domingo, 12 de janeiro de 2020

Mais dos ricos, menos dos pobres

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

O Pla­nalto anuncia a Re­forma Tri­bu­tária. No Brasil, entre vá­rias dis­tor­ções, des­taca-se o fato de o governo tri­butar pe­sa­da­mente o con­sumo e a pro­dução, quando de­veria ar­re­cadar mais da renda. Vigora hoje o im­posto re­gres­sivo - quem é mais pobre e ganha menos paga, pro­por­ci­o­nal­mente, mais im­postos que os mais ricos.

A tri­bu­tação de­veria ser pro­gres­siva – co­brar mais im­postos sobre renda e pa­trimônio, e isentar quem ganha até R$ 4 mil. Assim, os 206 bi­li­o­ná­rios bra­si­leiros con­tri­bui­riam mais para fi­nan­ciar os serviços pú­blicos. Na tri­bu­tação re­gres­siva re­co­lhem-se mais re­cursos nos im­postos sobre con­sumo de bens (sabão, arroz, li­qui­di­fi­cador etc.) e ser­viços (luz, água, lan­cho­nete etc.). Os im­postos embutidos em bens e ser­viços são pagos por toda a po­pu­lação, sem dis­tinção de poder aqui­si­tivo. A fa­xi­neira e o ban­queiro pagam o mesmo por um quilo de ba­tatas.

A volta da inflação e o desfalecer de Guedes

A luta contra a privatização da Caixa

O samba da Mangueira e a política

Fake News X Memes: o humor contra o ódio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O desenho é bem simples: mostra o prédio-sede do Ministério da Educação em Brasilia com a fachada alterada para “Miniztério da Educassão”.

Precisa dizer mais? Quem assina é o chargista Zé Dassilva, que eu ainda não conhecia. Bombou em todos os grupos das redes.

Saem os comentaristas políticos e entram os humoristas, que estão tomando conta das redes sociais, na guerra contra as fake news e do ódio desse governo de mentira.

A luta é desigual porque os novos chargistas e humoristas da internet são amadores e enfrentam uma milícia bem armada, movida por robôs e muito dinheiro, para propagar as fake news do capitão e inventar outras.

Com poucas palavras e muita criatividade, vejo com alegria o surgimento desta nova geração que enfrenta com estilingue a tropa de choque do boçalnarismo em marcha.

Bolsonaro gosta é de tirar dinheiro dos pobres

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

O cotidiano da sociedade brasileira mostra que a vocação de Bolsonaro é tirar dinheiro do bolso dos pobres, em particular dos muito pobres, aqueles que não têm o suficiente para colocar comida na mesa ou uma casa para morar.

Os números oficiais registram a agonia do Minha Casa, Minha Vida, que já foi o mais ambicioso projeto de moradia popular da história do país e um dos maiores do mundo.

Ajudava a criar empregos para os operários e residência para quem não pode comprar -- além de assegurar ganhos que animam empresários a investir.

Em 2018, o programa conseguiu 153,2 mil moradias na faixa 1, das famílias mais pobres, para quem o subsídio pode chegar a 90% do preço de cada unidade. Em novembro de 2019, o balanço de 11 meses mostrava que apenas 54,5 mil residências foram entregues.

Os novos ataques aos trabalhadores em 2020

Da Rede Brasil Atual:

A classe trabalhadora brasileira acumulou muitas derrotas em 2019, a principal delas a aprovação da reforma da Previdência, que restringe o acesso e reduz o valores das aposentadorias. Para 2020, são pelos menos outros 20 projetos legislativos, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a serem votados no Congresso Nacional, que são de interesse do governo Bolsonaro e atacam direitos dos servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, como, por exemplo, os jovens que estão na busca pelo primeiro emprego.

TV Escola vai acabar. Viva a ignorância!

Por Fernando Brito, em seu blog:

Teremos livros e cadernos, ano que vem, com desenhos escolares da bandeira brasileira e as letras de hinos pátrios, no ano que vem. “Os pais vão vibrar”, diz o presidente da República, comemorando também que o material didático vai ter menos “um montão de amontoado de coisa escrita”.

Mas, em nossa célere caminhada rumo ao passado, não teremos a TV Escola, ou o uso desta mídia que tem “só” 70 anos, funcionando como suporte aos professores.

Foi o que anunciou hoje o ministro da Educação, Abraham Weintraub ao ator bolsonarista Carlos Vereza, que apresenta uma programa da emissora, o Plano Sequência, sobre cinema brasileiro.

Vereza não entende as acusações presidenciais de que o canal tem uma “programação totalmente de esquerda.”

- Então, o que é que eu estou fazendo lá?

O "pacote de bondades" na Argentina

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

10 de dezembro de 2019 foi um dia para não esquecer. Depois de quatro anos agonizantes e com um governo que não deu trégua à classe trabalhadora, ver a posse de Alberto Fernández foi emocionante, um alívio depois de tantos abusos. Milhões de argentinos/as assistiram quando o novo presidente chegou ao Congresso dirigindo seu próprio carro e cumprimentando as pessoas, como um cidadão qualquer.

O termômetro do êxito sindical em 2020

Por João Guilherme Vargas Netto

Das tarefas estritamente sindicais durante todo o ano em curso a mais importante, decisiva e constante é a sindicalização dos trabalhadores.

Sofrendo uma recessão longa e continuada e as agressões aos sindicatos e trabalhadores o movimento sindical viu cair – e muito – a taxa de sindicalização depois dos desastres de 2015-2016.

A tradicional reta horizontal que, pelo menos desde a democratização, mede o pertencimento dos trabalhadores ao mundo associativo-sindical caiu da altura dos 18% para 12% em 2018 e terá caído ainda mais em 2019.

A indústria brasileira no abismo

Editorial do site Vermelho:

Os mais recentes números econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria brasileira segue aquilo que o dramaturgo Nelson Rodrigues chamava de “arrancos triunfais de cachorro atropelado”. Depois de uma sequência de três meses de avanço lento, a produção voltou a cair. Recuperações eventuais fazem parte do processo natural de uma economia que há muito tempo se arrasta numa crise estrutural, mas são meros arrancos.

Os novos capitães-do-mato

Por Ronaldo Tadeu de Souza, no site A terra é redonda:

A cada semana, desde que Jair Bolsonaro e seu grupo político foram eleitos, em outubro de 2018, a sociedade brasileira tenta entender com perplexidade o que aconteceu (e acontece) com o país. As obscenidades políticas e de discurso de um movimento aparentemente sem fim se avolumam semana após semana.

Rodrigo Nunes, professor de filosofia contemporânea na PUC-RJ, tinha razão ao afirmar em 2016 que vivemos no Brasil uma era de obscenidades [1]. Eu só acrescentaria: de uma obscenidade de certos setores da elite política, econômica e cultural. Assistimos atônitos, chocados mesmo, por exemplo, à indicação do novo presidente da Fundação Palmares, destinada à valorização da cultura negra – alguém que se não a odeia, sem dúvida a despreza conforme suas declarações.