terça-feira, 30 de julho de 2019

As contradições da farsa Globo-Moro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A farsa sobre a inverossímil invasão hacker é tática diversionista da Globo com Sérgio Moro para esconder os conteúdos que

[i] incriminam o próprio Moro, agentes da Lava Jato [PF e MPF], desembargadores do TRF4 e ministros do STJ e do STF e que

[ii] revelam relações indecentes e ilegais de integrantes da força-tarefa, desembargadores e ministros dos tribunais superiores com banqueiros, especuladores, empresários e meios de comunicação corruptos.

Lula e a jurisprudência do erro

Por Fábio Prudente Netto e Vitor Jorge Gonçalves Vasconcelos, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Desde a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 07 de abril de 2018, discute-se, no Brasil, a ilegalidade de tal ato. A primeira discussão sobre a legalidade da prisão diz respeito ao princípio da presunção de inocência, o qual é garantido no Art. 5º, inciso LVII da Carta Magna brasileira.

Dentro de tal contexto, é importante destacar o Habeas Corpus (HC) 152.752, julgado em 05 de abril de 2018. Em tal ocasião, o Supremo Tribunal Federal entendeu, por maioria, que o cumprimento da pena após o duplo grau de jurisdição não representa ruptura ou afronta ao princípio da não-culpabilidade [1].

Bolsonaro: crime e desrespeito à democracia

Do site da Fundação Perseu Abramo:

No dia 29 de julho o presidente Jair Bolsonaro conseguiu superar inclusive seus colegas de farda, que durante todo o período de ditadura militar fizeram todos os esforços para esconder e negar os crimes de tortura que ocorriam nos porões do Brasil. Desrespeitosa e cruelmente, Bolsonaro afirmou que se “o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele”.

Os desafios políticos e comunicacionais

Foto: Felipe Bianchi/Barão de Itararé
Por Marcos Hermanson, no jornal Brasil de Fato:

Dirigentes dos principais partidos da esquerda brasileira estiveram reunidos em uma mesa de debates para discutir a conjuntura do governo de Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta segunda-feira (29), na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”, em São Paulo (SP).

Foi o primeiro debate do 4º Curso Nacional de Comunicação, com o tema "Os desafios políticos e comunicacionais na era Bolsonaro". A atividade de formação continua até a próxima quarta-feira (31).

Capitalismo não superou a crise de 2008

Barroso, Nilson, Renato, Renildo e Lécio debatem o impasse
da crise econômica contemporânea. Foto: Cezar Xavier
Por Cezar Xavier, no site da Fundação Maurício Grabois:

O 6o. colóquio realizado pela Fundação Maurício Grabois, na sede do PCdoB, em São Paulo, no dia 23 de julho, terça-feira, perguntou: A grande crise de 2008 foi superada? Os economistas e estudiosos que debateram o tema foram Nilson Araújo, Renildo Souza, Lécio Morais e A. Sérgio Barroso.

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, coordenou o colóquio, questionando se a crise deflagrada em 2007 foi superada, considerando que há uma hipertrofia financeira do capitalismo com enormes recursos capitais fora do setor produtivo, em pleno avanço da quarta revolução tecnológica.

Os porões de Jair Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A revolta causada pela provocação de Jair Bolsonaro ao se referir ao pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, desaparecido por atos bárbaros da ditadura militar, revela muita coisa. Além de ofender a memória de Fernando Santa Cruz, o pai de Felipe, o presidente da República atentou contra a honra de um dos mais importantes movimentos da resistência democrática, a Ação Popular (AP), ao corroborar a infâmia típica dos porões daquele regime de que a própria organização a que ele pertencia é a responsável pelo seu desaparecimento.

