segunda-feira, 26 de junho de 2017
Globo tornou-se ameaça à soberania nacional
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
A título de introdução – o que estava em jogo
Como abordamos em vários Xadrez, havia um mundo em transformação, a China e os BRICs irrompendo como poderes alternativos, a crise de 2008 comprometendo o modelo neoliberal. Ao mesmo tempo, uma acomodação da socialdemocracia nos anos de liberalismo, queimando-a como alternativa econômica.
Por seu lado, os Estados Unidos garantiam seu papel hegemônico no campo financeiro e nas novas tecnologias de informação, já que a manufatura se mudou para a Ásia.
É nesse contexto que, a partir de 2002, monta-se uma nova estratégia geopolítica fundada no combate à corrupção. Envolvem-se nela o Departamento de Estado, as instituições de espionagem (CIA e NSA), os órgãos policiais (FBI e Departamento de Justiça) e as ONGs ambientais e anticorrupção.
A título de introdução – o que estava em jogo
Como abordamos em vários Xadrez, havia um mundo em transformação, a China e os BRICs irrompendo como poderes alternativos, a crise de 2008 comprometendo o modelo neoliberal. Ao mesmo tempo, uma acomodação da socialdemocracia nos anos de liberalismo, queimando-a como alternativa econômica.
Por seu lado, os Estados Unidos garantiam seu papel hegemônico no campo financeiro e nas novas tecnologias de informação, já que a manufatura se mudou para a Ásia.
É nesse contexto que, a partir de 2002, monta-se uma nova estratégia geopolítica fundada no combate à corrupção. Envolvem-se nela o Departamento de Estado, as instituições de espionagem (CIA e NSA), os órgãos policiais (FBI e Departamento de Justiça) e as ONGs ambientais e anticorrupção.
Só os patrões querem a reforma trabalhista
Do site do Diap:
Mais de 135 mil internautas responderam à enquete do Senado sobre a reforma trabalhista apresentada pelo governo Michel Temer. Desses, até o momento, 95,7% defendem que o projeto deve ser rejeitado.
O Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/17) está, agora, sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), depois de ter sido rejeitada pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa.
O projeto apresentado pelo governo prevê, entre outras medidas, a prevalência do negociado sobre o legislado, ameaçando direitos trabalhistas consagrados pela lei. Leia mais
Mais de 135 mil internautas responderam à enquete do Senado sobre a reforma trabalhista apresentada pelo governo Michel Temer. Desses, até o momento, 95,7% defendem que o projeto deve ser rejeitado.
O Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/17) está, agora, sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), depois de ter sido rejeitada pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa.
O projeto apresentado pelo governo prevê, entre outras medidas, a prevalência do negociado sobre o legislado, ameaçando direitos trabalhistas consagrados pela lei. Leia mais
Novas regras para criminalidade financeira
Por Guilherme C. Delgado, no site Carta Maior:
Publiquei em março de 2016 um artigo sobre alta criminalidade financeira, a partir de uma investigação da Receita Federal (SP), que detectava lavagem de dinheiro realizada por treze bancos instalados no Brasil, relativamente a contratos de terceiros com a Petrobrás no valor de 15 bilhões de dólares. A análise de então estava apoiada em matéria publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, de 11 de janeiro de 2016.
A investigação preliminar da Receita Federal, apontando indícios fortes de lavagem de dinheiro, sonegação tributária e evasão de divisas, segundo o jornal, foi remetida então (janeiro de 2016) aos promotores curitibanos da Lava Jato. E, desde então, nem o jornal citado, nem o restante da imprensa acompanharam os fatos, que pelo silêncio também dos procuradores de Curitiba provavelmente entraram numa agenda de baixa prioridade investigativa.
Publiquei em março de 2016 um artigo sobre alta criminalidade financeira, a partir de uma investigação da Receita Federal (SP), que detectava lavagem de dinheiro realizada por treze bancos instalados no Brasil, relativamente a contratos de terceiros com a Petrobrás no valor de 15 bilhões de dólares. A análise de então estava apoiada em matéria publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, de 11 de janeiro de 2016.
