sábado, 13 de janeiro de 2018

Livro aponta falácias de Moro contra Lula

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

"As declarações de (Léo) Pinheiro Filho soam críveis", assinala Sergio Moro na sentença que condenou Lula a nove anos e meio de prisão, prestes a ser analisada em segunda instância pela Justiça.

O magistrado diz não vislumbrar motivo para o delator do ex-presidente no processo do tríplex admitir "a prática de um crime de corrupção", no caso, o repasse de propina ao petista na forma do imóvel, e negar "o outro", relativo ao recebimento de vantagens ilícitas para o armazenamento do acervo presidencial.

"Caso sua intenção fosse mentir em Juízo em favor próprio e do ex-presidente, (Pinheiro) negaria ambos os crimes", conclui o magistrado. "Caso a intenção fosse mentir em Juízo somente para obter benefícios legais, afirmaria os dois crimes."

Vão condenar Lula e deixar Bolsonaro solto?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Se a entrevista não tivesse sido gravada, poderiam dizer que é apenas mais uma “fake news”.

Vejam o que disse à repórter da Folha o candidato Jair Bolsonaro, segundo colocado em todas as pesquisas para presidente da República:

“Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava para comer gente, tá satisfeita agora ou não?”

Deve ter comido muita gente porque, embora seja dono de um apartamento em Brasília, há vários anos Bolsonaro continua recebendo da Câmara R$ 6.167 de auxílio-moradia por mês.

Os desafios da oposição em 2018

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O ano de 2018 anuncia uma agenda parlamentar de grandes desafios para o campo progressista. Na pauta do Congresso Nacional, estão, nos próximos meses, temas como a impopular reforma da Previdência, a privatização da Eletrobras e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181, que abre espaço para a criminalização do aborto em casos de estupro.

Na Câmara Federal, onde tramita a reforma, a oposição tenta evitar a todo custo a votação da medida em plenário. Apesar de a base aliada do governo encontrar grandes dificuldades para conseguir os 308 votos necessários à aprovação da matéria, a oposição afirma que a pauta segue no centro das preocupações.

Mais um gol contra da dupla Temer-Meirelles

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Desde que Temer iniciou sua jornada golpista, seu governo não faz outra coisa senão retribuir em múltiplos às mãos invisíveis que lhe colocaram no trono. Desincumbido de observar a soberania popular, entregou o país aos representantes do “mercado” enquanto assiste impávido ao desmonte das instituições nacionais.

Setenta anos de construção institucional, de árduo esforço de desenvolvimento econômico, de louváveis avanços rumo a um Estado de Bem-Estar Social foram jogados às feras num curtíssimo intervalo de tempo: o pré-sal, os direitos dos trabalhadores, as políticas sociais, o BNDES, as reservas indígenas, os programas habitacionais, os médicos de saúde da família, a valorização do salário mínimo, entre muitos outros. Nunca antes na história desse país se desfez tanto como nos últimos vinte meses.

'Folha' segue em campanha contra as estatais

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

A manchete principal da Folha de S. Paulo de terça-feira (9) é um primor de mau caratismo jornalístico.

Ao alegar – baseada em um consultoria “independente” – que as estatais trouxeram prejuízo de R$ 40 bi ao governo, o Diário Oficial do Golpe passa ao leitorado a impressão de que basta o Estado se livrar do que sobrou para o Brasil deslanchar.

Primeiro seria necessário checar os números. Depois, verificar o quadro geral da situação. Várias estatais tiveram parte de suas receitas podadas por força do processo de privatizações, que fragmentou sistemas integrados – caso das elétricas – e/ou criou negociatas que geraram dívidas monstruosas e vida boa para os controladores – caso da Oi. Aqui, diga-se de passagem, os papagaios chegam a R$ 60 bi. Em apenas uma empresa privatizada!

Jonathan e o vexame da mídia brasileira

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A mídia do pensamento único acaba de enfrentar um vexame antológico, que expõe fraquezas vergonhosas imensas num momento delicado como o atual. Estou falando de um certo Jonathan Diniz, aquele brasileiro preso em Caracas e libertado após dez dias em circunstâncias até agora não esclarecidas.

Incapaz de reconhecer quem se tratava e o que pretendia, nossa mídia fez o papel semelhante ao da inesquecível Kate Lyra no programa de humor Praça da Alegria, duas décadas atrás. Atriz norte-americana, ela encarnava uma turista incapaz de reconhecer as verdadeiras intenções dos cidadãos que a abordavam na rua, com ofertas maliciosas e muito duplo sentido. "Brasileiro é tão bonzinho...", dizia ela.