Vaza-Jato e ameaças à liberdade de expressão

FGTS e o "voo de galinha" de Paulo Guedes

Os mistérios do hacker de Araraquara

"Bolsonaro é tampa de bueiro"

Brasil de Bolsonaro, novo vilão ambiental

Por Naiara Galarraga Gortázar, no site Carta Maior:

Em agosto do ano passado, quando um veterano deputado brasileiro conhecido por seu discurso incendiário e sua nostalgia pela ditadura disparou nas pesquisa eleitorais, do outro lado do mundo uma adolescente com tranças deixava de ir à escola às sextas-feiras para alertar sobre a crise climática plantando-se em uma praça com um cartaz feito à mão. Era impossível prever que seus caminhos se cruzariam. Mas foi o que ocorreu. Não fisicamente, mas sim em termos políticos. Greta Thunberg, transformada em uma espécie de flautista de Hamelin, conseguiu levar para as ruas milhões de estudantes e colocar o meio ambiente bem acima entre as prioridades dos políticos europeus enquanto Jair Bolsonaro, já como presidente, confirmava com nomeações, decisões e declarações seu desinteresse por proteger a Amazônia, uma floresta tropical essencial para frear o aquecimento global. Bolsonaro se tornou o vilão ambiental do mundo.

domingo, 28 de julho de 2019

Crise: a solução não é o fascismo

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

A concepção sobre se há ou não uma crise terminal da democracia liberal, tal qual nós a conhecemos a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, é o que deveria guiar, a meu juízo, a formulação de uma estratégia dos partidos democráticos que se opõem ao liberal-rentismo, à destruição da soberania nacional e do Estado Social, como estamos vendo hoje em escala global e – sem dúvida – de forma bem radical aqui no Brasil.

'Future-se' privatiza a universidade pública

Por Jean Paul Prates

O Ministério da Educação anunciou com pompa e circunstância o programa Future-se. No discurso oficial, a medida seria para fortalecer a autonomia financeira de universidades públicas. Na verdade, é o caminho para tirar recursos do orçamento para o ensino superior público.

O governo alega que o programa permitirá às universidades captar recursos junto ao setor privado, sem ter de vê-lo engessado pelo orçamento da União. A adesão das universidades será facultativa.

O Future-se tem um nome pomposo, mas, como na publicidade, mascara defeitos. O programa serve ao governo para tirar dinheiro das universidades públicas e fugir da sua responsabilidade constitucional de garantir o acesso ao ensino superior aos brasileiros.

O desencanto com a direita na América Latina

Por Aitor Molina, na Rede Brasil Atual:

Jair Bolsonaro no Brasil, Sebastián Piñera no Chile, Iván Duque na Colômbia e anteriormente Mauricio Macri na Argentina se tornaram os estandartes da nova onda neoliberal que deu início à prodigiosa década da direita latino-americana.

No entanto, apenas um ano após sua ascensão ao poder, a situação econômica, as greves e os movimentos sociais começam a cercar os principais líderes liberais da região.

Durante os anos de 2017 e 2018, os eleitores escolheram esses candidatos sob a promessa de melhorar a situação econômica de seus países e combater a corrupção. Após o período de graça, esses políticos não conseguiram reverter a recessão econômica e seus índices de popularidade são baixos.
Macri tentará resistir ao retorno de Kirchner

E se o grande hacker for Moro?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Rememore os fatos, como num filme. O ministro da Justiça está nas cordas, acuado pelo vazamento de diálogos que revelam como, quando juiz, abandonou a imparcialidade, feriu a lei e imiscuiu-se em assuntos políticos para favorecer um candidato que, no ato seguinte, o levaria ao governo. Em certa altura, sua linha de defesa, que jamais nega a possibilidade de os diálogos serem reais, torna-se ineficaz. Ele viaja aos Estados Unidos, pela segunda vez em apenas três semanas, tomando agora o cuidado de licenciar-se do posto – o que desobriga tanto a si próprio quanto (em especial) as autoridades norte-americanas de reportarem com quem se encontrou, e em que circunstâncias.

Globo, Record e SBT: rede de proteção a Moro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sábado, 27 de julho de 2019.

O sujeito liga para um Disque-Denúncia qualquer e avisa que um carro está sendo roubado na esquina da casa dele.

Em vez de mandar uma patrulha atrás do ladrão, a polícia resolve investigar o autor da denúncia.

É isso que está acontecendo no Brasil bolsonariano, com essa história rocambolesca dos hackers fajutos de Araraquara, para esconder o que já foi apurado e denunciado pelo The Intercept e outros veículos sobre o modus-operandi do ex-juiz Sergio Moro e seus procuradores amestrados.

Bolsonaro ofende 56 milhões de brasileiros

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

Uma semana após outra, Bolsonaro segue empenhado em bater o próprio recorde de disparates. Num único dia, conseguiu defender abertamente o nepotismo, a censura e a inexistência da fome no Brasil. Num intervalo entre as declarações, foi flagrado chamando o Nordeste de “Paraíba” e atacando diretamente o governador do Maranhão, Flávio Dino.

