terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Esquerda dos EUA lança “Netflix socialista”

Por Meagan Day, no blog Socialista Morena:

A Means of Production (“Meios de Produção”) é um coletivo de cinema socialista criado em Detroit, Michigan. Ano passado eles lançaram seu primeiro vídeo de campanha eleitoral. A candidata não era a habitual beijadora de bebês. Era Alexandria Ocasio-Cortez (jovem política democrata de origem hispânica, autointitulada socialista, que se elegeu deputada, um feito histórico).

A propaganda não passou na televisão, mas ainda assim teve milhões de visualizações, viralizando nas redes sociais e atraindo a atenção nacional muitíssimo mais que a própria corrida pelo Congresso. No twitter, ativistas e jornalistas influentes aclamaram-no como “o melhor anúncio de campanha de 2018”.

O criminoso projeto 'anticrime' e o nazismo

Por Roberto Bueno, no site Carta Maior:

Há normas jurídicas marcadamente claras, classificáveis como “simples”, sobre as quais o modelo de interpretação a ser aplicado pode ser reputado “direto”, bastando com subsumir a conduta à previsão legal, a exemplo da norma “Pare quando o semáforo indicar a cor vermelha”. Contudo, grande parte das normas jurídicas não é classificável dentre as “diretas”, senão o contrário, e a sua indeterminação ocorre não raro por interesses político-ideológicos de corte autoritário. Exemplo disso é a linguagem jurídica utilizada pelo projeto anticrime proposto pelo Ministro da Justiça, Sergio Moro.

Estudantes e a unidade em defesa do Brasil

Editorial do site Vermelho:

Terminou neste domingo (10), em Salvador (BA), o primeiro grande evento do movimento popular em defesa Brasil, dos direitos do povo e da democracia e contra o governo retrógrado de Jair Bolsonaro. Com a participação de estudantes de todo o Brasil, a 11ª Bienal da UNE, pela primeira vez, foi organizada por uma parceria da União Nacional de Estudantes com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Venezuela, Brasil e a ascensão da Eurásia

Por Diego Fernando Machado Garcia, no site Brasil Debate:

Qualquer julgamento apressado e tutelado pela mídia internacional sobre a situação na Venezuela e o que realmente está por trás dessa Guerra Fria 2.0, como bem define o analista geopolítico independente e jornalista Pepe Escobar, é injusto. Isso se estende ao Brasil e à América Latina, na medida em que seus recursos cometem o “crime” de não estarem em solo norte-americano ou europeu.

Nesse xadrez, a Eurásia [1] tem um papel central, pois abriga o chamado “Heartland”, cuja importância, como já nos lembrava Moniz Bandeira, está definida em uma frase: “quem controlar a Eurásia, controlará o mundo”. A grande concentração de recursos naturais de toda a região, em especial do Oriente Médio, com destaque para o petróleo e o gás, ajuda a explicar o interesse norte-americano em levar “democracia e liberdade” pra esse pedaço do globo, ainda que China e Rússia não sejam nada “inocentes”.

O emplasto filosófico de Olavo de Carvalho

Por Daniel Tourinho Peres, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dimitrius Dantas, do jornal O Globo, convidou a mim e a dois colegas, Maria de Lourdes Borges, da UFSC, e Maurício Keinert, da USP, para assistirmos uma das aulas de Olavo de Carvalho e darmos nossa opinião. A matéria, publicada no dia 10 de Fevereiro, ficou interessante e gerou alguma polêmica [1], chegando até mesmo a figurar entre os trend topics do Twitter. Como toda matéria de jornal, ficou muito por ser dito. Gostaria de retomar então alguns pontos que ficaram fora do texto publicado, justamente para tentar mostrar que, por detrás de disputas filosóficas, estão em jogo questões muito mais fundamentais.

A guerra prometida no RJ já começou

Por Pedro Prado e Cecília Olliveira, no site The Intercept-Brasil:

“Vão invadir o Morro da Coroa, no Catumbi”. Recebi essa mensagem às 22h18 da sexta-feira, 1º de fevereiro. Muita gente no WhatsApp também. Em seis dias, a “profecia” se cumpriu. Houve tiroteio na região por três dias seguidos até que a polícia interviesse, uma semana depois, e deixasse 13 mortos – 10 deles, segundo testemunhas, dentro da casa de uma moradora que nada tem a ver com tráfico, no Morro do Fallet/Fogueteiro, a favela vizinha e também controlada pelo Comando Vermelho.

A falácia do projeto de Sergio Moro

Por Daniel Zen, no site Mídia Ninja:

O pretensioso e auto denominado projeto de “lei anticrimes”, de autoria do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, é de um amadorismo sem precedentes na história da política criminal e do direito brasileiro. Com a proposta de alterar 14 leis já em vigor no país, o PL sugere diversas medidas que apontam para o encarceramento máximo, o endurecimento do regime de execução e para a ampliação de penas para determinados crimes. Até aí, nada de novo, louvável, até certo ponto. No entanto, o PL chama a atenção sobre três aspectos:

A sentença de Lula e o bordão de Chicó

Por Camilo Vannuchi, na revista CartaCapital:

“Não sei, só sei que foi assim.” A cada causo narrado por Chicó, o anti-herói mitômano criado por Ariano Suassuna no Auto da Compadecida, a lorota da vez é invariavelmente arrematada com esse espirituoso bordão. Na falta de explicação para os devaneios que gosta de contar, o personagem encerra a discussão com um recurso tão fácil quanto ingênuo: o bom e velho “porque sim”. E ponto.

Chicó parece ter passado uma temporada na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato. Na sentença condenatória expedida pela juíza Gabriela Hardt na última quarta-feira, 6 de fevereiro, é notável a influência de Chicó. Nas mais de 200 páginas que compõem a condenação, o personagem da obra mais famosa de Ariano Suassuna paira como uma espécie de teórico de referência, figura que a ministra Damares chamaria de mestre bíblico.

O ministro, os canibais e as línguas

Por Adrián Pablo Fanjul, no site Outras Palavras:

No final de janeiro, o recentemente empossado ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, deu uma entrevista para o semanário Veja. As repercussões, preocupadas ou indignadas, no meio educacional, não têm sido poucas: o longo depoimento do ministro reafirma perspectivas de perseguição ideológica em todos os níveis da educação nacional e, particularmente, de elitização, redução e/ou abandono do ensino superior. Sem minimizar essas preocupações, que compartilho plenamente e que considero de primeira importância, quero tratar aqui sobre um trecho da entrevista que solicitou particularmente minha atenção devido à minha trajetória como pesquisador nos estudos da linguagem e ao fato de ser hispano-americano naturalizado brasileiro. E a reflexão me levou, como se verá, a outra curiosidade que também indaguei: como soa a fala em português desse ministro que, como eu e muitos que conheço no Brasil, também teve o espanhol como língua primeira? Vamos por partes.