A visita do Papa Francisco ao Chile

Por Marco Piva

Em 1995, 74% dos chilenos se declaravam católicos. Em 2017, esse número caiu para 45%. A conclusão é do instituto Latinobarómetro, que analisa tendências no continente e fez a pesquisa “El Papa Francisco y la religión en Chile y América Latina 1995-2017”, divulgada no início deste ano. As explicações residem, principalmente, na falta de compromisso da Igreja com os mais pobres, na secularização da sociedade e na falta de coragem para enfrentar e punir casos de pedofilia, como a do padre Fernando Karadima, cuja folha corrida de molestamento sexual contra crianças deixaria corado o próprio diabo.

Direito, exceção e o julgamento de Lula

Por Durval Ângelo, no Blog da Cidadania:

“Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não deixo o direito pela força. Eu não esqueço a fraternidade pela tolerância. Eu não substituo a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo”.

Proferida há um século pelo jurisconsulto, jornalista e político Rui Barbosa, a célebre frase define com clarividência surpreendente a realidade brasileira atual, nesta era do “direito” da Lava Jato, em que se pretende consagrar a ferro e fogo o Estado de exceção característico dos regimes autoritários. Sim, Estado de exceção, pois no “direito” da Lava Jato os fins justificam os meios; a mídia sabe de tudo antes dos acusados e os vazamentos não são punidos; as prisões preventivas não têm prazos e são manipuladas para forçar delações; delatores são premiados antes do julgamento; e as convicções políticas e morais de juízes e promotores viram provas.

TRF4 pode reduzir Brasil a "massa falida"

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O diretor jurídico da Associação para Defesa e Amparo das Vítimas de Abuso e Poder (Pró-Vítimas), advogado Rubens Rodrigues Francisco, ingressou nesta quarta-feira (10), no papel de amicus curiae, com pedido de liminar, no recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sentença condenatória do juiz Sérgio Moro, que será julgado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), no próximo dia 24.

Temer festeja, mas país vive uma depressão

Por João Sicsú, no site Vermelho:

Entre 2015 e 2016, o Brasil perdeu 8% do seu PIB. A economia recuou para o tamanho que tinha no 2º semestre de 2010. A economia recuou seis anos. É possível que tenha recuperado no ano passado 1 ponto percentual (ou menos) de tudo que perdeu. O governo comemora, mas é preciso analisar se existe uma recuperação ou se é apenas um suspiro.

É mais provável que seja um suspiro característico de quem bateu no fundo. Contudo, somente é possível sair do poço com uma ação organizada (usando uma corda ou uma escada).

A ameaça mortífera da mentira permanente

Por Chris Hedges, no site Carta Maior:

O perigo mais sinistro que enfrentamos hoje não vem do atentado à liberdade de expressão através do fim da neutralidade da rede, ou dos algoritmos da Google, que mantêm a população sem acesso a conteúdos divergentes dos meios hegemônicos, com poucas chances de acessar opiniões progressistas ou anti bélicas. Tampoco vem da reforma tributária de Trump, que abandona qualquer pretensão de responsabilidade fiscal, enriquece as corporações e os oligarcas, preparando o caminho para o desmantelamento de programas como o da Seguridade Social. Também não vem da exploração de terras coletivas para benefício da indústria mineradora e dos combustíveis fósseis, ou da aceleração do ecocídio por parte de uma legislação meio-ambiental irresponsável, ou da destruição da educação pública. E tampouco tem a ver com o desperdício de fundos federais para inflar o orçamento militar enquanto o país colapsa economicamente, nem do uso de sistemas de segurança doméstica para criminalizar a dissidência. O perigo mais sinistro que enfrentamos vem da marginalização e destruição daquelas instituições que -- junto com os tribunais, a academia, os entes legislativos, as organizações culturais e os meios de comunicação -- garantiam que o discurso público se ancorava na realidade do fatos, e nos ajudavam a distinguir entre a verdade e a mentira, o que é uma forma de promover a justiça.

O "mito" Bolsonaro solta os cascos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro bem que tentou se vestir num figurino neoliberal, aceitável ao mercado.

Arranjou uns economistas algo aloprados para lhe darem aulas.

Mas não deu certo.

A besta-fera, o cafajeste que o habita foram mais fortes.

Na primeira “pegadinha” da imprensa, com seus imóveis e auxílios-moradia, perdeu as estribeiras.