Bolsonaro é a caricatura do neoliberalismo

Por Fernando Brito, em seu blog:

O Estado precisa parar de se meter na vida das pessoas.

Não precisa de autoescola para poder dirigir, logo nem precisará de carteira de motorista.

Não precisa obrigar a usar cadeirinha de segurança para transportar bebês, os pais é que devem decidir.

Aliás, eles também devem decidir se colocam o filho na escola e se os levam ou não a tomar vacinas.

Também não precisa de licença ambiental para explorar recursos naturais, esta história é uma burocracia danada.

Mea culpa do MBL é puro oportunismo

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

JP Morgan, Morgan Stanley, Barclays, Nomura Goldman, Sacha Merrill, Lynch Cresit Suisse, Deutsche Bank, Citibank, BNP, Paribas, Natixis Societe, Generale Standard, Chartered State Street, Macquarie Capital, UBS, Toronto Dominion, Bank Royal Bank of Scotland, Itaú, Bradesco, Verde e Santander.

Isso são mais de 20 bancos ou empresas de investimento com atuação no Brasil. Basta ver a compra da BR Distribuidora.

A maioria entidades privadas que deveriam competir entre si, pelos menos teoricamente, por ter o mesmo nicho de mercado.

Deltan Dallagnol, o lobista da Lava-Jato

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma questão que ainda não foi explorada com a devida importância da matéria publicada hoje (26/7) pela Folha de S. Paulo em parceria com The Intercept Brasil: o fato de o procurador Deltan Dallagnol se comportar como lobista da empresa Neoway num grupo de procuradores, buscando entregar todo banco de dados das investigações dos MPs para uma empresa investigada e delatada.

Esse fato, que está passando despercebido, é muito mais grave do que a cobrança de 33 mil reais por uma palestra. O que também é gravíssimo.

Sigam estra trilha:

Moro cria clima para ditadura de Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Quando era juiz, Moro ao mesmo tempo atuava como acusador dos seus inimigos.

Agora, como investigado, Moro simula se auto-investigar através da sua Gestapo – a Polícia Federal transformada em polícia política do regime de exceção.

Moro não passa de um gângster, “membro de um bando organizado de malfeitores; um indivíduo inescrupuloso, disposto a tudo para atingir seus objetivos” [Houaiss].

Desmascarado e desmoralizado, ele luta desesperadamente para sobreviver da revelação das práticas criminosas suas e da sua gangue. Para isso, lança mão de dispositivos típicos de regimes totalitários contra a liberdade da imprensa e de expressão.

sábado, 27 de julho de 2019

Brasil é um grande navio negreiro

Portaria contra Greenwald e cinismo de Moro

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada”, escreveu Oscar Wilde.

Sergio Moro afirmou a interlocutores que a portaria Nº 666, o número da besta, publicada no “Diário Oficial da União”, que trata sobre “impedimento de ingresso, repatriação e deportação sumária de pessoa perigosa”, não se aplica a Glenn Greenwald.

O Valor relata que o ministro da Justiça foi questionado sobre a associação da medida com sua nêmesis, o jornalista americano do Intercept - que vive, de resto, em situação completamente regular no Brasil.

MP promove “nova reforma trabalhista”

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O próximo semestre legislativo, que começa oficialmente em 1º de agosto, deverá trazer a bordo mais uma investida contra os direitos dos trabalhadores. Na pauta de votações no plenário da Câmara, está uma medida provisória (MP) que altera 36 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no final de abril, a MP 881 dificulta, por exemplo, o acesso da Justiça aos bens de empregadores com dívidas trabalhistas. Atualmente, essa possibilidade é prevista como meio para viabilizar eventuais indenizações.

A proposta também acaba com o e-Social, sistema que centraliza o envio de dados trabalhistas pelas empresas, como contribuições previdenciárias, folhas de pagamento, notificação de acidentes de trabalho e aviso prévio, entre outras.

