quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Mídia está desnorteada com as eleições

Lula agora é Haddad e Manuela

Editorial do site Vermelho:

Com a oficialização da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, a campanha eleitoral entra numa nova fase. O campo progressista renova suas forças e prepara uma nova arrancada, com grandes possibilidades de vitória nas eleições. Nessa fase decisiva, haverá uma demarcação mais clara dos dois campos em disputa: um, que representa ameaças de mais retrocessos, e outro, de conteúdo democrático e desenvolvimentista, com democracia e progresso social.

"Herói" de Mourão torturava crianças

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quer entender o grau de horror que foi a mansa entrevista do vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, à Globonews, onde ele chamou de “herói” o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, com aquela plácida frase de que “heróis matam”?

Então tome fôlego e leia este trecho da reportagem de Carla Jiménez, no El País, em abril de 2016, quando Mourão sequer sonhava (ou já sonhava?) em ser vice do ex-capitão.

Mulheres podem virar pesadelo de Bolsonaro

Por Rose Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

O grupo de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” - destinado à união das mulheres de todo o Brasil (e as que moram fora do país) contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia e outros tipos de preconceitos representados pelo candidato Jair Bolsonaro e seus eleitores - atingiu um milhão de integrantes na madrugada desta quarta-feira, 12 de setembro. Conforme as regras postadas no perfil, o grupo é destinado apenas às mulheres, incluindo as cis ou trans, não permite discursos de ódio ou bullying, nenhuma promoção ou spam e também postagens sobre outros candidatos.

Haddad-Manuela: campanha começa agora

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Nas condições atípicas em que o Brasil está vivendo, sob o regime do golpe de Estado, a luta eleitoral desenvolve-se em condições especiais.

Tudo o que se fez até agora não passou de pré-campanha. A campanha começa hoje, após a proclamação, pelo Presidente Lula, da candidatura de Fernando Haddad como seu representante nas ruas, no rádio e TV e na urna eletrônica.

Com o anúncio na tarde desta terça-feira, 11 de setembro, de que Haddad é Lula, começa para valer, do ponto de vista das forças democráticas, populares e progressistas, a campanha pela conquista da quinta vitória eleitoral consecutiva.

Aviso ao STF: Bolsonaro passa, racismo fica

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O julgamento do candidato presidencial Jair Bolsonaro no STF encerrou-se de forma melancólica do ponto de vista do Estado Democrático de Direito. Graças ao voto de minerva de Alexandre Morais, Bolsonaro livrou-se de uma denúncia por crime de racismo, definido como inafianciável e imprescritível pelo artigo 5 inciso XLII da Constituição, a ser punido com pena de um a cinco anos de prisão.

Generais chantageiam a democracia

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

As menos de 44 horas transcorridas entre as imagens de Jair Bolsonaro esfaqueado num calçadão e, na UTI hospitalar, encenando atirar com arma de fogo contam um drama e uma parábola. O drama é o torpe atentado contra o capitão de Artilharia, que cinco dias antes empunhara um tripé, fingira disparar e bravateara, para gozo da multidão que o ovacionava: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre!” A parábola é a do sapo e do escorpião.

Brasil: Uma nação incompleta

Por Luiz Filgueiras, no site da Fundação Maurício Grabois:

A história do Brasil após 1930, do ponto de vista do modelo econômico, pode ser dividida em três períodos: o primeiro deles, que vai até 1953, pode ser caracterizado como estritamente nacional-desenvolvimentista. Desta última data até 1980, este se transforma em desenvolvimentismo associado-dependente; de 1980 em diante o desenvolvimentismo é negado, acentua-se a dependência e o modelo econômico realmente existente se torna liberal-periférico.

A luta contra a austeridade do "mercado"

Por Bruno Miller Theodosio, no site Brasil Debate:

O tema da austeridade é o eixo central em torno do qual se articula o futuro do Brasil. Somente a luta contra o corte de gastos poderá retomar o protagonismo do Estado enquanto agente econômico que permita às pessoas o acesso aos serviços públicos. A austeridade está colocada no Brasil como programa político para os próximos 18 anos através da PEC dos Gastos (EC-95/2016). O problema é que as despesas não poderão crescer além da correção pela inflação, mas o crescimento populacional continuará exercendo sua pressão e a demanda pelos gastos públicos aumentará; mas se os gastos não podem aumentar, haverá, relativamente, uma redução dos gastos em relação ao que se tem no presente. O futuro terá menos recursos para atender as necessidades da população.

