terça-feira, 13 de março de 2018

Lula e a sanha antidemocrática da direita

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

A classe dominante brasileira, com poucos e honrados setores, não é democrática. Nunca foi. E semeou a história, desde os tempos da Independência, de ataques contra a legalidade e a soberania nacional. Tem como divisa uma frase que o primeiro-ministro francês Odilon Barrot disse em 1849: a legalidade nos mata!

Esta é a divisa de sua ação contra o ex-presidente Lula, alvo da sanha antidemocrática. Lula é um líder popular, surgiu das greves e da luta social do final da ditadura militar de 1964, marca de origem que o torna objeto do ódio político da direita e dos conservadores. Quando foi eleito pela primeira vez, em 2002, o povo pobre do Brasil – que sempre esteve fora dos cálculos políticos e dos projetos conservadores – viu em sua ascensão como se fosse “um de nós” agora na Presidência da República.

Nobel da Paz defende Lula e a democracia

O golpe, Lula e o STF

Por Jessé Souza, na revista CartaCapital:

Para uma elite como a nossa, inimiga do próprio povo, o único medo e pavor é de uma rebelião popular. Medo este ancestral em toda elite escravocrata, que é o medo da revolta dos escravos. E quando se trata da rapina rentista, os escravos são muitos, inclusive na classe média. No entanto, para que aconteça uma reação é necessário quebrar crenças afetivas profundas da população.

É isso que acontece hoje sem que o comando burro do golpe perceba. O burro imagina que basta produzir um efeito concreto na realidade externa para acreditar que obteve sucesso na sua ação. O inteligente, ao contrário, sabe que além do efeito na realidade externa no sentido desejado é necessário “legitimar” a referida intervenção.

Exército no Rio lembra a tragédia mexicana

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa cultura habituada a comparações e metáforas, é possível que tenha chegado a hora dos brasileiros trocarem de referência.

Se as décadas de 1980 e 1990 dos planos anti-inflacionários lançados em Buenos Aires e mais tarde reproduzidos em Brasília permitiu a aplicação de um slogan de uma marca de vodka ("Eu sou você amanhã"), o momento atual é outro.

O desmonte do bem-estar social, da soberania nacional e o rebaixamento das das Forças Armadas para missões de segurança interna como combate ao tráfico de drogas aproxima brasileiros e mexicanos como poucas vezes na história.

As previsões do "dream team" da economia

Por Emilio Chernavsky, no site Brasil Debate:

Desde que assumiu, a equipe formada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles e pelo presidente do Banco Central Ilan Goldfajn e por seus auxiliares diretos tem sido largamente celebrada pela maior parte dos analistas do mercado financeiro e da mídia especializada, que a ela com frequência se referem como “dream team” da economia, o time dos sonhos.

Não obstante os aplausos, os resultados alcançados têm estado distantes daqueles que manchetes publicadas desde então tais como “A decolagem da economia” (Isto É Dinheiro, 22/07/2016) sugeriam. Com efeito, a despeito de partir de uma base deprimida por dois anos de profunda recessão e desfrutando de um cenário externo favorável e de um apoio no Congresso que o governo anterior nunca teve, o PIB em 2017, primeiro ano completo do governo Temer, registrou um crescimento pífio de 1% que, mesmo pequeno, somente foi possível graças ao avanço recorde da produção agropecuária e à tímida expansão do consumo no ano proporcionada pela liberação dos saldos das contas inativas do FGTS, eventos que não se repetirão em 2018.

A Pós-Verdade e seu tempo político

Por Christian Dunker, no site Outras Palavras:

Nos anos 1990, Woody Allen dizia que o mundo podia ser horrível, mas ainda era o único lugar onde se poderia comer um bife decente. Nos anos 2000, Cyfer, o personagem de Matrix que decide voltar para o mundo da ilusão, declara: “a ignorância é uma bênção”. Portanto, não deveríamos nos assustar quando o dicionário Oxford declara o termo “pós-verdade” a palavra do ano de 2016. Uma longa jornada filosófica e cultural foi necessária para que primeiro aposentássemos a noção de sujeito, depois nos apaixonássemos pelo Real, para finalmente chegar ao estado presente no qual a verdade é apenas mais uma participante do jogo, sem privilégios ou prerrogativas.



Para a esquerda, só há solução na democracia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Uma das características mais distintivas da história brasileira é seu caráter recorrente, uma sequência de farsas e tragédias, um perverso processo circular que retarda o desenvolvimento em seus diversos patamares, seja econômico, seja político, seja social.

Não foi por acaso, e sem consequências para nosso futuro presente, que tenhamos conquistado a Independência sem a luta pela independência, negociando-a junto aos bancos ingleses e aos embaixadores do império britânico, do qual Portugal era um protetorado pouco levado a sério.

Uma "Ley de Medios" para o Facebook

A comunicação para enfrentar os retrocessos

Os perigos do mundo neoliberal

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Uma das características mais marcantes da avaliação dos custos das reformas ditas “liberais” – o mais correto seria dizer neoliberais, pois o liberalismo político é democrático e depois de Weimar é também “social”- é a sua quantificação economicista. É uma quantificação estreitamente vinculada a manejos orçamentários e à manipulação de dados financeiros, que visam demonstrar que as “reformas” que encaminham estão na “direção certa”.

IR: um emblema da injustiça tributária

Por Paulo Gil Introíni, na revista Teoria e Debate:

"No cerne de cada transformação política importante, encontramos uma revolução fiscal.” Thomas Piketty

Apoiada na premissa de que a desigualdade é um valor positivo, a razão neoliberal tem como um de seus objetivos centrais a desoneração tributária dos mais ricos. Deslocar o fardo de sustentar a sociedade para os pobres e classe média” tem sido um dos princípios de concentração de riqueza e poder adotados pela oligarquia norte-americana e que transformaram os numa plutocracia, como afirma Noam Chomsky [1].

As consequências da prisão de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Manuela D´Ávila, no Blog do Renato:

Caso seja efetivada, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o ponto alto da ruptura do pacto democrático no Brasil iniciada com o golpe de Estado de 2016. Trata-se de um processo constante e dirigido de esvaziamento da democracia e das liberdades mais elementares.

A resultante dessa arbitrariedade será uma fratura na sociedade brasileira, cuja responsabilidade inicial é daqueles que retiraram da Presidência uma mulher democraticamente eleita para implementarem o desmonte da Nação e dos direitos do povo. Ao promoverem essa ruptura, ultrapassaram uma faixa muito perigosa, rompendo com um princípio básico do regime democrático, que é a aceitação dos resultados eleitorais pelos grupos vencidos nas urnas.

Debate: Unidade para reconstruir o Brasil

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O manifesto Unidade para reconstruir o Brasil, cujo intuito é apontar caminhos para a luta democrática e unitária em torno de um projeto de país à esquerda, será tema de debate no dia 20 de março, em São Paulo. A partir das 19 horas, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé recebe, em sua sede (Rua Rego Freitas, 454, sala 83 - República), os presidentes de quatro das cinco fundações que assinam o documento. São eles: Marcio Pochmann (Fundação Perseu Abramo), Renato Rabelo (Fundação Mauricio Grabois), Francisvaldo Mendes (Fundação Lauro Campos) e Manoel Dias (Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini). A jornalista Maria Inês Nassif e a presidenta da UJS, Carina Vitral, farão comentários durante o diálogo. A entrada é livre e a atividade será transmitida pelo Barão de Itararé.