Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
Amigo navegante telefona preocupado: o PiG vai ao Tribunal Superior Eleitoral para impedir a vitória da Dilma no tapetão. Há certo perigo aí.
A procurador eleitoral é a Dra. Cureau, sempre imparcial, que quer calar o Mino Carta. Marco Aurélio de Mello, que, em 2006, como presidente do TSE, ameaçou não dar posse ao Lula, é titular do TSE. Gilmar Dantas (Gilmar Mendes) é suplente no TSE, ele que tentou, com as tropas do Estadão, dar o Golpe de Estado da Direita.
O jenio (José Serra) tem mais chance no TSE do que no voto. E a UDN só ganha eleição no tapetão — no Golpe.
Acontece que a Dilma perdeu a paciência. Dilma não é Lula.
Na resposta à Folha, ela se pôs ao lado de Leonel Brizola, autor de outro vídeo histórico — o editorial que Brizola obrigou o Roberto Marinho a ler. Os filhos do Roberto Marinho sabem disso — o temperamento da Dilma está mais para Brizola do que para Lula.
A Dilma não vai esperar o Golpe sentada em cima das mãos. Dilma tem um aliado importante. Já imaginou o Lula na rua, a pregar uma greve geral para garantir a posse da Dilma? Lula não é Jango. Isso parece uma insensatez? Insensatez é o que o PiG faz hoje no Brasil.
A eleição não é mais entre a Dilma e o Serra, que foi atropelado pela própria insignificância. A eleição é entre a Dilma e o PiG.
A Judith Brito disse que a Associação Nacional dos Jornais, que preside em nome do Otavinho, é a oposição. Ela provavelmente não sabia que tinha entrado para a História do Golpe, que tinha escrito uma página do Livro de Ouro da extrema direita brasileira.
O PiG não tem mais volta. Ele destruiu todas as pontes que o ligavam à Democracia e ao Estado de Direito. O PiG é o PiG da Argentina e da Venezuela. Vai fazer o quê? Demitir a Eliane Catanhêde para se aproximar da Dilma? A urubóloga, o Merval, o Waack, o Ali Kamel, o do Golpe de 2006? Não tem como.
O ultimo recurso será entrar com um pedido de anulação da eleição no TSE, redigido por um jurista de prateleira, como, por exemplo, Yves Gandra Martins. O que o PiG quer? Uma Guerra da Secessão? Uma “Revolução” de 32, para se separar de Vargas?
O PiG está miseravelmente isolado. Deve representar uns 5% da população brasileira — seus leitores. Na tem uma passeata do Cansei na rua. Não tem uma Marcha com Deus pela Família e a Propriedade. Não tem um Carlos Lacerda.
A Fiesp não está no Golpe. A Febraban não está no Golpe. A Associação Comercial … associação comercial, qual? Acabou a União Soviética e não assusta mais as mal-amadas. A Igreja Católica afundou-se com seus próprios pedófilos e não tem autoridade moral para derrubar nem prefeito. Os americanos estão atolados no Afeganistão e nas dividas. Não vão mandar a Frota que derrubou o Jango. E o Obama acha o Lula “o cara”.
Não tem Manifesto dos Coronéis. Não tem mais seu redator, o grande democrata Golbery e seu fantoche, o George Washington do Elio Gaspari, o general Geisel. Não tem o Ipês (o Millenium do Jabor, convenhamos…)
Tem alguém na tribuna da Câmara a pedir o Golpe, como o Padre Godinho, da UDN de São Paulo? Cadê o jovem deputado da UDN da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, a dizer que o Lula é ladrão? Eles morrem de medo do Lula.
Quem o PiG representa? Quer dar o Golpe em nome de que? Em defesa de quem? De seus próprios interesses? A quem interessa defender o interesse do Otavinho, a não ser o próprio Otavinho? Quantas lágrimas serão derramadas no dia em que a Folha fechar? Provavelmente só as do Clóvis Rossi.
O PiG não tem mais como conversar com a presidenta Dilma, depois desse desabafo, hoje, no Rio. Não adiante produzir manchete na Folha para o jenio e o Gonzalez reproduzirem no programa eleitoral. Não dá em nada.
A pesquisa tracking da Vox Populi desmoralizou o Datafalha e o Globope. A Sensus idem. Os institutos mineiros acabaram com o blefe, a chantagem.
O Tribunal Superior Eleitoral vai dar o Golpe em nome de que? Da quebra dos 30 milhões de sigilos da filha do Serra? Do filho da Erenice? Do tucano que sumiu com a Caixa (2?) do Serra?
Como diz o Vasco: acharam um monte de Vavás e o Daniel Dantas está solto. Esse é o problema grave: o PiG perdeu a importância. Ele só serve para dar Golpe. Para desestabilizar o país. Com o Lula, o PiG podia achar que levava o Brasil à beira do precipício e, na hora “h”, o Lula conciliava. A bonomia do Lula não deixava o caldo virar.
A Dilma não é o Lula. O Otavinho que se cuide. Os filhos do Roberto Marinho que se cuidem. Eles vão fechar o negócio do pai.
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010
A última luta contra a ditadura
Reproduzo artigo de Miguel do Rosário, publicado no blog Óleo do Diabo:
A julgar pelos editoriais, a imprensa brasileira se acha uma vítima trêmula e indefesa, pronta para ser devorada pelo bicho papão totalitário. Claro que há o constrangimento de ter apoiado a ditadura, contra o mesmo bicho papão, mas se ele (o papão) não existia antes e mesmo assim justificou-se um golpe de Estado, não é tão difícil inventar novamente o mesmo inimigo; dessa vez não exatamente para dar um golpe, mas algo mais fácil, como queimar um candidato e eleger outro. Considerando que esses jornais transformaram-se em poderosos conglomerados econômicos à sombra do regime militar, pode-se especular que nossa batalha contra os desmandos desses grupos consiste na última luta dos brasileiros contra o fascismo que pendurou nossa liberdade e nossas esperanças, por vinte longos anos, num pau de arara.
Como empresas privadas, os jornais têm liberdade para defender ou atacar seja quem for, mas a Constituição ficaria grata se evitassem desrespeitar o direito dos indivíduos à honra e à privacidade e, sobretudo, se se esforçassem em conter seus ódios pessoais e tratassem as instituições democráticas e seus representantes com um mínimo de decoro e respeito. Não pedimos isenção. Ao contrário, pedimos honestidade em declarar sua preferência partidária, como fazem os jornais norte-americanos, o que ajudaria os leitores a separar notícia de opinião e entender melhor o que estão lendo.
Conhecemos a imprensa de outros países e francamente não observamos em lugar nenhum do mundo (com exceção dos EUA, onde imprensa deixa bem claro de que lado está) um engajamento partidário tão enlouquecido e agressivo como vemos no Brasil.
A imprensa de fato tornou-se um quarto poder, mas à diferença dos outros poderes, goza de uma liberdade quase selvagem. Pode incentivar as pessoas a tomarem remédios que não precisam, espalhar informações falsas sobre partidos, destruir a reputação de inocentes, pressionar juízes a emitir ordens de prisão (ou de habeas corpus), desestabilizar governos… E quando setores da sociedade, como as associações de medicina, por exemplo, iniciam debates para criar leis que regulamentem o uso de informações sobre saúde, os grupos de mídia não apenas se recusam a dialogar como lançam pesadas acusações contra os que desejam o debate. Eles se pretendem intocáveis. A liberdade de imprensa converte-se, portanto, em objeto de luxo de uso exclusivo de meia dúzia de proprietários de jornais e tv.
Não temos ilusão quanto aos defeitos de nossa classe política e seus representantes, mas também não nos iludimos quanto à perseguição seletiva praticada por uma imprensa desde sempre identificada com ideais conservadores – e portanto com os partidos afinados com esses ideais.
Protestamos, em suma, contra hábitos sinistros que estão se arraigando em nossa imprensa, como fazer acusações sem provas e prejulgar pessoas e instituições de maneira açodada, desrespeitando o princípio da presunção da inocência. Com seu poder, a mídia consegue intimidar inclusive juízes, produzindo outra aberração contra a democracia, que é obstruir o direito de todo cidadão ou empresa de ter um julgamento isento e livre, longe das paixões políticas.
