Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Está em qualquer manual: uma força militar baseia-se, como organização, em dois pilares: a hierarquia e a disciplina, nesta ordem.
Daí é que um conflito previsível da estranha chapa formada por um ex-capitão como candidato a Presidente e um general como vice, que já começava “torta” por essa inversão dificilmente harmônica, antecipou-se com o infeliz episódio que levou Jair Bolsonaro a “baixar enfermaria”.
O pedido – mais um gesto político que algo de significado prático – para que o General Hamilton Mourão participasse de entrevistas e de debates no lugar de seu “superior”, hospitalizado, começou a expor os impasses de uma organização que, sequer dispondo da mínima organicidade de um partido, já não tinha hierarquia e passou a não ter, por falta de chefe, disciplina.
Agora, com as declarações de Mourão de que defende uma nova “Constituição sem voto”, escrita por uma “comissão de notáveis” – imagina-se que o histriônico Levy Fidélix possa ser um notável – escancarou o grau em que o aventureirismo improvisado que este amontoado bolsonarista ameaça lançar o país.
Estabeleceram-se conflitos entre o “esquadrão familiar”, a “ala policial” e os franco-atiradores do oportunismo, todos disputando a colina de um quarto de hospital, até mesmo alheia aos riscos de saúde que o “Zero-Um” corre por isso.
E o “Zero-Um”, em estado delicado de saúde e por impedido de usar seu peso eleitoral como contrapeso às ambições miúdas de “sucedê-lo em vida”, é assediado por todos os lados, quase indefeso.
A esta altura, a camada de oficiais superiores das Forças Armadas (e não só do Exército) está vendo a encrenca em que se envolveu, deixando que a candidatura Bolsonaro colocasse a instituição militar não só de ponta-cabeça – ele tem muito mais acolhida na baixa oficialidade e na tropa do que entre as camadas de comando – como novamente associada a um pensamento autoritário, conservador e obscurantista perante a sociedade.
Mas estão cercados, sitiados e em menor número diante do delírio de poder que Jair Bolsonaro injetou em suas corporações e, como mostrou a entrevista do general Villas Boas, cedendo a atitudes que, perdido o comando, ainda lhes possa preservar algo da hierarquia e, sobretudo, da disciplina.
A incontinência do General Mourão é bem o retrato da bagunça que Bolsonaro fez na tropa.
Daí é que um conflito previsível da estranha chapa formada por um ex-capitão como candidato a Presidente e um general como vice, que já começava “torta” por essa inversão dificilmente harmônica, antecipou-se com o infeliz episódio que levou Jair Bolsonaro a “baixar enfermaria”.
O pedido – mais um gesto político que algo de significado prático – para que o General Hamilton Mourão participasse de entrevistas e de debates no lugar de seu “superior”, hospitalizado, começou a expor os impasses de uma organização que, sequer dispondo da mínima organicidade de um partido, já não tinha hierarquia e passou a não ter, por falta de chefe, disciplina.
Agora, com as declarações de Mourão de que defende uma nova “Constituição sem voto”, escrita por uma “comissão de notáveis” – imagina-se que o histriônico Levy Fidélix possa ser um notável – escancarou o grau em que o aventureirismo improvisado que este amontoado bolsonarista ameaça lançar o país.
Estabeleceram-se conflitos entre o “esquadrão familiar”, a “ala policial” e os franco-atiradores do oportunismo, todos disputando a colina de um quarto de hospital, até mesmo alheia aos riscos de saúde que o “Zero-Um” corre por isso.
E o “Zero-Um”, em estado delicado de saúde e por impedido de usar seu peso eleitoral como contrapeso às ambições miúdas de “sucedê-lo em vida”, é assediado por todos os lados, quase indefeso.
A esta altura, a camada de oficiais superiores das Forças Armadas (e não só do Exército) está vendo a encrenca em que se envolveu, deixando que a candidatura Bolsonaro colocasse a instituição militar não só de ponta-cabeça – ele tem muito mais acolhida na baixa oficialidade e na tropa do que entre as camadas de comando – como novamente associada a um pensamento autoritário, conservador e obscurantista perante a sociedade.
Mas estão cercados, sitiados e em menor número diante do delírio de poder que Jair Bolsonaro injetou em suas corporações e, como mostrou a entrevista do general Villas Boas, cedendo a atitudes que, perdido o comando, ainda lhes possa preservar algo da hierarquia e, sobretudo, da disciplina.
A incontinência do General Mourão é bem o retrato da bagunça que Bolsonaro fez na tropa.
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