A investigação preliminar da Receita Federal, apontando indícios fortes de lavagem de dinheiro, sonegação tributária e evasão de divisas, segundo o jornal, foi remetida então (janeiro de 2016) aos promotores curitibanos da Lava Jato. E, desde então, nem o jornal citado, nem o restante da imprensa acompanharam os fatos, que pelo silêncio também dos procuradores de Curitiba provavelmente entraram numa agenda de baixa prioridade investigativa.
Max Weber e a coragem para absolver
Por Tarso Genro, no site Sul-21:
A viagem do Presidente Temer, cercada de inoperância e desprestígio político, o arquivamento preliminar da representação contra o Senador Aécio na Comissão de Ética do Senado, os dados do desemprego e do aumento da informalidade no país, são fatos significativos da crise que nos assola, que podem nos levar a uma situação limite, se Temer não sair do Governo, quando emergir o próximo episódio: a sentença do Juiz Moro — sobre Lula — no caso do “Triplex”, um processo que é um fracasso probatório, mas que obteve um certo sucesso midiático na tentativa de fulminar o prestígio político do ex-Presidente.
A viagem do Presidente Temer, cercada de inoperância e desprestígio político, o arquivamento preliminar da representação contra o Senador Aécio na Comissão de Ética do Senado, os dados do desemprego e do aumento da informalidade no país, são fatos significativos da crise que nos assola, que podem nos levar a uma situação limite, se Temer não sair do Governo, quando emergir o próximo episódio: a sentença do Juiz Moro — sobre Lula — no caso do “Triplex”, um processo que é um fracasso probatório, mas que obteve um certo sucesso midiático na tentativa de fulminar o prestígio político do ex-Presidente.
Os últimos pregos no caixão de Temer
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
A capa do Globo de hoje poderia levar um analista afoito a afirmar, pela enésima vez, que “o governo Temer acabou”, ou, para ser mais dramático, que “o governo Temer morreu”.
Entretanto, a afirmação, mesmo correta, levaria a uma falsa conclusão, porque o governo Temer, como se sabe, já nasceu morto. É um governo de morto-vivos, controlado remotamente por articulações entre barões de mídia, a alta burocracia, banqueiros e empresários.
Estando morto, o governo Temer não pode ser morto, da mesma forma que não se pode assassinar um cadáver.
Entretanto, mesmo morto, o governo Temer… resiste, administra, nomeia e demite, e continua liderando o mais brutal e acelerado processo de desmonte do Estado da nossa história.
A capa do Globo de hoje poderia levar um analista afoito a afirmar, pela enésima vez, que “o governo Temer acabou”, ou, para ser mais dramático, que “o governo Temer morreu”.
Entretanto, a afirmação, mesmo correta, levaria a uma falsa conclusão, porque o governo Temer, como se sabe, já nasceu morto. É um governo de morto-vivos, controlado remotamente por articulações entre barões de mídia, a alta burocracia, banqueiros e empresários.
Estando morto, o governo Temer não pode ser morto, da mesma forma que não se pode assassinar um cadáver.
Entretanto, mesmo morto, o governo Temer… resiste, administra, nomeia e demite, e continua liderando o mais brutal e acelerado processo de desmonte do Estado da nossa história.
A agenda e as pautas da greve geral
Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:
A greve geral convocada pelo conjunto das centrais sindicais brasileiras, prevista para a próxima sexta-feira (30), será acompanhada por atos de rua em todo o país, chamados por centrais sindicais. As manifestações também contarão com o apoio e mobilização das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Em São Paulo (SP), a atividade deve ocorrer na Avenida Paulista, a partir das 16h. Ao menos outros dois estados já marcaram atividades semelhantes. Em Belo Horizonte (MG), a manifestação ocorre às 9h na Praça da Estação. Já em Porto Velho (RO), será realizada às 8h na Praça Três Caixas D’Água. Em Fortaleza (CE), acontece às 9h na Praça da Bandeira.
A greve geral convocada pelo conjunto das centrais sindicais brasileiras, prevista para a próxima sexta-feira (30), será acompanhada por atos de rua em todo o país, chamados por centrais sindicais. As manifestações também contarão com o apoio e mobilização das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Em São Paulo (SP), a atividade deve ocorrer na Avenida Paulista, a partir das 16h. Ao menos outros dois estados já marcaram atividades semelhantes. Em Belo Horizonte (MG), a manifestação ocorre às 9h na Praça da Estação. Já em Porto Velho (RO), será realizada às 8h na Praça Três Caixas D’Água. Em Fortaleza (CE), acontece às 9h na Praça da Bandeira.