Protestamos, principalmente, contra a tentativa de interferir no processo eleitoral, através da criação de factóides que vão parar diretamente, às vezes no mesmo dia, na página de alguns candidatos. Denúncias devem ser feitas, claro, mas embasadas num mínimo de provas e fundamentos lógicos. Os escândalos que pipocam não nascem da intenção louvável de aprimorar o funcionamento da máquina pública, e sim do desejo mal disfarçado de produzir estragos políticos no adversário da vez.
Enfim, quando vemos a mídia engajada em campanhas partidárias, e ainda lançando suspeitas de que há forças querendo censurá-la ou silenciá-la (o que é mentira); e, para culminar, participando de seminários no Clube Militar, como o que deverá acontecer dia 23 de setembro deste ano, intitulado “Democracia Ameaçada”, muitos cidadãos começam a se questionar, preocupados, se haveria alguém imaginando um golpe, seja um violento, com uso de armas, seja um “pacífico”, como fizeram em Honduras no ano passado, onde o presidente eleito, após decisão do Supremo Tribunal Federal (convertido assim num poder quase monárquico, acima da soberania popular), foi preso pelo exército e conduzido para fora do país. Todos, incluindo o golpe contra Chávez, em 2002, tem algo em comum: a cumplicidade entre oposição conservadora e corporações midiáticas.
Falamos apenas dos jornais. Quanto à mídia televisiva, os fatos são muito mais graves, porque são concessionárias de serviço público, e há leis que proibem a veiculação de material entendido como propaganda partidária.
Quando chamamos a imprensa de golpista, portanto, referimo-nos não só a seu papel fundamental na preparação do golpe de 64 e na consolidação política do regime militar, como também no esforço constante, até hoje, para derrubar ou eleger governantes a partir de artifícios nada éticos de manipulação da notícia.
Reiteramos nosso apreço pela liberdade de imprensa e de expressão, mas observamos que estas liberdades não são direitos exclusivos dos donos de jornal: elas também valem para o leitor, que não deve ser enganado; e para o jornalista, que deve ter direito a trabalhar sem se submeter aos caprichos ideológicos do patrão.
Por fim, convidamos a todos a se libertarem do vício triste de pensar com a cabeça alheia, e a conhecerem a blogosfera política, onde se trata a informação com muito mais profundidade: ela é verificada, checada, conferida novamente, revirada de todos os lados, discutida, rechaçada, e de novo aceita; e onde, principalmente, respeita-se a inteligência do leitor e procura-se fazer com que ele a use efetivamente, pensando politicamente por si mesmo.
Somos os representantes da edição fluminense de uma articulação nacional, os Blogueiros Progressistas, ou seja, de esquerda, e nossa luta mais importante, nas últimas semanas, tem sido desmontar as manipulações midiáticas que visam confundir e influenciar o eleitorado, deturpando a vontade popular.
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A julgar pelos editoriais, a imprensa brasileira se acha uma vítima trêmula e indefesa, pronta para ser devorada pelo bicho papão totalitário. Claro que há o constrangimento de ter apoiado a ditadura, contra o mesmo bicho papão, mas se ele (o papão) não existia antes e mesmo assim justificou-se um golpe de Estado, não é tão difícil inventar novamente o mesmo inimigo; dessa vez não exatamente para dar um golpe, mas algo mais fácil, como queimar um candidato e eleger outro. Considerando que esses jornais transformaram-se em poderosos conglomerados econômicos à sombra do regime militar, pode-se especular que nossa batalha contra os desmandos desses grupos consiste na última luta dos brasileiros contra o fascismo que pendurou nossa liberdade e nossas esperanças, por vinte longos anos, num pau de arara.
Como empresas privadas, os jornais têm liberdade para defender ou atacar seja quem for, mas a Constituição ficaria grata se evitassem desrespeitar o direito dos indivíduos à honra e à privacidade e, sobretudo, se se esforçassem em conter seus ódios pessoais e tratassem as instituições democráticas e seus representantes com um mínimo de decoro e respeito. Não pedimos isenção. Ao contrário, pedimos honestidade em declarar sua preferência partidária, como fazem os jornais norte-americanos, o que ajudaria os leitores a separar notícia de opinião e entender melhor o que estão lendo.
Conhecemos a imprensa de outros países e francamente não observamos em lugar nenhum do mundo (com exceção dos EUA, onde imprensa deixa bem claro de que lado está) um engajamento partidário tão enlouquecido e agressivo como vemos no Brasil.
A imprensa de fato tornou-se um quarto poder, mas à diferença dos outros poderes, goza de uma liberdade quase selvagem. Pode incentivar as pessoas a tomarem remédios que não precisam, espalhar informações falsas sobre partidos, destruir a reputação de inocentes, pressionar juízes a emitir ordens de prisão (ou de habeas corpus), desestabilizar governos… E quando setores da sociedade, como as associações de medicina, por exemplo, iniciam debates para criar leis que regulamentem o uso de informações sobre saúde, os grupos de mídia não apenas se recusam a dialogar como lançam pesadas acusações contra os que desejam o debate. Eles se pretendem intocáveis. A liberdade de imprensa converte-se, portanto, em objeto de luxo de uso exclusivo de meia dúzia de proprietários de jornais e tv.
Não temos ilusão quanto aos defeitos de nossa classe política e seus representantes, mas também não nos iludimos quanto à perseguição seletiva praticada por uma imprensa desde sempre identificada com ideais conservadores – e portanto com os partidos afinados com esses ideais.
Protestamos, em suma, contra hábitos sinistros que estão se arraigando em nossa imprensa, como fazer acusações sem provas e prejulgar pessoas e instituições de maneira açodada, desrespeitando o princípio da presunção da inocência. Com seu poder, a mídia consegue intimidar inclusive juízes, produzindo outra aberração contra a democracia, que é obstruir o direito de todo cidadão ou empresa de ter um julgamento isento e livre, longe das paixões políticas.
Protestamos, principalmente, contra a tentativa de interferir no processo eleitoral, através da criação de factóides que vão parar diretamente, às vezes no mesmo dia, na página de alguns candidatos. Denúncias devem ser feitas, claro, mas embasadas num mínimo de provas e fundamentos lógicos. Os escândalos que pipocam não nascem da intenção louvável de aprimorar o funcionamento da máquina pública, e sim do desejo mal disfarçado de produzir estragos políticos no adversário da vez.
Enfim, quando vemos a mídia engajada em campanhas partidárias, e ainda lançando suspeitas de que há forças querendo censurá-la ou silenciá-la (o que é mentira); e, para culminar, participando de seminários no Clube Militar, como o que deverá acontecer dia 23 de setembro deste ano, intitulado “Democracia Ameaçada”, muitos cidadãos começam a se questionar, preocupados, se haveria alguém imaginando um golpe, seja um violento, com uso de armas, seja um “pacífico”, como fizeram em Honduras no ano passado, onde o presidente eleito, após decisão do Supremo Tribunal Federal (convertido assim num poder quase monárquico, acima da soberania popular), foi preso pelo exército e conduzido para fora do país. Todos, incluindo o golpe contra Chávez, em 2002, tem algo em comum: a cumplicidade entre oposição conservadora e corporações midiáticas.
Falamos apenas dos jornais. Quanto à mídia televisiva, os fatos são muito mais graves, porque são concessionárias de serviço público, e há leis que proibem a veiculação de material entendido como propaganda partidária.
Quando chamamos a imprensa de golpista, portanto, referimo-nos não só a seu papel fundamental na preparação do golpe de 64 e na consolidação política do regime militar, como também no esforço constante, até hoje, para derrubar ou eleger governantes a partir de artifícios nada éticos de manipulação da notícia.
Reiteramos nosso apreço pela liberdade de imprensa e de expressão, mas observamos que estas liberdades não são direitos exclusivos dos donos de jornal: elas também valem para o leitor, que não deve ser enganado; e para o jornalista, que deve ter direito a trabalhar sem se submeter aos caprichos ideológicos do patrão.
Por fim, convidamos a todos a se libertarem do vício triste de pensar com a cabeça alheia, e a conhecerem a blogosfera política, onde se trata a informação com muito mais profundidade: ela é verificada, checada, conferida novamente, revirada de todos os lados, discutida, rechaçada, e de novo aceita; e onde, principalmente, respeita-se a inteligência do leitor e procura-se fazer com que ele a use efetivamente, pensando politicamente por si mesmo.
