sábado, 29 de dezembro de 2018

Mesmo preso, Lula é inimigo para Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Não passa um dia sem que Bolsonaro e família façam algum ataque grosseiro ao ex-presidente Lula, encarcerado há 9 meses em Curitiba.

Preparados para a guerra, militares precisam sempre de um inimigo a ser abatido para justificar a própria existência.

Lula foi escolhido para ser esse inimigo.

Fora do Exército há 30 anos, o mesmo tempo em que virou político profissional do baixo clero, o capitão reformado quer herdar a popularidade de Lula como seu antagonista, combatendo-o mesmo depois da eleição.

Os efeitos da facada no Sistema S

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Paulo Guedes quer ‘meter a faca’ no Sistema S. Em reunião com executivos da Firjan, o superministro de Bolsonaro falou em cortar pela metade o repasse ao sistema que concentra 11 entidades dedicadas à formação profissional e a uma gama de serviços de bem-estar social.

Ainda durante a campanha, ventilou-se que o sistema seria totalmente reformulado. A equipe de Guedes fala agora em acabar com a contribuição obrigatória, a exemplo do que ocorreu com o imposto sindical. Ele explicou que, se os patrões não cooperarem, a derrama será maior: “se tiver a visão do Eduardo Eugênio [presidente da Firjan], corta 30%; se não tiver, corta 50%”.

2018, um ano difícil para a democracia

Do site Vermelho:

A memória do ano que finda será a de um tempo de atentados contra a democracia e de graves retrocessos iniciados no golpe de Estado de 2016 e que vão se acentuar a partir da posse do governo de Jair Bolsonaro. E também será a memória da intensa luta democrática e do fortalecimento da resistência.

Democracias também são mortas em silêncio

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:

Habituamo-nos a pensar que os regimes políticos se dividem em dois grandes tipos: democracia e ditadura. Depois da queda do Muro de Berlim em 1989, a democracia (liberal) passou a ser quase consensualmente considerada como o único regime político legítimo. Pese embora a diversidade interna de cada um, são dois tipos antagônicos, não podem coexistir na mesma sociedade, e a opção por um ou outro envolve sempre luta política que implica a ruptura com a legalidade existente. Ao longo do século passado foi-se consolidando a ideia de que as democracias só colapsavam por via da interrupção brusca e quase sempre violenta da legalidade constitucional, através de golpes de Estado dirigidos por militares ou civis com o objectivo de impor a ditadura.

A saída do bolsonarista Alexandre Garcia

Bolsonaro agradece Alexandre Garcia pela graça alcançada
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Alexandre Garcia deixou a Rede Globo nesta sexta-feira, dia 28, e livrou a Globo de um constrangimento, que era sua militância bolsonarista.

Em um comunicado interno, o diretor de jornalismo Ali Kamel, aquele do clássico “Não Somos Racistas”, prestou uma espécie de homenagem ao antigo funcionário.

Em nossa conversa, Alexandre me disse que deixa a Globo, mas não o jornalismo. Ele continuará a ter seus comentários políticos transmitidos por duzentas e oitenta rádios Brasil afora. Do mesmo jeito, continuará a escrever artigos para um sem número de jornais por todo o país. E, entre seus planos, está o de acrescentar outro títulos ao seu livro de grande sucesso “Nos Bastidores da Notícia”, lançado em 1990 pela Editora Globo.

O Brasil na imprensa internacional

Por Carlos Eduardo Silveira, no site Carta Maior:

2018 foi um ano em que aumentou a atenção do mundo com o Brasil. Não foram só as eleições, mas diversos acontecimentos, como a prisão de Lula, um ícone mundial, o assassinato de Marielle e a ascensão de Jair Bolsonaro que traz à lembrança, particularmente dos europeus, do período mais terrível vivido por eles. Mas também a deterioração da experiência democrática do país, duramente conquistada. Os massacres, os assassinatos, não só de Marielle, mas de muitos líderes ambientalistas, indígenas e de movimentos sociais foram notícia ao longo do ano, sem a predominância que outras questões tiveram, à exceção do caso Marielle e a violência generalizada foram sempre noticiados.

Posse de Bolsonaro e o funeral da democracia

Por Marcelo Zero

Em condições de normalidade democrática, as cerimônias de posse do novo presidente são festas da democracia. Elas são a manifestação maior do principio da soberania popular.

Contudo, neste 1º de janeiro de 2019, a cerimônia de posse do candidato neofascista terá um tom lúgubre.

Não será, de forma alguma, uma comemoração da democracia.

Ao contrário, será uma espécie de funeral das instituições democráticas e dos direitos que as conformam.

Com efeito, como comemorar democraticamente a posse de um candidato que manifestou, inúmeras vezes, seu total desprezo pela democracia?