrevista, o general Mourão fez questão de destacar suas diferenças com o general Ernesto Geisel, exatamente no terreno da afirmação do papel desenvolvimentista do Estado.
– “O primeiro problema que tive (com a área militar) foi quando se resolveu reatar relações diplomáticas com a China, no começo do meu governo. Silveira tinha conversado sobre o assunto e, após analisá-lo, acabei concordando. O Frota (Silvio Frota) veio a mim, manifestar-se contrário: achava que não era conveniente. Outro que no começo também foi contrário foi o Henning, da Marinha. O Araripe, da Aeronáutica, era mais ou menos contra e chegou a conversar ligeiramente sobre o assunto. Todos traziam opiniões e o pensamento de escalões hierarquicamente inferiores. Reuni os três e lhes perguntei: “Por que nós não vamos reatar relações com a China?”. A resposta foi que a China era um país comunista. “Por que, então, vocês não vêm me propor romper relações com a Rússia?”. “Se vocês querem ser coerentes, então vamos cortar relações com a Rússia também e vamos nos isolar, vamos virar mesmo uma colônia dos Estados Unidos” [*].
Ao embarcar na aventura de alinhamento automático aos Estados Unidos, em boa parte patrocinada pelo general Sérgio Etchegoyen, as Forças Armadas podem comprometer definitivamente sua história de vários séculos. Não é um bom caminho abrir mão de defender a soberania de um dos países mais ricos e promissores do mundo para bater continência ao comando dos invasores. Um erro que pode ser definitivo, pois o destino do Brasil é ser uma grande Nação, e não andar na contramão do mundo, sob a repressão de capitães do mato do Império decadente.
A missão número um das Forças Armadas do Brasil, e de qualquer outro país do mundo, é defender a soberania, as fronteiras, os interesses e as riquezas do seu país. Um dever que vem sendo olimpicamente ignorado diante do entreguismo patrocinado pelos lacaios dos interesses alienígenas, que atacam a Petrobras, o pré-sal, a indústria de infraestrutura e de defesa e a Amazônia. É também grave trazer o inimigo para dentro do território pátrio para realizar treinamentos com objetivo inconfesso de agredir um país vizinho.
A doutrina que deve orientar as Forças Armadas de um país, por outro lado, é defender, além da soberania nacional, também o seu povo de agressões externas. Ao contrário, o que se observa é a tentativa de retroceder às carcomidas teses da “doutrina de segurança nacional”, em que o inimigo da Nação é seu próprio povo. Tese que permite o general Mourão, em rede nacional de televisão, reverenciar como “herói” um incomodo e abjeto torturador responsável pelo assassinato de dezenas de pessoas.
A vacilação ou mesmo capitulação diante das suas missões fundamentais também produz distorções em sua cadeia de comando, como se observa no momento. Em que instituição militar um general de pijama sai à público para defender opiniões políticas, falando em nome da farda e, mais grave, sem que seja coibido pelo comando superior? Nesta semana, por exemplo, o Comandante do Exército do Uruguai, general Guido Manini Ríos, foi preso por ordem do Poder Executivo do país depois de declarar que é contra a reforma no sistema militar de aposentadorias.
Com isso, o Exército brasileiro cruzou a linha divisória de suas atribuições, assumindo postura de Guarda Pretoriana do Império – decadente. “É muito grave que um comandante com alta responsabilidade se arrogue a interferir diretamente no processo eleitoral, algo que as Forças Armadas não faziam desde os sombrios tempos da ditadura”, denunciou o PT em nota oficial. As declarações tornam-se ainda mais graves se consideramos o fato que se dão diante da provável vitória do candidato petista, Fernando Haddad.
Como já afirmamos, “sem nada a oferecer, o imperialismo americano joga na destruição das forças produtivas como meio de manter seu status quo”. Com o fim do mundo unipolar, “o imperialismo (norte-americano) reage com uma política de recolonização selvagem, com a quebra de direitos sociais, privatizações, fim ao ensino gratuito, serviços de saúde” e, principalmente, “com os Estados postos a serviço do capital financeiro”. “Até a dissolução das FFAA, ou sua transformação em meros capitães do mato do imperialismo, está em questão”.
A história dos tempos atuais alerta – e seria bom que os aventureiros do momento tivessem isso em conta – que “tal política levará a luta de classes na região a um novo patamar muito mais agudo”. “O custo econômico e social de tal projeto fará emergir poderosos movimentos de defesa nacionais contra essa regressão colonial”, ao que não haverá tutela militar capaz de impedir. O Brasil está no epicentro desta batalha, é o território em disputa, e de seu povo pode se esperar tudo, menos covardia e submissão – nem agora nas eleições, nem depois.
Nota
* Ernesto Geisel, na sua biografia organizada por Maria Celina D’Araújo e Celso Castro, editada pela Fundação Getúlio Vargas.
1 comentários:
Postar um comentário