Somos os representantes da edição fluminense de uma articulação nacional, os Blogueiros Progressistas, ou seja, de esquerda, e nossa luta mais importante, nas últimas semanas, tem sido desmontar as manipulações midiáticas que visam confundir e influenciar o eleitorado, deturpando a vontade popular.
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A guerra aberta da mídia
Reproduzo artigo de Wladimir Pomar, publicado no sítio Correio da Cidadania:
Se antes poderia haver alguma dúvida, entre alguns setores da campanha Dilma, de que a guerra contra a candidata petista se tornaria aberta, suja e sem qualquer limite, talvez a última semana tenha sido a demonstração clara de que tais dúvidas não passavam de ilusões infantis.
Veja, Globo, Folha de S.Paulo, Estadão e outros órgãos da famosa grande imprensa, o chamado quarto poder, não demonstram qualquer preocupação em serem vistos como a artilharia pesada dessa guerra. Suas manchetes diárias e semanais são sempre, inexoravelmente, a pirita garimpada em investigações cuja credibilidade dificilmente pode ser comprovada. Para quem criou o escândalo da Escola Base e outros, forjados nas cozinhas das redações, que diferença faz criar estes, em que se joga o destino da política que essa grande imprensa defende?
"Cartas abertas", assinadas por "personalidades" que talvez não saibam que seus nomes estão sendo utilizados, repetem pela Internet os antigos e surrados argumentos anti-Lula e anti-PT, que pareciam enterrados desde 2002. Bolsões reacionários de militares da reserva saem a público para ameaçar golpes. FHC compara Lula a Mussolini e apela a forças ocultas para barrar a caminhada do petismo. E, em drops da imprensa, repetem-se os comentários que sustentam as possíveis semelhanças do governo Lula com Vargas e seu fim.
Se a campanha Dilma e a direção do PT continuarem ignorando esse conjunto de sinais de desespero de uma direita reacionária que tinha como certa sua volta ao governo, o caminho para o segundo turno e até para uma derrota podem estar traçados. Essa direita não vai se contentar com a saída de Erenice da Casa Civil e quase certamente jogará novos pacotes podres sobre a mesa, na expectativa de que o governo, o PT e a campanha Dilma continuem cometendo erros, e ignorando a natureza da atual ofensiva oposicionista.
Os dados do Instituto Datafolha, divulgados no dia 16/9, parecem moldados de forma que o PT e a campanha Dilma continuem acreditando que vencerão no primeiro turno, sem necessidade de qualquer reação maior. Dilma marcou 51% das preferências eleitorais, enquanto Serra se manteve com 27% das intenções de voto, e Marina seguiu com 11%. Aparentemente, o melhor dos mundos.
No entanto, podem-se descobrir algumas surpresas nessa pesquisa, desde que se coloque de lado a euforia e se busquem as tendências reais. Entre os eleitores bem informados, a intenção de votos em Dilma desceu para 46%, enquanto em Serra subiu para 33%, e em Marina para 14%. Com isso compreende-se por que a grande imprensa vem martelando incessantemente para ‘informar’ o eleitorado sobre os ‘fatos’ que tem criado nos bastidores, mesmo que tais ‘fatos’ não passem de falsificações. Se conseguir que o conjunto do eleitorado se deixe convencer por essas informações falsas, o segundo turno estará configurado.
É significativo que Dilma tenha caído na preferência do eleitorado, em caso de segundo turno, em estados como Rio Grande do Sul e Paraná, assim como em Brasília. E que sua subida em outros estados e cidades importantes tenha se mantido dentro da margem de erro. Este pode ser um sinal de que o ritmo de crescimento da candidatura Dilma foi afetado pelas denúncias e escândalos criados pela aliança do tucano-pefelismo com a grande imprensa, embora ainda não de forma avassaladora.
Nos próximos quinze dias antes das eleições, se a campanha Dilma e o PT não forem suficientemente ágeis para criar mobilizações massivas, passar ao contra-ataque na diferenciação entre seu projeto político e o projeto de Serra e Marina, e gerar fatos políticos de repercussão, a corrosão da candidatura Dilma pode chegar àquele nível procurado pelo quarto poder.
Feito isso, a grande imprensa continuará convencida de que é capaz de moldar a opinião pública com mentiras e falsificações, da mesma forma que Goebbels e outros gurus da comunicação de massa acreditavam. E, certamente, configurado o segundo turno, virá com armas ainda mais letais. Se a meta da campanha Dilma é evitar que isso aconteça, esta é a semana decisiva para revirar o jogo.
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Se antes poderia haver alguma dúvida, entre alguns setores da campanha Dilma, de que a guerra contra a candidata petista se tornaria aberta, suja e sem qualquer limite, talvez a última semana tenha sido a demonstração clara de que tais dúvidas não passavam de ilusões infantis.
Veja, Globo, Folha de S.Paulo, Estadão e outros órgãos da famosa grande imprensa, o chamado quarto poder, não demonstram qualquer preocupação em serem vistos como a artilharia pesada dessa guerra. Suas manchetes diárias e semanais são sempre, inexoravelmente, a pirita garimpada em investigações cuja credibilidade dificilmente pode ser comprovada. Para quem criou o escândalo da Escola Base e outros, forjados nas cozinhas das redações, que diferença faz criar estes, em que se joga o destino da política que essa grande imprensa defende?
"Cartas abertas", assinadas por "personalidades" que talvez não saibam que seus nomes estão sendo utilizados, repetem pela Internet os antigos e surrados argumentos anti-Lula e anti-PT, que pareciam enterrados desde 2002. Bolsões reacionários de militares da reserva saem a público para ameaçar golpes. FHC compara Lula a Mussolini e apela a forças ocultas para barrar a caminhada do petismo. E, em drops da imprensa, repetem-se os comentários que sustentam as possíveis semelhanças do governo Lula com Vargas e seu fim.
Se a campanha Dilma e a direção do PT continuarem ignorando esse conjunto de sinais de desespero de uma direita reacionária que tinha como certa sua volta ao governo, o caminho para o segundo turno e até para uma derrota podem estar traçados. Essa direita não vai se contentar com a saída de Erenice da Casa Civil e quase certamente jogará novos pacotes podres sobre a mesa, na expectativa de que o governo, o PT e a campanha Dilma continuem cometendo erros, e ignorando a natureza da atual ofensiva oposicionista.
Os dados do Instituto Datafolha, divulgados no dia 16/9, parecem moldados de forma que o PT e a campanha Dilma continuem acreditando que vencerão no primeiro turno, sem necessidade de qualquer reação maior. Dilma marcou 51% das preferências eleitorais, enquanto Serra se manteve com 27% das intenções de voto, e Marina seguiu com 11%. Aparentemente, o melhor dos mundos.
No entanto, podem-se descobrir algumas surpresas nessa pesquisa, desde que se coloque de lado a euforia e se busquem as tendências reais. Entre os eleitores bem informados, a intenção de votos em Dilma desceu para 46%, enquanto em Serra subiu para 33%, e em Marina para 14%. Com isso compreende-se por que a grande imprensa vem martelando incessantemente para ‘informar’ o eleitorado sobre os ‘fatos’ que tem criado nos bastidores, mesmo que tais ‘fatos’ não passem de falsificações. Se conseguir que o conjunto do eleitorado se deixe convencer por essas informações falsas, o segundo turno estará configurado.
É significativo que Dilma tenha caído na preferência do eleitorado, em caso de segundo turno, em estados como Rio Grande do Sul e Paraná, assim como em Brasília. E que sua subida em outros estados e cidades importantes tenha se mantido dentro da margem de erro. Este pode ser um sinal de que o ritmo de crescimento da candidatura Dilma foi afetado pelas denúncias e escândalos criados pela aliança do tucano-pefelismo com a grande imprensa, embora ainda não de forma avassaladora.
Nos próximos quinze dias antes das eleições, se a campanha Dilma e o PT não forem suficientemente ágeis para criar mobilizações massivas, passar ao contra-ataque na diferenciação entre seu projeto político e o projeto de Serra e Marina, e gerar fatos políticos de repercussão, a corrosão da candidatura Dilma pode chegar àquele nível procurado pelo quarto poder.
