domingo, 22 de março de 2020

Petardo: “Barulhaços” isolam Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Neste sábado (21), pelo quarto dia consecutivo, Jair Bolsonaro foi alvo de "barulhaços" em várias cidades do Brasil. Os gritos de "fascista", "assassino", "incompetente", “miliciano” entre outros, estão cada dia mais intensos. Será que o "capetão" ouviu o barulho das ruas na sua festinha de aniversário?

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Do Painel da Folha: "Em mais um sinal de que as falhas ao tratar da crise do coronavírus têm custado a Bolsonaro parte do apoio dos grupos que lhe são mais leais, figuras importantes das Polícias Militares têm manifestado duras críticas ao presidente e recomendado distanciamento do governo".

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"Tenho dó do Brasil por tê-lo como presidente. Ele envergonhou a farda do Exército nos anos 1980 e envergonha a todos militares neste momento", escreveu a seus pares o coronel Glauco Carvalho, ex-comandante da PM-SP e vice-presidente da associação da categoria.

Pandemia escancara as desigualdades sociais

Só uma guerra contra o vírus salva Trump

Libere os benefícios, ministro Paulo Guedes!

Crises profundas abalam dogmas econômicos

Bolsonarismo provoca crise com a China

Editorial do site Vermelho:

Os ataques à China pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República e tido como porta-voz informal do clã palaciano, são mais um capítulo do festival de irresponsabilidade desse governo. Depois de o pai, Jair Bolsonaro, ter atacado o Poder Legislativo e o STF, agravando a instabilidade política do país, agora é a vez do filho.

Essa posição reflete a política de subordinação completa e unilateral do bolsonarismo ao governo norte-americano de Donaldo Trump. Ela reverbera as hostilidades da Casa Branca à China.

A gravidade do gesto ganha maior dimensão nesse momento em que o país deveria estar trabalhando, tanto internamente quanto na esfera das suas relações internacionais, por convergências na busca de somar forças para enfrentar esse momento dramático.

O estrondoso silêncio do lado esquerdo

Arte @anamigliora/@designativista/Mídia Ninja
Por Roberto Amaral, em seu blog:

Não pode mais haver dúvida de que está em curso, à vista de todos, maquinado à luz do dia, um projeto golpista, e que seu líder é o próprio presidente da República, o capitão da reserva remunerada Jair Messias Bolsonaro, descartado da carreira militar por indisciplina e hoje, em face das circunstâncias, líder de generais de variado número de estrelas. É irrelevante, a esta altura, discutir em qual escaninho das classificações acadêmicas se enquadra o projeto que ameaça a nação. Fascista ou protofascista, ou fascistóide ou isso ou aquilo, a reprodução do atual governo será sempre uma ameaça autoritária, reacionária e obscurantista. Ninguém tenha dúvida dos riscos que nos rondam: rompidos os frágeis limites da ordem democrático-constitucional, o arbítrio reinará como aluvião. Todo presidente autocrático, como Bolsonaro tenta ser, é candidato a ditador.

Bolsonaro e a força da sociedade

Por André Singer, no site A terra é redonda:

Com suas últimas atitudes, Jair Bolsonaro atravessou uma espécie de linha vermelha. Diante disso, as pessoas decidiram dizer: basta! E não foram somente pessoas que já se colocavam no campo da oposição.

As consequências políticas

A primeira consequência política da pandemia do coronavírus decorre de seu impacto no terreno da economia. A expansão do vírus provocou indiretamente uma queda expressiva no preço do petróleo, o que, por sua vez, ocasionou uma queda generalizada dos preços das ações nas bolsas de valores em todo o mundo, um movimento que vem se repetindo em meio a fortes oscilações. Nesse cenário, as moedas de quase todos os países se desvalorizaram perante o dólar norte-americano.

Submissão aos EUA e agressões à China

Por Dilma Rousseff, em seu site:

País mais severamente atingido pelo coronavírus, a China conseguiu superar a fase aguda da epidemia depois de enorme sacrifício de seu povo, com milhares de perdas humanas e grande esforço de seus cientistas e pesquisadores. Agora, passou a oferecer sua experiência e, sobretudo, seus profissionais e equipamentos médicos para outros países que passaram a sofrer com a doença.

A China enviou à Itália, que se tornou o maior foco da epidemia do Covid-19, um avião carregado com especialistas, 17 mil quilos de equipamentos para terapia intensiva, dezenas de milhares de testes e 500 mil máscaras de proteção. Fez o mesmo tipo de doação à Espanha, Holanda, Bélgica e Portugal. A União Europeia recebeu da China 50 toneladas de equipamentos, 2 milhões de máscaras cirúrgicas e 500 mil testes.

China prepara-se para ser líder global


Por Pepe Escobar, no site Outras Palavras:

Dentre os inumeráveis efeitos geopolíticos tectônicos do coronavírus, que são impressionantes, um já é claramente evidente. A China reposicionou-se. Pela primeira vez desde o início das reformas de Deng Xiaoping em 1978, Pequim considera abertamente os EUA como ameaça, declarou há um mês o ministro de Relações Exteriores Wang Yi na Conferência de Segurança de Munique, no pico da luta contra o coronavírus.

Pequim está modelando passo a passo, com todo o cuidado, a narrativa segundo a qual, desde os primeiros casos de doentes infectados pelo coronavírus, a liderança já sabia que estava sob ataque de guerra híbrida. A terminologia de que se serviu o presidente chinês é eloquente. Xi disse abertamente que se tratava de guerra. E que foi necessário iniciar uma “guerra do povo”, como contra-ataque. E descreveu o vírus como “um diabo”.

O asno nacional repete Trump

Por Fernando Brito, em seu blog:

Os “malditos chineses” publicaram um artigo na revista científica Nature dizendo que obtiveram resultado animadores em um teste in vitro sobre o uso de sulfato de hidroxicloroquina no combate ao Covid-19.

É um ensaio, destinado a troca de informações científicas e vem cheio advertências: a cloroquina em overdose pode causar intoxicação aguda e morte.

Hidroxicloroquina, 40% menos tóxica – mas ainda assim tóxica, com sobre-dosagem – dizem os pesquisadores, é promissor, mas “ainda carece de evidências experimentais”.

Isso foi publicado no dia 18 e foi o bastante para Donald Trump acenar com uma cura milagrosa aos norte-americanos, que estão entrando no estágio “italiano” da doença, da qual só têm menos casos ativos que a Itália.

Paulo Guedes vai se sustentar no cargo?

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é neoliberal e sempre apoiou os planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, de enxugar o Estado brasileiro.

O que achou da guinada momentânea do governo, de apelar a ações estatais contra o coronavírus e seus efeitos econômicos? “A pessoa que fica fixada numa posição, vendo um tsunami chegar no Brasil, está com algum problema”, diz.

Já há análises a traçar cenários de fato dignos de um tsunami. Guedes terá condições de seguir no cargo, se sua formação é contra tudo aquilo que provavelmente o governo terá de fazer contra os estragos à frente?

“Vai ser bem difícil ele se sustentar. Talvez tenhamos uma economia destruída, com uma capacidade ociosa grande, depois que o pior passar. Não vai ter como reagir só com juros”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton, consultoria financeira.