Lula e Bolsonaro sobem; o PSDB encolhe
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), ex-militar candidato da extrema-direita, engoliu os presidenciáveis do PSDB na disputa pelo segundo lugar, enquanto o ex-presidente Lula sobe e segue líder disparado em todos os cenários de primeiro turno para 2018.
Ao mesmo tempo, o PT volta a crescer e chega a 18% na preferência dos eleitores, enquanto o PSDB encolhe para 5%, ao lado do PMDB, os principais partidos da aliança governamental.
Este é o resumo da ópera da nova pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira, a primeira após as delações da JBS.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), ex-militar candidato da extrema-direita, engoliu os presidenciáveis do PSDB na disputa pelo segundo lugar, enquanto o ex-presidente Lula sobe e segue líder disparado em todos os cenários de primeiro turno para 2018.
Ao mesmo tempo, o PT volta a crescer e chega a 18% na preferência dos eleitores, enquanto o PSDB encolhe para 5%, ao lado do PMDB, os principais partidos da aliança governamental.
Este é o resumo da ópera da nova pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira, a primeira após as delações da JBS.
Com Aécio na fogueira, o PSDB se divide
"Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas." A epígrafe que figura na abertura do manifesto de criação do PSDB tem sido evocada por um crescente número de militantes tucanos para constranger a cúpula do partido, cada vez mais cindido.
Dissidentes do PMDB de José Sarney e Orestes Quércia, os fundadores da legenda, nascida em 25 de junho de 1988, diziam-se “chocados com o espetáculo do fisiologismo político e da corrupção impune” vivenciado pelo Brasil à época e “desiludidos com o governo que deixou de se constituir o primeiro da Nova República, preferindo fazer-se o último da Velha República”.
Confirmado: FHC tem medo do povo
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Fernando Henrique Cardoso tem toda razão ao repetir, em artigo de hoje na Folha, que é preciso antecipar eleições diretas para presidente.
Mas está inteiramente errado em resumir essa proposta a um apelo para que Michel Temer renuncie ao cargo, abrindo caminho para diretas-já. FHC é o primeiro a saber que isso não vai acontecer.
Apresentando a renuncia como a única saída possível, Fernando Henrique assume a postura de quem deixa o destino da democracia nas mãos de Temer - e só dele.
Faz mais. Diz que "qualquer tentativa" para se interromper o mandato previsto para encerrar-se em janeiro de 2019 "soará como golpe." Ou seja: não vale nem a batalha legal e legítima de aprovar uma emenda no Congresso, iniciativa em curso há muito tempo, inclusive por aliados de longa data do PSDB.
Fernando Henrique Cardoso tem toda razão ao repetir, em artigo de hoje na Folha, que é preciso antecipar eleições diretas para presidente.
Mas está inteiramente errado em resumir essa proposta a um apelo para que Michel Temer renuncie ao cargo, abrindo caminho para diretas-já. FHC é o primeiro a saber que isso não vai acontecer.
Apresentando a renuncia como a única saída possível, Fernando Henrique assume a postura de quem deixa o destino da democracia nas mãos de Temer - e só dele.
Faz mais. Diz que "qualquer tentativa" para se interromper o mandato previsto para encerrar-se em janeiro de 2019 "soará como golpe." Ou seja: não vale nem a batalha legal e legítima de aprovar uma emenda no Congresso, iniciativa em curso há muito tempo, inclusive por aliados de longa data do PSDB.
Moro condena Palocci e se prepara para Lula
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Sérgio Moro, o juiz da sentença pronta antes mesmo de começado o processo, anunciou a pena imposta ao ex-ministro Antonio Palocci: 12 anos e dois meses de prisão.
Levou dez dias para cumprir a formalidade de agregar trechos das alegações finais apresentadas por Palocci que, evidentemente, não vêm ao caso, exceto para cumprir tabela.
É provável que, portanto, anuncie a condenação de Lula que só não está em papel amarelado pelo tempo porque escrita no computador.
Sérgio Moro, o juiz da sentença pronta antes mesmo de começado o processo, anunciou a pena imposta ao ex-ministro Antonio Palocci: 12 anos e dois meses de prisão.