Feito isso, a grande imprensa continuará convencida de que é capaz de moldar a opinião pública com mentiras e falsificações, da mesma forma que Goebbels e outros gurus da comunicação de massa acreditavam. E, certamente, configurado o segundo turno, virá com armas ainda mais letais. Se a meta da campanha Dilma é evitar que isso aconteça, esta é a semana decisiva para revirar o jogo.
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Mídia tenta forçar o segundo turno
Reproduzo artigo de Renato Godoy de Toledo, publicado no jornal Brasil de Fato:
A menos de um mês das eleições presidenciais, a campanha de José Serra (PSDB) realiza uma tabela com os principais órgãos de imprensa, numa escalada de denúncias contra supostas irregularidades atribuídas a petistas. De concreto, até o momento, sabe-se que o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e da filha e do genro de José Serra, foram violados. No entanto, o próprio candidato admitiu que sabia das violações desde janeiro.
No final do ano passado, uma reportagem veiculada pelo SBT mostrava a venda de dados sigilosos por camelôs no centro de São Paulo. A matéria repercutiu com políticos o acontecimento. Entre eles, destacou-se a declaração de José Serra, afirmando ter tomado conhecimento do assunto e que deveriam investigar o caso. O tom das declarações da época são feitas de forma amena; nem de perto se comparam à atual indignação do candidato.
Por outro lado, a revista CartaCapital apontou que uma ex-empresa da filha de José Serra teria quebrado o sigilo de mais de 60 milhões de brasileiros. A notícia, no entanto, não foi repercutida por nenhum órgão da grande imprensa.
Após sucessivas rodadas de pesquisas de intenção de voto, foi constatado que a candidatura Dilma Rousseff (PT) estabilizou-se na casa dos 50%, enquanto Serra encontra-se mais perto dos 20% do que dos 30%. As constantes investidas da campanha, portanto, não surtiram efeito.
Parece haver um caminho “natural” das notícias: a denúncia surge numa revista semanal, é repercutida nos jornais impressos, ganha a manchete nos telejornais e é martelada durante toda a semana na campanha de José Serra.
Conspiração, sim
Para Venício Lima, professor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB), sempre que algum membro da academia aponta para uma ação articulada dos meios de comunicações, alguém o critica por defender uma “teoria da conspiração”. “Mas o fato é que conspirações existem, e às vezes funcionam. No caso da cobertura do escândalo do mensalão, o [professor da USP] Bernardo Kucinski comprovou que havia uma articulação e um comando. Hoje, não posso dizer que exista algum dado concreto que comprove essa articulação, mas um observador atento pode perceber que há um dueto: os ‘jornalões’ publicam uma manchete e ela aparece no horário eleitoral”, explica.
Um exemplo dessa afirmação de Venício é a manchete da Folha de S. Paulo do dia 5 de setembro de 2010: “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. A manchete foi criticada pela ombudsman do jornal, Suzana Singer, e gerou uma sátira ao jornal no Twitter. A hashtag #DilmaFactsByFolha foi a mais utilizada em todo o mundo e levou jornais como o inglês The Independent a noticiarem o assunto.
O professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, aponta que há motivação política na maneira como as quebras de sigilo vêm sendo abordadas, ainda que estas representem uma violação. “A mídia está certa em divulgar o fato, a população está certa em exigir que sejam punidos os responsáveis. Agora, o que não se pode é transformar esse fato em bandeira de luta eleitoral. O que eu vejo é que determinados veículos de comunicação estão exacerbando essa questão por conta dos interesses no candidato de oposição. A Veja e a Folha de S. Paulo têm esse perfil, como se não houvesse mais nada importante para ser divulgado em matéria de eleição, a não ser a violação do sigilo”, opina.
Efeito 2006?
Venício estudou os escândalos políticos midiáticos que pautaram os debates nas eleições de 2006 e aponta que há algumas semelhanças entre o que foi feito naquele momento com o atual cenário. “[O sociólogo John B.] Thompson, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identifica várias situações em que os escândalos políticos midiáticos surgem com o intuito de provocar um estrago na reputação de pessoas que participam do processo. Não tenho nenhuma hesitação em dizer que se trata de um escândalo político midiático, mas não sei dizer se ele pode ter os mesmo efeitos de 2006”, aponta.
Em 2006, às vésperas da eleição presidencial, surgiu o chamado escândalo dos “aloprados”, em que alguns agentes ligados ao PT foram presos tentando comprar um dossiê contra o então candidato ao governo paulista José Serra. A revista Carta Capital denunciou que o Jornal Nacional, da Rede Globo, optou por se dedicar somente ao assunto e à divulgação da foto com o dinheiro dos petistas em detrimento de anunciar o acidente aéreo da companhia Gol. A vitória de Lula no primeiro turno era dada como certa, mas, após essa notícia e a exploração da cadeira vazia do petista no debate da TV Globo, às vésperas do pleito, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu forçar um 2º turno.
“É muito difícil estabelecer uma comparação com 2006. Mas, pode-se dizer que, hoje, a mídia não tem mais o mesmo poder de 2006. E temos esse contrapoder que é a internet. Há muito mais informações políticas disponíveis hoje, e a internet atinge um tecido social muito maior”, analisa Venício.
O especialista comenta que o fato de as denúncias publicadas na mídia e pautadas na campanha de Serra ainda não terem afetado o desempenho da petista nas pesquisas pode estar relacionado com a falta de um apelo imagético. “Há quem considere que esses escândalos carecem de imagens, como no caso do dinheiro dos aloprados. Neste caso, não há uma imagem que confere um poder muito maior”, comenta. (Colaborou Aline Scarso, da Radioagência NP)
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A menos de um mês das eleições presidenciais, a campanha de José Serra (PSDB) realiza uma tabela com os principais órgãos de imprensa, numa escalada de denúncias contra supostas irregularidades atribuídas a petistas. De concreto, até o momento, sabe-se que o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e da filha e do genro de José Serra, foram violados. No entanto, o próprio candidato admitiu que sabia das violações desde janeiro.
No final do ano passado, uma reportagem veiculada pelo SBT mostrava a venda de dados sigilosos por camelôs no centro de São Paulo. A matéria repercutiu com políticos o acontecimento. Entre eles, destacou-se a declaração de José Serra, afirmando ter tomado conhecimento do assunto e que deveriam investigar o caso. O tom das declarações da época são feitas de forma amena; nem de perto se comparam à atual indignação do candidato.
Por outro lado, a revista CartaCapital apontou que uma ex-empresa da filha de José Serra teria quebrado o sigilo de mais de 60 milhões de brasileiros. A notícia, no entanto, não foi repercutida por nenhum órgão da grande imprensa.
Após sucessivas rodadas de pesquisas de intenção de voto, foi constatado que a candidatura Dilma Rousseff (PT) estabilizou-se na casa dos 50%, enquanto Serra encontra-se mais perto dos 20% do que dos 30%. As constantes investidas da campanha, portanto, não surtiram efeito.
Parece haver um caminho “natural” das notícias: a denúncia surge numa revista semanal, é repercutida nos jornais impressos, ganha a manchete nos telejornais e é martelada durante toda a semana na campanha de José Serra.
Conspiração, sim
Para Venício Lima, professor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB), sempre que algum membro da academia aponta para uma ação articulada dos meios de comunicações, alguém o critica por defender uma “teoria da conspiração”. “Mas o fato é que conspirações existem, e às vezes funcionam. No caso da cobertura do escândalo do mensalão, o [professor da USP] Bernardo Kucinski comprovou que havia uma articulação e um comando. Hoje, não posso dizer que exista algum dado concreto que comprove essa articulação, mas um observador atento pode perceber que há um dueto: os ‘jornalões’ publicam uma manchete e ela aparece no horário eleitoral”, explica.
Um exemplo dessa afirmação de Venício é a manchete da Folha de S. Paulo do dia 5 de setembro de 2010: “Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma”. A manchete foi criticada pela ombudsman do jornal, Suzana Singer, e gerou uma sátira ao jornal no Twitter. A hashtag #DilmaFactsByFolha foi a mais utilizada em todo o mundo e levou jornais como o inglês The Independent a noticiarem o assunto.
O professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, aponta que há motivação política na maneira como as quebras de sigilo vêm sendo abordadas, ainda que estas representem uma violação. “A mídia está certa em divulgar o fato, a população está certa em exigir que sejam punidos os responsáveis. Agora, o que não se pode é transformar esse fato em bandeira de luta eleitoral. O que eu vejo é que determinados veículos de comunicação estão exacerbando essa questão por conta dos interesses no candidato de oposição. A Veja e a Folha de S. Paulo têm esse perfil, como se não houvesse mais nada importante para ser divulgado em matéria de eleição, a não ser a violação do sigilo”, opina.
Efeito 2006?
Venício estudou os escândalos políticos midiáticos que pautaram os debates nas eleições de 2006 e aponta que há algumas semelhanças entre o que foi feito naquele momento com o atual cenário. “[O sociólogo John B.] Thompson, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identifica várias situações em que os escândalos políticos midiáticos surgem com o intuito de provocar um estrago na reputação de pessoas que participam do processo. Não tenho nenhuma hesitação em dizer que se trata de um escândalo político midiático, mas não sei dizer se ele pode ter os mesmo efeitos de 2006”, aponta.
Em 2006, às vésperas da eleição presidencial, surgiu o chamado escândalo dos “aloprados”, em que alguns agentes ligados ao PT foram presos tentando comprar um dossiê contra o então candidato ao governo paulista José Serra. A revista Carta Capital denunciou que o Jornal Nacional, da Rede Globo, optou por se dedicar somente ao assunto e à divulgação da foto com o dinheiro dos petistas em detrimento de anunciar o acidente aéreo da companhia Gol. A vitória de Lula no primeiro turno era dada como certa, mas, após essa notícia e a exploração da cadeira vazia do petista no debate da TV Globo, às vésperas do pleito, Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu forçar um 2º turno.
“É muito difícil estabelecer uma comparação com 2006. Mas, pode-se dizer que, hoje, a mídia não tem mais o mesmo poder de 2006. E temos esse contrapoder que é a internet. Há muito mais informações políticas disponíveis hoje, e a internet atinge um tecido social muito maior”, analisa Venício.
O especialista comenta que o fato de as denúncias publicadas na mídia e pautadas na campanha de Serra ainda não terem afetado o desempenho da petista nas pesquisas pode estar relacionado com a falta de um apelo imagético. “Há quem considere que esses escândalos carecem de imagens, como no caso do dinheiro dos aloprados. Neste caso, não há uma imagem que confere um poder muito maior”, comenta. (Colaborou Aline Scarso, da Radioagência NP)
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Mídia sente o golpe e reage
Reproduzo artigo de Cláudio Gonzalez, publicado no sítio Vermelho:
Um grupo de personalidades, a maioria acadêmicos de direita ligados ao PSDB, lançou nesta quarta-feira (22) o "Manifesto em Defesa da Democracia". Apesar de usar a palavra “democracia” no nome do manifesto, o texto é um verdadeiro editorial de solidariedade à candidatura presidencial de José Serra e à grande mídia. Em uma risível contradição, o texto diz que o presidente Lula "ameaça a democracia" ao intervir com suas opiniões no processo eleitoral.
Articulado pelo empresariado que comanda os grandes jornais paulistas –os mesmos que deram apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar-- o manifesto pró-mídia é uma tentativa destes grupos empresariais da comunicação de responder ao ato convocado há duas semanas pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O ato será realizado nesta quinta-feira (23), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e tem como objetivo protestar contra a parcialidade e o jogo sujo da grande imprensa nesta reta final da campanha eleitoral.
O manifesto pró-mídia ganhou a assinatura de gente que escreve regularmente, alguns mediante pagamento, em jornais e revistas da direita paulista como a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a Veja. Entre os 59 nomes que assinam o texto, estão o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega e acadêmicos ligados ao PSDB, como José Arthur Gianotti e Marco Antônio Villa. O resto são artistas e profissionais liberais vinculados à campanha presidencial de José Serra ou à igreja católica.
O manifesto pró-mídia mistura uma série de questões ligadas à “liberdade de expressão”, à democracia e ao ideário neoliberal. Mas, em síntese, seu foco é acusar o presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser uma ameaça à democracia. Pedem que Lula recolha-se durante o período eleitoral e não dê opinião sobre a disputa em curso. "É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura”, diz o manifesto da direita midiática, em uma evidente contradição com a defesa da liberdade de expressão. Afinal, pedir que o presidente se exima de participar do processo eleitoral, um direito legítimo e constitucional de qualquer homem público, é uma contradição que expõe ao ridículo os autores do manifesto.
Além de contraditório, o manifesto também é calunioso. Diz que o governo financia “a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa”. Fossem instados a apontar quem são estes “grupos”, certamente os autores do manifesto não teriam resposta a dar ou teriam que mentir, pois simplesmente acusam o governo de algo que não existe.
Num dos trechos do manifesto, chegam ao cúmulo de defender a “herança” do governo Fernando Henrique Cardoso, exigindo que se reconheça o trabalho daqueles “que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo”.
O lançamento do manifesto foi ao meio-dia, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, num ato esvaziado, que não despertou o interesse nem dos alunos da Faculdade.
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Um grupo de personalidades, a maioria acadêmicos de direita ligados ao PSDB, lançou nesta quarta-feira (22) o "Manifesto em Defesa da Democracia". Apesar de usar a palavra “democracia” no nome do manifesto, o texto é um verdadeiro editorial de solidariedade à candidatura presidencial de José Serra e à grande mídia. Em uma risível contradição, o texto diz que o presidente Lula "ameaça a democracia" ao intervir com suas opiniões no processo eleitoral.
Articulado pelo empresariado que comanda os grandes jornais paulistas –os mesmos que deram apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar-- o manifesto pró-mídia é uma tentativa destes grupos empresariais da comunicação de responder ao ato convocado há duas semanas pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. O ato será realizado nesta quinta-feira (23), no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e tem como objetivo protestar contra a parcialidade e o jogo sujo da grande imprensa nesta reta final da campanha eleitoral.
O manifesto pró-mídia ganhou a assinatura de gente que escreve regularmente, alguns mediante pagamento, em jornais e revistas da direita paulista como a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a Veja. Entre os 59 nomes que assinam o texto, estão o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega e acadêmicos ligados ao PSDB, como José Arthur Gianotti e Marco Antônio Villa. O resto são artistas e profissionais liberais vinculados à campanha presidencial de José Serra ou à igreja católica.
O manifesto pró-mídia mistura uma série de questões ligadas à “liberdade de expressão”, à democracia e ao ideário neoliberal. Mas, em síntese, seu foco é acusar o presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser uma ameaça à democracia. Pedem que Lula recolha-se durante o período eleitoral e não dê opinião sobre a disputa em curso. "É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura”, diz o manifesto da direita midiática, em uma evidente contradição com a defesa da liberdade de expressão. Afinal, pedir que o presidente se exima de participar do processo eleitoral, um direito legítimo e constitucional de qualquer homem público, é uma contradição que expõe ao ridículo os autores do manifesto.
Além de contraditório, o manifesto também é calunioso. Diz que o governo financia “a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa”. Fossem instados a apontar quem são estes “grupos”, certamente os autores do manifesto não teriam resposta a dar ou teriam que mentir, pois simplesmente acusam o governo de algo que não existe.
Num dos trechos do manifesto, chegam ao cúmulo de defender a “herança” do governo Fernando Henrique Cardoso, exigindo que se reconheça o trabalho daqueles “que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo”.
O lançamento do manifesto foi ao meio-dia, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, num ato esvaziado, que não despertou o interesse nem dos alunos da Faculdade.
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Velha mídia quer guerra aberta e total
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Com o candidato da imprensa desnorteado, sem programa e sem rumo, restou a ele e ao aparato midático que o apóia o apelo ao medo.
Arnaldo Jabor agora deu para pregar a guerra. Que é isso, companheiro? Outro dia vi o Jabor no cinema. Deveria ter me dirigido a ele, e dado um cascudo no pescoço dele? O que é isso? A raiva é capaz de coisas incríveis.
“Carta Maior” recolheu alguns exemplos de ódio, a escorrer das páginas de decadentes jornais brasileiros. Confiram:
Dispositivo midiático lança ordem unida
Editorial do Estadão, 21/09: “… sem o menor pudor Lula alimenta no eleitorado de baixa renda e pouca instrução – seu público-alvo prioritário – o sentimento difuso de que quem tem dinheiro e/ou estudo está do “outro lado”, nas hostes inimigas. Mas a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes. Por extensão, uma enorme ojeriza à imprensa….”
