segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Intelectuais de internet chegam ao poder

Por Tatiana Roque, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dizendo proteger a democracia ao suprimir o comunismo da sociedade, formam-se cruzadas que, ironicamente, suprimem a democracia – ao tolher o dissenso e a liberdade de expressão. Grupos organizados atuam em universidades e escolas para vigiar e denunciar supostos comunistas, sem provas, listando nominalmente professores e acusando-os de doutrinar e seduzir estudantes. Comitês governamentais são instalados para limpar a máquina estatal de funcionários ideologicamente suspeitos.

O luto parece não ter fim

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O Brasil parece tomado por um luto que nunca termina. As pessoas andam acabrunhadas por causa do desemprego e pelas reformas conservadoras que o novo governo pretende introduzir, tirando direitos dos trabalhadores e atacando diretamente várias políticas sociais que beneficiavam os mais destituídos. Estudantes universitários que viviam com bolsas do governo tiveram que interromper seus estudos. Reformas na educação nos remetem à fase anterior ao Iluminismo, em alguns pontos, à Idade Média. Uma sombra escura pesa sobre o rosto de milhões de compatriotas.

Bebianno descobriu o óbvio tarde demais

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Gustavo Bebianno falou o óbvio ululante quando apontou o dedo para o pai na crise que culminou em sua exoneração.

“O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador”, disse, segundo Lauro Jardim no Globo.

“Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil.”

Carlos é produto de Jair, com quem tem uma relação obsessiva. O rosto do genitor está tatuado em seu braço direito.

Um muro chamado soberania nacional

Por Mariângela Nascimento, na revista Teoria e Debate:

A nova configuração do poder capitalista tem redesenhado o território global e estabelecido uma nova ordenação produtiva, na qual a mobilidade do trabalho torna-se, cada vez mais, uma condição necessária, ao mesmo tempo a maioria dos países capitalistas vem impondo fortes restrições que limitam e controlam a circulação de pessoas.

Para a execução dessa política, uma nova noção de direito passa a fundamentar e justificar essa ordenação na sua capacidade de fazer uso da força, e passa a manter sob o seu total controle os resultados políticos de qualquer acontecimento no âmbito global.

Bolsonaro passou a lua de mel no bordel

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde é costume definir os meses iniciais de todo governo novo como uma "lua de mel", os primeiros 45 dias do governo Jair Bolsonaro no Planalto podem ser classificados como uma festa de arromba num antigo bordel da república brasileira.

Nesse período, já se detectou a presença de tudo que há de pior naquele universo que meses atrás os marqueteiros do bolsonarismo-chique adoravam descrever como "velha politica":

1- O emprego da força imunda do dinheiro clandestino ficou claro na contabilidade dos laranjas, esquema mais velho que as contas-fantasma da Republica de Alagoas que derrubaram Fernando Collor. Até agora, não custa lembrar, ficamos na pontinha do iceberg, como sugerem os imensos cuidados com a saída de Gustavo Bebianno.

O “Pitfilho” e a carga de cavalaria

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Precioso o levantamento de O Globo sobre a natureza dos 500 “tuítes” disparados - o termo é perfeito - por Carlos Bolsonaro nos últimos dois meses.

O resultado é o indiscutível retrato da máquina de agressões que é o clã Bolsonaro: 73% deles são de ataques a pessoas e instituições.

Dão razão aparente ao fato de o “pitbull’ estar sendo apontado como personagem principal de uma confusão na qual é mero coajuvante: o conflito entre Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno.

Aparente, apenas, porém.

Bebianno pode se voltar contra Bolsonaro

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Há duas semanas, uma repórter da Folha foi até à gráfica utilizada por uma candidata-laranja do PSL e constatou que não havia nada funcionando no endereço. O partido despejou R$ 380 mil de dinheiro público nessa gráfica fantasma. Confrontado, o presidente do partido de aluguel Luciano Bivar contestou a reportagem: “Mas se ela for lá, ela vai ver as máquinas todinhas. Se não tiver máquina, você pode escrever que eu sou um mentiroso amanhã”. A Folha foi e não encontrou nem um cartucho de tinta. Mesmo autorizado, o jornal elegantemente se absteve de chamá-lo de mentiroso.

O Brasil não é mesmo para amadores

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

O telecatch governista promovido pelo Presidente da República e um dos seus ministros mais fieis mostra que o Brasil chegou mesmo ao fundo do poço em matéria de política. O país virou uma nau à deriva completa, institucional e ideologicamente (militantes de todas as vertentes estão se pegando e não é daquele jeito legal do carnaval).

[Sem falar no clima de barbárie. Impossível deixar de citar que esse clima de “vale tudo” que estamos vivendo em Brasília inspira pessoas a assassinar adolescentes a troco de nada. Se for preto e pobre então (mais desumanizado) é batata.]

Eles decidem se você é terrorista

Por João Telésforo, no site Outras Palavras:

Em junho do ano passado, o governo Temer enviou para a Câmara o Projeto de Lei nº 10.431/2018, alegando que precisava ser aprovado com urgência, para que o Brasil se adequasse às exigências internacionais de cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU que determinassem o bloqueio de bens de pessoas acusadas de atos terroristas ou de financiamento do terrorismo. Sérgio Moro tem atuado pela aprovação do projeto desde outubro, com os mesmos argumentos. Em 12/2, os deputados o aprovaram. Ele começará, agora, a tramitar no Senado.

Mídia e direita desinformam sobre a Bolívia

Emilio Rodas Panique
Por Leonardo Severo e Monica Severo, de La Paz

Nesta entrevista dada em seu gabinete, em La Paz, o vice-ministro do Emprego, Serviço e Cooperativas da Bolívia, Emilio Rodas Panique, fala sobre os 13 anos do governo de Evo Morales, de “nacionalização e industrialização”, do “fortalecimento do Estado e do cooperativismo” no combate “ao neoliberalismo e à selvageria do capitalismo”. Defende a relevância da “valorização dos salários, direitos e benefícios sociais”, do “investimento na formação científico-tecnológica”, da “campanha desinformativa movida pela grande mídia para danificar a imagem do presidente” e do “combate à corrupção”. “Somos nós que mais temos lutado contra a corrupção e quem melhores resultados obtivemos”, sublinhou.