União Europeia-Mercosul: acordo regressivo

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

No dia 28 de junho, houve o anúncio político da conclusão da fase de negociação do Acordo de Associação entre a União Europeia (28 países, incluindo ainda o Reino Unido) e o Mercosul. O acordo tem três pilares: econômico-comercial, político e cooperação. E, mesmo o primeiro pilar vai muito além de livre-comércio. Envolve regras sobre compras governamentais, investimentos, atuação de empresas estatais, propriedade intelectual, denominações de origem geográfica, entre outros. Em relação ao comércio propriamente dito, em parte se negociou livre comércio, mas, para os segmentos mais importantes como a exportação agrícola do Mercosul, se negociou justamente a restrição comercial, por meio de cotas.


Glenn passa bem; falador passa mal

Bolsonaro promove a destruição da cinema

Moro questiona palavra de hackers

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A menos que esteja preparando uma auto-crítica radical das condenações mais pesadas da Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro deveria ser mais cuidadoso nos tuítes sobre os quatro suspeitos de vazar diálogos eletrônicos para o Intercept-Brasil.

Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

A última cartada de Sergio Moro

Portaria 666 de Moro: o país da piada pronta

Como o Facebook quer controlar o mundo

Por Vicente Ferreira, no site Carta Maior:

Há algumas semanas, o Facebook anunciou a intenção de criar uma nova criptomoeda, a Libra, para servir de meio de pagamento digital global. No Livro Branco entretanto divulgado, a Libra é apresentada como “uma moeda global simples capaz de dar poder a milhões de pessoas”, projetada para que seja “tão fácil enviar dinheiro como enviar um e-mail”, sendo o seu valor de mercado indexado a um cabaz de moedas tradicionais (como o dólar ou o euro). Embora existam já 28 empresas envolvidas no projeto, entre as quais a Visa, Mastercard, Paypal, Vodafone, eBay, Uber e Spotify, é o Facebook que o tem liderado desde o início.

A elite neocolonial abraçou o fascismo

Por Bernardo Gomes, no site Vermelho:

Para implementar a sua agenda neoliberal e entreguista, a elite brasileira, após o golpe parlamentar de 2016, decidiu abraçar o fascismo como consequência da violência política contra a esquerda e seus governos democráticos e populares. O outro paralelo na história dessa união resultou na Ditadura Militar, sabemos como isso termina.

Semana passada talvez tenha sido a mais simbólica e emblemática para aqueles que ainda tratavam o governo de Jair Bolsonaro com alguma esperança institucional. O atual Presidente da República – que nunca mentiu quanto aos seus desejos ditatoriais – mostrou toda a sua “inclinação autoritária” segundo editorial da Folha de S. Paulo.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Fingindo-se de idiota – para sobreviver

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

A nossa antiga tendência a mimetizar americanos e europeus está se fazendo sentir outra vez, agora com consequências deploráveis e verdadeiramente dramáticas.

O nível do governo e da política no Brasil deixa a desejar, como diria um inglês das antigas, que por aqui aportasse.

A observação, discreta, comedida, seria bem-vinda.

Em tempos de overstatement, temos que recuperar a arte do understatement, não é mesmo?

O inglês teria de reconhecer, diga-se de passagem, que a sua observação se aplica também ao Reino Unido, onde um Boris Johnson agora é primeiro-ministro.

O Brasil e a lógica do capitão

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Enquanto discutimos o inglês macarrônico ou o hambúrguer frito do 03, ou, enquanto discutimos se há fome no país campeão das desigualdades sociais, ou seja, enquanto a imprensa, no geral, e a oposição em particular, mordem as iscas do marketing do capitão, prossegue a desconstituição do que poderia ser, e quase foi, um grande país. Jaz por terra a política externa independente, e com ela se esfumaçam os sonhos de uma política de defesa e de uma força militar comprometida com os interesses nacionais – que vão além da defesa do território, pois compreendem a proteção de suas riquezas e de seus interesses, hoje condicionados à geopolítica do governo Trump.

Irã: a guerra imperial por um fio

Por Joe Cirincione e Mary Kaszynski, no site Outras Palavras:

Não é simulação. Uma nova guerra no Oriente Médio vem aí, quiçá muito em breve. Somente uma ação política dramática dos cidadãos e líderes políticos estadunidenses poderia detê-la.