Arnaldo Jabor, 21/09: “… Lula não é um político – é um fenômeno religioso. De fé. Como as igrejas que caem, matam os fiéis e os que sobram continuam acreditando. Com um povo de analfabetos manipuláveis, Lula está criando uma igreja para o PT dirigir, emparedando instituições democráticas e poderes moderadores.(…)A única oposição que teremos é o da imprensa livre, que será o inimigo principal dos soviéticos ascendentes. O Brasil está evoluindo em marcha à ré! Só nos resta a praga: malditos sejais, ó mentirosos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, e vos devorem a alma. Os soviéticos que sobem já avisaram que revistas e jornais são o inimigo deles. Por isso, “si vis pacem, para bellum”, colegas jornalistas. Se quisermos a paz, preparemo-nos para a guerra…”
Caetano Veloso, 20/09: “É como se fosse assim uma população hipnotizada. As pessoas não estão pensando com liberdade e clareza…”
Merval Pereira, Globo, 21/09: ” … popularidade de Lula hoje lhe dá essa sensação de poder absoluto. Daí a desqualificar a grande imprensa e querer influenciar diretamente o eleitorado, sobretudo o das regiões mais pobres do país, através dos programas assistencialistas, e a tentativa de controle da mídia regional através de verbas de publicidade.[...] Para os que não se submetem a essa política, fica cada vez mais evidente que um eventual governo Dilma vai tentar aprovar no Congresso uma legislação especial que permita o controle dos meios de comunicação através dos mais diversos conselhos, o chamado controle social da mídia, a exemplo do que já acontece na Venezuela de Chávez e a Argentina dos Kirchner está tentando. A reação desmesurada da candidata oficial a uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que mostrou problemas em sua gestão à frente de uma secretaria no governo do Rio Grande do Sul dá bem a medida de sua tolerância à livre circulação de notícias críticas..”
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Com o candidato da imprensa desnorteado, sem programa e sem rumo, restou a ele e ao aparato midático que o apóia o apelo ao medo.
Arnaldo Jabor agora deu para pregar a guerra. Que é isso, companheiro? Outro dia vi o Jabor no cinema. Deveria ter me dirigido a ele, e dado um cascudo no pescoço dele? O que é isso? A raiva é capaz de coisas incríveis.
“Carta Maior” recolheu alguns exemplos de ódio, a escorrer das páginas de decadentes jornais brasileiros. Confiram:
Dispositivo midiático lança ordem unida
Editorial do Estadão, 21/09: “… sem o menor pudor Lula alimenta no eleitorado de baixa renda e pouca instrução – seu público-alvo prioritário – o sentimento difuso de que quem tem dinheiro e/ou estudo está do “outro lado”, nas hostes inimigas. Mas a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes. Por extensão, uma enorme ojeriza à imprensa….”
Arnaldo Jabor, 21/09: “… Lula não é um político – é um fenômeno religioso. De fé. Como as igrejas que caem, matam os fiéis e os que sobram continuam acreditando. Com um povo de analfabetos manipuláveis, Lula está criando uma igreja para o PT dirigir, emparedando instituições democráticas e poderes moderadores.(…)A única oposição que teremos é o da imprensa livre, que será o inimigo principal dos soviéticos ascendentes. O Brasil está evoluindo em marcha à ré! Só nos resta a praga: malditos sejais, ó mentirosos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, e vos devorem a alma. Os soviéticos que sobem já avisaram que revistas e jornais são o inimigo deles. Por isso, “si vis pacem, para bellum”, colegas jornalistas. Se quisermos a paz, preparemo-nos para a guerra…”
Caetano Veloso, 20/09: “É como se fosse assim uma população hipnotizada. As pessoas não estão pensando com liberdade e clareza…”
Merval Pereira, Globo, 21/09: ” … popularidade de Lula hoje lhe dá essa sensação de poder absoluto. Daí a desqualificar a grande imprensa e querer influenciar diretamente o eleitorado, sobretudo o das regiões mais pobres do país, através dos programas assistencialistas, e a tentativa de controle da mídia regional através de verbas de publicidade.[...] Para os que não se submetem a essa política, fica cada vez mais evidente que um eventual governo Dilma vai tentar aprovar no Congresso uma legislação especial que permita o controle dos meios de comunicação através dos mais diversos conselhos, o chamado controle social da mídia, a exemplo do que já acontece na Venezuela de Chávez e a Argentina dos Kirchner está tentando. A reação desmesurada da candidata oficial a uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que mostrou problemas em sua gestão à frente de uma secretaria no governo do Rio Grande do Sul dá bem a medida de sua tolerância à livre circulação de notícias críticas..”
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O que representa esta derrota da direita
Reproduzo artigo de Emir Sader, publicado em seu blog no sítio da Carta Maior:
A direita tinha sido vitoriosa ao longo da história brasileira, desde 1964. Nesse momento interrompeu um governo que democratizava o país do ponto de vista econômico, social e político, incentivava a consciência nacional e a identidade cultural brasileira, para instaurar uma ditadura militar, que promoveu o maior processo de concentração de renda que o Brasil já tinha conhecido.
Esgotada a ditadura, a direita conseguiu limitar os alcances da democratização, que reinstaurou um regime político liberal, mas sem afetar os pilares das relações de poder no Brasil: não foi democratizada a posse da terra, o poder dos bancos, das grandes corporações, da mídia. Esgotado também o impulso democratizador, durante o governo Sarney, foi implementado o modelo neoliberal, primeiro com Collor e depois, diante da queda deste, no governo Itamar, com FHC. Nova e grande vitória da direita, ainda mais que conseguiu que algum proveniente da oposição à ditadura se responsabilizasse por impor esse modelo – que caracteriza a direita no mundo contemporâneo.
O triunfo de Lula, caso este tivesse sido cooptado e mantido o modelo herdado de FHC, teria sido também outra vitória, indireta, com a mão do gato, para a direita. Se a versão da ultra esquerda tivesse sido certa, o Lula teria revigorado o neoliberalismo, dando-lhe umas mãos de cal de políticas assistencialistas e controlando o movimento popular. Teria sido o melhor administrador do neoliberalismo.
Mas a realidade não foi essa. O modelo foi readequado, o Estado retomou sua função de indutor do crescimento econômico, que foi recolocado em pauta, depois de ter sido abolido pelo governo FHC. Instaurou-se ao longo do mandato do Lula um modelo de desenvolvimento econômico e social, alterando, pela primeira na história brasileira, a desigualdade social – e de forma significativa.
A política externa assumiu a soberania nacional como principio fundamental, deslocou o eixo das alianças do norte para o Sul do mundo, privilegiando em particular os processos de integração regional e contribuindo para a construção de um mundo multipolar.
A direita conseguiu sobreviver com o governo Lula, seus interesses não foram profundamente afetados, mas perderam o manejo direto do Estado, das estatais, a promiscuidade com a presidência e viram, ao contrário dos seus gostos, o Estado utilizar recursos para políticas sociais, desenvolver relações de fraternidade política com países vizinhos, limitar o espaço do mercado, amplamente estendido na década anterior.
A direita econômica prefere o Serra, mas sem o extremismo da direita política. De qualquer forma, ambas serão derrotadas com a vitória da Dilma e de um projeto nacional, de uma sociedade de inclusão, de um governo para todos. Estavam acostumados a se valer do Estado a seu bel prazer para seus próprios interesses.
A direita partidária e midiática – hoje confundida – é a maior derrotada. Perdeu capacidade de influência, sai com os seus partidos e seus órgãos da imprensa reduzidos à sua mínima expressão. Ainda mais que os órgãos da mídia, depois do ano de Copa do Mundo e de eleições e da nova crise de legitimidade destas eleições, depois da descida para a metade da tiragem em uma década, devem ter outra queda grave, com a conseqüente crise financeira.
Os partidos opositores sofrerão uma grande crise de identidade, devendo se diferenciar entre os negociadores – tipo Aécio – e os extremistas, como o DEM e políticos remanescentes como Tasso Jereissatti, deslocados pela derrota e pelo sucesso do governo Lula.
Sofrem este ano a maior derrota política em décadas, com perspectiva de um lento e prolongado processo de recomposição, que ainda não parece delinear o perfil novo que venham a assumir.
