domingo, 26 de abril de 2020

Queda de Moro agita hospício bolsonarista

Por Altamiro Borges

A queda de Sergio Moro atiçou Joice Hasselmann, que hoje é uma antibolsonarista militante. A deputada está decidida a conseguir o impeachment do "capetão". Nesta sexta-feira (24), a líder do PSL na Câmara Federal protocolou o pedido, acusando o presidente de crime de responsabilidade.

A ex-bolsonarista alega que houve crime de falsidade ideológica na informação publicada no Diário Oficial da União sobre a exoneração 'a pedido' do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A deputada também acusa o presidente de "notória tentativa de intervenção na PF" em várias investigações.

Generais sustentam o capitão. Até quando?

A macroeconomia na crise de 2020

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

O debate econômico no Brasil mudou muito nos meses recentes, mas ainda está engatinhando em face da dimensão avassaladora da crise. Logo nos primeiros momentos, estabeleceu-se virtual unanimidade quanto à urgência de uma rápida e substancial ampliação do gasto público. “Somos todos keynesianos agora”, repetiu-se urbi et orbi. Ora, como dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra – e esta não escapa à regra rodrigueana.

Bolsonaro, duro na queda!

Foto: Carolina Antunes/PR
Por Manuel Domingos Neto

Eduardo Costa Pinto logo intuiu que o apoio a Bolsonaro poderia não ser afetado imediatamente pela demissão espetaculosa de Moro.

A pesquisa da XP realizada entre os dias 23 e 24, divulgada neste sábado, dia 25, confirmou sua hipótese. Os que alimentam expectativa boa, ótima e regular sobre o governo somam 44% dos entrevistados. Os que têm expectativa ruim e péssima chegam a 49%. Tendo em vista o desemprego, a penúria reinante e os descalabros governamentais, é um desempenho extraordinário.

A pesquisa registra que 77% dos entrevistados disseram ter conhecimento da saída de Moro. Ou seja, pode não ter decorrido ainda o tempo necessário para que a exploração do episódio mostre seus desdobramentos.

O power point de Bolsonaro/Moro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Sergio Moro começou a provar a volta do cipó de aroeira.

Gaguejou em seu pronunciamento quando reconheceu que nem Lula nem Dilma interferiam politicamente nas investigações da Polícia Federal.

Dela, disse o nome completo.

A Lula, que condenou num processo que ainda pode ser anulado por conta de tantos vícios e da inconsistência das provas, referiu-se gaguejando ao "ex-presidente Luiz...".

A nova vida de Moro na planície começa prestando esclarecimentos ao STF sobre as acusações que fez a Bolsonaro.

E em breve o STF vai julgar a ação de Lula arguindo sua parcialidade.

A pandemia e o momento do golpe

Desemprego aumenta na América Latina

A saída de Moro e a reação de Bolsonaro

Bolsonaro recoloca Moro no centro da política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ao longo de seus 16 meses, Sérgio Moro foi o Ministro da Justiça mais subserviente da história moderna do país.

Atendeu Bolsonaro várias vezes, abrindo inquéritos contra críticos baseado na Lei de Segurança Nacional.

Invocando a mesma LSN, colocou a Polícia Federal em cima de um caseiro para obrigá-lo a mudar seu depoimento. Não incluiu o miliciano Adriano da Nóbrega – procurado pela polícia de dois estados – na lista dos maiores criminosos brasileiros.

Mais do que isso, suportou toda espécie de humilhações quando Bolsonaro estava no auge. Ontem mesmo – segundo ele próprio admitiu – estaria disposto a aceitar a demissão de Marcelo Valeixo, se pudesse opinar sobre seu substituto.

Moro liquida Jair Messias

Por Eric Nepomuceno

Sergio Moro mostrou ao país um Sergio Moro em estado puro.

Agindo exatamente como agiu quando era juiz de primeira instância, despediu-se do cargo conquistado como prêmio por ter impedido Lula da Silva de ser eleito em 2018 manipulando e distorcendo a verdade.

A cachoeira de autoelogios que despejou sobre a própria cabeça carece de verdade.

De tudo que ele disse sobre sua atuação, talvez uns trinta por cento sejam reais.

O resto apenas reforça o seu lado pulha.

Seja como for, o fato é que com o que se ouviu de Moro não resta dúvida de que Jair Messias está liquidado.

Rachadinha do 01 bancou prédios da milícia

Por Sérgio Ramalho, no site The Intercept-Brasil:

Flávio Bolsonaro financiou e lucrou com a construção ilegal de prédios erguidos pela milícia usando dinheiro público. É o que mostram documentos sigilosos e dados levantados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro aos quais o Intercept teve acesso. A investigação preocupa a família Bolsonaro – os advogados do senador já pediram por nove vezes que o procedimento seja suspenso.

O investimento para as edificações levantadas por três construtoras foi feito com dinheiro de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, como afirmam promotores e investigadores sob a condição de anonimato. O andamento das investigações que fecham o cerco contra o filho de Jair Bolsonaro é um dos motivos para que o presidente tenha pressionado o ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio, que também investiga o caso, e em Brasília.

Moro queria tornar PF um anexo da Lava-Jato

Por Gilberto Maringoni

Tudo bem, há que se combater Bolsonaro. É a questão central.

Mas que história é essa de autonomia para a Polícia Federal?

Moro não queria autonomia alguma. Seu objetivo era tornar a PF um anexo da Lava Jato. Em termos gerais, é errado qualquer órgão de Estado ter “autonomia”.

O que significa, por exemplo, “autonomia” do Banco Central? Significa que a política monetária não se subordinará ao poder democraticamente eleito, mas ao mercado financeiro. Significa entregar o BC aos banqueiros. Objetivamente, privatizá-lo.

Vale o mesmo para a “autonomia” do Ministério Público e de outros órgãos estatais.

Em uma sociedade de classes, na qual a classe dominante exerce sua hegemonia, “autonomias” desse tipo são pura hipocrisia. Cortinas de fumaça para lá de interessadas.

Quem sai a Bolsonaro, já sai degenerado

Por Fernando Brito, em seu blog:

A Folha dá manchete para o que seria a identificação, pela Polícia Federal, de que é Carlos Bolsonaro o coordenador da rede de fake news.

Não é uma notícia, propriamente, mas a confirmação de algo já sabido por todos.

E faz tempo.

Jair Bolsonaro fez da política uma empresa familiar.

Não bastou a ele transformar em parlamentares os filhos, todos carregando o brasão familiar da “arminha” fascistóide.

Mas isso, que era sabido, foi deixado de lado até que, agora, passou a ser a melhor arma – não uma arminha – contra ele.