O presidente Trump diz que não quer entrar em guerra com o Irã. Talvez todo esse medo da guerra seja só outro impulso neurótico. Ou pode ser que ele acredite que está, definitivamente, numa simulação de “fogo e fúria”, assim como fez antes com a Coreia do Norte, em que ele ameaça com uma guerra e com o “fim do Irã”, somente para recuar e depois dar palestras. Seu último descaso sobre a alegação dos ataques aos navios petroleiros no Golfo, referindo-se a eles como “de pouca importância”, mostram que esse é, sem dúvida, o seu jogo.

A ditadura do Judiciário de Moro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“A pior ditadura é a ditadura do Judiciário. Contra ela não há a quem recorrer” (Rui Barbosa).

Desde a volta do ministro e ex-juiz Sergio Moro dos Estados Unidos, em mais uma missão secreta, os fatos da semana estão se desenrolando com tal velocidade que nem dá tempo de escrever a coluna do Balaio.

Ainda não dá para fazer um balanço da sucessão de atentados ao Estado de Direito e à democracia praticados por quem deveria zelar pela Constituição.

Por isso, tenho publicado mais textos curtos no meu Facebook.

Só na manhã desta sexta-feira, ao acompanhar o noticiário do dia, escrevi o seguinte:

Metástase: a milícia e o Estado

Por Salvino Oliveira Barbosa, na revista CartaCapital:

“Não há tirania mais cruel que a que se exerce à sombra das Leis, e com as cores da Justiça.” - Montesquieu

Formadas por ex e atuais agentes do Estado, as milícias surgem em meados dos anos 90 com um discurso de contraposição ao tráfico. Inicialmente chamada por alguns como grupos de “autodefesa comunitária”, os paramilitares foram defendidos e encorajados por políticos e empresários. Vale um destaque especial para o atual presidente da República que, no ano de 2018, já em campanha eleitoral, elogiou os grupos em entrevista à rádio Jovem Pan. “Tem gente que é favorável à milícia, que é a maneira que eles têm de se ver livres da violência. Naquela região onde a milícia é paga, não tem violência”, afirmou.

Bolsonaro e o tirano de fachada

Por Raphael Fagundes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Muitos criticam a veia ditatorial do presidente, principalmente suas atitudes que desprezam a opinião pública, como nomear seu filho embaixador dos EUA. Tentando justificar tal atitude, Bolsonaro usou palavras dignas de um tirano que dispensa o processo eleitoral: “Não vai votar mais em mim? Paciência.”

Contudo, em seu governo, medidas ultraliberais, que agradam grandes setores empresariais, estão sendo aprovadas. Os direitos conquistados décadas atrás estão sendo subtraídos, projetos para a venda das estatais sendo traçados, as universidades federais vendidas para o setor privado, facilita-se, por seu turno, a autorização para o garimpo, libera-se novas marcas de agrotóxicos, perdoa-se dívidas de grandes empresas, extingue-se reservas ambientais em prol da especulação imobiliária, além de abrir as pernas para o imperialismo norte-americano. A mídia reporta alguns destes elementos, mas não os escandaliza, como faz com as declarações polêmicas do presidente.

Moro é tosco e deu um tiro no pé

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Sérgio Moro é um homem primário, que fundamenta sua estratégia essencialmente na posição de “autoridade” que não pode ser contestada, mas apenas obedecida.

Sua atitude, ontem, de sair disparando telefonemas aos supostos “hackeados” para dizer que estavam na “lista de Araraquara” arranjou o contrário do que pretendia com as promessas de destruir as provas da invasão.

O primeiro nó: há provas da invasão, diálogos – comprometedores ou não – subtraídos de perto de mil telefones de autoridades do Executivo, parlamentares, juízes e jornalistas.

Fernando Morais lançará livro sobre Lula

Moro anuncia destruição de provas

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

A farsa do Moro voa à jato.

Reportagem da Folha de São Paulo informa que “Moro avisa autoridades que mensagens apreendidas com hacker serão destruídas” [aqui].

Moro prometeu ao desembargador lavajatista João Nogueira Noronha, do STJ, que destruirá supostas provas supostamente obtidas com a prisão dos supostos hackers. Com essa medida, ele exorbita das suas funções e incorre em mais uma grave ilegalidade.

