Editorial do site Vermelho:
O vai e vem do governo sobre a liberação para saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social (PIS) tem como pano de fundo a ausência de perspectiva de superação da crise. Circulou até a informação de que a medida é um ato de desespero diante dos desanimadores indicadores econômicos.
Há também informação de pressão da indústria da construção, temerosa com os efeitos da grande redução no volume de recursos usados como fonte de juros mais baixos, que poderia comprometer financiamentos à casa própria. O setor depende do FGTS para financiar programas como o Minha Casa Minha Vida, que movimenta entre 70% e 80% do mercado de construção imobiliária.
O alerta faz sentido. O percentual de famílias endividadas, de 64%, é um indício de que boa parte dos saques será usada para pagar dívidas. Uma parte menor deve ir para o consumo. Especialmente quando se constata que o patamar de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), é o menor em 20 anos.
Enquanto o governo tenta apagar incêndio com conta gotas, a crise avança. Sem ações para puxar os investimentos, a solução são os cortes orçamentários, o que agrava ainda mais a situação. É o dilema que tem como causa a opção de administrar o Estado pelos dogmas da cartilha neoliberal, tendo os bancos como verdadeiro centro de gravidade do sistema, com a vã promessa de que basta agradar ao grande capital que ele retribui com iniciativas que trarão abundância para todos.
No mundo das realidades, o que há é a lógica de administrar a crise fazendo os trabalhadores, e consequentemente do povo, pagarem a conta. Basta ver os sucessivos demonstrativos de lucros dos bancos, como se eles vivessem num paraíso imune ao desastre do qual são os principais responsáveis. Em geral, sequer são punidos por seus atos acintosos, seus verdadeiros escândalos.
É um fenômeno que tem levado o sistema financeiro para as manchetes, uma onda de falências e operações fraudulentas de grandes proporções, a começar pela quebra de um dos mais antigos bancos comerciais da City de Londres, o Barings. Instituição mais que centenária, e de cuja solidez ninguém duvidava — era, por exemplo, o agente financeiro da Coroa Britânica —, o banco quebrou em virtude de operações nos mercados futuros (derivados) realizadas por sua sucursal de Cingapura.
A crise iniciada em 2007-2008 tem como símbolo a quebra do Lehman Brothers. Depois veio o efeito dominó, que levou o sistema financeiro mundial às cordas — logo socorrido por montanhas de dinheiro público. Os efeitos se espalharam pelo mundo, como ondas que se propagam no espaço. O que não se sabe é como terminará esta tempestade, que deixou a economia mundial às escuras.
Como disse o ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, responsável por governar os Estados Unidos no auge da Grande Depressão dos anos 1930, é preciso temer o próprio medo. No Brasil é conhecida a categoria de banqueiros riquíssimos que deixaram para trás um rastro de bancos quebrados – uma mamata que tem como símbolo o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), dinheirama do Estado que no período neoliberal salvou bancos mal administrados e com operações obscuras.
O resumo da ópera é que o Brasil sob o governo Bolsonaro é uma nau à deriva, com suas riquezas sendo saqueadas e o povo perdendo direitos seculares. O prognóstico possível, diante dessa situação, é de que este programa ultraliberal e neoliberal, que já mostrou a que veio, não tem como tirar o país dessa situação. A crise atingiu uma extensão que põe em risco todo o aparelho econômico. E isso impõe a busca de uma saída por meio de forças amplas e diversificadas.
O vai e vem do governo sobre a liberação para saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social (PIS) tem como pano de fundo a ausência de perspectiva de superação da crise. Circulou até a informação de que a medida é um ato de desespero diante dos desanimadores indicadores econômicos.
Há também informação de pressão da indústria da construção, temerosa com os efeitos da grande redução no volume de recursos usados como fonte de juros mais baixos, que poderia comprometer financiamentos à casa própria. O setor depende do FGTS para financiar programas como o Minha Casa Minha Vida, que movimenta entre 70% e 80% do mercado de construção imobiliária.
O alerta faz sentido. O percentual de famílias endividadas, de 64%, é um indício de que boa parte dos saques será usada para pagar dívidas. Uma parte menor deve ir para o consumo. Especialmente quando se constata que o patamar de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), é o menor em 20 anos.
Enquanto o governo tenta apagar incêndio com conta gotas, a crise avança. Sem ações para puxar os investimentos, a solução são os cortes orçamentários, o que agrava ainda mais a situação. É o dilema que tem como causa a opção de administrar o Estado pelos dogmas da cartilha neoliberal, tendo os bancos como verdadeiro centro de gravidade do sistema, com a vã promessa de que basta agradar ao grande capital que ele retribui com iniciativas que trarão abundância para todos.
No mundo das realidades, o que há é a lógica de administrar a crise fazendo os trabalhadores, e consequentemente do povo, pagarem a conta. Basta ver os sucessivos demonstrativos de lucros dos bancos, como se eles vivessem num paraíso imune ao desastre do qual são os principais responsáveis. Em geral, sequer são punidos por seus atos acintosos, seus verdadeiros escândalos.
É um fenômeno que tem levado o sistema financeiro para as manchetes, uma onda de falências e operações fraudulentas de grandes proporções, a começar pela quebra de um dos mais antigos bancos comerciais da City de Londres, o Barings. Instituição mais que centenária, e de cuja solidez ninguém duvidava — era, por exemplo, o agente financeiro da Coroa Britânica —, o banco quebrou em virtude de operações nos mercados futuros (derivados) realizadas por sua sucursal de Cingapura.
A crise iniciada em 2007-2008 tem como símbolo a quebra do Lehman Brothers. Depois veio o efeito dominó, que levou o sistema financeiro mundial às cordas — logo socorrido por montanhas de dinheiro público. Os efeitos se espalharam pelo mundo, como ondas que se propagam no espaço. O que não se sabe é como terminará esta tempestade, que deixou a economia mundial às escuras.
Como disse o ex-presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, responsável por governar os Estados Unidos no auge da Grande Depressão dos anos 1930, é preciso temer o próprio medo. No Brasil é conhecida a categoria de banqueiros riquíssimos que deixaram para trás um rastro de bancos quebrados – uma mamata que tem como símbolo o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), dinheirama do Estado que no período neoliberal salvou bancos mal administrados e com operações obscuras.
O resumo da ópera é que o Brasil sob o governo Bolsonaro é uma nau à deriva, com suas riquezas sendo saqueadas e o povo perdendo direitos seculares. O prognóstico possível, diante dessa situação, é de que este programa ultraliberal e neoliberal, que já mostrou a que veio, não tem como tirar o país dessa situação. A crise atingiu uma extensão que põe em risco todo o aparelho econômico. E isso impõe a busca de uma saída por meio de forças amplas e diversificadas.
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