Levou dez dias para cumprir a formalidade de agregar trechos das alegações finais apresentadas por Palocci que, evidentemente, não vêm ao caso, exceto para cumprir tabela.
É provável que, portanto, anuncie a condenação de Lula que só não está em papel amarelado pelo tempo porque escrita no computador.
Karl Marx, quem diria, já pode voltar
Por Vicenç Navarro, no site Outras Palavras:
Uma das colunas mais conhecidas da revista semanal The Economist, a Bagehot (que tem como responsável Adrian Wooldridge) publicou, na edição de 13 de maio, um artigo que seria impensável encontrar nas páginas de qualquer revista econômica de orientação igualmente liberal, na Espanha [ou no Brasil].
Sob o título “O momento marxista” e o subtítulo “Os trabalhistas têm razão: Karl Marx tem muito a ensinar aos políticos de hoje”, Bagehot analisa o debate entre o dirigente do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, e seu ministro sombra da Economia e Fazenda, o John McDonnell, por um lado, e os dirigentes do Partido Conservador e os jornais conservadores Daily Telegraph e Daily Mail, por outro. Definir esse diálogo como debate é, sem dúvida, excessivamente generoso por parte da coluna Bagehot, pois a resposta dos jornais conservadores e dos dirigentes conservadores aos dirigentes trabalhistas é uma demonização tosca, grosseira e ignorante de Marx e do marxismo, confundindo marxismo com stalinismo, coisa que também acontece constantemente nos maiores meios de comunicação, em sua maioria de orientação conservadora ou neoliberal.
Sob o título “O momento marxista” e o subtítulo “Os trabalhistas têm razão: Karl Marx tem muito a ensinar aos políticos de hoje”, Bagehot analisa o debate entre o dirigente do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, e seu ministro sombra da Economia e Fazenda, o John McDonnell, por um lado, e os dirigentes do Partido Conservador e os jornais conservadores Daily Telegraph e Daily Mail, por outro. Definir esse diálogo como debate é, sem dúvida, excessivamente generoso por parte da coluna Bagehot, pois a resposta dos jornais conservadores e dos dirigentes conservadores aos dirigentes trabalhistas é uma demonização tosca, grosseira e ignorante de Marx e do marxismo, confundindo marxismo com stalinismo, coisa que também acontece constantemente nos maiores meios de comunicação, em sua maioria de orientação conservadora ou neoliberal.
As pernas cortadas da nossa democracia
Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:
Michael Moffitt ouviu um chiado estranho, como de água caindo em um fio desencapado, e viu um intenso clarão branco.
A violenta explosão, porém, não o feriu com gravidade. Ele conseguiu se arrastar para fora do carro, um Chevrolet branco, pela janela traseira, completamente estilhaçada, a tempo de ver sua mulher, Ronni Moffitt, saindo pela porta parcialmente arrancada do banco do carona. Pensando que a sua esposa, com quem se casara há apenas quatro meses, estava bem, sua atenção dirigiu-se ao motorista.
Quem dirigia era um homem de 44 anos, forte, um tanto calvo e com um vasto bigode. Michael e sua esposa o conheciam bem, pois trabalhavam sob seu comando no Institute for Policy Studies (IPS) e no Transnational Institute (TNI), organizações dedicadas à luta pelos direitos civis. No entanto, ao sacudir o corpo do motorista, Michael notou algo estranho: as pernas de Orlando Letelier já não estavam mais lá.
A violenta explosão, porém, não o feriu com gravidade. Ele conseguiu se arrastar para fora do carro, um Chevrolet branco, pela janela traseira, completamente estilhaçada, a tempo de ver sua mulher, Ronni Moffitt, saindo pela porta parcialmente arrancada do banco do carona. Pensando que a sua esposa, com quem se casara há apenas quatro meses, estava bem, sua atenção dirigiu-se ao motorista.
Quem dirigia era um homem de 44 anos, forte, um tanto calvo e com um vasto bigode. Michael e sua esposa o conheciam bem, pois trabalhavam sob seu comando no Institute for Policy Studies (IPS) e no Transnational Institute (TNI), organizações dedicadas à luta pelos direitos civis. No entanto, ao sacudir o corpo do motorista, Michael notou algo estranho: as pernas de Orlando Letelier já não estavam mais lá.
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