Antes, Moro dizia que era necessário realizar perícia para confirmar a autenticidade e a integridade dos materiais do Intercept.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Hackers e as investigações sobre Moro

Direita dos EUA e o nepotismo de Bolsonaro

Por Haroldo Lima

O nepotismo exacerbado do Bolsonaro indicando seu filho Eduardo, o 03, para embaixador em Washington, é um problema grave, acentuado pelo enorme despreparo do 03 para o cargo. Mas a rumorosa indicação é um projeto da ultradireita americana para garantir a submissão da América do Sul aos desígnios do seu país, reduzindo esse subcontinente ao que foi em tempos passados, um quintal dos Estados Unidos.

O que é o Foro de São Paulo?

Bolsonaro e o fator militar

Future-se e as ilusões de verbas em penca

Por Gilberto Maringoni

Acabo de ler o projeto de lei que institui o Future-se. Estou abismado. Todo o texto é permeado pela difusão de uma gigantesca ilusão.

Trata-se da ideia de que há no Brasil incontáveis megaempresas transnacionais ávidas por destinarem vultosos recursos para pesquisa de ponta nas Universidades públicas.

O que as impede é a burocracia corporativa estatal.

Trata-se de ignorância ou má-fé.

O PL é composto por um arrazoado de 18 páginas, sendo que oito delas remetem a alterações em 16 leis existentes.

O documento é dividido em três partes: “I – gestão, governança e empreendedorismo; II – pesquisa e inovação; e III – internacionalização”.

As férias malucas do ministro da Educação

Moro e hackers: os paradoxos

Conspiração e corrupção

Por José Luís Fiori e William Nozaki

É comum falar de “teoria da conspiração”, toda vez que alguém revela ou denuncia práticas ou articulações políticas “irregulares”, ocultas do grande público, e que só são conhecidas pelos insiders, ou pelas pessoas mais bem informadas. E quase sempre que se usa esta expressão, é com o objetivo de desqualificar a denúncia que foi feita, ou a própria pessoa que tornou público o que era para ficar escondido, na sombra ou no esquecimento da história. Mas de fato, em termos mais rigorosos, não existe nenhuma “teoria da conspiração”. O que existem são “teorias do poder”, e “conspiração” é apenas uma das práticas mais comuns e necessárias de quem participa da luta política diária pelo próprio poder. 

Prisão de hackers é diversionismo

TeleSUR estreia programa em português

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Principal expressão da mídia alternativa no projeto de integração latino-americana, a teleSUR estreia, na quinta-feira (25), um novo programa, em português. Dirigido ao público brasileiro, o teleSUR Notícias em Português vai ao ar semanalmente, às quintas-feiras, a partir das 16h (horário de Brasília). O canal, idealizado por Hugo Chávez e fundado em 2005, transmitirá o programa através de sua página no Facebook, em parceria com o Brasil de Fato.

O FGTS e o lucro dos bancos

Editorial do site Vermelho:

O vai e vem do governo sobre a liberação para saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social (PIS) tem como pano de fundo a ausência de perspectiva de superação da crise. Circulou até a informação de que a medida é um ato de desespero diante dos desanimadores indicadores econômicos.

Há também informação de pressão da indústria da construção, temerosa com os efeitos da grande redução no volume de recursos usados como fonte de juros mais baixos, que poderia comprometer financiamentos à casa própria. O setor depende do FGTS para financiar programas como o Minha Casa Minha Vida, que movimenta entre 70% e 80% do mercado de construção imobiliária.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Os supostos hackers de Araraquara

Hacker de Araraquara é para salvar Moro?

Por Renato Rovai, em seu blog:

A história do hacker de Araraquara está a cada minuto que passa mais estranha. Já se pode afirmar que há indícios de que esta história pode ter sido fabricada para salvar o ministro Sérgio Moro e o procurador Dallagnol da Vaza Jato. Pode ter sido uma operação de aloprados. Pode. Mas não seremos levianos de afirmar isto aqui. De qualquer maneira, se o leitor seguir até o final deste texto verá que há questões que precisam ser muito melhor explicadas.

Weintraub propõe a universidade amordaçada

Por Maria Caramez Carlotto, no site Outras Palavras:

O Future-se, nome fantasia do “Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras”, foi lançado oficialmente pelo governo federal em 17 de julho. No dia anterior, o MEC já havia apresentado aos reitores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) as linhas gerais do programa. Anunciado pelo twitter e transmitido ao vivo pela internet, o lançamento frustrou os que esperavam um documento mais completo, com estudos que justificassem a necessidade do projeto, com propostas detalhadas do que será exatamente implementado e com projeções concretas do impacto de cada medida. A comunidade acadêmica e demais interessados esperaram a divulgação do projeto “completo”, mas os únicos documentos que circularam foram um press realease intitulado “Para revolucionar é preciso despertar”, com 21 slides, e um documento aparentemente informal intitulado Future-se, de nove páginas, que nada mais é do que a cópia do site criado para consulta pública do programa.