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A direita tinha sido vitoriosa ao longo da história brasileira, desde 1964. Nesse momento interrompeu um governo que democratizava o país do ponto de vista econômico, social e político, incentivava a consciência nacional e a identidade cultural brasileira, para instaurar uma ditadura militar, que promoveu o maior processo de concentração de renda que o Brasil já tinha conhecido.
Esgotada a ditadura, a direita conseguiu limitar os alcances da democratização, que reinstaurou um regime político liberal, mas sem afetar os pilares das relações de poder no Brasil: não foi democratizada a posse da terra, o poder dos bancos, das grandes corporações, da mídia. Esgotado também o impulso democratizador, durante o governo Sarney, foi implementado o modelo neoliberal, primeiro com Collor e depois, diante da queda deste, no governo Itamar, com FHC. Nova e grande vitória da direita, ainda mais que conseguiu que algum proveniente da oposição à ditadura se responsabilizasse por impor esse modelo – que caracteriza a direita no mundo contemporâneo.
O triunfo de Lula, caso este tivesse sido cooptado e mantido o modelo herdado de FHC, teria sido também outra vitória, indireta, com a mão do gato, para a direita. Se a versão da ultra esquerda tivesse sido certa, o Lula teria revigorado o neoliberalismo, dando-lhe umas mãos de cal de políticas assistencialistas e controlando o movimento popular. Teria sido o melhor administrador do neoliberalismo.
Mas a realidade não foi essa. O modelo foi readequado, o Estado retomou sua função de indutor do crescimento econômico, que foi recolocado em pauta, depois de ter sido abolido pelo governo FHC. Instaurou-se ao longo do mandato do Lula um modelo de desenvolvimento econômico e social, alterando, pela primeira na história brasileira, a desigualdade social – e de forma significativa.
A política externa assumiu a soberania nacional como principio fundamental, deslocou o eixo das alianças do norte para o Sul do mundo, privilegiando em particular os processos de integração regional e contribuindo para a construção de um mundo multipolar.
A direita conseguiu sobreviver com o governo Lula, seus interesses não foram profundamente afetados, mas perderam o manejo direto do Estado, das estatais, a promiscuidade com a presidência e viram, ao contrário dos seus gostos, o Estado utilizar recursos para políticas sociais, desenvolver relações de fraternidade política com países vizinhos, limitar o espaço do mercado, amplamente estendido na década anterior.
A direita econômica prefere o Serra, mas sem o extremismo da direita política. De qualquer forma, ambas serão derrotadas com a vitória da Dilma e de um projeto nacional, de uma sociedade de inclusão, de um governo para todos. Estavam acostumados a se valer do Estado a seu bel prazer para seus próprios interesses.
A direita partidária e midiática – hoje confundida – é a maior derrotada. Perdeu capacidade de influência, sai com os seus partidos e seus órgãos da imprensa reduzidos à sua mínima expressão. Ainda mais que os órgãos da mídia, depois do ano de Copa do Mundo e de eleições e da nova crise de legitimidade destas eleições, depois da descida para a metade da tiragem em uma década, devem ter outra queda grave, com a conseqüente crise financeira.
Os partidos opositores sofrerão uma grande crise de identidade, devendo se diferenciar entre os negociadores – tipo Aécio – e os extremistas, como o DEM e políticos remanescentes como Tasso Jereissatti, deslocados pela derrota e pelo sucesso do governo Lula.
Sofrem este ano a maior derrota política em décadas, com perspectiva de um lento e prolongado processo de recomposição, que ainda não parece delinear o perfil novo que venham a assumir.
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Revendo para baixo a votação de Serra
Reproduzo artigo de Luiz Carlos Azenha, publicado no blog Viomundo:
O presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, está revendo a previsão que fez em artigo publicado na revista CartaCapital de que José Serra teria 33% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais.
O cientista político diz que fez a previsão baseado em três premissas:
1. A presença relevante de Serra junto ao eleitorado paulista (40% dos votos do estado, que representam 10% do total);
2. O fato de que ele representa o voto antipetista (cerca de 10% do eleitorado brasileiro);
3. O voto de “respeito” de cerca de 10% do eleitorado nacional (governador de São Paulo, ministro da Saúde, etc.).
Somando tudo isso, Serra teria 30%, ou 33% dos votos válidos.
Porém, no terceiro quesito, os 10% não estão se confirmando, talvez pelo modo como a campanha foi conduzida.
Faltando 12 dias para a eleição, considerando os números disponíveis nas pesquisas, inclusive os do tracking diário do Vox Populi, divulgado pelo IG e pela TV Bandeirantes, Serra deve ficar mais próximo de 25%.
Coimbra vê um avanço de Marina Silva em várias regiões, prevendo que ela fique nos dois dígitos (algo em torno de 12%).
Considerando que os grandes movimentos eleitorais em um país como o Brasil envolvem a decisão de milhões de eleitores, Coimbra prevê uma decisão em primeiro turno. Ao contrário do que dizem outros analistas, ele afirma que a decisão de votar em Dilma Rousseff foi resultado de um processo relativamente longo de amadurecimento e de comparação que não fica sujeito a uma ou outra manchete de jornal, um ou outro episódio da campanha.
Para o Senado, os números do Vox indicam uma perda não só quantitativa da oposição, mas também qualitativa, já que nomes importantes ficarão de fora — Coimbra citou Cesar Maia, no Rio de Janeiro, mas eu acrescentaria Arthur Virgílio que corre risco no Amazonas e outros. De novidade, afirma Coimbra, o risco de José Agripino Maia não se reeleger no Rio Grande do Norte.
Nas eleições estaduais o quadro, de acordo com o presidente do Vox Populi, também é de preocupação para os candidatos do PSDB/DEM. A não ser por Antonio Anastasia, em Minas Gerais, nenhum candidato da oposição está em crescimento — quando muito conseguem manter a estabilidade. Como, neste caso — ao contrário da eleição presidencial, onde os números são estáveis — há candidatos a governador em queda e ascensão, poderemos ter surpresas em 3 de outubro.
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O presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, está revendo a previsão que fez em artigo publicado na revista CartaCapital de que José Serra teria 33% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais.
O cientista político diz que fez a previsão baseado em três premissas:
1. A presença relevante de Serra junto ao eleitorado paulista (40% dos votos do estado, que representam 10% do total);
2. O fato de que ele representa o voto antipetista (cerca de 10% do eleitorado brasileiro);
3. O voto de “respeito” de cerca de 10% do eleitorado nacional (governador de São Paulo, ministro da Saúde, etc.).
Somando tudo isso, Serra teria 30%, ou 33% dos votos válidos.
Porém, no terceiro quesito, os 10% não estão se confirmando, talvez pelo modo como a campanha foi conduzida.
Faltando 12 dias para a eleição, considerando os números disponíveis nas pesquisas, inclusive os do tracking diário do Vox Populi, divulgado pelo IG e pela TV Bandeirantes, Serra deve ficar mais próximo de 25%.
Coimbra vê um avanço de Marina Silva em várias regiões, prevendo que ela fique nos dois dígitos (algo em torno de 12%).
Considerando que os grandes movimentos eleitorais em um país como o Brasil envolvem a decisão de milhões de eleitores, Coimbra prevê uma decisão em primeiro turno. Ao contrário do que dizem outros analistas, ele afirma que a decisão de votar em Dilma Rousseff foi resultado de um processo relativamente longo de amadurecimento e de comparação que não fica sujeito a uma ou outra manchete de jornal, um ou outro episódio da campanha.
Para o Senado, os números do Vox indicam uma perda não só quantitativa da oposição, mas também qualitativa, já que nomes importantes ficarão de fora — Coimbra citou Cesar Maia, no Rio de Janeiro, mas eu acrescentaria Arthur Virgílio que corre risco no Amazonas e outros. De novidade, afirma Coimbra, o risco de José Agripino Maia não se reeleger no Rio Grande do Norte.
Nas eleições estaduais o quadro, de acordo com o presidente do Vox Populi, também é de preocupação para os candidatos do PSDB/DEM. A não ser por Antonio Anastasia, em Minas Gerais, nenhum candidato da oposição está em crescimento — quando muito conseguem manter a estabilidade. Como, neste caso — ao contrário da eleição presidencial, onde os números são estáveis — há candidatos a governador em queda e ascensão, poderemos ter surpresas em 3 de outubro.