A falha do efeito-facada

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

A facada sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao contrário do que foi amplamente esperado, não funcionou como fermento para sua candidatura, mostrou a pesquisa Datafolha realizada quatro dias depois do ataque.

Ele cresceu de 22% para 24%, vale dizer, dentro da margem de erro. Ficou longe de poder ganhar no primeiro turno, como previu seu filho Flávio, na hora quente da agressão.

Esta pesquisa, também por ter captado o efeito de três programas de rádio e televisão dos presidenciáveis, será um marco para os ajustes que os candidatos farão em seus discursos e táticas.

Barroso no STF: sem voto e sem razão

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Na sexta-feira 31 de agosto, o mês mais aziago de nossa história política, aconteceu um embate entre duas visões do Brasil no Tribunal Superior Eleitoral. Em um dos cantos do ringue, a defesa de Lula representava, através de seu cliente, o sentimento da maioria do País.

No outro, um grupo de magistrados, chefiados pelo ministro Luis Roberto Barroso, expressava os desejos da parte menor da sociedade, mas daquela que detém o poder econômico, a força política e que dirige as instituições culturais hegemônicas, em especial a “grande” imprensa.

Retrato dos EUA à espera do colapso

Por Chris Hedges, no site Outras Palavras:

O governo Trump não emergiu, prima facie, como Vênus numa meia concha do mar. Donald Trump é o resultado de um longo processo de decadência política, cultural e social. É produto da falência da democracia norte-americana. Quando mais o país mantiver a ficção de que é uma democracia que funciona, de que Trump e as mutações políticas à sua volta são de alguma forma um desvio aberrante que pode ser vencido nas próximas eleições, mais nos se precipitará em direção à tirania. O problema não é Trump. É um sistema político dominado pelo poder corporativo e mandarins dos dois principais partidos políticos, para os quais a sociedade não conta. Só será possível recuperar o controle político desmantelando o estado corporativo, e isso significa desobediência civil maciça e contínua, como aquela demonstrada neste ano por professores de todo o país. Se não nos levantarmos, entraremos numa nova idade das trevas.

O fascismo que bate à porta

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Sem se dar conta dos riscos que corre, o país assiste à construção de um projeto político protofascista, com data marcada para instalar-se, sem previsão para nos deixar em paz. Só não vê quem considera mais cômodo ignorar os desafios, pensando que assim deles se livra, como o avestruz que enterra a cabeça para não ver o predador.

Estão presentes entre nós os elementos básicos das experiências históricas de construção de regimes fascistas. A primeira delas é a incapacidade, por parte das esquerdas, dos liberais, dos democratas em geral, de ver a serpente antes de ela saltar do ovo para cumprir com seu papel.

Bolsonaro e a facada do Datafolha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O desempenho de Jair Bolsonaro no Datafolha se deve à sua capacidade de se superar no sentido da iniquidade.

Foi de 22% para 24%, dentro da margem de erro, portanto.

A rejeição, porém, foi de 39% para 43%. Perde para todos os concorrentes no segundo turno.

Bolsonaro chegou ao teto e não passa dali.

Carta de Lula ao Povo Brasileiro

Foto: Ricardo Stuckert
Do site Lula:

Curitiba, 11 de setembro de 2018

Meus amigos e minhas amigas,

Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.

Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.

Bolsonaro é o Trump brasileiro?

Por James N. Green, no site Carta Maior:

Não é surpresa para ninguém que Donald Trump esteja fora de controle.

As seções do novo livro de Bob Woodward, Medo, que foram divulgadas na semana passada, confirmam o que é amplamente conhecido: o presidente é um maníaco egocêntrico com a personalidade de uma criança de sete anos. Creio que o jovem D. Pedro II era muito mais maduro quando foi aclamado imperador em 1831 aos cinco anos de idade.

Mulheres se unem para frear Bolsonaro

Da Rede Brasil Atual:

Três dias bastaram para unir mais de 700 mil mulheres com um só objetivo: impedir a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). No domingo, em meio ao temor de que o ataque com faca ao candidato aumentasse as intenções de voto nele, surgiu no Facebook o grupo de discussões “Mulheres contra Bolsonaro”.

De todos os cantos do Brasil, a maioria dessas mulheres reunidas neste grupo fechado - só entra quem é convidada ou aceita pelas administradoras - quer que, no primeiro turno, as colegas votem em quem quiserem, menos no candidato do PSL. E, caso ele alcance o segundo turno, votem no adversário do militar, seja quem for.