"Mito" posa de valentão, mas é covarde

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O circo montado pelo governo Bolsonaro na inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, serviu para revelar sem retoques quem é esse capitão fake, que se faz de valente, mas tem medo do povo.

Havia até atiradores de elite em cima do prédio e tropas do Exército e da Polícia Federal e Rodoviária nos acessos, para proteger o presidente e seus 600 convidados de terno e gravata, escolhidos a dedo para gritar “Mito” quando ele entrou no saguão.

Depois de roubar o evento que era do governo da Bahia, sem ter nenhuma participação na obra, como se ainda estivesse em campanha, o capitão botou um chapéu de vaqueiro na cabeça e mandou ver num improviso de três minutos, do lado de fora, para os seus “apoiadores”, levados em ônibus da prefeitura.

Ódio e a agenda anticristã de Bolsonaro

Por Franklin Félix, na revista CartaCapital:

“Porque tive fome, e destes-me de comer;
tive sede, e destes-me de beber;
era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me;
estive na prisão, e foste me ver.”

Mateus 25:35,36


Vamos lá, queridos/as leitores/as, para mais uma reflexão à luz dos ensinamentos espíritas, já que o mundo não acabou e que a profecia sobre a “data limite” mostrou ser mais uma fake news de quem não estuda profundamente o espiritismo e que, diferente de Kardec, vive uma fé irracional.

As gafes de Bolsonaro na Cúpula do Mercosul

Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

No dia 17 de julho, a 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ocorreu em Santa Fé, na Argentina. Além de assumir o comando do bloco para os próximos seis meses, Bolsonaro defendeu a possibilidade de outros acordos no estilo do feito com a União Europeia, bem como a nomeação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), para a embaixada nos Estados Unidos.

‘Spoofing’ de suposto hacker não tem segredo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A técnica do tal “Spoofing” que dá nome à operação da PF sobre os supostos hackers de Araraquara, é absolutamente banal.

É conhecida há anos e até a revista Forbes publicou, em junho de 2016, um vídeo de como duplicar uma conta de usuário do Whatsapp e do Telegram em alguns minutos e sem o uso de processos complicados.

Passo a passo, explicadíssimo.

Como dizem os camelôs que vendem bugigangas, “não requer força, nem sequer habilidade”, se o usuário não tomou medidas excepcionais de proteção.

Atibaia e a crônica da morte anunciada

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O filme nós conhecemos. O roteiro é idêntico ao do recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Lula depois de sua condenação por Moro, na 1ª instância de Curitiba, no processo do apartamento do Guarujá. O elenco conta inclusive com atores presentes na película anterior, como os desembargadores Thompson Flores e João Pedro Gebran Neto, da 8ª turma, do TRF-4, localizado em Porto Alegre.

E agora, Brasil?

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Sul-21:

As palavras que mais ocorrem são estupefacção e perplexidade. O governo brasileiro caiu no abismo do absurdo, na banalização total do insulto e da agressão, no atropelo primário às regras mínimas de convivência democrática, para já não falar das leis e da Constituição, na destilação do ódio e da negatividade como única arma política. Todos os dias somos bombardeados com notícias e comentários que parecem vir de uma cloaca ideológica que acumulou ranço e decomposição durante anos ou séculos e agora exala o mais nauseabundo e pestilento fedor como se fosse o perfume da novidade e da inocência. Tudo isto causa estupefacção em quem se recusa a ver normalidade na normalização do absurdo. A perplexidade decorre de outra verificação, não menos surpreendente: a aparente apatia da sociedade civil, dos partidos democráticos, dos movimentos sociais, enfim, de todos os que se sentem agredidos por tamanho desconchavo. Dá mesmo a impressão que a insistência e o desmando da insolência têm o efeito de um gás paralisante. É como se a nossa casa estivesse a ser roubada e nos escondêssemos num canto com medo de que o ladrão, se nos visse, se sentisse provocado e, além dos nossos bens, nos levasse também a vida.