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Ato público contra a imprensa golpista
Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, publicado no Blog da Cidadania:
Semana passada, participei de almoço no restaurante Sujinho, no centro de São Paulo, com blogueiros que o candidato a presidente José Serra imortalizou ao dizê-los “sujos”. Naquele almoço, surgiu a idéia de se fazer um ato público de repúdio à recaída de setores da “grande” imprensa no golpismo renitente que caracteriza tais setores desde o limiar do século passado.
Pretendia simplesmente divulgar o release do ato público que terá lugar no próximo dia 23, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na rua Rego Freitas, 530, próximo ao Metrô República, centro da capital paulista. Todavia, como já começam a tentar desqualificar a iniciativa, acusando-a de pretender algum tipo de “censura” a “indefesos” impérios de comunicação, vale abordar o assunto com as minhas próprias palavras.
Em primeiro lugar, devo explicar o por que dessa iniciativa da Comissão Organizadora do Encontro dos Blogueiros Progressistas ter levado a proposta do ato a sindicatos e partidos políticos, já explicando que, de tal ato, encabeçado pelo Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, participarão as agremiações PT, PC do B, PSB e PDT, bem como as centrais sindicais CUT, FS, CTB e CGTB, além do MST, da UNE e dos próprios blogueiros progressistas.
A avalanche de denúncias que surgiu da tabelinha entre José Serra e veículos de comunicação como a Globo, a Folha de São Paulo, a Veja e o Estadão, lembrou àqueles blogueiros, desde o primeiríssimo momento, que tais veículos têm uma longa ficha corrida no que diz respeito a participarem de complôs golpistas contra governos legitimamente eleitos.
O último desses complôs entre meios de comunicação e políticos de direita redundou no golpe militar de 31 de março de 1964. Os mesmos Globo, Folha e Estadão, ao menos, em aliança com empresários, partidos conservadores e chefes militares perpetraram um golpe de Estado que jogou o Brasil em uma ditadura que durou mais de duas décadas.
Para quem não acredita, basta buscar exemplares desses jornais daquela época que lerão pedidos e até ultimatos em favor da derrubada ilegal de um governo detentor de indiscutível mandato popular como era o de Jango Goulart.
Esses golpes midiáticos, aliás, não ficaram no passado, ao menos do ponto de vista geopolítico. Recentemente (em 2002), na Venezuela, a mídia de lá, com a qual a daqui se parece cada vez mais, cooptou militares e empresários, seqüestrou o presidente da República, fechou o Congresso, o Judiciário e estabeleceu a censura. Tudo muito típico.
A imprensa golpista daqui, de currículo como o que se viu acima, babava de inveja de sua congênere venezuelana.
Veículos como a Veja, anteciparam-se aos fatos e comemoraram a derrubada do presidente Hugo Chávez. Posteriormente, apoiariam e endossariam outro golpe, que, à diferença do venezuelano, vingou. Quem acompanhou o que disse essa “imprensa” durante o golpe em Honduras, não tem qualquer dúvida de que ela continua tão golpista quanto em 1964.
Diante disso, não se pode ficar de braços cruzados. A avalanche de denúncias frágeis e espalhafatosas contra a candidata a presidente que detém uma vantagem eleitoral imensa sobre o candidato da imprensa golpista sugere que essa gente, mais uma vez, começa a ter idéias… heterodoxas, digamos assim.
Vêm sendo freqüentes artigos de colunistas amestrados dos jornais e revistas supra mencionados relativizando o saber das maiorias e pregando que a decisão delas não estaria acima de tudo, dando a entender que isso inclui o direito à escolha de quem nos governará entre 2011 e 2014.
O momento político exige capacidade do cidadão de se integrar a esforços coletivos, dispondo-se a contribuir, muitas vezes, de forma anônima, visando a que a causa maior vingue. Sendo assim, convido os leitores deste blog a comparecerem ao ato contra a imprensa golpista que blogueiros progressistas, partidos e sindicatos realizarão na próxima quinta-feira.
Para concluir, vejo-me obrigado a dizer que se você, leitor, puder comparecer e não o fizer por mero comodismo, por favor não reclame depois se esses ideólogos do golpe, que se autoproclamam “imprensa”, fizerem mais uma das suas. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
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Semana passada, participei de almoço no restaurante Sujinho, no centro de São Paulo, com blogueiros que o candidato a presidente José Serra imortalizou ao dizê-los “sujos”. Naquele almoço, surgiu a idéia de se fazer um ato público de repúdio à recaída de setores da “grande” imprensa no golpismo renitente que caracteriza tais setores desde o limiar do século passado.
Pretendia simplesmente divulgar o release do ato público que terá lugar no próximo dia 23, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na rua Rego Freitas, 530, próximo ao Metrô República, centro da capital paulista. Todavia, como já começam a tentar desqualificar a iniciativa, acusando-a de pretender algum tipo de “censura” a “indefesos” impérios de comunicação, vale abordar o assunto com as minhas próprias palavras.
Em primeiro lugar, devo explicar o por que dessa iniciativa da Comissão Organizadora do Encontro dos Blogueiros Progressistas ter levado a proposta do ato a sindicatos e partidos políticos, já explicando que, de tal ato, encabeçado pelo Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, participarão as agremiações PT, PC do B, PSB e PDT, bem como as centrais sindicais CUT, FS, CTB e CGTB, além do MST, da UNE e dos próprios blogueiros progressistas.
A avalanche de denúncias que surgiu da tabelinha entre José Serra e veículos de comunicação como a Globo, a Folha de São Paulo, a Veja e o Estadão, lembrou àqueles blogueiros, desde o primeiríssimo momento, que tais veículos têm uma longa ficha corrida no que diz respeito a participarem de complôs golpistas contra governos legitimamente eleitos.
O último desses complôs entre meios de comunicação e políticos de direita redundou no golpe militar de 31 de março de 1964. Os mesmos Globo, Folha e Estadão, ao menos, em aliança com empresários, partidos conservadores e chefes militares perpetraram um golpe de Estado que jogou o Brasil em uma ditadura que durou mais de duas décadas.
Para quem não acredita, basta buscar exemplares desses jornais daquela época que lerão pedidos e até ultimatos em favor da derrubada ilegal de um governo detentor de indiscutível mandato popular como era o de Jango Goulart.
Esses golpes midiáticos, aliás, não ficaram no passado, ao menos do ponto de vista geopolítico. Recentemente (em 2002), na Venezuela, a mídia de lá, com a qual a daqui se parece cada vez mais, cooptou militares e empresários, seqüestrou o presidente da República, fechou o Congresso, o Judiciário e estabeleceu a censura. Tudo muito típico.
A imprensa golpista daqui, de currículo como o que se viu acima, babava de inveja de sua congênere venezuelana.
Veículos como a Veja, anteciparam-se aos fatos e comemoraram a derrubada do presidente Hugo Chávez. Posteriormente, apoiariam e endossariam outro golpe, que, à diferença do venezuelano, vingou. Quem acompanhou o que disse essa “imprensa” durante o golpe em Honduras, não tem qualquer dúvida de que ela continua tão golpista quanto em 1964.
Diante disso, não se pode ficar de braços cruzados. A avalanche de denúncias frágeis e espalhafatosas contra a candidata a presidente que detém uma vantagem eleitoral imensa sobre o candidato da imprensa golpista sugere que essa gente, mais uma vez, começa a ter idéias… heterodoxas, digamos assim.
Vêm sendo freqüentes artigos de colunistas amestrados dos jornais e revistas supra mencionados relativizando o saber das maiorias e pregando que a decisão delas não estaria acima de tudo, dando a entender que isso inclui o direito à escolha de quem nos governará entre 2011 e 2014.
O momento político exige capacidade do cidadão de se integrar a esforços coletivos, dispondo-se a contribuir, muitas vezes, de forma anônima, visando a que a causa maior vingue. Sendo assim, convido os leitores deste blog a comparecerem ao ato contra a imprensa golpista que blogueiros progressistas, partidos e sindicatos realizarão na próxima quinta-feira.
Para concluir, vejo-me obrigado a dizer que se você, leitor, puder comparecer e não o fizer por mero comodismo, por favor não reclame depois se esses ideólogos do golpe, que se autoproclamam “imprensa”, fizerem mais uma das suas. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
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