Bolsonaro nos distraiu e nos enganou de novo

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

Bolsonaro soltou sua metralhadora de mentiras e impropérios durante a semana. O presidente que já mentiu em público mais de 200 vezes desde janeiro resolveu usar mais uma vez a estratégia para desviar a atenção dos filhos: um fritador de frango que sonha virar embaixador, outro enrolado com seu próprio laranjal miliciano. A cortina de fumaça serviu muito bem. Enquanto Bolsonaro inventava histórias sobre Miriam Leitão, o Brasil Real Oficial, uma newsletter escrita pelo jornalista Breno Costa, monitorou o estrago que o governo fez no país em poucos dias. Abaixo, alguns tópicos para que vocês repassem adiante. São essas as coisas que merecem nossa atenção.

Nossa justiça é escandalosamente seletiva

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Diversos analistas de nossa vida política chegaram a acreditar que o destino de Jair Bolsonaro seria escrito pelo amigo Queiroz.

O enredo imaginário seria assim. Apanhado com uma mão nos recursos trazidos pela turma das milícias e a outra na assinatura de um cheque destinado à primeira dama Michelle, o amigo Queiroz estava predestinado a cumprir uma missão histórica: explodir um esquema com ramificações capazes de ligar o submundo das milícias que mataram Marielle Franco ao Planalto de Bolsonaro, forçando um impeachment inevitável.

Simples ilusão de ótica, é preciso reconhecer.

Bolsonaro e seu reino da mentira compulsiva

Por Alexandre Santos de Moraes, no site Jornalistas Livres:

Durante a campanha de 2018, dizia-se à boca pequena que o maior inimigo de Bolsonaro era o microfone. Não sem razão, a facada no abdômen foi fundamental para sua vitória, menos pela comoção e mais pela oportunidade de ficar em silêncio. Mas, aparentemente, cometer gafes e vomitar impropérios é um problema apenas se se é candidato, pois uma vez eleito, Jair tem dito desaforos sem qualquer constrangimento, num duelo titânico e diário contra o bom-senso. O microfone deixou de ser seu algoz. Seu inimigo agora é outro: a realidade.

Por que Nicolás Maduro sobrevive?

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

Uma penca de analistas está às voltas com a corrosão de seus prognósticos sobre a situação venezuelana. Quando o líder da oposição, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino, em 23 de janeiro, fartas foram as apostas de que o governo Nicolás Maduro estava por um fio.

Seis meses depois, quem exala o odor de um cadáver político é o encarregado de sucessivas e fracassadas intentonas.

O cálculo da direita venezuelana era que o estabelecimento de um cenário marcado pela dualidade de poder, sob forte tensão internacional e medidas de asfixia econômica, provocaria a divisão das Forças Armadas e a derrocada fulminante do chavismo.

Lava-Jato e seus medos da Vaza-Jato

Por Marcelo Auler, em seu blog:

As conversas dos operadores da Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba, divulgadas pelo The Intercept, na série Vaza Jato, deveriam despertar o interesse do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele, desde 14 de março, por decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, investiga ataques à Corte e seus integrantes nas redes sociais.

Nos diálogos travados no Telegram por procuradores, juízes e policiais federais da Operação Lava Jato em Curitiba, certamente haverá trechos que, como apostam algumas pessoas próximas aos lavajatistas paranaenses, interessarão – e muito – ao trabalho do ministro Moraes.

terça-feira, 23 de julho de 2019

"Veja" estimula violência bolsonarista

Bolsonaro e o submundo da sociedade

Bolsonaro e as sementes do fascismo

A desconstrução do "justiceiro" Moro

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

Ao menos dois brasileiros – o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro, e o promotor Deltan Dallagnol – dificilmente se esquecerão do dia 9 de junho de 2019.

Naquele domingo, o site The Intercept Brasil, criado pelo jornalista estadunidense Glenn Greenwald, revelou mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, o juiz e o procurador que coordenava a acusação na chamada Operação Lava Jato, através do aplicativo Telegram, O principal alvo da ação de Moro foi o ex-presidente Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril do ano passado.

No Brasil, se considera que a principal razão da vitória eleitoral do ultradireitista Jair Bolsonaro foi a ausência de Lula, favorito absoluto, cuja participação foi impedida pela Justiça.